Carlos II de Espanha: diferenças entre revisões

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==História==
Carlos foi o único filho de [[Filipe IV de Espanha]] (1605-1665) e da sua 2ª esposa [[Maria Ana de Áustria, Rainha de Espanha|Mariana de Áustria]] (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo sucedido-lhe por sua morte. Do 1º casamento do pai com [[Isabel de Bourbon, Rainha de Portugal e Espanha|Isabel de Bourbon]], apenas uma filha, mais tarde rainha consorte deda [[França]] [[Maria Teresa de Espanha|Maria Teresa]], sobrevivera à infância.
 
Seu nascimento foi causa de grande alegria para os Espanhóis, que temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, por sua morte), caso o grande Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos. Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e Espanha, dando-se por encerradas as [[Guerra da Restauração|guerras da Restauração]], em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o [[Pedro II de Portugal|infante Pedro]] por [[Portugal]] (em nome do seu irmão [[Afonso VI de Portugal|Afonso VI]]) e a rainha-mãe de Espanha por Carlos.
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Devido a este conjunto de afecções, foi incapaz de gerar qualquer herdeiro, o que ditou o nascer da [[Guerra da Sucessão Espanhola]] (1700-1713) após a sua morte. Desta forma findou o ramo espanhol da casa dos Habsburgos, nascido da divisão dos territórios de [[Carlos I de Espanha|Carlos V]] pelo seu irmão [[Fernando I da Germânia|Fernando]] e pelo seu filho [[Filipe II de Espanha|Filipe]].
 
Começara a governar sob a regência da mãe, e o poder caiu nas mãos inexpertas do jesuíta João Everardo [[Nithard]] e do aventureiro Fernando de [[Valenzuela]]. Pelo [[Tratado de Aix-la-Chapelle]], a Espanha abandonou [[Flandres]] à França. Sua maioridade oficial em 1675 e a breve passagem ao poder de Dom [[João de Áustria]] (1677 a 1679) não puderam evitar a perda do [[Franche-Comté]] e de praças-fortes no [[Artois]] pelo [[Tratado de Nimègue]] de 1678. Satisfez a Espanha interesses franceses, em 31 de Agosto e em 19 de Novembro de 1679. Em 1684 de novo satisfez à França e aceitou o [[Tratado de Ratisbona]].
 
Fraco, indolente, quase imbecil desde o nascimento, educado pela mãe, que seria exilada mais tarde da corte pelo jovem Dom [[João José de Áustria]], bastardo de Filipe IV.
 
== Casamentos ==
Casou em 1679 com [[Maria Luísa d'Orleães (1662-1689)|Maria Luísa de Orléans]] nascida Marie Louise de Bourbon-Orléans em Paris em 27 de marçoMarço de 1662, que morreria em 12 de fevereiroFevereiro de 1689 em Madri, de uma [[peritonite]]. Era filha de [[Filipe I de Orléans]] (1640-1701) Duque de Orléans, conhecido [[Ludopatia|ludópata]] e homossexual, e de [[Henriqueta Ana Stuart]] (1644-1670), filha do decapitado rei da Inglaterra [[Carlos I da Inglaterra|Carlos I]]; era sobrinha de [[Luís XIV de França|Luís XIV]], bela e inteligente, a antítese do marido. Alegre, aficionada à música, guerrearam ela e a sogra durante os dez anos que durou seu casamento, sem filhos. Como não tinha filhos, uns versinhos corriam as ruas: «A pesar de ser extraña, / sabed, bella flor de lís, / si parís, parís a España; / si no parís, a París.»
 
