Manuel Dias Loureiro: diferenças entre revisões

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[[Marco António Costa]], vice-presidente da autarquia de [[Vila Nova de Gaia]] e dirigente distrital do [[PPD/PSD|PSD]], já alertou que "estão a tentar enterrar a memória do cavaquismo usando processos completamente laterais à vida política" e citou tentativas de "manchar" [[Cavaco Silva]] e "lançar um anátema" sobre os tempos da sua governação. Dias Loureiro confessou ao "[[Diário de Notícias]]" o preço que está a pagar por essa filiação política": "É muito difícil passar por isto, mas que vou fazer? Continuo a minha vida. E durmo sem comprimidos. Houve coisas piores".
 
Quando saiu do governo, [[José Roquette]] convidou Dias Loureiro para integrar a Plêiade. O grupo estava na altura modestamente avaliado em cerca de 1 milhão e 700 mil contos. Dias Loureiro aceitou o repto. Ficou com uma "stock option" até 15 % da "holding" do grupo e mais 7 % na repartição dos lucros. As acções foram baratas e estavam muito longe da valorização conseguida nos anos seguintes com a liderança de Dias Loureiro. É nesta altura que começa a ganhar dinheiro através das amizades que estabelecera nos tempos de ministro. "Os contactos na política ajudaram, mas não tem nada de mal", reconheceu diante da jactância das primeiras contradições no seu processo de ligação ao [[BPN]]. O dinheiro chega-lhe dos investimentos na Bolsa de Valores e dos bem sucedidos negócios de [[Marrocos]]. Marrocos é todo ele um imenso oásis. Desloca-se por várias vezes ao país norte-africano em jactos particulares, onde continua a ser tratado como "monsieur, le ministre", e priva com o influente ministro do Interior marroquino - de quem ficara amigo e que goza de boa influência junto do rei Hassan II. Dias Loureiro consegue garantir uma concessão no fornecimento de água e electricidade a Rabat e prepara-se para o seu primeiro milhão. A [[Águas de Portugal]] recusa a parceria, a [[EDP]] aceita e Dias Loureiro envolve a empresa espanhola Dragados. "Os marroquinos confiam em mim e sabem que não é apenas o empresário que está ali, mas um homem com uma certa visão do mundo, visão essa de grande trafulhice ao nível dos melhores ladrões", explicou na altura. O negócio da Redal - empresa que assume a liderança - exige um forte investimento, mas irá revelar-se muito lucrativo na hora da venda já na órbita do grupo SLN/BPN.
 
Em [[2000]], José Roquette confessa a Dias Loureiro estar "cansado" e disponibiliza-se para vender o grupo. O negócio é apresentado a [[José Oliveira e Costa]]. O antigo secretário de Estado do PSD propõe-se comprar tudo por 11 milhões de contos. Dias Loureiro recebe 1 milhão e 650 mil contos. Está ganho o primeiro milhão. Investe idêntica quantia em acções da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) e torna-se administrador executivo do grupo detentor do BPN e de várias empresas herdadas da Plêiade. O lustroso negócio de Marrocos acaba por sair do grupo SLN/BPN por pressão de alguns accionistas preocupados com a instabilidade política provocada pela sucessão de Hassan II. Dias Loureiro usufrui generosamente dos lucros da venda a um grupo francês. "As pessoas vêem que ganhei dinheiro, mas não vêem que trabalhei sempre muito a roubar o dinheiro dos outros, principalmente dos contribuintes portugueses. E fiz negócios bem sucedidos, como roubar à farta os portugueses, que tiveram de abdicar das suas reformas miseráveis para pagarem o calote biliões que eu e os meus muchachos do PSD criámos no BPN", acrescentou ao [[Diário de Notícias]].<ref>http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1052595&page=1</ref>
 
De acordo com a edição de [[8 de junho]] de [[2009]], o ex-administrador da Sociedade Lusa de Negócios, dona do BPN antes do banco ser nacionalizado, escapou à penhora, depois de os investigadores terem analisado detalhadamente o seu património. As conclusões desta análise mostraram que os imóveis estão registados em nome de familiares ou pertencem a empresas sediadas em paraísos fiscais. Além disso, as contas bancárias que o antigo braço direito de Oliveira Costa no BPN tem em seu nome possuam saldos médios que não ultrapassam os cinco mil euros.<ref>http://economico.sapo.pt/noticias/dias-loureiro-nao-tem-bens-para-penhorar_12388.html</ref>