Escola de Educação Física do Exército

importancia de educaçao física em desporto.
(Redirecionado de EsEFEx)

A Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx) é um estabelecimento de ensino do Exército Brasileiro de graus superior e médio, de especialização, da Linha do Ensino Militar Bélico, diretamente subordinado ao Centro de Capacitação Física do Exército e Fortaleza de São João (CCFEx), localizado no Forte de São João, na cidade do Rio de Janeiro. Destina-se a especializar oficiais em Educação Física e Desportos e em Esgrima, especializar oficiais médicos em medicina esportiva, sargentos para o exercício das funções de monitor de Educação Física, além de cooperar e realizar pesquisas no campo da Educação Física e Desportos.

Escola de Educação Física do Exército
Estado Rio de Janeiro
Subordinação Centro de Capacitação Física do Exército e Fortaleza de São João
Sigla EsEFEx
Criação 1922
Comando
Comandante Ten Cel Edson Aita[1][2]

Histórico

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Em 1919, um grupo de oficiais e cadetes da Escola Militar - RJ, fundou a “União Atlética da Escola Militar” e se propôs a promover a sistematização da Educação Física nos meios militar e civil. Era um núcleo de idealistas influenciados pela Missão Indígena, cujos esforços culminariam com a criação da Escola de Educação Física do Exército. À frente deste movimento, achava-se o Tenente Newton Cavalcanti, seu incentivador maior, que mais tarde foi diretor da Escola. Neste contexto, o primeiro marco de fundação da EsEFEx situa-se em 10 de janeiro de 1922 (Boletim do Exército no 431- 20/01/1922) quando se criou o Centro Militar de Educação Física - CMEF na Escola de Sargentos de Infantaria, Vila Militar – RJ, com parte da nova Organização do Exército. As atividades se iniciaram sob os auspícios da Liga de Sports do Exército, mas a Revolução de 1922 determinou seu fechamento não chegando portanto a formar sequer uma turma de instrutores.

1929 - Sete anos após o fechamento do CMEF, ocorreu uma visita do Presidente da República Dr. Washington Luís, à Escola de Sargentos de Infantaria, acompanhado pelo Ministro da Guerra, General Nestor Sezefredo dos Passos. Entusiasmado com o trabalho produzido com os alunos da Escola de Sargentos de Infantaria, o Ministro Sezefredo determina, providências imediatas para criação do Curso Provisório de Educação Física, anexo à referida Escola. A condução dos trabalhos foi entregue aos Tenentes Ignácio de Freitas Rolim e Virgílio Alves Bastos, que selecionaram uma turma de 10 Oficiais, 28 Sargentos e 20 professores públicos do então Distrito Federal (hoje município do Rio de Janeiro). Deste grupo saiu a primeira turma de diplomados em Educação Física do Brasil, considerando-se um estabelecimento nacional e alunos militares e civis em igualdade de condições discentes.

1930 - Neste ano, como as instalações da Escola de Sargentos de Infantaria eram precárias para a parte náutica, transferiu-se o núcleo formativo para a Fortaleza de São João, Urca, local que marca a fundação da cidade do Rio de Janeiro no século 16. Na sua nova sede, o CMEF iniciou suas atividades com a abertura dos cursos de Instrutor, Especialização (Medicina) e de Monitor.

1933 - Na data de 19 de outubro, o Governo Vargas pelo decreto 23252, muda a denominação do CMEF para Escola de Educação Física do Exército, dando-lhe nova organização, atualizando os seus currículos e ampliando os seus objetivos. Desde então, a EsEFEx assumiu uma função de formadora com atuação em todo o território nacional, freqüentemente em condições pioneiras em diversas regiões. Esta vocação para influenciar a Educação Física em escala nacional – e mais tarde admitindo alunos do exterior – passou por estágios distintos, refletindo o próprio desenvolvimento do esporte e atividades físicas de lazer, ora em perspectiva militar (instrutores), ora civil (professores e médicos).

1933 a 1941 - Nesta primeira fase, a EsEFEx compartilha tanto da eugenia à época prevalecente no país - reforçando ideais do povo brasileiro como uma raça forte - como da formação e especialização em Educação Física e Medicina Esportiva como uma contribuição prioritária da EsEFEx para o desenvolvimento institucional destas áreas de intervenção profissional. Os marcos deste período foram os seguintes: (a) Criação, em 1929, do "Curso Provisório de Educação Física"; (b) Fundação, em maio de 1932, da "Revista de Educação Física", considerada órgão oficial da EsEFEx; (c) Suporte, em 1939, para criação e desenvolvimento da Escola Nacional de Educação Física e Desportos – RJ; (d) Contribuição, em 1939, para a efetiva institucionalização da Medicina do Esporte no Brasil; (e) Criação, em 1936, da "Colônia de Férias", uma das atividades precursoras do esporte recreativo como inclusão social no país, sob liderança do Capitão Ignácio de Freitas Rolim e do Sargento Custódio Batista Lobo.

