Banda desenhada: diferenças entre revisões

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{{PEPB|Banda desenhada, BD, história aos quadradinhos<ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/sonia05.cfm|título=Portugal: das histórias aos quadradinhos às bandas desenhadas (Parte I)|autor=[[Sônia Luyten|Sonia M. Bibe Luyten]]|publicado=Universo HQ|acessodata=12-2-2011}}</ref>|história em quadrinhos, quadrinhos, gibi, HQ, revistinha,<ref name="guerra">{{Citar livro|autor=Gonçalo Júnior|título=[[A Guerra dos Gibis - a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-1964]]|editor=[[Editora Companhia das Letras]] |publicação=[[2004]]|isbn=9788535905823}}</ref> '''historieta'''<ref>[http://www.gelbc.com.br/pdf_jornada_2012/jornada_2012_06.pdf Anais da III jornada de estudos sobre romances gráficos] [[Universidade de Brasília]], 24, 25 e 26 de setembro de 2012</ref>}} é uma forma de [[arte]] que conjuga [[texto]] e imagens com o objectivo de narrar histórias dos mais variados [[Gênero literário|géneros]] e estilos. São, em geral, publicadas no formato de [[revista]]s, [[livro]]s ou em [[tira de jornal|tiras]] publicadas em revistas e [[Jornal|jornais]]. Também é conhecida por '''[[arte sequencial]]''', narrativa gráfica<ref name="nomenclatura"/> e '''narrativa figurada'''<ref>{{citar livro|autor=Rosza Wigdorowicz Vel Zoladz|título=Imaginário Brasileiro e zonas periféricas: algumas proposições da sociologia da arte|editora=7Letras|ano=2005|isbn=9788575771570}}</ref>
 
A banda desenhada é chamada de ''Nona Arte''{{Nota de rodapé|Este nome vem da série de artigos Neuvième Art, musée de la bande dessinée assinados por [[Morris (ilustrador)|Morris]] no [[Jornal Spirou]], entre 1964 e 1967 (o primeiro publicado em 17 de dezembro de 1964, especial de Natal, No. 1392 ). Esta classificação foi adotada e popularizada por [[Francis Lacassin]] em seu livro Pour un neuvième art, la bande dessinée. No entanto, a autoria da expressão foi reivindicada pelo crítico e historiador de cinema Claude Beylie. Ele a usou pela primeira vez em março de 1964 na revista Lettres et Médecins (artigo La bande dessinée est-elle un art ? ") Fonte: Lettres et Médecins, suplemento literário de La Vie médicale,, edição datada de março 1964.}}{{Nota de rodapé|[[Gazy Andraus|ANDRAUS, Gazy]]. [http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R1279-1.pdf "''O Meme nas Histórias em Quadrinhos''], (acessado em Janeiro de 2008) - a sétima arte é o [[cinema]], a oitava a [[televisão]], que se somam às seis formas artísticas consideradas "clássicas"}}{{Nota de rodapé|No Brasil, também pode ser referida como oitava arte, Exem: [http://tribunadonorte.com.br/noticia/o-poeta-artista-visual-e-professor-moacy-cirne-se-despede-aos-70-anos/271591 O poeta, artista visual e professor Moacy Cirne se despede aos 70 anos] [[Tribuna do Norte]] (01/11/2014)}}, dando sequência à [[Manifesto das Sete Artes|classificação de Ricciotto Canudo]]. O termo "[[arte sequencial]]" (traduzido do original ''sequential art''),<ref name="nomenclatura"/> criado pelo desenhista [[Will Eisner]] com o fim de definir "o arranjo de fotos ou imagens e palavras para narrar uma história ou dramatizar uma ideia", é comummente utilizado para definir a linguagem usada nesta forma de representação.<ref>{{Citar livro|autor=Edgar Franco| autorlink=Edgar Franco|título=HQTRONICAS: DO SUPORTE PAPEL A REDE INTERNET |editor=Annablume|publicação=2004|páginas= 23|isbn=9788574194769}}</ref> [[Hugo Pratt]] chamava de "literatura desenhada".<ref>{{citar web|URL=http://hqmaniacs.uol.com.br/Nova_aventura_de_Corto_Maltese_48514.html|título=Nova aventura de Corto Maltese|autor=Thiago Colás|data=08/10/2014|publicado=[[HQManiacs]]}}</ref>
|data=08/10/2014|publicado=[[HQManiacs]]}}</ref>
 
