Kula: diferenças entre revisões

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==Descrever e Interpretar==
[[Ficheiro:Kula bracelet with insert.jpg|thumb|200px|Uma pulseira ''mwalli'']]
Malinowski foi um dos primeiros antropólogos a propor uma interpretação teórica seguida ao trabalho de campo. Para essseo autor acima do valor estético e advindo do trabalho empregado na confecção dos objetos dessa troca ritual, está a oportunidade, queproporcionada por esta proporciona, de se estabelecer relações sociais e ganhar prestígio social. Os costumes e tradições que acompanham esta troca de presentes é cuidadosamente pré-escrito no sistema cultural das pessoas nele envolvidas, especialmente no que diz respeito as relações doador – receptor / receptor - doador idealmente perpetuada em pares de intercâmbio denominados karayata. A aliança de doações implica relações de correspondência, hospitalidade, proteção e assistência mútua. Os líderes mais importantes do Kula podem ter centenas de parceiros em troca, enquanto os homens com menor status na sociedade têm geralmente uma dúzia deles, dependendo do tamanho de suas redes sociais.
Kula, de acordo com Mauss, no seu livro [[Ensaio sobre a dádiva]] <ref> MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva, forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. in: Mauss, M. Sociologia e Antropologia. SP, Cosac Naif, 2003 </ref> quer dizer literalmente círculo, é comparável ao [[Potlatch]], uma prática de intercâmbio ritual das tribos do Pacífico Noroeste da América e corresponde ao momento mais solene de um vasto sistema de prestações e de contraprestações que englobam a totalidade da vida econômica e civil dessas populações. Essa instituição tem também uma face mítica, religiosa e mágica,; os vaigua’a não correspondem somente à moeda, mas proscrevem aà guerra, representarepresentam alianças, o que supõe o intercâmbio de bens, mulheres, hospitalidade.
 
Segundo Peirano <ref> PEIRANO Mariza G. S. Rituais ontem e hoje. RJ, Zahar, 2003 [http://books.google.com/books?id=epE0w23iFQUC&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false Google livros]</ref> quando [[Franz Boas|Boas]] e Malinowski trouxeram o Kula e o [[Potlatch]] ao conhecimento do mundo ocidental, o aspecto dominante era o aspecto da racionalidade dessas práticas face ao estranhamento da cultura ocidental diante do desperdício de bens do Potlatch e troca de objetos inúteis no Kula, demonstrou-se que o Kula tinha a função social de construir laços sociais duradouros e Potlatch controlava a rivalidade entre as facões do [[Haida]] e [http://www.ccthita.org/ Tinglit] além das oportunidades de desenvolvimento tecnológico (aperfeiçoamento das canoas das viagens do Kula, da fabricação e gravação em cobre no Potlach, etc.), fabricação de bens e encontro social de casamentos, amizades, alianças e comércios paralelos de produtos diversos.
 
Ainda segundo essa autora outra interpretação pode ser realizada a partir da interpretaçãocompreensão destes como fenômenos culturais de comunicação, não apenas relacionados aos sistemas míticos – religiosos de sociedades já foram consideradas irracionais e primitivas. Constituem- mas constituem-se com sistemas culturais de comunicação simbólica presentes em qualquer sociedade, nos cerimoniais político-administrativos, nas ostentações de riqueza dos casamentos suntuosos ou das jóias da coroa real etc.
 
== Ver também ==