Enviuvando, casou, atendendo a interesses austríacos, em 28 de agostoAgosto de 1689 com a princesa [[Maria Ana de Neuburgo]] ou do [[Palatinado-Neuburgo]], nascida em [[Düsseldorf]] em 28 de outubroOutubro de 1667 e morta em 16 de julhoJulho de 1740 em [[Guadalajara (Espanha)|Guadalajara]]. Era filha do Eleitor Palatino do Reno [[Filipe Guilherme, Eleitor Palatino|Filipe Guilherme]], da [[Casa de Wittelsbach]], e de Isabel Amélia de Hesse-Darmstadt, a qual tinha fama de ter estado 24 vezes grávida. Era irmã de [[Leonor Madalena de Neuburgo]], a 2ª esposa do imperador [[Leopoldo I, Sacro Imperador Romano-Germânico|Leopoldo I]] (1640-1705) viúvo de Margarida Teresa da Espanha. Outra Neuburgo casara em Portugal com o rei D. [[Pedro II de Portugal|Pedro II]], uma outra era rainha da [[Polônia]], outra [[Ducado de Parma|Duquesa de Parma]].
 
Mariana tevepossuía considerável influência sobre o marido considerável influência: desembarcou na [[Corunha]] na primavera de 1690 e se viu logo que era robusta, ruiva, orgulhosa, de caráter impetuoso. Manteve-se seis anos em guerra contra a sogra, que morreu em 1696. Ao seu redor havia venda de informações, numerosas falsas gravidezes. Nunca tiveram filhos. O novo rei Filipe V a deixaria viver instalada no magnífico [[palácioPalácio do Infantado]], embora ela tivesse apoiado o Arquiduque Carlos, etendo alifalecido elano morreuPalácio.
 
Em 1689 a Espanha se aliou ao [[Sacro Império Romano-Germânico|Sacro Império]] e às [[República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos|Províncias Unidas]] contra Luís XIV: esta Guerra da Liga de Augsburgo terminou pela [[Tratado de Rijswijk|''paix blanche'' de Ryswick]] (1697) - mas a [[Catalunha]] fora invadida. Viu-se que era um rei fraco de corpo e espírito.
 
Sem posteridade, Carlos II, sabedor de que havia seis pretendentes ao trono, designou por sucessor Filipe de Anjou, neto de sua meio-irmã mais velha, instigado nisso pelo [[Luis Manuel Fernández de Portocarrero|cardealCardeal Portocarrero]], [[arcebispoArcebispo de Toledo]], convencido de que o poder de Luís XIV evitaria o desmembramento do império. Por testamento, com a concordância do papa, o trono iria para o filho único de Luís XIV, o Grande Delfim, como herdeiro direto em função de ter Luís XIV casado com [[Maria Teresa de Áustria (1638-1683)|Maria Teresa da Espanha]] em 1660. Embora a Infanta tivesse assinado uma solene renúncia ao trono espanhol, incorporada ao [[Tratado dos Pirenéus]] e confirmada pelo testamento de seu pai Filipe IV, a renúncia foi considerada inválida. Luís XIV foi informado de que a renúncia era inválida porque a sucessão não podia ser afastada da herdeira legal. Ele e seu irmão o Duque de Orléans também figuravam na linha de sucessão por sua mãe Ana, Infanta de Espanha, que também tinha solenemente renunciado aos direitos à sucessão espanhola, renúncia essa também considerada inválida.
 
== A sucessão e a guerra ==
Tinha 38 anos quando morreu, sem herdeiros da rainha Maria Luísa de Orléans e da rainha Mariana de Neuburgo. Aberto o testamento de 2 de outubroOutubro, verificou-se ser o sucessor [[Filipe V de Espanha|Filipe de Anjou]], o segundo filho do Delfim da França, neto da meio-irmã do finado rei espanhol. Em 15 de novembroNovembro de 1700, o reiRei [[Luís XIV]] apresentava o duqueDuque de Anjou à Corte de [[Palácio de Versalhes|Versalhes]] como Filipe V, Rei de Espanha.
 
Em 1701, o reiRei de Portugal [[Pedro II de Portugal|Pedro II]] fará um tratado de aliança ofensiva e defensiva com Espanha e França. Dois anos depois, porém, «le obligaron sus inimigos a unirse con la Casa de Austria» e a fazer um tratado igual com os Aliados, inimigos das duas Coroas…
 
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