Etanol como combustível no Brasil: diferenças entre revisões

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== História ==
 
[[Ficheiro:Canaviais Sao Paulo 01 2008 06.jpg|right|250px|thumb|[[Cana de açúcar]] (''Saccharum officinarum'') pronta para a [[safra]], [[Ituverava]], [[São Paulo]].]]
 
Os primeiros usos práticos do etanol deram-se entre o finalmeados dos [[anos 1920]] e início dos [[anos 1930]]. Mas somente nos [[anos 1970]], com a [[crise do petróleo]], que o [[Brasil]] passou a usar maciçamente o etanol como combustível. Na segunda metade da [[década de 1980]] por diversos motivos ocorreu uma forte retração no consumo de álcool combustível. Atualmente uma combinação de fatores como a preocupação com o [[meio ambiente]] e a esperada futura escassez de [[combustíveis fósseis]] levaram a um interesse renovado pelo etanol.
 
=== As primeiras experiências de extração do alcool ===
 
A primeira experiência de uso do etanol como combustível no Brasil aconteceu no ano de [[1927]]. A [[USGA]] (''Usina Serra Grande [[Alagoas]]'') foi a primeira do país a produzir etanol combustível no final dos [[anos 1920]].<ref>{{Cite web| url=http://www.aondevamos.eng.br/boletins/edicao07.htm|title=USGA: EM 1927, O PRIMEIRO GRANDE EMPREENDIMENTO BRASILEIRO EM ÁLCOOL COMBUSTÍVEL|author= |publisher= |date=Junho de 2000 |accessdate=20 de Outubro de 2008 |language=Portugués}}</ref> No início da década seguinte com a queda nos preços do petróleo, este empreendimento não teve condições de prosseguir.
A primeira experiência de uso do etanol como combustível no Brasil aconteceu em [[1925]].<ref>[http://www.brasil.gov.br/sobre/ciencia-e-tecnologia/unidades-de-pesquisa/instituto-nacional-de-tecnologia-int/print Brasil.Gov] - Instituto Nacional de Tecnologia (INT). Página visitada em 24/12/2012. {{pt}}</ref> Neste ano, um automóvel adaptado para funcionar com álcool etílico hidratado foi intensamente testado.<ref name="Instituto Nacional de Tecnologia">[http://www.int.gov.br/noticias/tercas-tecnologicas-apresenta-um-panorama-das-pesquisas-em-biocombustiveis-nos-ultimos-90-anos Instituto Nacional de Tecnologia] - Terças Tecnológicas apresenta um panorama das pesquisas em biocombustíveis nos últimos 90 anos. Página visitada em 24/12/2012. {{pt}}</ref> A responsável por esta experiência foi a Estação Experimental de Combustíveis e Minérios (futuro [[Instituto Nacional de Tecnologia]]).<ref name="Instituto Nacional de Tecnologia" />
 
A primeira experiência de uso do etanol como combustível no Brasil aconteceu no ano de [[1927]]. A [[USGA]] (''Usina Serra Grande [[Alagoas]]'') foi a primeira do país a produzir etanol combustível no final dosem [[anos 19201927]].<ref>{{Cite web| url=http://www.aondevamos.eng.br/boletins/edicao07.htm|title=USGA: EM 1927, O PRIMEIRO GRANDE EMPREENDIMENTO BRASILEIRO EM ÁLCOOL COMBUSTÍVEL|author= |publisher= |date=Junho de 2000 |accessdate=20 de Outubro de 2008 |language=Portugués}}</ref> No início da década seguinte com a queda nos preços do petróleo, este empreendimento não teve condições de prosseguir.
 
Durante a [[revolução constitucionalista]], [[João Bottene]]<ref>{{Cite web| url=http://www.aprovincia.com/padrao.aspx?texto.aspx?idContent=70981|title=João Bottene: o criador do motor a álcool para carro e avião|author= |publisher= |date=20 de Outubro de 2008 |accessdate=20 de Outubro de 2008|language=Portugués}}</ref> desenvolveu um combustível a base de álcool e [[óleo de mamona]] para auxiliar os revolucionários. Anteriormente ele já adaptara veículos para utilizarem etanol. Mais tarde fabricou uma [[locomotiva]] movida a álcool e adaptou um [[avião]] para funcionar com este combustível.<ref>{{Cite web| url=http://www.aprovincia.com/padrao.aspx?texto.aspx?idContent=71008&idContentSection=712|title=João Bottene: o criador do motor a álcool para carro e avião (2)|author= |publisher= |date=20 de Outubro de 2008|accessdate=20 de Outubro de 2008 |language=Portugués}}</ref>
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=== Anos 1970: a crise do petróleo e o Pró-álcool ===
 
[[Ficheiro:Primeiro carro alcool.jpg|thumb|250px|Primeiro protótipo de veículo equipado com motor a álcool (um [[Dodge]] 1800), em exposição no ''Memorial Aeroespacial Brasileiro'' de [[São José dos Campos]].]]
 
