Aniju-acanga

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O aniju-acanga (Enyalius catenatus) é um lagarto brasileiro encontrado deste São Paulo até o Nordeste, no bioma da Mata Atlântica. Encontra-se em estado de preservação pouco preocupante e mede cerca de trinta centímetros, sendo a cauda responsável por quase dois terços de seu comprimento.[2][3][4]

Aniju-acanga
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Iguania
Família: Leiosauridae
Gênero: Enyalius
Espécies:
E. catenatus
Nome binomial
Enyalius catenatus
(Wied-Neuwied, 1821)

Descrição editar

O nome popular desse animal, de origem indígena, já era citado por Gabriel Soares de Souza no século XVI. Tal historiador português julgou-os como idênticos aos camaleões, já que trocavam de cor, embora fossem maiores.[3] Aqueles que falavam português e os conheciam, inclusive, os chamavam de camaleões. A população ainda acreditava, à época de Santa Rita Durão, que esse e outros lagartos se alimentavam de vento, embora o autor suspeitasse que, na verdade, fossem insetívoros. O poema abaixo evidencia o fato:[3]

Vê-se o camaleão, que não se observa

Que tenha, como os mais, por alimento

Ou folha, ou fruto, ou nota carne ou erva

Donde a plebe afirmou, que pasta em vento;

Mas sendo certo que o ambiente ferva

De infinitos insetos, por sustento

Creio bem que se nutra na campanha

De quantos deles, respirando, apanha.

Assim como suspeitava Santa Rita Durão, a alimentação da espécie é composta por insetos, mas também inclui aracnídeos.[4]

O E. catenatus apresenta coloração verde, como já expunha Gabriel Soares de Souza. Possui também manchas escuras, com traços amarelos esverdeados. Mão, pés e cauda são pardo-avermelhados.[3]

Nas costas, há um sutil serrilhado, que corre em ziguezague, tal qual ocorre nos demais táxons do gênero.[3][4] O flanco exibe uma faixa azul, enquanto o ventre é esbranquiçado. Vive quase sempre nas árvores. Quando um humano se aproxima do aniju, o réptil não foge - encara o indivíduo, estufa a papada, muda de cor, balança a cabeça de modo afirmativo e desaparece.[3]

A espécie apresenta dimorfismo sexual, de modo que machos tendem a ser totalmente amarronzados, enquanto manchas são mais comuns nas fêmeas, que apresentam coloração dotada de maior variabilidade.[4]

Referências

  1. Colli, G.R.; Fenker, J.; Tedeschi, L.; Bataus, Y.S.L.; Uhlig, V.M.; Silveira, A.L.; da Rocha, C.; Nogueira, C. de C.; Werneck, F.; de Moura, G.J.B.; Winck, G.; Kiefer, M.; de Freitas, M.A.; Ribeiro Júnior, M.A.; Hoogmoed, M.S.; Tinôco, M.S.T.; Valadão, R.; Cardoso Vieira, R.; Perez Maciel, R.; Gomes Faria, R.; Recoder, R.; D'Ávila, R.; Torquato da Silva, S.; de Barcelos Ribeiro, S.; Avila-Pires, T.C.S. (2019). «Enyalius catenatus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2019: e.T203142A2761122. doi:10.2305/IUCN.UK.2019-1.RLTS.T203142A2761122.pt. Consultado em 20 de novembro de 2021 {{citar iucn}}: erro: malformed |doi= identifier (ajuda)
  2. «The IUCN Red List of Threatened Species». IUCN Red List of Threatened Species. Consultado em 2 de julho de 2019 
  3. a b c d e f SANTOS, Eurico (1981). Zoologia brasílica 3: anfíbios e répteis (vida e costumes). Belo Horizonte: Italiana. p. 119 
  4. a b c d «Museu Virtual do Cerrado - MVC - Papa-vento: Enyalius catenatus». www.mvc.unb.br. Consultado em 3 de julho de 2019