Nos [[Estados Unidos]], onde é chamada de ''[[comics]]'', a banda desenhada tornou-se popular no início do século XX, um desenvolvimento importante ocorreu nos anos de 1930 (a "[[Era de Ouro da banda desenhada|Era de Ouro]]"), com o surgimento das banda desenhadas de [[super-herói]]s cuja ponte foi o personagem [[Superman]] lançado em 1938.<ref name="inicio"/> Este também é o [[Período entreguerras|período entre guerras]] em que [[Hergé]] criou [[As Aventuras de Tintin|As Aventuras de Tintim]], que se tornou um clássico do estilo da [[banda desenhada franco-belga]] conhecido como [[linha clara]].<ref name="linha"/> No Japão, [[Osamu Tezuka]] popularizou o [[mangá|manga]] após a Segunda Guerra Mundial.
 
Alguns consideram [[storyboard]]s como banda desenhada. Estúdios de [[cinema]], especialmente de [[animação]] usam sequências de imagens como guias para as cenas. Estes storyboards não se destinam a ser um produto final e raramente são vistos pelo público.<ref>[Rhoades, Shirrel (2008). A Complete History of American Comic Books. Peter Lang. p. 38 ISBN 978-1-4331-0107-6.]</ref>
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[[Ficheiro:Krazykat.jpg|thumb|left|[[Krazy Kat]] de [[George Herriman]].]]
 
Apesar de nunca terem sido oficialmente baptizados, a banda desenhada recebeu diferentes nomes de acordo com as circunstâncias específicas dos diversos países em que se estabeleceu. A banda desenhada é conhecida por ''[[comics]]'' nos [[Estados Unidos]], ''[[fumetti]]'' na [[Itália]], ''[[tebeos]]'' em [[Espanha]], ''[[historietas]]'' na [[Argentina]], ''[[muñequitos]]'' e ''cómicos'' no [[México]], [[mangá|''mangas'']] no [[Japão]], ''[[manhwa]]s'' na [[Coreia do Sul]], ''[[manhua]]s'' na [[China]], ''komiks'' na [[República das Filipinas]]<ref>{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20090208145506/http://universohq.com/quadrinhos/sonia04.cfm|título=Quadrinhos em tagálog nas Ilhas Filipinas|autor=Sonia M. Bibe Luyten|publicado=[[Universo HQ]]}}</ref> e por outras várias designações pelo mundo fora.
 
Por exemplo, nos EUA, convencionou-se chamar ''comics'' pois as primeiras manifestações do formato eram histórias humorísticas, ''cómicas''; na França, eram publicadas em tiras - ''bandes'' - diariamente nos jornais e ficaram conhecidas por ''[[banda desenhada franco-belga|bandes-dessinées]]''<ref name="comunicação" /> ; em [[Portugal]] por ''Histórias aos Quadradinhos'' (HQ) e posteriormente banda desenhada (uma tradução literal do francês); em Itália, ganharam o nome dos [[balão de diálogo|balõezinhos]] ou fumacinhas (''[[fumetti]]'') que indicam a fala das personagens<ref name="comunicação" /> ; em Espanha, chamou-se de ''[[tebeo]]'', nome de uma revista infantil (TBO)<ref name="comunicação">{{Citar livro|autor= Elza Dias Pacheco|título=Comunicação, educação e arte na cultura infanto-juvenil |editor=Edicoes Loyola |publicação=1991|isbn=9788515004263}}</ref>, da mesma forma que, no Brasil, chamou-se por muito tempo e (continua a ser largamente usado) de gibi, também oriundo do [[Gibi (revista em quadrinhos)|nome de uma revista]]. Originalmente, a palavra ''gibi'' significava ''menino,''<ref>[http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra=gibi Dicionarioinformal] - Página visitada em [[30 de Julho]] de 2011.</ref> mas mudou de sentido e passou a ser sinónimo de banda desenhada.<ref name="guerra"/>
 
