Interseccionismo: diferenças entre revisões

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Nesta "Antologia do Interseccionismo", nunca editada, Pessoa pensava publicar o "Manifesto (''Ultimatum'', aliás)" e obras de [[Mário de Sá-Carneiro]], de [[Armando César Côrtes-Rodrigues|Armando Côrtes-Rodrigues]], de [[Alfredo Pedro Guisado]], de ''[[Álvaro de Campos]]'', e "''O Interseccionismo explicado aos inferiores''. (É aquela explicação do Interseccionismo por meio de gráficos que, uma vez, na [[Café A Brasileira (Lisboa)|''Brasileira'']], lhe deliniei. Recorda-se?)".<ref>''Idem'', pp. 126-127.</ref> No rascunho de uma carta para o amigo e poeta [[Armando César Côrtes-Rodrigues| Côrtes-Rodrigues]], de 21 de Novembro de 1914, Pessoa escreveu: "O Interseccionismo é, primeiro, uma ''aproximação de outra gente'', um chinfrim de escola assumida por mim, vindo cair sobre mim os sibilados da dos outros."<ref>Fernando Pessoa, ''Escritos Autobiográficos, Automáticos e de Reflexão Pessoal'', edição e posfácio de Richard Zenith com a colaboração de Manuela Parreira da Silva, traduções de Manuela Rocha, Lisboa, Assírio & Alvim, 2003, p. 149.</ref>
 
Após a publicação do primeiro número da revista ''[[revista orpheu|ORPHEU]]'', em Março de 1915, e do consequente escândalo literário que causou, Fernando Pessoa escreveu uma carta, em 4 de Junho de 1915, ao director do ''[[Diário de Notícias]]'', aassinando qual assinoucomo [[Álvaro de Campos]], "engenheiro e poeta sensacionista", na qual protestava contra uma crítica publicada dias antes no jornal:
 
::"A atitude principal do futurismo é a Objectividade Absoluta, a eliminação, da arte, de tudo quanto é ''alma'', quanto é sentimento, emoção, lirismo, subjectividade em suma. O futurismo é dinâmico e analítico por excelência. Ora se há coisa que [seja] típica do Interseccionismo (tal é o nome do movimento português) é a subjectividade excessiva, a síntese levada ao máximo, o exagero da atitude estática. «Drama estático», mesmo, se intitula uma peça, inserta no 1.º número do ''Orpheu'', do sr. Fernando Pessoa. E o tédio, o sonho, a abstracção são as atitudes usuais dos poetas meus colegas naquela brilhante revista.