Basílica Nossa Senhora da Conceição da Praia: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 13:
|órgão = [[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]]
}}
A '''Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia''', ou '''Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia''', construída em [[1623]], é a uma das [[paróquia]]s mais antigas da [[Arquidiocese de São Salvador da Bahia]], no [[Brasil]]. Sua primeira igreja foi feita por determinação do primeiro [[Estado do Brasil|governador-geral do Brasil]], [[Tomé de Sousa]]. Sua atual construção em estilo [[Barroco no Brasil|barroco]] foi feita toda de [[pedra-sabão|pedra de lioz]] trazida de [[Portugal]]. Sua elevação a sacrossanta [[basílica]] se deu em 1946. O [[papa Pio XII]] declarou [[Nossa Senhora da Conceição]] [[padroeira]] única e [[Secularismo|secular]] do Estado da [[Bahia]].
 
Recebeu o título de [[basílica|basílica menor]] por meio da [[Carta Apostólica]] ''Coruscantis sideris'', de [[7 de outubro]] de [[1946]], do [[papa Pio XII]].<ref>{{Citar periódico
Linha 33:
</ref> Se localiza próximo ao [[Elevador Lacerda]] e ao [[Mercado Modelo]], sendo muito visitada pelos turistas.
== História ==
Situada no sopé da montanha que liga a cidade [[Cidade Alta (Salvador)|Alta]] à [[Cidade Baixa (Salvador)|Baixa]], é a terceira construída no local; e todas, sobre o assentamento da primitiva [[ermida]] erigida por [[Tomé de Sousa]] quando da fundação da cidade, em [[1549]]. Em [[1623]], o templo foi elevado a [[Igreja Matriz|Matriz]] da Nova [[Freguesia]] de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Em [[1736]], as [[confraria]]s do Santíssimo Sacramento da Imaculada Conceição decidiram reedificá-lo (Bi-Centenário, 1971, p.93). O projeto, atribuído a [[Manuel Cardoso de Saldanha]], foi enviado de [[Portugal]] para ser executado em [[lioz]].
 
A atual igreja foi iniciada em [[1739]] e inaugurada em [[1765]], mas suas obras só foram concluídas em [[1849]]. As plantas foram feitas pelo engenheiro militar Manuel Cardoso de Saldanha, sendo que o executor dos materiais foi o mestre pedreiro Manuel Vicente ( IPAC, 1984, p.36). O mestre pedreiro arquiteto [[Eugénio da Mota]], de Portugal, preparou as pedras e acompanhou seu transporte para [[Salvador (Bahia)|Salvador]], ficando responsável também pela edificação do monumento. O objetivo foi criar uma edificação destinada ao culto religioso. A construção compreende, além da igreja, dois corpos laterais que abrigam atividades das Irmandades do Santíssimo Sacramento e da [[Imaculada Conceição]].
 
Seu interior possui a primeira demonstração mais completa do [[barroco]] de [[João V de Portugal|dom João V]] no Brasil, destacando-se a [[pintura]] do teto da nave que obedece à concepção ilusionista barroca de origem italiana de autoria de [[José Joaquim da Rocha]]. A monumentalidade de sua fachada, de características [[Neoclassicismo|neoclássicas]], é realçada pela implantação das torres em diagonal.
[[Ficheiro:Basilica-conceicao-da-praia.jpg|esquerda|thumb|300px|Entrada da Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia.]]
 
Em [[1942]], foram feitos reparos na igreja e restauração de portas pelo [[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]]. Em [[1947]], houve substituição das mesas de madeira dos oito altares laterais por mármore; em [[1956]], obras de conservação, limpeza e reparos de emergência; em [[1959]], obras de conservação e pintura; em 1969/70, limpeza e recuperação da pintura e talha dourada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; em [[1971]], obras de estabilização e restauração da igreja, realizadas sob orientação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPAC, 1984, p.36) A última restauração ocorreu em [[1991]], quando o templo teve sua estrutura totalmente recuperada com recursos das empresas do [[Polo Industrial de Camaçari|polo petroquímico]], repassados através do plano de comunicação social do [[Comitê de Fomento Industrial de Camaçari]].
 
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde [[1938]]. É dedicada à padroeira do Estado. Dela, partem os cortejos das festas do [[Senhor Bom Jesus dos Navegantes]] (1º de janeiro), Conceição da Praia (8 de dezembro) e de [[Santa Luzia]] (13 de dezembro).
Linha 57:
 
== A forma ==
A igreja apresenta características da arquitetura do [[Alentejo]], adotando partido de 3 corpos separadas por corredores longitudinais, dando, aquele da esquerda, acesso a um pátio com chafariz, de onde parte escadaria em mármore para a sala de irmandade. Sua planta de transição apresenta capelas laterais, típicas do [[século XVII]], e corredores com tribunas superpostas, do começo do [[século XVIII]], cujo acesso se dá por galerias cegas, similares aos [[trifório]]s das [[Arquitetura da Idade Média|igrejas medievais]]. A nave oitavada é uma transição entre a forma [[Retângulo|retangular]] [[Século XVII|seiscentista]] e a poligonal, frequente no [[século XVIII]] ( IPAC, 1984, p.36). Seu interior é a primeira demonstração completa do [[barroco]] de [[dom João V]] no Brasil. O teto da nave obedece à concepção ilusionista barroca de origem italiana.
[[Ficheiro:Basilica-conceicao-da-praia-interior.jpg|esquerda|thumb|400px|Interior da Igreja, feito de [[Lioz|lioz]]]]
 
Linha 86:
O piso, de mármore em forma de estrelas, possui duas cores, alternando entre o branco e o vermelho. Nos batentes dos marcos retalhados das portas da nave, há uma sugestão da qualidade das linhas das janelas de fora. Em cima das [[padieira]]s, há quadros pintados postos em molduras de madeira de linhas caprichosas e detalhes de estilo [[rococó]], da época de [[1760]]. Assim também são as sanefas dos arcos, que estilisticamente conduzem aos [[Lambrequim|lambrequins]] e [[balaustrada]]s de talha de madeira dourada da parte superior da nave, dando relevo e animação. O [[altar-mor]] também é feito de madeira talhada e dourada.
 
O corredor esquerdo conduz a um pátio com chafariz, onde nasce larga escadaria de mármore que leva à sala dos irmãosirmão (TIRAPELI, 2008, p.80). Possui, na antessacristia, [[azulejo]]s do tipo grinalda ([[século XVIII]]), e, na sacristia, azulejos de [[1960]]. Na sacristia, exibe-se um ladrilho em mármore com bacia em concha.
 
A pintura do forro da nave é um vasto quadro tradicionalmente aceito como obra de [[José Joaquim da Rocha]]. Ela pertence à categoria chamada de "pintura de perspectiva" ou ilusionista, porque procura enganar os olhos do observador com falsa [[arquitetura]] e espaço ilusório. O assunto do quadro é a glorificação da santíssima [[Virgem da Imaculada Conceição]], que aparece coroada de estrelas, em cima do seu símbolo particular – a [[lua nova]]. Aos seus pés, se veem quatro mulheres festivamente vestidas para lhe fazer homenagem. As duas à esquerda devem representar a [[América]] e a [[Europa]]. À direita, a [[Ásia]] e a [[África]] completam o grupo das quatro partes do mundo. Em cima da Virgem, figura a santíssima trindade, com o ''[[Agnus Dei]]'' adorado por [[são João Evangelista]] e o [[João Batista|Santo Precursor]] (SANTOS, 2002, p.116).
 
{{Referências}}