Dinastia de Avis: diferenças entre revisões

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== Reis da Dinastia de Avis ==
* [[João I de Portugal|D. João I]] (1357-1433), ''o da Boa Memória'', [[Ordem de Avis|Mestre de Avis]] (r. [[1385]] - [[1433]])<ref name="CAETANO">[[António Caetano de Sousa|SOUSA, António Caetano de.]] ([[1736]]-[[1749]]). '''Historia Genealogica da Casa Real Portugueza.''' Lisboa Ocidental: Impresso na Academia Real, Tomo II, cap. I, fol. 1.</ref> - Filho natural de [[Pedro I de Portugal|D. Pedro I]] com [[Teresa Lourenço]] e meio-irmão do Rei D. [[Fernando I de Portugal]]. Casou-se com D. [[Filipa de Lencastre]] (1360-1415), sem antes ter se envolvido com [[Inês Pires]], comendadeira de Santos<ref>Ibid., cap. I, fol. 44-45.</ref>.
* [[Duarte I de Portugal|D. Duarte]] (1391-1438), ''o Eloquente''{{nota de rodapé|Ficou conhecido com o cognome de O Eloquente, pelo verbo usado nas obras que escreveu e realizou a divisa ‘’Léauté Faray Tã ya Serey’’<ref>[http://www.mosteirobatalha.pt/pt/index.php?s=white&pid=231 Mosteiro da Batalha - D. Duarte]. Acesso em: 29/05/2016.</ref>.}} (r-[[1433]] - [[1438]])<ref>Ibid., cap.VII, fol.481.</ref> - Filho de [[João I de Portugal|D. João I]], casou-se com a infanta D. [[Leonor de Aragão, Rainha de Portugal|Leonor de Aragão]] (1402-1445).
* [[Afonso V de Portugal|D. Afonso V]] (1432-1481), ''o Africano'' (r. 1438 - [[1481]])<ref>Ibid., Tomo III, cap.I, fol. 1.</ref> - Filho de [[Duarte I de Portugal|D. Duarte]], subiu ao trono sob a regência de seu [[tio]], D. [[Pedro de Portugal, 1.º Duque de Coimbra|Pedro I de Portugal]], 1.º Duque de Coimbra, em 1439. Casou-se com D. [[Isabel de Coimbra]] (1432-1455) e, após morte desta, com D. [[Joana de Trastâmara|Joana de Trastâmara, a Beltraneja]] (1462-1530).
* [[João II de Portugal|D. João II]] (1455-1495), ''o Príncipe Perfeito'' (r. 1481 - [[1495]])<ref>Ibid., cap. III, fol. 103.</ref> - Filho de [[Afonso V de Portugal|D. Afonso V]], casou-se com D. [[Leonor de Avis, Rainha de Portugal|Leonor de Viseu]] (1458-1525) e teve um filho bastardo, D. [[Jorge de Lencastre]], com [[Ana de Mendonça]] (m.1545).
* [[Manuel I de Portugal|D. Manuel I]] (1469-1521), ''o Venturoso'' e ''o Felicíssimo'' (r. 1495 - [[1521]])<ref>Ibid., cap. V, fol. 165.</ref> - Primo de [[João II de Portugal|D. João II]], casou-se com D. [[Isabel de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|Isabel de Aragão]] (1470-1498); após morte desta, com sua irmã D. [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|Maria de Aragão]] (1482-1517); e, por fim, com D. [[Leonor da Áustria, Rainha de Portugal e de França|Leonor da Áustria]] (1498-1558).
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Para legitimar a nova dinastia, [[Duarte I de Portugal|D. Duarte]] (r.1433-1438), sucessor do [[Mestre de Avis]], financiou a produção de crônicas régias. Para estar à frente desta iniciativa, o monarca escolheu o notário geral e guardador dos [[Arquivo Nacional da Torre do Tombo|Arquivos da Torre do Tombo]], [[Fernão Lopes]] (1380-1460). O [[cronista]] teve acesso privilegiado à documentação e, nas obras sobre as vidas dos últimos reis da [[dinastia de Borgonha]], D. Pedro I e D. Fernando, e do primeiro de Avis, D. João I, assumiu papel de [[historiador]] na procura de atestação da veracidade das informações.
 
A [[Crónica de el-rei D. João I]] consiste em um complexo mítico de sagração e batismo do reino. [[Fernão Lopes]] modificou a imagem de D. João do “outro” para a de símbolo legitimo da identidade portuguesa. Para tanto, não recorreu significativamente à condição de bastardo do rei. Ao invés disso, utilizou elementos messiânicos para construir a [[mitologia]] em torno de [[João I de Portugal|D. João I]], mestre designado pelo salvador para socorrer, com a ajuda de [[Nuno Álvares Pereira]], figura recorrente na obra, o povo português da dominação e tirania castelhanas<ref name="ZIERER"/><ref name="GODINHO"/>.
 