A partir da crise do [[petróleo]], na [[década de 1970]], o Governo [[brasil]]eiro, numa atitude isolada internacionalmente, criou o programa [[Pró-álcool]], e o etanol novamente recebeu as atenções como biocombustível de extrema utilidade.
 
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=== A "crise do álcool" ===
 
A partir de então, o consumo de álcool apresentou queda gradual. Os motivos passam pela alta no preço internacional do [[açúcar]], o que desestimulou a fabricação de álcool. Com o produto escasseando no mercado, o Governo brasileiro iniciou a importação de etanol dos [[Estados Unidos]], em [[1991]], ao tempo que ia retirando, progressivamente, os [[subsídio]]s à produção, promovendo a quase extinção do Pró-Álcool.
 
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=== O álcool hoje ===
 
No início do [[século XXI]], na certeza de escassez e de crescente elevação no preço dos combustíveis fósseis, priorizam-se novamente os investimentos na produção de etanol por um lado e, por outro, um amplo investimento na pesquisa e criação de novos biocombustiveis. Diante de uma situação nacional antiga e inconstante, justamente causada pelas altas e baixas do petróleo, as grandes montadoras brasileiras aprofundaram-se em pesquisas e, dessa forma, lançaram uma tecnologia revolucionária: os carros dotados de motor [[bicombustível]], fabricados tanto para o uso de gasolina quanto de álcool. De 2002 a 2011 não houve quedas na produção do etanol no centro-sul do Brasil.<ref>{{citar web |url=http://www.brasileconomico.com.br/noticias/oferta-de-etanol-cai-pela-primeira-vez-desde-2002_104263.html |título=Oferta de etanol cai pela primeira vez desde 2002 |acessodata=14 de julho de 2011 |data=14 de julho de 2011 |publicado=[[Brasil Econômico]] |citação= }}</ref>
 
De 2002 a 2011 não houve quedas na produção do etanol no centro-sul do Brasil.<ref>{{citar web |url=http://www.brasileconomico.com.br/noticias/oferta-de-etanol-cai-pela-primeira-vez-desde-2002_104263.html |título=Oferta de etanol cai pela primeira vez desde 2002 |acessodata=14 de julho de 2011 |data=14 de julho de 2011 |publicado=[[Brasil Econômico]] |citação= }}</ref>
 
== Características do mercado brasileiro ==
 
[[Ficheiro:Panorama Usina Costa Pinto Piracicaba SAO 10 2008.jpg|thumb|left|300px|Vista panorâmica da Destilaria Costa Pinto em [[Piracicaba]], fábrica que produz [[açúcar]] e [[Álcool combustível|etanol combustível]] além de outros tipos de [[álcool]].]]
 
A [[Indústria automobilística no Brasil|indústria automobilística brasileira]] desenvolveu veículos que funcionan com flexibilidade no tipo de combustível, que são conhecidos na [[lingua inglesa]] como "''full flexible-fuel vehicles''" (FFFVs), ou simplesmente "[[Veículo flex|flex]]", no Brasil, pela sua capacidade do motor funcionar com qualquer proporção na mistura de [[gasolina]] e álcool. Disponíveis no mercado desde [[2003]], os [[veículo flex|veículos flex]] resultaram em sucesso comercial,<ref name="ICIS">{{cite web| url=http://www.icis.com/Articles/2007/11/12/9077311/brazils-flex-fuel-car-production-rises-boosting-ethanol-consumption-to-record-highs.html |title=Brazil's flex-fuel car production rises, boosting ethanol consumption to record highs|date=2007-11-12|author=William Lemos |publisher=ICIS chemical business |accessdate=2008-05-03|language=Inglés }}</ref> e já em Agosto de 2008, a frota de automóveis e veículos comercias leves tipo "flex" tinha atingido a marca de 6,2 milhões de veículos, representando 23% da frota automotriz do Brasil.<ref name= "Folha Online"/> O sucesso dos veículos "flex", conjuntamente com a obrigatoriedade ao nível nacional de usar de 20 a 25% do álcool misturado com gasolina convencional ([[Misturas comuns do álcool combustível#E20 e E25|E20-E25]]), permitiu ao etanol combustível superar o consumo de gasolina em Abril de 2008.<ref name="Apollo"/><ref name="Apollo"/><ref name= "ANP07_2008">{{cite web |url=http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200807152306_ABR_77211977 |title=ANP: consumo de álcool combustível é 50% maior em 2007 |author=Agência Brasil | date=2008-07-15|publisher=Invertia |accessdate=2008-08-09|language=}}</ref><ref name= "ANP02_2008">{{cite web|url=http://www.agropecuariabrasil.com.br/anp-estima-que-consumo-de-alcool-supere-gasolina/ |title=ANP estima que consumo de álcool supere gasolina |author=Gazeta Mercantil |date=2008|publisher=Agropecuária Brasil |accessdate=2008-08-09|language=}}</ref>

