Fragoso (Barcelos): diferenças entre revisões

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Texto e notas
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* '''''Doação de D. Dinis''''' – Em 1301, D. Dinis, 6º Rei de Portugal, pretendendo recompensar o seu físico (médico) Mestre Martinho, cónego das Sés de Braga e de Lisboa, pelos muitos serviços prestados, doou-lhe, conjuntamente com a Rainha D. Isabel, sua mulher, e com o filho comum D. Afonso, a Igreja de Santa Maria de Abade (de Neiva) e a Ermida de S. Vicente de Fragoso com todos os direitos, usos, pertenças e costumes. D. Dinis manteve o legado pio de D. Afonso Henriques, acrescentando mais algumas obrigações. Mestre Martinho, na qualidade de Prior da Igreja de Santa Maria de Abade, viria instituir em 1310 uma ‘pequena’ colegiada e um hospital<ref>José Marques, ''A Colegiada e Hospital de Santa Maria de Abade de Neiva nos Séculos XIV e XV'', Barcelos-Revista, nº 4, 1993, pp. 5-31</ref>. Manteve-se como Prior da Colegiada até 1317, ano em que foi nomeado Bispo da Guarda.
 
* '''O Couto de S. Vicente após a Doação''' – A partir de 1301, o couto ficou cindido em duas partes: de um lado a Ermida de S. Vicente designada Igreja/Freguesia, pertença do Rei segundo as Inquirições, e do outro a Igreja de S. Pedro, pertença dos moradores. Todavia, na qualidade de donatário, D. Martinho, e posteriormente os seus sucessores, passaram a ser os Ouvidores do Couto para quem os moradores deviam apelar antes de formalizarem qualquer recurso para o Rei. Outro facto que ocorreu foi o de os enterramentos das pessoas falecidas no Couto de Fragoso passarem a ser sepultadas em Santa Maria de Abade. Com a construção, em finais do séc. XV para o início de XVI, da nova igreja de S. Pedro, no sítio da atualactual, e respetivorespectivo adro para cemitério foi concedido o enterramento em Fragoso mediante o pagamento de 180 réis a Santa Maria de Abade (direito de cabeceira)<ref>J. J. Saleiro Beirão, ''Fragoso – Um Couto em terras de Neiva'', 2002, pág. 75.</ref>.
* Pesquise na Internet: Couto de Fragoso-corrigenda.pdf
 
