Mandacaru: diferenças entre revisões

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Organização, referências e texto sobre mandacaru sem espinhos.
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Suas raízes são responsáveis pela captação de água no [[lençol freático]]. O caule ou tronco colunar serve de eixo de sustentação e sua parte central, o miolo, contém vasos condutores da água e outras substâncias vitais à planta. Lateralmente ao caule, saem peças articuladas facetadas cuja morfologia lembra um grande castiçal com várias ramificações. A parte externa seja do tronco ou das brotações laterais, é protegida por uma grossa cutícula que impede a excessiva perda de água por transpiração. As flores desta espécie de cacto são brancas, muito bonitas e medem aproximadamente doze cm de comprimento. Desabrocham à noite e murcham ao nascer do sol. Alimentam as abelhas, especialmente a {{dic|arapuã}}. Seus frutos têm uma cor violeta forte, um formato elipsoide, alcança quinze centímetros de comprimento e doze centímetros de diâmetro, em média. A polpa é branca com sementes pretas minúsculas, que servem de alimento para diversas aves típicas da caatinga.
 
=== Variação - Mandacaru sem espinhos ===
== Potencial forrageiro do mandacaru ==
Denominada cientificamente de '''''Cereus hildmannianus K. Schum'''''. Essa variedade foi proveniente de uma mutação genética do Mandacaru (Cereus jamacaru), onde alguns genótipos não desenvolveram os espinhos, ocorrendo naturalmente em alguns estados do Nordeste, principalmente no Rio Grande do Norte e no litoral do Estado do Ceará onde foi encontrado vegetando. Estudos sugerem que este desenvolvimento do mandacaru sem espinho pode estar relacionado com o maior volume da precipitação que ocorre na região litorânea. <ref>CAVALCANTI, N. B.; RESENDE, G. M. Efeito de diferentes substratos no desenvolvimento do mandacaru sem espinhos (Cereus hildemannianus K. Schum). Caatinga, Mossoró, v. 19, n. 3, p.255-260, Jul./Set. 2006.</ref><ref>CAVALCANTI, N. B.; RESENDE, G. M. Mandacaru sem espinhos (Cereus hildemannianus K. Schum). Petrolina: Embrapa, 2006. 2 p.</ref>
 
A Embrapa coletou mudas encontradas no entorno da capital do Rio Grande do Norte, para multiplicação por estaquia. A Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), está desenvolvendo a versão sem espinhos como material forrageiro, que já foi plantada em propriedades na Paraíba. No Ceará, a Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Centro de Zootecnia, desenvolve projetos numa reserva de 246 hectares em Tauá, também com algumas mudas da espécie sem espinhos.<ref>MAIA, Fernando. [http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/negocios/cultivo-de-mandacaru-sem-espinhos-e-opcao-forrageira-na-estiagem-1.126909 Cultivo de mandacaru sem espinhos é opção forrageira na estiagem]. Jornal Diário do Nordeste. Ceará. 2013.</ref>
=== Características gerais ===
Depois de queimados os espinhos dos ramos novos, essa cactácea pode ser usada para a alimentação animal, caracterizando-se como uma ótima fonte de alimento alternativo para bovinos, ovinos e caprinos no período da estiagem.<ref>Potencial Forrageiro da Caatinga na Comunidade de Testa Branca, [[Uauá]]-[[Bahia]]. Cartilha. Gherman Araújo et al. Petrolina-PE, 2008.</ref>
 
== Potencial forrageiro do mandacaru ==
Para ter sucesso é necessário que o plantio aconteça pelo menos um mês antes do início das chuvas. No segundo ano do plantio já se pode fazer o primeiro corte. De uma única planta, e sem risco de morte, é possível retirar material para o cultivo de outras cem.
 
Os tratos culturais requeridos são os mesmos da palma, ou seja, simplesmente a capina. Se o agricultor tiver [[Estrume|esterco de curral]], pode usar como adubo, já que o mandacaru responde bem à adubação orgânica. As técnicas simples para o plantio e manejo favorecem a implantação dos cultivos. Todos estes procedimentos são de baixo custo.
 
Estas características favorecem o uso do mandacaru de forma mais intensa. Com teores de proteína em torno de 11,41% e produção média de 78 toneladas por hectare, é uma planta com potencial forrageiro semelhante ao da palma. Cultivada em uma área da propriedade, a espécie é uma alternativa barata para melhor estruturar os sistemas de produção da agricultura familiar.
 
=== Plantio ===
Para a instalação de um campo de mandacaru, basta o produtor cortar pedaços dos galhos da planta, deixar secar de um dia para o outro, e enterrar apenas uma parte no solo.&nbsp;É um processo bem simples e de custo baixíssimo. Para ter sucesso é necessário que o plantio aconteça pelo menos um mês antes do início das chuvas. No segundo ano do plantio já se pode fazer o primeiro corte. De uma única planta, e sem risco de morte, é possível retirar material para o cultivo de outras cem.
 
Os tratos culturais requeridos são os mesmos da palma, ou seja, simplesmente a capina. Se o agricultor tiver [[Estrume|esterco de curral]], pode usar como adubo, já que o mandacaru responde bem à adubação orgânica. As técnicas simples para o plantio e manejo favorecem a implantação dos cultivos. Todos estes procedimentos são de baixo custo. Testes realizados em campos experimentais da caatinga, e em propriedades de agricultores revelam o bom desempenho produtivo da espécie nativa. Em um hectare de caatinga, no espaçamento de um metro por um metro, é possível cultivar cerca de dez mil plantas e colher 78 toneladas de matéria verde ou 13,26 toneladas (17%) de matéria seca.
 
=== Colheita para alimentação animal ===
=== Variação ===
Depois de queimados os espinhos dos ramos novos, essa cactácea pode ser usada para a alimentação animal, caracterizando-se como uma ótima fonte de alimento alternativo para bovinos, ovinos e caprinos no período da estiagem.<ref>Potencial Forrageiro da Caatinga na Comunidade de Testa Branca, [[Uauá]]-[[Bahia]]. Cartilha. Gherman Araújo et al. Petrolina-PE, 2008.</ref> Com teores de proteína em torno de 11,41% e produção média de 78 toneladas por hectare, é uma planta com potencial forrageiro semelhante ao da palma. Cultivada em uma área da propriedade, a espécie é uma alternativa barata para melhor estruturar os sistemas de produção da agricultura familiar.
Uma novidade no trabalho do pesquisador são os testes em áreas de agricultores com variedades sem espinho de mandacaru em áreas do sertão. Estes materiais são originários de zonas próximas ao litoral do [[Ceará]] e [[Rio Grande do Norte]], onde apresentam altura que varia de 3,5 a 5,5 metros, com copa bastante desenvolvida aos três anos de idade. Nos plantios instalados nos sertões da [[Paraíba]] e [[Pernambuco]], o crescimento verificado foi menor, em função da quantidade inferior de chuvas. Todavia, apresenta a vantagem de não ter espinhos, o que facilita o seu manejo e utilização na alimentação dos animais na seca.
 
{{Referências|col=2}}