Teoria das descrições: diferenças entre revisões

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(1) Expressões Correferenciais e (2) Expressões sem referências.
 
O problema das Expressões Correferenciais primeiramente originada porno trabalho de [[Gottlob Frege]] como o problema das Identidadesidentidades Informativasinformativas. Por exemplo, se a estrela da manhã e a estrela do fim da tarde são o mesmo planeta no céu (com certeza os dois são o planeta [[Vénus (planeta)|Vênus]]), como é que alguém pode pensar que a estrela da manhã nasce no começo do dia, mas a estrela do fim de tarde não? Isso é aparentemente problemático porque mesmo que as duas expressões pareçam denotar a mesma coisa, alguém não se pode substituir uma pela outra, de modo que sejam formadas expressões sinônimas.
 
O problema das Expressões sem Referências é que certas expressões que tem significados não necessariamente se referem a alguma coisa. Por exemplo, "qualquer cão é irritante" não quer dizer que um cão específico, chamado qualquer cão tem a propriedade de ser irritante (considerações similares com algum cão, todo cão, um cão, e assim por diante). Como em "o atual imperador de Kentucky é pálido" não quer significar que há algo chamado de "o atual imperador de Kentucky", que tem a propriedade de ser pálido. Kentucky nunca foi uma monarquia, então lá não tem um "imperador atual". Portanto, o que Russell quer evitar é admitir entidades misteriosas e não existentes em sua [[ontologia]]. Mais a frente, a Lei do Meio Excluído requer que uma das seguintes proposições, por exemplo, deve ser verdadeira: Ou "o atual imperador de Kentucky é pálido" ou "não é o caso que o atual imperador de Kentucky seja pálido". Normalmente, proposições na forma de sujeito-predicado são ditas verdadeiras se e somente se o sujeito é uma [[extensão]] do predicado. Mas, não há um atual imperador de Kentucky. Então, já que o sujeito não existe, ele não é uma extensão de nenhum dos predicados (não está na lista de pessoas pálidospálidas ou na lista dosdas não-pálidopálidas). Logo, aparentemente esse é um caso em que a Lei do Meio Excluído é violada, o que também é uma indicação de que algo deu errado.
 
== Descrições Definidas ==
Russell analisa descrições definidas de modo parecido asàs descrições indefinidas, exceto que o indivíduo é agora unicamente especificado. Pegue como exemplo de uma descrição definida a sentença "o atual imperador de Kentucky é pálido". Russell analisa essa frase nas seguintes partes (com x e y representando variáveis):
 
1. Existe um x tal que x é um imperador de Kentucky.
 
2. Para todo x e todo y, se ambos x e y são imperadores de Kentucky, então y é x (isto é, existe no máximo um imperador de Kentucky).
 
3. Qualquer coisa que é um imperador de Kentucky é pálido.
 
Logo, uma sentença definida (da forma geral "o F é G") se torna a seguinte frase quantificada existencialexistencialmente na lógica simbólica clássica (onde x e y são variáveis e F e G são predicados - no exemplo acima, F seria "é um imperador de Kentucky", e G seria "é pálido" -):
 
∃x[(Fx & ∀y(Fy → x=y)) & Gx]
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Informalmente, isso é lido como o seguinte: Alguma coisa existe com a propriedade F, há apenas uma coisa e essa única coisa também tem a propriedade G. Esse análise, de acordo com Russell, resolve os dois problemas anotados acima como relacionados as descrições definidas.
 
1. "A estrela da manhã nasce no início do dia" não mais precisa ser pensada como tendo uma forma de sujeito-predicado. Ao invés disso, é analisada como "Há uma única coisa tal que essa coisa é a estrela da manhã e ela nasce no início do dia". Logo, estritamente falando, as duas expressões "a estrela da manhã" e "a estrela do fim de tarde" não são sinônimas, então faz sentido elas não poderem ser trocadas (A descrição analisada da estrela do fim da tarde é "Existe uma única coisa que é uma estrela do fim da tarde e ela nasce no fim da tarde"). Isso resolve, o problema de [[Gottlob Frege]] das Identidadesidentidades Informativasinformativas.
 
2. Já que a frase "o atual imperador de Kentucky é pálido" não é uma expressão referencial, de acordo com a teoria de Russell, ela precisa não fazer referencia à uma entidade misteriosa e não existente. Russell disse que se não existir entidades X com propriedade F, a proposição "X tem propriedade G" é falsa para todos os valores de X.
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[[P.F. Strawson]] argumentou que Russell falhou em representar corretamente o que significa quando diz-se a sentença na forma de "o atual imperador de Kentucky é pálido". De acordo com Strawson, essa sentença não é contradita por "Ninguém é o atual imperador de Kentucky", para a antiga frase contém não uma inserção existencial, mas uma tentativa de usar "o atual imperador de Kentucky" como uma frase referencial(ou de denotação). Já que não há um atual imperador de Kentucky, a frase falha em referenciar a algo, e então a sentença não é nem verdadeira e nem falsa.
 
Outro tipo de contraexemplo que Strawson e filosóficosfilosófos seguintes construíram diz respeito àa Descrições definidas incompletas, que é uma sentença que tem a forma de uma descrição definida, mas não denota unicamente um objeto. Strawson dá o exemplo "a mesa está coberta com livros". Segundo a teoria de Russell, para tal sentença ser verdadeira deveria existir apenas uma mesa. Mas proferindo a frase como "a mesa está coberta de livros", está sendo feita referência à uma mesa em particular: por instância, uma que está por perto do leitor.
 
Duas amplas respostas foram construídas para esta falha: Uma aproximação semântica e uma pragmática. A aproximação semântica de filósofos como [[Stephen Neale]] sugerem que a sentença de fato não tem um significado apropriado para fazê-la ser verdade. Tal significado é adicionado à sentença devido ao contexto particular do leitor - que diz o contexto de estar em pé perto de uma mesa completar a sentença. [[Ernie Lepore]] sugere que essa aproximação trata Descrições definidas como expressões abrigando indícios escondidos, então o sentido de qualquer coisa descritiva sozinha fica incompleta e cabe a seu contexto de uso completá-la.
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Por exemplo, supondo que Smith foi brutalmente assassinado. Quando a pessoa que descobriu o corpo de Smith diz, "o assassinato de Smith foi insano", nós devemos entender isso como um uso atributivo de uma descrição definida "assassinato de Smith", e analisar a sentença de acordo com Russell. Isto é porque o descobrimento pode ter redigido a afirmação equivalentemente, "quem matou Smith é insano". Agora considere um outro locutor: suponha Jones, apesar de inocente, foi preso pelo assassinato de Smith e agora está em julgamento. Quando um reporter vê Jones falando sozinho do lado de fora da corte e descreve o que vê dizendo "O assassino de Smith é insano", nós podemos entender isso como o uso referencial da descrição definida, em que podemos reescrever equivalentemente as palavras da repórter como: "A pessoa que eu vi falando sozinha, e que eu acredito ser o assassino de Smith, é insano". Nesse caso, não devemos aceitar a análise de Russell como representação correta das palavras do repórter. Na análise de Russell, a sentença será entendida como a conjunção de:
 
1. Existe um x taotal que x assassinou Smith.
 
2. Não existe y, y não é igual a x, tal que y assassinou Smith