Para melhorar a eficiência dos motores a álcool, novas tecnologias ainda são desenvolvidas.<ref>[http://www.redetec.org.br/inventabrasil/malcpre.htm Redetec] - MAPV: Motor à álcool pré-vaporizado. Página visitada em 24/12/2012. {{pt}}</ref> Experiências indicam que o uso de álcool [[vapor]]izado como combustível é uma alternativa promissora.<ref>[http://www.jornalcana.com.br/noticia/Jornal-Cana/43035+Tecnologia-aumenta-a-eficiencia-do-alcool Jornal da Cana] - Tecnologia aumenta a eficiência do álcool. Página visitada em 24/12/2012. {{pt}}</ref> Esta seria uma forma de reduzir consumo e emissões e, ao mesmo tempo, obter ganhos de potência nestes motores (''ver: [[estequiômetro]] e [[Motor_a_álcool_pré_vaporizado#Motor_a_.C3.A1lcool_pr.C3.A9-vaporizado|motor a álcool pré-vaporizado]]'').

O consumo do álcool representou quase 18% da matriz de combustíveis veiculares em 2006 (a matriz inclui os veículos que utilizam óleo [[diesel]]).<ref name= "BEN2007">{{cite web|url=http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do?channelId=1432&pageId=14493 |title=2007 Balanço Energético Nacional: Sumário Executivo ||author= |date=|publisher=Ministério de Minas e Energia do Brasil |accessdate=2008-05-10|language=Portugués}} Tabla 2. El reporte está basado en datos de 2006</ref><ref name= "Brazil48_20">{{cite web|url=http://www.washingtontimes.com/article/20080507/COMMENTARY/381443705/1012/commentary |title=Brazil's energy plan examined |author=D. Sean Shurtleff | |date=2008-05-07|publisher=The Washington Times |accessdate=2008-05-10|language=Inglês}}</ref> No Brasil, o refino do etanol é controlado pela [[Cosan]]/[[Shell]], São Martinho, [[Bunge]] e [[Braskem]].
 
== Comparação entre a produção de etanol nos Estados Unidos e Brasil ==
 
{| class="wikitable" style="margin: 1em auto 1em auto"
! colspan="4" align=center style="background-color: #abcdef;" | Comparação das principais caraterísticas <br /> da indústria do etanol nos Estados Unidos e Brasil
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| colspan="4" align=left| <small>Notas: (1) Somente [[E.U.A.]] contíguo (excluindo [[Alasca]]) (2) Presume que não tem mudanças no uso do solo.<ref name= "Science08"/> (3) Presume mundanças nos usos do solo na lavoura de cana de açúcar no [[cerrado]] brasileiro e do milho na [[pradaria]] central americana.<ref name="Fargione08"/> (4) Quando inclusos os veículos de motor [[diesel]], o uso do etanol no setor viário foi perto de 18% em 2006.</small><ref name= "BEN2007"/><ref name= "Brazil48_20"/> </small>
|}
 
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== {{Ver também}} ==
 
{{Portal-Br}}
* [[Centro de Tecnologia Canavieira]]
{{Portal-Ambiente}}
* [[Energia renovável no Brasil]]
* [[Misturas comuns do álcool combustível]]
* [[Ônibus movido a etanol]]
* [[Veículo flex]]
* [[Centro de Tecnologia Canavieira]]
* [[Usina Termelétrica de Juiz de Fora]]
* [[Veículo flex]]
 
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== {{Ligações externas}} ==
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* {{link|pt|2=http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/bbc/2007/10/25/ult4432u704.jhtm|Etanol|3=é ameaça ao cerrado, afirma relatório da ONU}}
* {{link|pt|2=http://veja.abril.com.br/300408/p_058.shtml|3=Ele é o falso vilão, Revista Veja}}
 
{{Portal3|Ambiente|Brasil|Transporte}}
 
{{Brasil/Tópicos}}