 
Em [[Macau]], [[região administrativa especial]] da [[República Popular da China]] que chegou a ser administrada por Portugal,<ref>[http://www.jn.pt/mundo/interior/passagem-de-macau-para-a-china-foi-processo-rarissimo-e-exemplar-1451954.html Passagem de Macau para a China foi processo "raríssimo e exemplar"]</ref> usa-se os termos manhua e banda desenhada.<ref>[http://www.mam.gov.mo/oldmam/showcontent2.asp?item_id=20100304010101&lc=2 Chan Hou Seng]</ref>
 
Tudo, no entanto, refere-se à mesma coisa: uma forma narrativa por meio de imagens fixas, ou seja, uma história narrada em sequência de pequenos quadros [[vinheta (artes gráficas)|vinhetas]]. Nesse sentido, o nome utilizado no Brasil seria história em quadrinhos, semelhante à expressão que caiu em desuso em Portugal 'histórias aos quadradinhos.<ref name="comunicação" />
 
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== História ==
 
=== Registos primitivos ===
 
Na banda desenhada é possível remontar aos tipos de [[Arte rupestre|registo pictórico]] utilizados pelo homem primitivo [[pré-história|pré-histórico]] para representar, por meio de desenhos rupestres, as suas crenças e o mundo ao seu redor. Ao longo da [[história]] esse tipo de registo desenvolveu-se de várias formas, desde a [[Hieróglifo|escrita hieroglífica]] egípcia até às [[tapeçaria]]s medievais, bem como aos códigos/histórias contidos numa única [[pintura]]. Por exemplo, a obra de [[Hieronymus Bosch|Bosch]], no [[Museu Nacional de Arte Antiga]], em [[Portugal]], ''As Tentações de Santo Antão'', representam sequencialmente passos da vida do santo medieval.
 
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Max und Moritz.JPG|''[[Max und Moritz]]'' de [[Wilhelm Busch]]
Toepffer Cryptogame 13.png|Uma página de [[Histoire de monsieur Cryptogame ]] de [[Rodolphe Töpffer]], 1830
Nhô Quim.jpg|''[[As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte]]'', de Angelo Agostini, a primeira [[História em quadrinhos no Brasil|história em quadrinhos brasileira]].<ref name="Estadão">[[Estadão]] - [http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,primeira-historia-em-quadrinhos-no-brasil-completa-145-anos,1124792 "''Primeira história em quadrinhos no Brasil completa 145 anos. Angelo Agostini publicou seu desenho em 30 de janeiro de 1869'']. Mariana Belley, 30 de Janeiro de 2014. Acessado em 09/04/2017.</ref>
Nhô Quim.jpg|''[[As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte]]'' ([[1869]]), de Angelo Agostini
Yellow Kid 1898-01-09.jpg|[[The Yellow Kid]], [[Richard Felton Outcault]], 1898
Tagosaku to Mokube no Tokyo Kenbutsu.jpg|''[[Tagosaku To Mokube No Tokyo Kenbutsu]]'' (1902) de Rakuten Kitazawa, considerada a primeira banda desenhada japonesa moderna.
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Em [[Portugal]] o início da banda desenhada publicada, começa com as [[Aventuras Sentimentaes e Dramáticas do Senhor Simplício Baptista]], assinada por Flora e publicada em 1850<ref name="BordaloBD">{{citar web|url=http://purl.pt/273/1/jp-cotrim-01.html|título=A vontade de estar n'A Berlinda|autor=João Paulo Cotrim|data=2005|publicado=Bordalo n'A Berlinda - Biblioteca Nacional|acessodata=17-05-2012}}</ref>, sendo posteriormente seguido por [[Rafael Bordalo Pinheiro]] que desenvolveu igualmente a sequência narrativa figurada, publicando imensas revistas e cadernos repletos do tema, editando em [[1872]] aquele que pode ser considerado o primeiro álbum de banda desenhada, uma obra com catorze páginas e 120 desenhos, ''Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador de Rasilb pela Europa'', que trata das peripécias do soberano de Rasilb (anagrama de Brasil), em visita pela Europa<ref name="VGranja">{{citar web|url=http://www.citi.pt/cultura/artes_plasticas/caricatura/bordalo_pinheiro/granja.html|título=O Pioneiro da Banda Desenhada em Portugal|autor=Vasco Granja|publicado=CITI|acessodata=20-05-2012}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/quadrinhos-d-pedro-ii-plebeu|título=Quadrinhos - D. Pedro II plebeu|autor=Pedro Krause|data={{DataExt|2|3|2011}}|publicado=Revista de História|acessodata=20-05-2012}}</ref>.
 