1942 a 1967 - Nesta segunda fase, a ênfase situou-se no uso do esporte para preparação do soldado; no compartilhamento de cargos em diversas confederações e federações esportivas brasileiras; na organização de eventos esportivos e publicações diversas como livros, artigos e manuais na área de Educação Física e esporte. Os marcos deste estágio foram os seguintes: (a) Realização de estágios, cursos e simpósios, permitindo acesso e atualização profissional quanto aos principais métodos de intervenção profissional; (b) Ocupação efetiva de cargos e direção de instituições da área por pessoal legitimado pela formação profissional; (c) Intercâmbio internacional, destacando-se o XII Campeonato Mundial de Pentatlo Militar em 1960, evento esportivo de repercussão mundial, no qual os encargos do treinamento atlético e organização couberam à EsEFEx; (d) Reedição da maior parte das obras elaboradas pela EsEFEx, após um convênio assinado com a Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Cultura, para efeito de difusão no meio civil.

1968 a 1979 - A "Fase de Cientificação do Treinamento Esportivo" seguiu-se como resultado da crescente influência das ciências na preparação atlética como também do incentivo dado pelo Ministro do Exército às práticas esportivas em todas as guarnições do país, afirmando a importância da preparação física e psicológica do combatente. Os marcos desta fase foram: (a) A preparação física da seleção brasileira de futebol para a Copa do Mundo no México, em 1970, para a qual Cláudio Coutinho utilizou o programa "Aerobics", adaptando a tabela de Cooper destinada a sedentários aos atletas; (b) O impacto da conquista da Copa de 1970 pelo Brasil, dando surgimento a um grande movimento social de engajamento a programas de atividade física sistemática.

1980 a 1989 - Neste período instalou-se uma fase de valorização dos esportes militares em face à mudança da conjuntura política do país e conseqüente retração da EsEFEx, voltando-se para dentro da instituição, conseqüentemente dando prioridade aos esportes militares e ao treinamento físico militar. Esta fase teve como marcos: (a) A trajetória internacional bem sucedida da Equipe de Pentatlo Militar do Brasil que destacou a preparação física, psicológica e técnica do soldado brasileiro; (b) O processo de cientificação do manual de Treinamento Físico Militar e do Teste de Avaliação Física no âmbito interno do Exército.

1990 a 2000 - A fase de reestruturação no sentido das Ciências do Esporte derivou-se da tanto da introspecção da EsEFEx que a afastou das instituições civis tanto quanto do avanço destas últimas entidades no sentido do conhecimento e da pesquisa, sobretudo em termos de pós graduação. Dessa forma para que a EsEFEx não ficasse distante da modernização do esporte e da Educação Física, ela passou a ser enquadrada no Centro de Capacitação Física do Exército - CCFEx. Este foi criado para obter interdisciplinaridade entre o esporte, a saúde, a pesquisa e a preparação dos discentes. Nesta nova abordagem, o corpo docente da EsEFEx tem buscado o auto aperfeiçoamento em universidades civis e tem sido realizados dentro da Escola cursos de pós-graduação em convênio com Estabelecimentos de Ensino Superior do mundo civil.

Situação Atual Desde sua criação até nossos dias foram formados pela EsEFEx mais de 6.000 instrutores e monitores em Educação Física, mais de 150 médicos especialistas em medicina esportiva e mais de 130 mestres d'armas. Os formandos originaram-se de todas as Unidades Federadas do país e de algumas nações amigas, sendo civis ou pertencentes ao Exército, Marinha, Aeronáutica, Policia Militar, Corpo de Bombeiro, Forças Armadas de outros países. Hoje a EsEFEx, vinculada à Diretoria de Pesquisa e Estudos de Pessoal, continua cumprindo sua missão principal que é habilitar oficiais, sargentos e civis para o desempenho de funções nas áreas da Educação Física, Medicina Esportiva e Mestre D'armas.[3]

Ligações externas

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Referências

  1. «INFORMEX 022, de 12 de maio de 2020». Consultado em 11 de abril de 2021 
  2. «Passagem de Comando da EsEFEx 2020». Consultado em 11 de abril de 2021 
  3. Soeiro, Renato Souza Pinto (2003). A Contribuição da Escola de Educação Física para O Esporte Nacional: 1933 a 2000. Rio de Janeiro/RJ: Universidade Castelo Branco 
  4. «Site da EsEFEx». Consultado em 11 de abril de 2021