Corrupção no Brasil: diferenças entre revisões

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Governo Sarney
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=== Governo Sarney ===
Notabilizaram-se as acusações de [[corrupção]] endêmica em todas as esferas do governo, sendo o próprio presidente José Sarney denunciado, embora as acusações não tenham sido levadas à frente pelo Congresso Nacional. Foi período entre 1987 a 1989, que eclodia a crise política, aliada à crise econômica. Foram citadas suspeitas de superfaturamento e irregularidades em concorrências públicas, como a da licitação da [[Ferrovia Norte-Sul]].<ref>[http://www.desempregozero.org.br/editoriais/ferrovia_nortesul_entre_a_prioridade_e_a_ideologia.php Editorial sítio ''Desemprego Zero'']</ref> As denúncias ainda afirmavam que José Sarney praticava o [[nepotismo]], ou seja, favorecia amigos e conhecidos com concessões em rádios e TVs. A insatisfação numa ala do [[Partido do Movimento Democrático Brasileiro]] (PMDB), atual MDB, fez com que fosse fundado o [[Partido da Social Democracia Brasileira]] (PSDB). O auge da crise ocorreu durante a [[Assembleia Nacional Constituinte de 1987|Assembleia Nacional Constituinte]], onde os membros do partido votaram pelos quatro anos de mandato para Sarney, apesar de a tese dos cinco anos ter prevalecido, capitaneada pela maioria da bancada do PMDB e de políticos conservadores.<ref name="estadao"/>
 
Em 1988, no Congresso, foi criada uma CPI para investigar denúncias de corrupção no seu governo, e vários pedidos de impeachment foram arquivados pela presidência da Câmara. A CPI da corrupção apontou o ex-presidente como um dos responsáveis do esquema, por ter liberado dinheiro de fundos controlados pela Presidência a municípios, sem critérios. Assim que a verba acabava, Sarney utilizava a chamada reserva de contingência e contava com a ajuda do ministro do Planejamento, Aníbal Teixeira.<ref name="Videos e fotos">{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/infograficos/rede-escandalos/perfil/jose-sarney.shtml|título="Tesoureira da Igreja Universal nos Estados Unidos é condenada"| publicado=''Rede de escândalos''|acessodata=21 de Fevereiro de 2014}}</ref>
 
=== Governo Collor ===
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{{Artigo principal|Esquema PC|Processo de impeachment de Fernando Collor|alt=Imagem que mostra Collor saindo do Palácio do Planalto sendo seguido por aliados.}}
Nas últimas duas décadas do [[século XX]], particularmente após o fim do [[Regime militar no Brasil|regime militar]], casos de corrupção notórios obtiveram grande destaque na mídia, tendo inclusive resultado no afastamento do presidente [[Fernando Collor de Mello]].<ref group ="nota">Primeiro presidente da [[América Latina]] a sofrer [[impeachment]]</ref><ref>{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/impeachment-collor-foi-primeiro-alvo-de-impeachment-na-america-latina.jhtm|editor=Uol Educação|título=Collor foi o primeiro alvo de impeachment na América Latina|autor=Carlos Ferreira}}</ref>
 
Logo no início do segundo semestre do primeiro ano de governo Fernando Collor, surgiram as primeiras denúncias de corrupção no Executivo. O então presidente da [[Petrobras]], Luís Octávio da Motta Veiga, pediu demissão, alegando estar sendo pressionado pelo ex-tesoureiro de campanha de Collor, [[Paulo César Farias]], e pelo cunhado do presidente, o embaixador Marcos Coimbra, para conceder empréstimos, sem juros, à [[VASP]], recém privatizada pelo governo. O ano de 1991 começou com novas denúncias de corrupção, desta vez atingindo a primeira-dama, [[Rosane Malta|Rosane Collor]], na presidência da Legião Brasileira de Assistência (LBA). E elas foram se acumulando até que, em maio do ano seguinte, Pedro Collor, irmão do presidente, deu uma entrevista à [[Veja]], acusando PC Farias de enriquecimento ilícito e de ser testa de ferro do presidente da República em seus negócios. <ref>{{citar web|url=https://oglobo.globo.com/brasil/a-incomoda-companhia-dos-escandalos-casos-de-corrupcao-estouraram-em-todos-os-governos-15598762#ixzz5FLUKNBcWstest |título=A incômoda companhia dos escândalos: casos de corrupção estouraram em todos os governos|publicado=Uol|data=16/03/2016|acessodata=15 de maio de 2018}}</ref>
 
A partir de [[1993]], a extensão das denúncias abalou a crença nas instituições e no futuro do país e provocou a instalação de uma [[Comissão Parlamentar de Inquérito]] (CPI), que ficou conhecida como a [[Anões do Orçamento|CPI do Orçamento]], presidida pelo então senador [[Jarbas Passarinho]] e tendo como relator o governador de [[Pernambuco]] à época, [[Roberto Magalhães]]. Em [[2014]], todavia, o ex-presidente Collor foi inocentado pelo [[Supremo Tribunal Federal]] das denúncias de corrupção que lhe foram imputadas e que resultaram no seu "impeachment".<ref>{{citar web|url=http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2014/04/28/apos-absolvicao-collor-pergunta-quem-me-devolvera-o-que-me-foi-tomado.htm|título=Após absolvição, Collor pergunta: 'Quem me devolverá o que me foi tomado?'|publicado=Uol|data=28/04/2014|acessodata=11 de julho de 2014}}</ref>
 