[[Ficheiro:Katzenjammer Kids 1922.jpg|thumb|Katzenjammer Kids de Rudolph Dirks]]
 
Deve-se registar ainda o trabalho original publicado na [[imprensa]] do Brasil, de autoria do artista italiano [[Angelo Agostini]], que fez inúmeras [[charge]]s e caricaturas de figuras políticas da [[Segundo reinado|época imperial]] de [[Dom Pedro II]]. Em [[1869]], alémAgostini criou ''[[As Aventuras de criarNhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte]]'', a bandaprimeira [[História em quadrinhos no Brasil|história em quadrinhos do Brasil]],<ref desenhadaname="Estadão"/> com textos na forma de legenda, consideradas por muitos como igualmente precursoras desse tipo de arte.<ref name="agostini">[https://omelete.uol.com.br/quadrinhos/artigo/angelo-agostini-pioneiro-dos-quadrinhos/ ângelo Agostini: pioneiro dos quadrinhos]</ref>
 
Em 1845, os desenhos satíricos, que apareceram regularmente em jornais e revistas, ganhou um nome: [[cartoon]]s. (Na arte, o cartoon é um desenho a lápis ou um [[esboço]] no [[carvão vegetal]] que ainda não foi pintado.) A revista britânica [[Punch (revista)|Punch]], lançada em [[1841]], que se referia aos seus como desenhos humorísticos como cartoons em uma referência satírica ao "Parliament of the day", que se organizavam uma exposição de cartoons na época. Este uso se tornou jargão comum, até os dias atuais.<ref>Robin Varnum e Christina T. Gibbons, The Language of Comics: Word and Image, University Press of Mississippi 2001. pp.77-78</ref> Surgiram revistas similares que traziam cartoons na Europa continental incluído Fliegende Blätter e Le Charivari,enquanto na Estados Unidos, Puck, Judge e [[LIFE (revista)|Life]] foram bastante populares.<ref>Nordling, Lee (1995). Your Career In The Comics. Andrews McMeel Publishing. ISBN 978-0-8362-0748-4.</ref>
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[[Ficheiro:Japan Punch Jul 1878.jpg|thumb|left|200px|edição de abril de 1883 da revista satírica The Japan Punch, de [[Charles Wirgman]], nesse período, a banda desenhada japonesa era conhecida como Ponchi-ê (abreviação de Punch-picture)]]
 
[[Ficheiro:Corrierino-dei-piccoli.jpg|thumb|Capa da revista Corriere dei Piccoli (1911)]]
 
