Inês de Castro: diferenças entre revisões

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Em 24 de Agosto de 1339 teve lugar, na Sé de Lisboa, o casamento do Infante [[Pedro I de Portugal]], herdeiro do [[Lista de reis de Portugal|trono português]], com D. [[Constança Manuel]], filha de D. [[João Manuel de Castela]], [[príncipe]] de Vilhena e Escalona, [[duque]] de [[Penafiel]], tutor de [[Afonso XI de Castela]], «''poderoso e esforçado magnate de Castela''»,<ref name="NobPt1">''Nobreza de Portugal'', Tomo I, página 207</ref> e neto do rei [[Fernando III de Castela]]. Todavia seria por uma das [[aia]]s de D. Constança, D. Inês de Castro, que D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance notório começou a ser comentado e a ser mal aceite, tanto pela [[Corte (realeza)|corte]] como pelo [[povo]].
 
Sob o pretexto da [[moral]]idade, [[Afonso IV de Portugal|D. Afonso IV]] não aprovava esta relação, não só por motivos de [[diplomacia]] com João Manuel de Castela, mas também devido à amizade estreita de D. Pedro com os irmãos de D. Inês - D. Fernando de Castro e D. Álvaro Perez de Castro. Assim, em [[1344]], o rei mandou exilar D. Inês no [[castelo]] de [[Alburquerque|Albuquerque]], na fronteira castelhana, onde tinha sido criada por sua tia, D. Teresa, mulher de um meio irmão de D. Afonso IV. No entanto, a distância não teria apagado o amor entre Pedro e Inês, os quais, segundo a [[lenda]], correspondiam-se correspondiam com frequência.
 
Em Outubro do ano seguinte D. [[Constança Manuel|Constança]] morreu ao dar à luz o futuro rei, D. [[Fernando I de Portugal]]. Viúvo, D. Pedro, contra a vontade do pai, mandou D. Inês regressar do exílio e os dois passaram a viver juntos, o que provocou grande escândalo na corte, para enorme desgosto de El-Rei, seu pai. Começou então uma desavença entre o rei e o [[infante]].
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== Execução de D. Inês ==
[[File:Ines de castro.jpg||thumb|left|300px|''[[Drama de Inês de Castro (Columbano)|Drama de Inês de Castro]]'' (c. 1901-04), por [[Columbano Bordalo Pinheiro]], no [[Museu Militar de Lisboa]]]]
Depois de alguns anos no [[Região do Norte (Portugal)|Norte de Portugal]], Pedro e Inês tinham regressado a [[Coimbra]] e instalaram-se no [[Mosteiro de Santa Clara-a-Velha|Paço de Santa Clara]]. Mandado construir pela avó de D. Pedro, a [[Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal|Rainha Santa Isabel]], foi neste Paçopaço que esta Rainha vivera os últimos anos, deixando expresso o desejo que se tornasse na habitação exclusiva de Reisreis e Príncipespríncipes seus descendentes, com as suas esposas legítimas.
 
Havia boatos de que o Príncipe se tinha casado secretamente com D. Inês. Na Família Real um incidente deste tipo assumia graves implicações políticas. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. O rei D. Afonso IV decidiu que a melhor solução seria matar a dama galega. Na tentativa de saber a verdade, o Rei ordenou a dois conselheiros seus que dissessem a D. Pedro que ele se podia casar livremente com D. Inês se assim o pretendesse. D. Pedro percebeu que se tratava de uma cilada e respondeu que não pensava casar-se nunca com D. Inês.
 
A 7 de Janeiro de 1355, o rei cedeu às pressões dos seus conselheiros e aproveitando a ausência de D. Pedro, numa excursão de [[caça]], foi com [[Pêro Coelho]], [[Álvaro Gonçalves]], [[Diogo Lopes Pacheco]] e outros para executarem Inês de Castro em Santa Clara, conforme fora decidido em conselho. Segundo a [[lenda]], as lágrimas derramadas no [[rio Mondego]] pela morte de Inês teriam criado a Fonte das Lágrimas da [[Quinta das Lágrimas]], e algumas [[algas]] avermelhadas que ali crescem seriam o seu [[sangue]] derramado.
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D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro no [[mosteiro de Alcobaça]], para onde trasladou o corpo da sua amada Inês, em 1361 ou 1362. Juntar-se-ia a ela em [[1367]]. A posição primeira dos túmulos foi lado a lado, de pés virados a nascente, em frente da primeira capela do transepto sul, então dedicada a São Bento. Na [[década de 1780]] os túmulos foram mudados para o recém-construído panteão real, onde foram colocados frente a frente. Em [[1956]] foram mudados para a sua actual posição, D. Pedro no transepto sul e D. Inês no transepto norte, frente a frente. Quando os túmulos, no [[século XVIII]], foram colocados frente a frente apareceu a lenda que assim estavam para que D. Pedro e D. Inês «''possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final''».
 
A tétrica cerimónia da coroação e do [[beija mão]] à Rainha D. Inês, já morta, que D. Pedro pretensamente teria imposto à sua corte e que tornar-se-ia tornaria numa das imagens mais vívidas no imaginário popular, terá sido inserida pela primeira vez nas narrativas espanholas do final do [[século XVI]].
 
== Descendência ==