=== Governo Itamar Franco ===
O novo governo assumido pelo vice presidente [[Itamar Franco]] foi, no início, apoiado por todas as forças políticas do Congresso, exceto o [[Partido da Frente Liberal]] (PFL), que também começou a sofrer denúncias de envolvimento de ministros em corrupção. Vários dos seus ministros, entre eles [[Henrique Hargreaves]] e Alexandre Costa, além do ministro da Fazenda, [[Eliseu Resende]], foram afastados do governo. Com o Plano Real, Itamar elegeu Fernando Henrique e, a exemplo de Sarney, não deixou a cena política. <ref>{{citar web|url=https://oglobo.globo.com/brasil/a-incomoda-companhia-dos-escandalos-casos-de-corrupcao-estouraram-em-todos-os-governos-15598762#ixzz5FLUKNBcWstest |título=A incômoda companhia dos escândalos: casos de corrupção estouraram em todos os governos|publicado=Uol|data=16/03/2016|acessodata=15 de maio de 2018}}</ref>
 
=== Governo FHC ===
{{VT|Governo Fernando Henrique Cardoso#Crises e acusações de corrupção}}
O [[governo Fernando Henrique Cardoso]] garantiu as benesses do Plano Real, mas seu governo foi também abalado por uma série de denúncias de corrupção. Os problemas começaram a partir das intervenções nos bancos [[Banco Nacional|Nacional]] e [[Banco Econômico|Econômico]], e a consequente criação da criação do [[Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional]] (Proer),
No primeiro mandato do [[governo Fernando Henrique Cardoso]], foi aprovada uma emenda constitucional que permitiu a [[reeleição]] para os cargos do [[Poder Executivo do Brasil|poder executivo]]. Em [[1997#Maio|maio de 1997]], grampos telefônicos publicados pela [[Folha de S.Paulo]] revelaram conversas entre o então deputado [[Ronivon Santiago]] e outra voz identificada no jornal como ''Senhor X''. Nas conversas, Ronivon Santiago afirma que ele e mais quatro deputados receberam 200 mil reais para votar a favor da reeleição, pagos pelo então governador do Acre, [[Orleir Cameli]].<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/80anos/marcos_do_jornalismo-01a.shtml|autor=RODRIGUES, Fernando|título=Deputado diz que vendeu seu voto a favor da reeleição por R$ 200 mil|publicado=Uol|obra=Folha de S.Paulo|data=13 de maio de 1997}}</ref>
 
Mas os maiores problemas surgiram com o programa de [[Privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso|privatizações]]. Um dos denunciados foi o ex-diretor do [[Banco do Brasil]] Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha. Ele teria atuado para assegurar a entrada da Previ, fundo de pensão do BB, no consórcio formado pela [[Telecom Itália]] e o [[banco Opportunity]], de Daniel Dantas. Ricardo Sérgio concedeu uma carta de fiança altíssima ao consórcio. Nesse processo, grampos telefônicos agravaram as denúncias e sacudiram o governo tucano. Conversas entre o então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e o presidente do [[BNDES]], André Lara Resende, flagraram a operação montada para beneficiar o consórcio do Opportunity. <ref>{{citar web|url=https://oglobo.globo.com/brasil/a-incomoda-companhia-dos-escandalos-casos-de-corrupcao-estouraram-em-todos-os-governos-15598762#ixzz5FLUKNBcWstest |título=A incômoda companhia dos escândalos: casos de corrupção estouraram em todos os governos|publicado=Uol|data=16/03/2016|acessodata=15 de maio de 2018}}</ref>
 
NoMas primeiroa mandatomaior acusação do [[governo Fernandofoi Henriqueda Cardoso]],compra foide votos para a aprovação aprovadade uma emenda constitucional que permitiu a [[reeleição]] para os cargos do [[Poder Executivo do Brasil|poder executivo]]. Em [[1997#Maio|maio de 1997]], grampos telefônicos publicados pela [[Folha de S.Paulo]] revelaram conversas entre o então deputado [[Ronivon Santiago]] e outra voz identificada no jornal como ''Senhor X''. Nas conversas, Ronivon Santiago afirma que ele e mais quatro deputados receberam 200 mil reais para votar a favor da reeleição, pagos pelo então governador do Acre, [[Orleir Cameli]].<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/80anos/marcos_do_jornalismo-01a.shtml|autor=RODRIGUES, Fernando|título=Deputado diz que vendeu seu voto a favor da reeleição por R$ 200 mil|publicado=Uol|obra=Folha de S.Paulo|data=13 de maio de 1997}}</ref>
 
=== Governo Lula ===