Escola Estadual Francisco Glicério

A atual Escola Estadual Francisco Glicério foi fundada em 1897, casa do “Primeiro Grupo Escolar de Campinas”[1]. Foi uma ação importante e simbólica no qual a educação pública passava a assumir um lugar fundamental na estrutura da recém criada República Brasileira.

Escola Estadual Francisco Glicério

Em 1917 a escola passou a ser chamada de “Grupo Escolar Francisco Glicério”, em homenagem ao campineiro Francisco Glicério Cerqueira Leite, que havia falecido no ano anterior.

Francisco Glicério foi tipógrafo, professor primário e escrevente de cartório e advogado. Foi também um importante Republicano e abolicionista e esteve envolvido na jornada da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889. Foi responsável pela propaganda do Partido Republicano no Estado de São Paulo.

Arquitetura da escola

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O prédio foi projetado em estilo eclético com elementos neorrenascentistas e neogóticos. Ele também se constituiu num marco inicial dos projetos escolares de Ramos de Azevedo e  serviu de base para os primeiros edifícios dos grupos escolares do Estado de São Paulo.

Nas origens do projeto, era possível encontrar determinação expressa pelo decreto 248 de 26/julho/1894:

  • Os alunos seriam divididos em 4 classes para cada série (correspondente aos 1º, 2º, 3º e 4º anos do curso preliminar);
  • Haveriam 4 salas de aula no andar térreo (para o sexo feminino) e 4 salas no andar superior (para o sexo masculino);
  • Acesso por duas escadas laterais que terminavam num corredor de distribuição para as salas, todos no corpo principal do prédio;
  • Em anexo ao edifício, duas pequenas construções seriam destinadas aos trabalhos administrativos.

Sua organização espacial definia-se por “preceitos e recomendações de higiene, insolação e ventilação previstos na cultura arquitetônica que vinha se firmando desde o século XIX”[2], ganhando forma um programa pedagógico que em pouco tempo se traduziria em “projetos arquitetônicos padronizados que se repetiam com pouca ou nenhuma variação em mais de um município”.

Em 1994 o prédio foi restaurado e tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas, o CONDEPACC.

Referências

  1. Cason, S. R. (2014). Mapeando trajetórias: os alunos do 1º Grupo Escolar de Campinas' Francisco Glicério'entre os anos de 1928 a 1935 (Doctoral dissertation, Dissertação (Mestrado em Educação)-Faculdade de Educação, Unicamp, Campinas).
  2. «EE Francisco Glicério – Grupo Escolar Francisco Glicério». Arquitetura, Urbanismo, Instituto de Arquitetos do Brasil. Consultado em 27 de novembro de 2023