Hipótese da simulação: diferenças entre revisões

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==Origem==
Há um longo histórico filosófico e científico a respeito da tese de que a realidade é uma [[ilusão]]. Essa [[hipótese cética]] (que pode ser datada na filosofia ocidental até [[Parmênides de Eleia]], [[Zenão de Eleia]] e [[Platão]] e, na filosofia oriental, até [[Advaita Vedanta]] e seu conceito de [[Maya (filosofia)|Maya]]) sustenta o [[dualismo|dualismo mente-corpo]] de Descartes e é relacionada ao [[fenomenalismo]], uma posição brevemente adotada por [[Bertrand Russell]]. De forma geral, se tornou um tema importante na [[ficção científica]] e recentemente, sério assunto de estudo na [[futurologia]], em particular, para o [[transumanismo]], no trabalho de [[Nick Bostrom]]. A hipótese da simulação é assunto de sério debate acadêmico<ref name ="Bostrom 2003">Bostrom, N. , 2003, [http://www.simulation-argument.com/simulation.html Are You Living in a Computer Simulation?], Philosophical Quarterly (2003), Vol. 53, No. 211, pp. 243-255.</ref> no campo do [[transumanismo]].
 
Na sua forma atual, o argumento da simulação surgiu em 2003 com a publicação de um periódico por Nick Bostrom.<ref name="Bostrom 2003"/> Nick sustenta que o argumento vai além do [[ceticismo]], alegando que "...nós temos razões [[empiricismo|empíricas]] interessantes para acreditar que uma certa afirmação disjuntiva sobre o mundo é verdadeira", uma das preposições disjuntivas sendo a de que estamos quase certamente vivendo em uma simulação.<ref>[http://www.simulation-argument.com/faq.html The Simulation Argument Website] FAQ 3</ref> Tomando essa posição, poderia-se encarar a hipótese da simulação como um [[mundo possível]]. Nick e outros escritores postulam que existem razões empíricas para sustentar a validade da hipótese.<ref name= "Bostrom 2003"/><ref name = "Chalmers">Davis J. Chalmers [http://consc.net/papers/matrix.html The Matrix as Metaphysics] Dept of Philosophy, U. o Arizona; paper written for the philosophy section of the [[The Matrix|Matrix]] website.</ref> Na teologia, é relacionada à [[hipótese de Omphalos]]. O [[trilema]] de Nick é formulado em '''[[lógica temporal]]''', da seguinte forma:<ref name=Bostrom>[http://www.simulation-argument.com/matrix.html The Simulation Argument: Why the Probability that You Are Living in a Matrix is Quite High], [[Nick Bostrom]], Professor of Philosophy at [[Oxford University]], [[2003]]</ref>
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===Precedentes gregos===
[[Arquivo:Plato's allegory of the cave.jpg|thumb|left|Caverna de Platão]] '''
As origens do [[ceticismo]] podem ser traçadas ao início do século 5 antes de Cristo, na obra de [[Parmênides]] ''The Way of Truth'', na qual ele argumenta que a percepção diária da realidade do mundo físico é errônea, e que a realidade do mundo é um todo imutante, não-gerado e indestrutível.<ref>[http://www.ontology.co/parmenides.htm Parminedes' ''Way of Truth'': The First Enquiry in Being]</ref> [[Zenão de EléiaEleia]] postulou três [[Paradoxos de Zeno|paradoxos]] a respeito da natureza do movimento do questionamento da realidade que vemos ao nosso redor. No último trabalho, ''Paradox of the Arrow'', ele sugere:
<blockquote>''Se tudo, enquanto ocupa um mesmo espaço, está em repouso, e se aquilo que está em movimento está sempre ocupando algum espaço em algum momento, a flecha voadora é, logo, imóvel.''<ref>[[Aristotle]]|[[Physics (Aristotle)|''Physics'']] VI:9, 239b5 (''If everything when it occupies an equal space is at rest, and if that which is in locomotion is always occupying such a space at any moment, the flying arrow is therefore motionless.'')</ref></blockquote>
Tomar tais paradoxos juntamente parece suportar a doutrina de [[Parmênides]] de que "tudo é um" (''all is one'') e de que, ao contrário da evidência de nossos sentidos, o movimento não é nada além de uma ilusão. Os desafios apresentados pelos paradoxos podem ser enfrentados com o uso do [[cálculo]]; entretanto, até recentemente, nos [[anos 50]], variantes destes paradoxos ainda causavam confusão. (veja, por exemplo, a [[Lâmpada de Thomsom]], um paradoxo proposto por J.F.Thomson.<ref>Tasks and Super-TasksJ.F.Thomson, (1954), Analysis, Vol. 15, No. 1 (Oct., 1954), pp. 1-13