== A suposta dinastia de "Avis-Beja" ==
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[[António de Portugal, Prior do Crato|D. Antônio, o prior do Crato]] (1531 - 1595), considerado como filho ilegítimo de [[Luís de Portugal, Duque de Beja|D. Luís de Beja]], irmão de [[João III de Portugal|D. João III]], era o último representante da casa de Avis com a morte de [[Sebastião de Portugal|D. Sebastião]] na [[Batalha de Alcácer-Quibir]] e do sexagenário [[Henrique I de Portugal|Cardeal-rei D. Henrique]]. Ao reivindicar a coroa, D. Antônio poderia ser a única possibilidade de evitar o fim dessa dinastia e sua condição de “ilegítimo” não seria necessariamente um empecilho, haja vista que o fundador da casa, [[João I de Portugal|D. João I]], também apresentava essa mesma condição<ref>CORAL, Carlos Jokubauskas ([[2010]]). [http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-24092010-121750/pt-br.php O último Avis: D. Antônio, o antonismo e a crise dinástica portuguesa (1540 - 1640)]. 234 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de História, [[Universidade de São Paulo]], São Paulo, 2010. Acesso em: 29/05/2016.</ref>. No entanto, as pretensões do Prior do Crato e dos seus apoiadores, os antonistas, enfrentaram forte oposição do próprio Cardeal e dos outros dois candidatos ao trono: [[Catarina de Portugal, duquesa de Bragança|D. Catarina de Portugal]] e [[Filipe II de Espanha]], Rei de Castela. D. Antônio, inclusive, chegou a ser aclamado Rei de Portugal em [[24 de junho]] de [[1580]] em algumas regiões portuguesas, sobretudo no ultramar, mas, em [[agosto]] do mesmo ano, frotas castelhanas tomaram o reino em nome de Felipe II.
 
Assim, D. Antônio acabou fugindo e, à distância, articulou várias tentativas de subir ao trono; sem sucesso, morreu exilado em [[Paris]] en [[1595]]. Ainda assim, o antonismo sobreviveu por décadas, mesmo depois do exílio do Prior do Crato, e possivelmente alimentado por um sentimento nacionalista.
Por motivos evidentemente políticos, os cronistas oficiais da [[dinastia de Habsburgo]]<ref>[[Juan de Mariana|MARIANA, Juan de]] ([[1794]]). '''Continuación de la Historia General de España.''' [[Madrid]]: por Don Benito Cano, 8ª v.</ref> e de [[Dinastia de Bragança|Bragança]]<ref>[[Luís de Meneses, 3.º Conde da Ericeira|MENESES, Luís de]] ([[1679]]). '''História de Portugal Restaurado'''. Lisboa: por João Galrão. 939p.</ref> excluíram o prior do Crato da lista de reis de [[Portugal]], fato que corrobora ainda mais a presença da discussão sobre o nobre na [[historiografia]] portuguesa<ref>HERMANN, Jacqueline ([[2010]]). [http://www.scielo.br/pdf/rbh/v30n59/v30n59a08 Um rei indesejado: notas sobre a trajetória política de D. Antônio, Prior do Crato]. In:[http://www.anpuh.org/revistabrasileira/public Revista Brasileira de História], São Paulo, 30, 59, 141-166. Acesso em: 29/05/2016.</ref>.
 
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|D. [[Beatriz, Condessa de Arundel|Beatriz de Arundel]] (1386-1447) || Filha natural de [[João I de Portugal|João I]] com [[Inês Pires]], 12ª [[Thomas FitzAlan, 12.° Conde de Arundel|Condessa de Arundel]], casada com [[Thomas FitzAlan, 12.° Conde de Arundel]], e 5ª Baronesa de Talbot, Irchenfield e Blakmer, pelo 2º casamento, com Gilbert Talbot ||<ref>Ibid., Tomo II, cap. I, fol. 38-42.</ref>
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|D. [[Pedro de Coimbra, Condestável de Portugal|D. Pedro de Coimbra]] (1429-1466) || Filho de [[Pedro de Portugal, 1.º Duque de Coimbra|D. Pedro I de Portugal]] com D. Isabel de Gurgel, 5º [[Condestável de Portugal]] e 5º Administrador da [[Ordem de Avis]] ||
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|D. [[João de Coimbra, Príncipe de Antioquia| João de Coimbra]] (1431-1457) || Filho de [[Pedro de Portugal, 1.º Duque de Coimbra|D. Pedro I de Portugal]] com D. Isabel de Gurgel, [[Príncipe de Antioquia]] e [[Regente]] do [[Reino de Chipre]] ||
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|D. [[Jaime de Portugal|Cardeal D. Jaime de Portugal]] (1433-1459) || Filho de [[Pedro de Portugal, 1.º Duque de Coimbra|D. Pedro I de Portugal]] com D. Isabel de Gurgel , 6º [[Patriarcado de Lisboa|Arcebispo de Lisboa]] ||
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|D. [[Filipa, infanta de Portugal|Filipa de Coimbra]] (1437-1493) || Filha de [[Pedro de Portugal, 1.º Duque de Coimbra|D. Pedro I de Portugal]] com D. Isabel de Gurgel, solteira, serviu de segunda [[mãe]] aos sobrinhos [[João II de Portugal|João II]] e [[Santa Joana, Princesa de Portugal|Santa Joana]] ||