O formato em [[tira de jornal|tiras de jornal]] foi utilizado pelo [[germano-americano]] [[Rudolph Dirks]], com as histórias de título original [[Katzenjammer Kids]], publicadas a partir de {{DataExt|12|12|1897}}, nos [[Estados Unidos]]. São retratadas as peripécias de um par de [[gémeos]], [[Hans e Fritz]] - e foi editado em português, tanto no Brasil quanto em [[Portugal]], com o título ''Os Sobrinhos do Capitão''. [[Winsor McCay]] foi um inovador na banda desenhada norte-americana por sua ousadia na definição do uso de diferentes planos e a beleza de seus desenhos e argumentos em obras como [[Little Nemo in Slumberland]], inciada em 1905.<ref name="inicio"/>
Nos jornais surgiram dois tipos de tiras, as [[tira diária|diárias]] publicadas a [[preto e branco]]<ref>{{citar livro|autor=Zilda Augusta Anselmo|título=Histórias em quadrinhos|editora=Vozes|ano=1975}}</ref> e as [[pranchas dominicais]] (também chamadas de "páginas") publicadas em cores<ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2009/n03112009_07.cfm|titulo=IDW publicará Polly and Her Pals|autor=Sérgio Codespoti|data=03/11/09|publicado=[[Universo HQ]]}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2007/n07032007_03.cfm|título=Procura-se uma página dominical dos Peanuts|autor=Marcus Ramone|data=07/03/07|publicado=Universo HQ}}</ref><ref name="especiais">{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/museu_tarzan.cfm|titulo=Os Especiais de Tarzan|autor=Marcelo Naranjo|publicado=Universo HQ}}</ref> publicados em suplementos (cadernos de jornais dedicados a tiras e publicados no formato [[tabloide]]). Durante muito tempo, o termo funnies era usado para definir tiras de jornal, já que as primeiras tiras eram de humor.<ref>{{citar livro|autor=Moacy Cirne|título=Literatura em quadrinhos no Brasil: acervo da Biblioteca Nacional|editora=[[Nova Fronteira]]|ano=2002|páginas=18|isbn=9788520914960}}</ref>
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}}</ref> e em 1908, Corriere dei Piccoli (Itália).<ref>Gaetana Marrone; Paolo Puppa (26 December 2006). Encyclopedia of Italian Literary Studies. Routledge. p. 464. ISBN 978-1-135-45530-9.</ref>
 
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=== Das tiras de jornal para as revistas ===
 
{{Principal|Comics|Aventura (gênero de histórias em quadrinhos)|Pranchas dominicais|Banda desenhada franco-belga|Mangá}}
 
[[Ficheiro:The Phantom, Australian Woman's Mirror.jpg|thumb|[[O Fantasma]] de [[Lee Falk]], exemplo de banda desenhada de aventura.]]
 
As décadas de 20 e 30 foram muito importantes para a indústria. O mercado de antologias de banda desenhada na [[Grã-Bretanha]] se voltou para as crianças através de revistas como The Dandy e The Beano. O sucesso do Zig et Puce em 1925 do francês Alain Saint-Ogan popularizou o uso de balões de diálogo na banda desenhada europeia.<ref>Vessels, Joel E. (2010). Drawing France: French Comics and the Republic. University Press of Mississippi. p 45. ISBN 978-1-60473-444-7.</ref><ref>Miller, Ann (2007). Reading Bande Dessinée: Critical Approaches to French-language Comic Strip Intellect Books. p. 17 ISBN 978-1-84150-177-2</ref>
 
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[[Ficheiro:Jo-Jo2401.jpg|thumb|left|Jo-Jo Congo King #24 (Fevereiro 1949), trazendo histórias criadas exclusivamente para comic books]]
 
[[Ficheiro:GreenMask17.jpg|thumb|Green Mask vs. 2 #6, Outubro de 1946]]
 
As primeiras comic books eram revistas grandes no formato [[tabloide]], mesmo formato dos suplementos de tiras dominicais dos jornais, em [[1933]], surgiu a ideia de dobrar o [[tabloide]] para se publicar mais páginas de desenhos, surge então o formato meio-tabloide (um tabloide possuía 16 páginas e um meio tabloide possuía 64 páginas).<ref name="guerra"/>
 
