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[[Ficheiro:Horta_150706_REFON.jpg|thumb|right|250px|Camponês em pequena [[propriedade rural]] em [[Avaré]]]]
 
O '''Campesinato''', cujo indivíduo chama-se '''Camponês''', é o indivíduoconjunto de [[grupos sociais]] de [[agricultura familiar|base familiar]] que se dedica àsa atividades ruraisagrícolas, notadamentecom àgraus diversos de autonomia. Caracteriza-se pelo [[produçãotrabalho]] em[[familiar]],(eventualmente baseempregando [[familiatrabalho assalariado|trabalhadores assalariados]]r), muitaspor vezester ema [[economiapropriedade dos instrumentos de subsistência]]trabalho, compela autonomia total ou parcial na gestão da [[propriedadeatividade rural|propriedade]],e sendopor geralmenteser proprietário dos instrumentosdono de trabalho e detentor (emuma parte ou nada totalidade) dosda frutos do seu trabalhoprodução.<ref name=Sandroni>[[Paulo Sandroni|SANDRONI, Paulo]] ''Novíssimo Dicionário de Economia'' [http://wwwpt.scribd.com/doc/6965717/Paulo-Sandroni-NOVISSIMO-DICIONACIRIO-DE-ECONOMIA "Campesinato"]. ''NovíssimoBest DicionárioSeller, de1999, Economia'']p. 76.</ref>
 
Muitas vezes o trabalho ocorre em [[economia de subsistência]], com autonomia total ou parcial na gestão da [[propriedade rural|propriedade]], sendo geralmente proprietário dos instrumentos de trabalho e detentor (em parte ou na totalidade) dos frutos do seu trabalho.<ref>[[Paulo Sandroni|SANDRONI, Paulo]] [http://www.scribd.com/doc/6965717/Paulo-Sandroni-NOVISSIMO-DICIONACIRIO-DE-ECONOMIA "Campesinato". ''Novíssimo Dicionário de Economia''].</ref>
<ref>[http://www.dictionaryofeconomics.com/article?id=pde2008_P000048 "Peasants". ''The New Palgrave Dictionary of Economics Online''.]</ref>
 
==O camponêsHistória medieval==
Na [[Europa]], durante a vigência do [[feudalismo]], a maior parte dos camponeses era formada por [[servos|servos da gleba]], isto é, trabalhadores que, embora não fossem [[escravos]], não podiam jamais abandonar a terra onde trabalhavam. Muitos deles descendiam de antigos [[colono]]s ou de [[escravo romano|escravos romanos]], que na época de [[Carlos Magno]] se igualaram na condição de servos. Alguns haviam sido pequenos proprietários de terra - ainda relativamente numerosos até o [[século XI]]. Em razão das constantes ameaças de guerras e invasões, a maioria deles acabou entregando suas terras a um [[senhor feudal]], ou à Igreja, em troca de proteção. Outros, conhecidos como [[vilões]], eram servos livres, isto é, tinham o direito de deixar a terra, mas também se submetiam ao pagamento da [[Talha (tributo)|talha]] e da [[corveia]] aos senhores.
 
[[Imagem:Prokudin-Gorskii-08.jpg|thumb|250px|Jovens mulheres oferecem frutas para os visitantes do seu [[izba]], 1909. Aqueles que tinham sido servos entre os camponeses russos foram [[Reforma Emancipadora de 1861 na Rússia|emancipados em 1861]]. Fotografado por [[Sergey Prokudin-Gorsky]].]]
A maior parte dos camponeses era formada por [[servos]] da [[feudo|gleba]], isto é, trabalhadores que, embora não fossem [[escravo]]s, não podiam jamais abandonar seus lotes de terra. Muitos deles descendiam de antigos colonos ou de [[Escravidão na Roma Antiga|escravos romanos]], que na época de [[Carlos Magno]] se igualaram na condição de servos. Outros servos originaram-se de pequenos proprietários de terra, que ainda eram relativamente numerosos até o [[século XI]]. Por causa das constantes ameaças de guerras e invasões, a maioria acabou entregando suas terras a um nobre [[feudal]], ou à [[Igreja]], em troca de proteção. Entre eles, alguns tornavam-se servos, outros, conhecidos como [[vilões]], eram servos livres, isto é, tinham o direito de deixar a terra, mas também se submetiam a uma série de obrigações, especialmente o pagamento aos senhores da [[Talha (tributo)|talha]] e da [[corveia]].
 
O campesinato foi perdendo espaço na Europa, a partir da introdução de [[relações de produção]] [[capitalista]]s no campo. Na [[Inglaterra]], por exemplo, praticamente desapareceu. No [[Brasil]], tem tido um papel importante nas regiões de expansão da [[fronteira agrícola]], no [[Norte do Brasil|Norte]] e no [[Centro-Oeste do Brasil|Centro-Oeste]], enquanto que, nas regiões de ocupação agrícola consolidada e produção voltada à exportação, a maioria dos camponeses se incorporou ao [[proletariado]] rural, constituído por trabalhadores assalariados itinerantes - os chamados [[Boia-fria|"boias frias"]].<ref name=Sandroni />
==No Brasil==
 
===No Brasil===
 
O termo "camponês" difundiu-se no Brasil nos [[anos 1950]] pela via política, com as [[Ligas Camponesas]]. O objetivo era dar unidade de [[classe social|classe]] à diversidade das populações agrárias não [[propriedade|proprietária]]s de terras e não [[proletário|proletária]]s. O camponês então neste contexto é percebido como sujeito social desprovido da terra e não [[salário|assalariado]], ou seja, era uma outra categoria. Cria-se então a necessidade de saber de quem se estava falando. Com efeito, o termo "camponês" apontava para a construção de um sujeito histórico e um sujeito político, sendo incorporado pelo discurso acadêmico, que em geral percebia as populações rurais somente na dimensão econômica, como uma atividade, e não como um mundo entrecortado de relações sociais e com estreita relação com o urbano. Convém ressaltar que o camponês genérico não existe, variando segundo as suas particularidades, diferenças regionais, relações de produção, de poder,cultura etc..
 
===As Populações rurais===
Quando se fala em populações rurais, não se fala apenas em um universo econômico da [[produção]], mas em um circuito de [[relações sociais]] mais amplo.