Davino Ribeiro de Sena: diferenças entre revisões

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Fonte: André Seffrin
Fonte Henrique Samyn
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"Poeta inventor, Davino Ribeiro de Sena alia muito bem ao construtivismo uma disponibilidade lírica. Já foram apontadas certas semelhanças suas com Augusto dos Anjos e João Cabral de Melo Neto, de quem adotou algum vocabulário e procedimento técnico. Pela seriedade de seu projeto e pelo seu temperamento, eu o aproximo ainda de Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Joaquim Cardozo e Alberto da Cunha Melo. Como eles, Davino é um lírico e por vezes um elegíaco, atento sempre à arquitetura do poema, tendendo até a um certo hermetismo, à maneira dos três últimos. A poesia social, o memorialismo e o poema narrativo, no caso especial de Davino, complementam o universo mental de quem possivelmente não vê antinomia entre inspiração e construção" (Fonte: André Seffrin, na introdução do livro Vidro e Ferro, Editora 7 Letras).
 
"Três martes parte de uma proposta artística tão interessante quanto curiosa: em uma espécie de fantasia semântica, tenciona o poeta versar sobre Marte enquanto planeta e enquanto ente mitológico, desvelando um terceiro Marte que seria produto dos dois primeiros. Davino pretende, por esta via, realizar uma reflexão sobre a alteridade; no entanto, sendo esta alteridade tão enigmática, a meditação acaba sendo não sobre o outro, mas sobre si mesmo e o que o cerca – o mundo, a vida, a História, a experiência humana. O terceiro Marte torna-se, enfim, um espelho" (Fonte: Henrique Marques Samyn, em artigo sobre o livro Três Martes, Editora 7 Letras).
 
"Davino Ribeiro de Sena, um dos melhores poetas brasileiros de sua geração, inventou uma forma poética que vem utilizando há alguns anos: o fotoneto. Em 1999 ele publicou Vidro e ferro, uma coletânea contendo exclusivamente poemas que seguem esse formato, e repetiu o feito em 2015, com o lançamento de Ternura da água. Haveria muito a dizer sobre este seu novo livro, em que o autor reafirma sua preferência pela poesia narrativa; mas limito-me a fazer algumas observações sobre a forma criada por ele, examinando um dos muitos poemas excelentes incluídos na sua mais recente publicação. O nome escolhido pelo poeta para designar a nova forma, “fotoneto”, afirma de modo explícito seu parentesco com o soneto, e ao mesmo tempo sugere uma ênfase na imagem, na captura de um momento" (Fonte: Paulo Henriques Britto, em Revista Brasileira, da Academia Brasileira de Letras, número 89, dezembro de 2016).