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A era moderna da banda desenhada no Japão começou após a [[Segunda Guerra Mundial]], impulsionado pelo sucesso das séries do prolífico [[Osamu Tezuka]]. Géneros e públicos diversificados ao longo das décadas seguintes. As histórias são geralmente criada para antologias que possuem centenas de páginas de espessura e podem conter mais de uma dúzia de histórias; Mais tarde eles são compilados em livros chamados de [[tankōbon]].<ref>Gravett, Paul. 2004. Manga: Sixty Years of Japanese Comics. NY: Harper Design. ISBN 1-85669-391-0</ref>
 
[[Ficheiro:Eerie No.1 Avon 1951.jpg|thumb|left|200px|Eerie No. 1, 1951, títulos de horror se tornaram alvo da crítica]]
Na década de 1950, a popularidade e a variedade das revistas de banda desenhada norte-americanas era enorme (a maioria traduzida ao redor do mundo). Faziam muito sucesso, além dos super-heróis, revistas de guerra e [[Terror (gênero)|terror]]. Considerados excessivamente violentos e uma influência perniciosa para a "juventude", a banda desenhada passou a sofrer fortes pressões governamentais. Essas pressões, sobretudo em [[1954]], após o lançamento do livro [[Seduction of the Innocent]] de autoria do psiquiatra [[Fredric Wertham]], acabaram por forçar, nos EUA, a criação do [[Comics Code Authority]], um código de "ética" a própria indústria que conseguiu limitar a criatividade e o público da banda desenhada norte-americanos nas duas décadas seguintes.<ref name="guerra"/> Praticamente, porque na [[década de 1960]] autores ''underground'' como [[Robert Crumb]] começaram a vender nas esquinas os seus [[Edição de Autor|livros de autor]], sem limites.<ref>Mark James Estren. A History of Underground Comics. [S.l.]: Ronin Publishing, 1993. ISBN 091417164X</ref>
 
Na década de 1950, a popularidade e a variedade das revistas de banda desenhada norte-americanas era enorme (a maioria traduzida ao redor do mundo). Faziam muito sucesso, além dos super-heróis, revistas de guerra e [[Terror (gênero)|terror]]. Considerados excessivamente violentos e uma influência perniciosa para a "juventude", a banda desenhada passou a sofrer fortes pressões governamentais. Essas pressões, sobretudo em [[1954]], após o lançamento do livro [[Seduction of the Innocent]] de autoria do psiquiatra [[Fredric Wertham]], acabaram por forçar, nos EUA, a criação do [[Comics Code Authority]], um código de "ética" a própria indústria que conseguiu limitar a criatividade e o público da banda desenhada norte-americanos nas duas décadas seguintes.<ref name="guerra"/> Praticamente, porque na [[década de 1960]] (a "[[Era de Prata da banda desenhada|Era de Prata]]") autores ''[[underground comix|underground]]'' como [[Robert Crumb]] começaram a vender nas esquinas os seus [[Edição de Autor|livros de autor]], sem limites.<ref>Mark James Estren. A History of Underground Comics. [S.l.]: Ronin Publishing, 1993. ISBN 091417164X</ref>
A [[Mad (revista)|Mad]] da [[EC Comics]], principal prejudicada pelo Comics Code pela publicação de histórias de [[Terror (gênero)|terror]] e [[ficção científica]], começou sendo publicação com o selo do Comics Code Authority, em julho de [[1955]], trocou o formato comic book pelo ''formato magazine'' (formato usado na [[Revista Veja]]), assim não precisava sofrer censura do código.<ref name="nomenclatura">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20100829164910/http://www.universohq.com/quadrinhos/2008/chiaroscuro_nomenclatura.cfm|titulo=Quando a nomenclatura faz a diferença|autor=Sérgio Codespoti |data=8 de maio de 2008|obra=Universo HQ|acessodata=16 de maio de 2010}}</ref> A estratégia foi usada pela [[Warren Publishing]], que seu tornou uma sucessora espiritual da EC por publicar histórias de terror e ficção científica,<ref>{{citar web|url=http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=275|título=Warren - O melhor terror do mundo!|autor=[[Roberto Guedes]]|data=06/10/2004|publicado=[[HQManiacs]]}}</ref>
 
