Morgado de Santiago: diferenças entre revisões

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A Casa de Sam Thiago, ou Casa de Santiago é um casa nobre, edificada em meados do século XVII, em [[Custoias (Matosinhos)|Custóias]], no concelho de [[Matosinhos]], outrora parte do morgadio e do vínculo de Sam Thiago, pertencente à família Gonçalves Lopes. Magnífico exemplo da [[Palácios de Portugal|arquitectura civil]] desde período e do poder económico que algumas famílias conseguiram alcançar nessa época, a [[casa de Sam Thiago]] é um dos imóveis mais belos e emblemáticos da freguesia de [[Custoias (Matosinhos)|Custóias]]. O conjunto arquitectónico é rodeado por belos jardins e possui uma casa senhorial e uma capela privada anexa às dependências, dedicada a [[Santiago Maior|São Tiago]].
 
A casa nasceu a partir de um terreno que pertencia ao [[Leça do Balio|Bailiado de Leça]] e que em 1604 era conhecido pelo nome de Meio Casal de Justa Gonçalves. Nesta época, era constituída por uma exploração agrícola de boas dimensões, com casa de sobrado, cozinha, aidos e celeiro. Aparece em [[1717]] na posse de João Dias da Silva. Com o casamento de sua filha D. Ana Maria Dias com Domingos Gonçalves Lopes, é instituído o regime de [[Morgado|morgadio]]. José Gonçalves Lopes, o filho do casal, tornou-se [[capitão-mor]] da Baliagem de Malta e administrador da Casa, Morgadio e Vínculo de S. Thiago. Casou-se com D. Ana Maria de Jesus da Silva, filha do [[Ordenanças|Capitão das Ordenanças]] Manuel da Silva Guimarães e de D. Antónia Maria Martins, senhores das Quintas do Rio e da Devesa, em [[Ramalde]]. Em [[1804]], ainda pertencia à família Gonçalves Lopes, quando Domingos Gonçalves Lopes (II), filho do anterior, também capitão-mor e administrador da casa, apresenta às instâncias régias um [http://digitarq.arquivos.pt/details?id=3909234 Processo de Justificação de Nobreza] com o fundamento de que era descendente das antigas casas da [[Nobreza de Portugal|nobreza]] do Reino, tais como os [[Silva (sobrenome)|Silvas]], Lopes, Dias e [[Martins (sobrenome)|Martins]], sendo autorizado o uso de respectivo [[brasão]]<ref>{{citar livro|titulo=Pedras de Armas de Matosinhos|ultimo=Laura Moreira|primeiro=Alberto de|editora=C.M. de Matosinhos|ano=1960|local=Matosinhos|paginas=|acessodata=}}</ref>. Ainda hoje podemos apreciar a pedra de armas alçada sobre o portão principal, em curiosa forma elíptica, no qual estão representadas, no campo esquerdo, as armas dos Lopes, de João Lopes (palmeira e um corvo de asas estendidas pousado nela), com uma brica de prata e, no campo direito, as armas dos Silvas (um leão armado lampassado). Interessante notar que na capela-jazigo desta família, no [[Igreja da Lapa (Porto)|Cemitério da Lapa]], no [[Porto]], o brasão segue o modelo francês e encontra pendentes as insígnias das [[Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa|Ordens de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa]] e [[Ordem de Cristo|de Cristo]]<ref>{{citar livro|titulo=Pedras de Armas do Porto|ultimo=Cunha|primeiro=Manuel|editora=|ano=2014|local=|paginas=|acessodata=}}</ref>.
 
Apesar dos sucessivos aumentos de terças, tais como as Quintas da Glória, no lugar da Ermida e de São Félix de Picoutos, o morgado de [[casa de Sam Thiago|Sam Thiago]] entra em decadência, o que vai obrigar a venda da propriedade, até aqui cabeça do morgadio, e por especial mercê régia, em [[1850]], à abastada família portuense Pestana da Silva, que ainda hoje a conserva. Ainda assim, o morgadio subsistiu e só foi extinto em 1863, em razão da extinção de todos os [[Morgado|morgadios]], por carta de Lei do rei [[Luís I de Portugal|D. Luís]].