Marquês de Condorcet: diferenças entre revisões
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'''Marie Jean Antoine Nicolas de Caritat,
== Biografia ==
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Apesar de tal hostilidade Condorcet caracteriza o processo que acontece na aurora das [[sociedades]] na qual alguns agregam o conhecimento e separam este somente para si e outros se submetem, como um processo natural inevitável. Tal acontecimento seria uma crise necessária ajudando de certa forma o progresso, que por sua vez diminuirá essa divisão com a distribuição do conhecimento .
Trata-se de uma incoerência, uma contradição, do discurso [[progressista]] de Concorcet. Ele trata essa desigualdade criada pelo acúmulo do conhecimento como natural do homem, assim como diz que a igualdade também é natural. Concorcet tenta desatar os nós dessa contradição durante todo o ''Esboço'', mas especialmente durante o décimo período. Onde trata de um futuro de progresso para o homem, fazendo-o de forma quase utópica, de maneira bem lógica, quase matemática, podemos notar isso já no primeiro parágrafo do décimo período, onde diz:
Na mesma citação já é notado a noção de história presente no pensamento de Condorcet. Essa noção é clássica do pensamento [[
Nessa linha [[progressista]] e “matemática” que Condorcet traça, analisando o passo para conseguir prever o futuro, ele pode parecer muitas vezes usando de ideias proféticas, como se estivesse mesmo profetizando algo melhor, que viria com o futuro, fruto de algo superior aos homens e para eles. Isso usando o tipo-ideal de [[Max Weber]] do profeta, segundo o qual este se utiliza de um mandato divino para impor uma nova doutrina religiosa, sendo iluminado pela providência, usurpador do poder determinando de maneira anti-sacerdotal, contra a magia, um novo sentido para uma vida melhor e mais homogênea.
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Então os gênios teriam que ter uma fé no progresso, que o próprio pensador a tinha. E essa fé no progresso, essa razão superior que daria ao homem forças para resistir ao poder do conhecimento só para si. Dessa maneira podemos ver essa razão, esse progresso, como o algo superior, como a providência para Condorcet. Ele lutando contra a magia, querendo impor uma nova doutrina da razão, lutando contra o sacerdócio e querendo usurpar o poder estabelecido. Olhando por esse ponto Condorcet parece realmente como [[profeta]]. Profetizando um futuro melhor, levado pelo poder superior da razão e do progresso, a uma vida perfeita. Esse caráter profético de Condorcet é tão forte que Delumeau o chama de milenarista, ao analisar o décimo período.
Esse futuro melhor apareceria inclusive com evoluções concretas e também infindáveis na medicina. Essa [[medicina preventiva]] permitiria ao homem viver cada vez mais e melhor. A cada grande descoberta a vida do homem se estenderia por mais tempo, e o progresso sendo infinito a vida humana também tenderia a imortalidade. Porem a imortalidade jamais seria alcançada, a vida humana tenderia a ela
== Legado ==
Todo o pensamento de Condorcet posto em seu Esboço deve ser pensado como fruto da situação em que vivia na época em que foi escrito. Sofrendo com a perseguição de uma revolução que ele mesmo tinha sido tão fervoroso apoiador, ele tinha que deixar um testamento filosófico. Deixou um texto profético sobre a humanidade. Esta sendo perfectível, porem estando ainda longe da perfeição. Colocando o filósofo como carro chefe do progresso, aquele que toma as rédias do progresso para si, de modo a cumprir com seu compromisso, com sua fé no progresso. Vendo a morte tão de perto, se escondendo de uma perseguição implacável, Condorcet tenta cumprir seu compromisso, escreve o Esboço para morrer em seguida. Tendo consciência de sua finidade deixa sua obra para o mundo, sua contribuição para mostrar ao mundo que ainda teríamos muito progresso pela frente. Talvez ele visse a si mesmo como um daqueles gênios, que abre novas portas para o mundo, e faz-lo evoluir. Como gênio e vendo sua morte iminente, finaliza sua morte como um soldado em campo de batalha, se tornando um mártir de sua profecia. Morreu em
Talvez conheçamos Condorcet mais pelos autores que se apropriaram dele, como [[Comte]], [[Marx]] e boa parte dos progressistas do [[século XIX]], do que por sua própria obra. Mas analisando-a podemos encontrar aspectos vigentes e incontáveis autores que se utilizam dele para formulação das ideias de perfectibilidade e de progresso do homem. Ainda hoje vemos uma forte influência de seu pensamento nas grandes ações do homem. O que pensar de uma sociedade que busca levar o bem estar de toda a população e busca [[instrução]] para todos, além do pensamento de Condorcet para a [[sociabilização]] do conhecimento? E ao pensar na degradação da natureza pelo homem imagina-se por que o homem não faz nada para evitar sua destruição completa, não só da [[natureza]], como da própria humanidade, por conseguinte. A fé no progresso tão presente no pensamento iluminista, e ultimado no pensamento de Condorcet, está presente ainda nos dias de hoje. Ao não se fazer nada em questões tão críticas, vê-se a real fé que os homens têm no progresso, que ele ainda vai arranjar uma saída, ainda vai dar um jeito de resolver tudo. Enfim que o progresso achar a solução e o homem caminhará sempre para sua perfectibilidade
== Ver também ==
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== Ligações externas ==
{{Commons|Marquis de Condorcet}}
*[http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k41719c Condorcet, Jean-Antoine-Nicolas de Caritat (1743-1794 ;
*[http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k47181k Condorcet, Jean-Antoine-Nicolas de Caritat (1743-1794 ; marquis de). Sentimens d'un républicain, sur les Assemblées provinciales et les Etats-généraux : suite des Lettres d'un citoyen des Etats-Unis à un français, sur les affaires présentes / por Condorcet (em francês)]
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