A [[Mad (revista)|Mad]] da [[EC Comics]], principal prejudicada pelo Comics Code pela publicação de histórias de [[Terror (gênero)|terror]] e [[ficção científica]], começou sendo publicação com o selo do Comics Code Authority, em julho de [[1955]], trocou o formato comic book pelo ''formato magazine'' (formato usado na [[Revista Veja]]), assim não precisava sofrer [[censura]] do código.<ref name="nomenclatura">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20100829164910/http://www.universohq.com/quadrinhos/2008/chiaroscuro_nomenclatura.cfm|titulo=Quando a nomenclatura faz a diferença|autor=Sérgio Codespoti |data=8 de maio de 2008|obra=Universo HQ|acessodata=16 de maio de 2010}}</ref> A estratégia foi usada pela [[Warren Publishing]], que seu tornou uma sucessora espiritual da EC por publicar histórias de terror e ficção científica,<ref>{{citar web|url=http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=275|título=Warren - O melhor terror do mundo!|autor=[[Roberto Guedes]]|data=06/10/2004|publicado=[[HQManiacs]]}}</ref>
 
Em [[1957]], Yoshihiro Tatsumi cunhou o termo {{japonês|[[gekiga]]|劇画||lit. ''figuras dramáticas''}} para definir um movimento de mangas de [[quadrinhos para adultos|temáticas adultas]].<ref>{{Citar livro|título=Themes and issues in Asian cartooning: cute, cheap, mad, and sexy|autor=John A. Lent|editor=Popular Press 1|publicação=31 de Dezembro de 1999 |isbn=978-0879727796|páginas=114}}</ref>
 
Um grupo de artistas europeus, incluindo [[René Goscinny]] e [[Albert Uderzo]] fundou a revista [[Pilote (revista)|Pilote]] em 1959 para dar aos artistas maior liberdade sobre o seu trabalho. [[Asterix]] de Goscinny e Uderzo apareceu nela e se tornou um [[best-seller]] em língua francesa.<ref>Screech, Matthew (2005). Masters of the Ninth Art: Bandes Dessinées and Franco-Belgian Identity. Liverpool University Press. p. 204 ISBN 978-0-85323-938-3</ref> A partir de 1960, a revista satírica Hara-Kiri desafiou as leis de censura no espírito [[contraculturaContracultura da década de 1960|espírito contracultural]]l que levou aos acontecimentos de [[Maio de 1968]].<ref>Miller, Ann (2007). Reading Bande Dessinée: Critical Approaches to French-language Comic Strip Intellect Books. p. 22 ISBN 978-1-84150-177-2</ref>
 
Um grupo de artistas europeus, incluindo [[René Goscinny]] e [[Albert Uderzo]] fundou a revista [[Pilote (revista)|Pilote]] em 1959 para dar aos artistas maior liberdade sobre o seu trabalho. [[Asterix]] de Goscinny e Uderzo apareceu nela e se tornou um [[best-seller]] em língua francesa.<ref>Screech, Matthew (2005). Masters of the Ninth Art: Bandes Dessinées and Franco-Belgian Identity. Liverpool University Press. p. 204 ISBN 978-0-85323-938-3</ref> A partir de 1960, a revista satírica Hara-Kiri desafiou as leis de censura no espírito [[contracultura]]l que levou aos acontecimentos de [[Maio de 1968]].<ref>Miller, Ann (2007). Reading Bande Dessinée: Critical Approaches to French-language Comic Strip Intellect Books. p. 22 ISBN 978-1-84150-177-2</ref>
 
