Alves Redol: diferenças entre revisões

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Aos 15 anos passou a trabalhar como vendedor de mercearias e, mais tarde, de tecidos. Ao fim de pouco mais de um ano, corria o ano de [[1929]], parte para [[África Ocidental Portuguesa|Angola]], exercendo, primeiramente, a função de operário em [[Luanda]] e depois na agricultura, numa fazenda do interior, com o objetivo de conseguir novas e melhores perspectivas de vida futura. Contudo, depara, nessa região, com uma intensa situação de miséria e pobreza que o faz regressar à metrópole.
 
Quando regressa a Portugal, emprega-se numa casa comercial de automóveis, pneus e lubrificantes. Ao mesmo tempo leciona [[Língua portuguesa|Língua Portuguesa]] a título particular. Começa a conviver com intelectuais de esquerda eme [[ Adereadere aos ideais do [[Partido Comunista Português]] e do [[Movimento de Unidade Democrática]], contrapondo-se, veemente, à conjuntura política da época, trazendo à tona diversas questões “esquecidas”.
 
Em virtude de sua convivência com as péssimas condições de vida das camadas rurais e de vivenciar duplamente essas condições (na infância e na juventude), volta seu olhar para a dimensão social, mais especificamente, para as questões de reivindicação de mudança social. A essa altura, reafirma a sua vocação para a escrita. Cria a Secção “De sol a sol”, no jornal ''O Diabo'', em que passa a publicar textos voltados para as tensões sociais, contrapondo-se, assim, aos ideais de exploração dos regimes totalitários.
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Isso entra em sintonia com {{harvnb|Fillus|2002|pp=127}}, que diz que o “movimento neorrealista corresponde a uma nova tomada de consciência da sociedade portuguesa”. Dentre os autores que defendem uma criação literária de denuncias das condições de exploração do povo (em sua grande diversidade), está Alves Radol
 
{{harvnb|Figueiredo|2005}} sinaliza o facto de a obra de Redol estar directamentediretamente ligada às questões económicas, políticas, sociais e culturais respeitantes ao mundo do autor. Ou seja, seus escritos voltam se para uma perspectiva de cunho social, primando, sobretudo, pela crítica ao Regime de [[António de Oliveira Salazar|Salazar]], transformando suas obras em instrumento de intervenção social. Um aspecto que ilustra esse viés é o facto de esse autor não se restringir ao uso de histórias de ficção, mas, acima de tudo, lançar mão de histórias que focam na realidade social circundante. Algumas dessas temáticas que até então eram ignoradas.
 
Em vista disso, Redol sofre repressão da ditadura militar, chegando até a ser preso e torturado. Ao lançar mão dessa postura de preocupação social, ele toma como base alguns ideais do [[marxismo]] e do [[socialismo]], empregando-os em sua escrita os pressupostos de autores revolucionários clássicos tais como: [[Karl Marx|Marx]], [[Friedrich Engels|Engels]], [[Vladimir Lenin|Lenine]], [[Lefebvrea|Lefebvre]], [[Bukiharini]] e [[Milton Friedman|Friedman]]<ref name="Figueiredo05" />. E, à luz desses escritores adeptos do Marxismo e do Socialismo, Redol passa a abordar as condições de vida dos trabalhadores que viviam à margem da sociedade por conta de uma exploração desumana. Para tanto, ele retrata os diversos profissionais rurais e urbanos (destacando seus inúmeros grupos), suas práticas corriqueiras do dia a dia e, sobretudo, suas péssimas condições de vida em decorrência do capitalismo.