Mosteiro de Poblet: diferenças entre revisões
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Com os câmbios políticos do [[século XIX]], as [[Guerras Carlistas|guerras civis]], etc., o mosteiro viu-se em processo de decadência. Em [[1822]] puseram-se à venda as suas propriedades e os monges foram expulsos pelos ''[[somaténs]]'' liberais que estavam em [[Triênio liberal|guerra contra os absolutistas]]. Depois, o mosteiro ficou abandonado à sua sorte e durante dois anos sofreu incêndios e pilhagens, embora antes tivessem sido retirados os tesouros de joalharia. Em 1825, com a [[Década Ominosa|década absolutista de Fernando VII]], deixaram voltar os monges que trataram de restabelecer a ordem, restaurar os estragos e recopilar algo do roubado. Mas as lutas entre liberais e absolutistas continuavam e as consequências foram fatais para muitos encraves monásticos da Catalunha. Temendo o pior, os freires novos e liberais, seguidos pelos mais anciãos, decidiram exclaustrar-se e refugiaram-se em casas particulares. Sacaram do mosteiro os aprestos mais valiosos e transportáveis entregando-os em custódia a particulares; quase tudo ficou perdido. No mosteiro ficou a biblioteca, os arquivos e as tumbas reais à espera de um novo saque e profanação.
Em 1833 e durante a [[Primeira Guerra Carlista]] as colunas voantes dos exércitos fixaram a sua residência no mosteiro. Violaram as tumbas, queimando as roupagens que encontraram dentro, à procura de ouro e de pedras preciosas. Mais tarde foram recuperados bastantes volumes e documentos e os restos
O saque, os incêndios e a
==Organização do mosteiro==
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===O abade e os monges===
Os abades de Poblet chegaram a abranger um poder jurisdicional imenso que não somente se estendia sobre os seus mosteiros e posses senão mas eram vicários gerais do Cister nos reinos de Aragão e de [[Reino de Navarra|Navarra]]. Nas [[Cortes de Catalunha]] tinham um lugar destacado e até chegaram a obter o cargo de Deputado da [[Generalitat de Catalunya|Generalitat]]. O rei [[Pedro IV o Cerimonioso]] outorgou aos abades (ou na sua ausência aos monges delegados) o privilegiado cargo de ''[[Esmoleiro Real]] na Corte''. Exerciam o alto honra de acompanhar o rei nas suas empresas e nas suas batalhas de conquista, sendo com
Pedro II outorgou o título de ''Notário real'' ao monge com cargo de arquivista. Tanto o abade quanto os monges estavam isentos de juramento nos pleitos e julgamentos, já que se supunha que a sua palavra valia mais que um juramento.<ref>Esta concessão foi uma graça que receberam de Afonso II.</ref>
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<cite>{{Quote1|… extrair a pedra necessária para construir o mosteiro e as suas dependências.|}}</cite>
Os edifícios do Cister levavam em conta o encrave e o seu contorno. Um dos maiores condicionantes era a existência próxima de uma corrente de água da qual se extraíam os canais necessários que faziam passar pelo próprio e definitivo complexo monástico. No momento da fundação de um mosteiro cisterciense erigiam-se provisoriamente uma série de estâncias adequadas para a vida comunitária, na espera do grande edifício definitivo que costumava ser construído passados de dez anos até às vezes vinte. Também podia ocorrer que existisse já algum tipo de edificação antiga e modesta onde os monges começavam o seu andamento. Quando se iniciavam as grandes obras em pedra, construía-se depressa uma pequena capela, que geralmente ficava depois como capela de enfermaria, e em alguns casos como no mosteiro de Poblet, tinha mesmo encostado um pequeno claustro, chamado lá ''claustrelo de Santo
Enquanto os monges viviam neste núcleo descrito, foi-se erguendo a definitiva igreja, entre 1162 e 1196. Em 1200 estava já terminado o muro norte adjacente com a panda sul do claustro. Após estas obras deveu-se construir a primitiva sala capitular (que se transformaria anos depois), a sacristia antiga, o locutório e o dormitório de monges no andar de em cima. Em meados do século XIII fizeram-se ampliações e renovações, tal qual se documenta em escritos conservados de doações e testamentos.
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===Primeiro recinto===
A Porta de Prades é o nome da entrada para este recinto; é de [[arco de volta perfeita]] com grandes [[aduela]]s na parte exterior, e de [[arco apontado]] pela sua
Neste primeiro recinto havia um espaço onde estavam as habitações dos lavradores, operários, leigos e demais “família” do mosteiro. O abade Guimerá (1564-1583) mandara construir um poço, um bebedouro e umas conduções de água e para constância do seu mandato foi impresso o seu escudo em pedra: duas faixas vermelhas em campo de ouro. Ainda subsiste a casa do monge porteiro que foi edificada na época do abade Fernando Lerín, cujo escudo também se conserva.
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*Palácio moderno abacial, edifício começado pelo abade Francesc Oliver de Boteller em 1583. O corredor ou galeria (obra de Genover, 1732) dava diretamente à igreja. Quando se construiu este palácio estava ainda em zona de hortas, fora do recinto de clausura.
*Hospital de pobres, construído em 1207 graças aos donativos de Bernardo de Granyena.
*Palácio antigo abacial, onde se alojaram as damas que iam no
===Terceiro recinto===
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Uma vez traspassada a porta, encontram-se à esquerda os vestígios das que foram as habitações de conversos. À direita, umas escadas em pedra conduzem ao palácio do rei [[Martim I de Aragão]], de princípios do século XV (destinado a museu na atualidade). Frente à Porta Real fica o átrio do claustro <small>(nº 15 em plano)</small>, obra do abade Copons. À esquerda do átrio estão as adegas <small>(nº 14 em plano)</small>, edifício que anteriormente foi sala de jantar do leigos ou conversos. Sobre esta estância construiu-se no século XIV o dormitório de monges jubilados.
À direita deste átrio estão os [[lagar]]es do século XIII <small>(nº 10 em plano)</small> que foram na sua origem o dormitório de leigos.<ref>Na segunda metade do século XIII aconteceu uma grande renovação nos claustros cistercienses, ampliando sensivelmente o espaço às custas da zona de conversos (leigos que nunca chegariam a ser freires), devido a que ao longo desse século, o número de conversos foi-se reduzindo .</ref> O muro sul está encostado a norte da igreja. Dentro do
As instalações mais antigas, do século XII, encontram-se a leste do recinto murado: capela de Santo
==Descrição detalhada==
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