 
 
Em [[1962]], na [[Itália]], irmãs Angela e Luciana Giussani criam [[Diabolik]], uma série publicada mensalmente em revistas em preto e branco no formato de bolso (12 x 17&nbsp;cm) e estrelada por um ladrão astuto e calculista, a publicação deu origem ao géreno "fumetti neri".<ref>Simone Castaldi. Drawn and Dangerous: Italian Comics of the 1970s and 1980s. [S.l.]: Univ. Press of Mississippi, 2010. 14 p. 9781604737493</ref>
 
A frustração com a censura e interferência editorial levou a um grupo de cartunistas de Pilote para fundar a revista para adultos L'echo des savanes em 1972. Bandas desenhadas experimentais floresceram na década de 1970 (a chamada "[[Era de Bronze da banda desenhada|Era de Bronze]]"), como na [[ficção científica]] experimental para adultos de [[Moebius]] e outros na revista [[Métal Hurlant]].<ref>Miller 2007, pp. 25–28.</ref>
 
A frustração com a censura e interferência editorial levou a um grupo de cartunistas de Pilote para fundar a revista para adultos L'echo des savanes em 1972. Bandas desenhadas experimentais floresceram na década de 1970, como na [[ficção científica]] experimental para adultos de [[Moebius]] e outros na revista [[Métal Hurlant]].<ref>Miller 2007, pp. 25–28.</ref>
 
Em 1978, [[Will Eisner]] lança [[Um Contrato com Deus|''A Contract with God'']] (''Um Contrato com Deus''), uma obra adulta designada como ''[[graphic novel]]'', termo usado para se diferenciar dos chamados ''comics''.<ref>{{Citar livro|autor=Flávio Braga, [[Carlos Patati]]|título=Almanaque dos quadrinhos - 100 anos de uma mídia popular|editor=[[Ediouro]]|publicação=2006|isbn=9788500016905}}</ref>
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Entre os elementos de linguagem, além do já citado [[Balão de Diálogo|balão]], podem ser destacados: o uso de sinais gráficos convencionados (como as [[onomatopeias]] para a tradução dos sons, pequenas estrelas sobre a cabeça de um personagem indicando dor ou tontura, o próprio formato do balão pode indicar o volume ou tom da fala e até mesmo informar que se trata de um pensamento); uso da "calha" para separar um quadro de outro e estabelecer um sentido de evolução no tempo entre as cenas representadas;<ref>Scott McCloud. Desvendando os quadrinhos. [S.l.]: Makron Books, 1995. 63 p. 85-346-0489-4</ref> uso de cartelas para estabelecer uma "voz do narrador" dentro da história; e o uso de diagramas versáteis dos quadros, de acordo com a necessidade dramática de cada cena, entre outros.<ref>Dennis O'Neil. Guia Oficial DC Comics - Roteiros. [S.l.]: [[Opera Graphica]], 2005. 11 a 17 p. 8589961346</ref>
 
== Géneros ==
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== Géneros ==
[[Imagem:My Love Life 01.jpg|thumb|direita|200px|Exemplo de banda desenhada romântica]]
 
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== Ver também ==
 
* [[Representação feminina nos quadrinhos]]
* [[Big Little Book]]
* [[Dia do Quadrinho Nacional]]
* [[Fanzine]]
* [[Glossário da banda desenhada]]
* [[Gibiteca]]
* [[Glossário da banda desenhada]]
* [[Histórias em quadrinhos na Educação]]
* [[Humor gráfico]]
* [[Lista de autores de banda desenhada]]
Linha 185 ⟶ 188:
* [[Lista de formatos de banda desenhada]]
* [[Lista de séries de banda desenhada]]
* [[Representação feminina nos quadrinhos]]
 
{{Notas}}
 
{{Referências|col=3}}