Realismo: diferenças entre revisões

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| caption2 = Antero de Quental
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A primeira manifestação do realismo literário em Portugal deu-se inicialmente após 1865, devido à polêmica [[Questão Coimbrã]] e às [[Conferências do Casino]], como resposta à artificialidade, formalidade e aos exageros do [[romantismo]] de uma sentimentalidade mórbida.<ref>{{Citar livro |sobrenome=Almeida Tôrres |nome=Artur de |título=Literatura e gramática: para os exames vestibulares nas Faculdades de Direito e Filosofia |subtítulo= |idioma=português |edição=4 |local= |editora=Editôra Fundo de Cultura |ano=1945 |página=28 |páginas= |volumes= |isbn= }}</ref> Nas palavras de [[Teófilo Braga]] “a dissolução do romantismo”. Nela se manifestaram pela primeira vez as novas ideias e o novo gosto de uma geração contemporânea que reagia contra o marasmo em que tinha caído o romantismo.<ref>{{Citar livro |sobrenome=Furlan |nome=Stélio |título=Romantismo E Realismo Na Literatura Portuguesa |subtítulo= |idioma=português |edição= |local= |editora=IESDE BRASIL SA |ano= |página=186 |páginas= |volumes= |isbn=8576388952 }}</ref> [[Eça de Queirós]] é apontado, junto a [[Antero de Quental]], como o autor que introduz este movimento no país junto ao naturalismo, sendo o romance social, psicológico e de tese a principal forma de expressão. Antero de Quental era o líder dos jovens poetas coimbreses, ele respondeu o texto de [[António Feliciano de Castilho]], que com seu livro ''Poema da Mocidade'' (1865) fazia um posfácio com duras alusões à geração de jovens da Universiade de Coimbra — especialmente ao próprio Antero, a [[Teófilo Braga]] e [[José Cardoso Vieira de Castro|Vieira de Castro]] — com o texto da polêmica do ''Bom Senso e Bom Gosto''.<ref>[[Massaud Moisés|Moisés, Massaud]]. ''A literatura portuguesa através dos textos''. Editora Cultrix, 1998. pp. 323. ISBN 8531602327</ref><ref>[http://books.google.com.br/books?id=_PO_XlBqsQEC&pg=PA184&dq=Antero+de+Quental+Bom-senso+e+Bom+gosto&hl=pt-BR&sa=X&ei=QklAU8zkHurH0AHOqIDgBg&ved=0CDoQ6AEwAg#v=onepage&q=Antero%20de%20Quental%20Bom-senso%20e%20Bom%20gosto&f=false Furlan, pp. 184.]</ref> Já o realismo literário de Eça de Queirós no romance ''O Crime do padre Amaro'' faz uma crítica violenta a vida social portuguesa, denuncia a corrupção do clero e da hipocrisia dos valores burgueses. Com exceção de Teófilo Braga, que permaneceu fiel à filosofia positivista, os realistas evoluíram de uma posição de crítica radical para uma visão mais humanistas das artes e da literatura.<ref>[http://books.google.com.br/books?id=_PO_XlBqsQEC&pg=PA208&dq=Realismo+em+Portugal+cr%C3%ADtica+a+Burgueses&hl=pt-BR&sa=X&ei=o0FAU_6vGqHa0QHrxoCAAw&ved=0CDwQ6AEwAg#v=onepage&q=Realismo%20em%20Portugal%20cr%C3%ADtica%20a%20Burgueses&f=false Furlan, pp. 208.]</ref><ref>Marino do Nascimento, Luciana. ''Tempo de Ensaio: Múltiplos Olhares Sobre o Literário Ensaios de Graduandos Em Letras''. Letra Capital Editora LTDA, 2013. pp. 208. ISBN 8577852407</ref>
 
O segundo episódio verificou-se em [[1871]] nas [[Conferências do Casino]] (ou Conferências Democráticas do Casino). Nessa nova manifestação da chamada [[Geração de 70]], os contornos do que seria o realismo apareceram desenhados com maior nitidez, especialmente através da conferência realizada por Eça de Queirós intitulada ''O realismo como nova expressão da arte''.<ref>{{citar web |url=http://www.infopedia.pt/$conferencias-democraticas-do-casino-lisbonens |título=Conferências Democráticas do Casino Lisbonense |acessodata=10 de fevereiro de 2014 |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra=Porto Editora |publicado=Infopédia |páginas= |língua= |língua2=pt |língua3= |lang= |citação= }}</ref> Sob a influência do [[Cenáculo]], e da sua figura central, Antero de Quental, Eça funde as teorias de [[Taine]], do [[determinismo]] social e da [[hereditariedade]] com as posições estético-sociais de [[Proudhon]]. Atacando o estado das letras nacionais e propôs uma nova arte, uma arte revolucionária, que respondesse ao "espírito dos tempos" (''[[zeitgeist]]''), uma arte que agisse como regeneradora da consciência social, que pintasse o real sem floreados. Para Eça só uma [[arte]] que mostrasse efectivamente como era a [[realidade]], mesmo que isso implicasse entrar em campos sórdidos, poderia fazer um [[diagnóstico]] do meio social, com vista à sua cura. Assim reagia contra o espírito da [[arte pela arte]], visando mostrar os problemas morais e assim contribuir para aperfeiçoar a Humanidade. Com este [[cientificismo]], Eça de Queirós já situava o realismo na sua posição extrema de [[naturalismo]].