* '''A Câmara do Couto''' – A Carta de Couto de D. Afonso Henriques viria a dar origem a um Município Rural, onde o juiz, com os restantes eleitos e mais oficiais, constituía a Câmara do Couto. Os juízes eram eleitos de três em três anos, um para cada ano, pelos moradores do Couto na Câmara de Barcelos que se limitava a confirmá-los em ata. Era sua competência fazer montarias, correição no açougue, vendas e moendas, estradas e chancelarias, demolir tomadias e fazer coimas (no caso de incumprimento de posturas)<ref>Alvará de D. José de 12 de Abril de 1760</ref>. Este poder sobre as tomadias, ou seja sobre o monte de Fragoso, deu origem a muitos conflitos com a Câmara da então Vila de Barcelos. A Coroa precisava de dinheiro e cobrava a terça parte sobre quase todas as receitas dos municípios. A Câmara de Barcelos encontrava-se também com dificuldades financeiras. Isso levava-a a fazer uma grande pressão sobre os oficiais de Fragoso com intenção de se apoderar dos montados para fazer tomadias e obter receitas com a sua venda. Recorreram então os moradores para a Relação da Casa do Porto tendo sido emitido pelos seus juízes em 1780.11.09 um acórdão favorável aos moradores do Couto porque os montados pertenciam à Casa de Bragança e esta não se havia pronunciado sobre negócio que lhe estava afetoafecto<ref>P.e Joaquim Gonçalves Gomes Beirão, ''Para a História deste Distrito'', in Diário do Minho, 1928.09.18.</ref>. E assim, contra as Ordenações do Reino, os moradores de Fragoso continuaram isentos do pagamento da Terça.
* '''Ensino –''' Por Resolução Régia de 16 de Agosto de 1779, D. Maria I colocou no Couto de Fragoso Manuel Plácido de Paiva como ‘mestre da cadeira de ler e escrever (sic)’. Com o tempo, estes mestres passaram a ser denominados ‘mestres de primeiras letras’, ‘mestres de ler, escrever e contar’ e ‘professores do ensino primário’. Entre o professor Manuel P. de Paiva e o último professor régio colocado em Fragoso, José António de Oliveira, com alguma vacatura temporária da cadeira, houve mais oito professores tendo sido alguns deles reconduzidos. Leccionavam, pelos elementos conhecidos, na casa onde habitavam como aconteceu com o professor José António Correia Meira que em 1834.04.19 informou a Câmara que a sua aula era no lugar do Penedo Nº. 251<ref>Actas da Câmara de Barcelos desde 1780 a 1886. Nomeações transcritas por J. J. Saleiro Beirão, Fragoso – O Couto de S. Vicente / O Lugar de Cardoso, 2014, pág. 79.</ref>. Também, por Inquérito de 1875 à instrução primária no distrito de Braga, sabemos que o P.e José Martins da Cruz leccionava na sua casa no lugar das Cortinhas<ref>José Joaquim Sottomaior Faria, A Instrução Primária no Distrito de Braga, 1878-1890, Instituto de Inovação Educacional, Lisboa,1998, pág. 277</ref>. Foi José António de Oliveira, na qualidade de último professor régio, a fazer a transição da Monarquia para a República. Leccionou na casa de Manuel José Vieira, lugar da Sá, tendo entretanto construído um salão na sua Casa do Poço, também na Sá, que funcionou como escola até à inauguração da Escola Primaria em 1949 no lugar da Igreja. Ambas as casas se situam actualmente na Rua Prof. José António de Oliveira.
* A escola para o sexo feminino, pedida pela Junta de Paróquia em 1902.05.19, começou a funcionar em 1912.11.03 no lugar da Bouça nos altos da casa de Miguel da Costa Sá Neiva tendo posteriormente passado para a Mourinha para uma casa que havia sido do P.e Manuel das Neves, natural de Fragoso, que, conjuntamente com os devotos do lugar da Sá (Fragoso e Aldreu), erigiu, no alto de Aldreu, a Capela de Nossa Senhora do Pilar cuja devoção e veneração ainda hoje se vive. Tem no frontispício o ano de 1698, datando a escritura de ‘doação e dote’ de 1697.09.16. <ref>Arq. Dist. Braga, U. M., (Escritura de) Doação que fez o P.e Manuel das Neves, de Fragoso, Tabeliães de Barcelos, José Leite de Faria, liv. 760, fls. 57v-58. Ibidem, Registo Geral, Obrigação à Fábrica da Capela de Nossa Senhora do Pilar, sita na freguesia de Aldreu, que instituiu o P.e Manuel das Neves, liv 31, fls. 259v-261v. (Cópia da escritura entregue no Arcebispado de Braga para obtenção de licenças essáriasnecessárias).e ‘doação e dote’ de 1697.09.16.</ref>.
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==Património==
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*Igreja
*Capelas
*'''Ponte sobre o Rio Neiva''' – Embora, na origem, possa tratar-se de uma ponte romana, o restauro da actual remonta aos séculos XVI-XVII. Esta ponte está referida no Tombo da Ermida de S. Vicente de Fragoso de 1493-94<ref>J. J. Saleiro Beirão, Tombos da Igrejas de Fragoso, 2008, pág. 127.</ref>. Por aqui passava uma via romano-medieval que ligava Barca do Lago (Gemeses), a Barco do Porto (Cardielos/Serreleis)<ref>Carlos Alberto Ferreira de Almeida, Arquitectura Romana Entre Douro e Minho, Dissertação de Doutoramento em História da Arte, Porto, 1978, pág. 158.</ref> De notar que em Barca do lago havia uma barca por Deus, ou seja, paga por benfeitores. Aqui fazia escala a Mala-Posta e passavam peregrinos de Santiago de Compostela<ref>Adélio Marinho Macedo e José António Figueirdo, As Barcas de Passagem do Cávado, a Juzante de Prado, Museu Regional de Cerâmica, Barcelos, 1966, pág. 12.</ref>. Seguindo esta via de perto, ou mesmo decalcando-a, foi construída no século XIX a Estrada Real Nº. 305 que passou a ligar Barca do Lago a Âncora, pela ponte de Fragoso e travessia do Rio Lima por barca no sítio da Passagem (Moreira de Geraz do Lima-Lanheses). Era pela ponte de Fragoso que ainda em 1840 passava a estrada de Barcelos a Viana<ref>Acta da Câmara de Barcelos, 1840.10.03, Cota 02-46, fl. 23v.</ref>. Com a construção de uma nova ponte, inaugurada em 1994, a ponte velha, denominada ‘da Espregueira’ passou a ponte pedonal.
*Ponte romana
 
==Recursos naturais==
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==Comércio e serviços==
*Bares, super-mercados, farmácia, clínica, extensão de saúde, posto de bombeiros, centro paroquial, infantário, escola básica, estação de serviço, serviço de mecânica e pintura, entre muitas outras coisas.
 
==Desporto==
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==Festividades==
*Festa em honra da Nossa Senhora do Livramento - AtualmenteActualmente ocorre no último Domingo de Maio. No ano de 1724 realizou-se a 7 de Maio, 1º domingo do mês. Trata-se de uma das maiores romarias do Minho sendo considerada a segunda maior de Barcelos.
*Festa de São João - Realiza-se na Ermida de S. Vicente, habitualmente, no domingo mais próximo do dia 24 de Junho.
*Kresto Rock Festival - um festival com muita música rock e Djs, dança, campismo grátis, piscina e tudo o resto que um festival de música oferece.