Gambiarra evolutiva: diferenças entre revisões

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Ricardo L1ma (discussão | contribs)
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Os [[Canino (dente)|dentes caninos]] da mandíbula do [[Babirussa|babirusa]] macho crescem por sobre a face, e os caninos superiores emergem na vertical dos [[Alvéolo dentário|alvéolos]] do maxilar e penetram pela pele do nariz, então saem em curva para cima e na frente da face<ref>GROVES, C. P. Systematics of Babyrousa, Zoologische Mededelingen.</ref> <ref name=":11">MACDONALD, A.; LEUS, K & HOARE, H.; 'Maxillary canine tooth growth in babirusa (genus Babyrousa)' Journal of Zoo and Aquarium Research, vol 4, no. 1.(2016)</ref>. Os dentes caninos crescem curvados e em direção à cabeça, onde acabam, muitas vezes, perfurando o crânio do animal e atingindo o cérebro<ref>GBIF Secretariat: GBIF Backbone Taxonomy. doi:10.15468/39omei Acessado via <<nowiki>http://www.gbif.org/species/2441208</nowiki>> Em 2016-10-23</ref><ref>WESSON, Robert G. Beyond Natural Selection. Cambridge, Mass.: MIT Press, 1991.
</ref>. A função atual destes dentes é desconhecida. Eles são bastante frágeis, facilmente se quebram e são raramente usados em combate<ref>IRVEN, P. 1996. The Babirusa. Mainly About Animals 29, 5-7.
</ref>. Estudos subsequentes do comportamento, da fragilidade estrutural do dente canino superior e a relativa superficialidade destes, mostraram que os dentes caninos do macho adulto nunca foram usados diretamente em lutas. <ref name=":11" />.
 
==== Galhada do alce irlandês acarretou sua extinção ====
A [[galhada]] de muitos animais possui entre uma de suas funções fundamentais, um "símbolo visual de posição de domínio". Com 41 kg de chifre que possuía 3,65 metros de ponta a ponta, o [[Alce-gigante|''Megaloceros'']] (Alce irlandês) rearranjou seus chifres de forma que pudessem ser exibidas por completo quando o animal olhasse pra frente, pois manobrar os chifres como os animais modernos fazem não seria viável. Contudo, embora estivesse bem adaptado às campinas abertas e relvadas, com poucos bosques da época, aparentemente o Megaloceros não se adaptou de forma suficientemente rápida à [[tundra]] subártica ou ao denso florestamento ocorrido depois do último recuo da camada de gelo, sendo incapaz de fugir dos predadores pela densa floresta, provavelmente o animal foi vítima do seu sucesso evolutivo anterior. <ref name=":10" />.
 
==== Tubarões que não podem parar de nadar ====
Existem espécies de [[Tubarão|tubarões]] que não podem parar de nadar (como o [[tubarão-branco]] e o [[tubarão-baleia]]), isso porque eles possuem o que se chama de [[Ventilação pulmonar|ventilação]] forçada obrigatória, ou seja, recebem [[Oxigénio|oxigênio]] para sobreviver apenas se o seu movimento for permanente. Acontece que, os tubarões não possuem o [[opérculo]] e, dessa forma, precisam estar em constante movimento para que a água possa passar pela sua boca, atravessar a [[faringe]] e chegar às [[Brânquia|brânquias]], ocorrendo as trocas gasosas da respiração branquial. Desse modo, se os tubarões pararem de nadar, o fluxo de água é interrompido e o sangue não receberia oxigênio, matando o animal asfixiado. <ref>CASSANDRA, Paula. [https://animais.umcomo.com.br/artigo/o-que-aconteceria-se-os-tubaroes-parassem-de-nadar-26953.html O que aconteceria se os tubarões parassem de nadar]. UmCOMO. Brasil. 2017.</ref>
 
=== Seres vivos sem partes ou órgãos ===
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O parto prolongado pode levar o animal à exaustão e ter efeitos adversos sobre, raramente a mãe bandona a sua cria, porém em casos de parto múltiplo ou [[primíparas]] a atenção é dispensada em uma única cria e, passado o período crítico de reconhecimento, a [[cabra]] rejeita os outros filhotes<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=gssTh9pKbMEC&pg=PA183&lpg=PA183&dq=cabra+rejeita&source=bl&ots=qutVvJq0jl&sig=YkBX2tO1srh9mt2_r6ZKXCenHug&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiolJKkj8bTAhWBD5AKHYl0D78Q6AEIMDAC#v=onepage&q=cabra%20rejeita&f=false|título=Caprinocultura|ultimo=Ribeiro|primeiro=Silvio Doria de Almeida|data=1997-01-01|editora=NBL Editora|lingua=pt|isbn=9788521309727}}</ref>. No caso da [[ovelha]], se ela permitir que o cordeiro consuma o [[colostro]] revela que ela o reconheceu e o aceitou como seu, rejeitando qualquer outro filhote que tente mamar<ref>'''Rech''' et al. '''''Temperamento e comportamento materno ovino'''''. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.35, n.3, p.327-340, jul./set. 2011.</ref>. Dados de mamíferos sugerem que, quando o recurso alimentar é severamente restrito, tornando fêmeas [[Lactente|lactantes]] incapazes de manter seu peso vivo, as mães são mais propensas a rejeitar e abandonar seus filhotes<ref>{{Citar periódico|ultimo=Rech|primeiro=Carmen Lucia de Souza|ultimo2=Rech|primeiro2=José Luiz|ultimo3=Fischer|primeiro3=Vivian|ultimo4=Osório|primeiro4=Maria Teresa Moreira|ultimo5=Manzoni|primeiro5=Nelson|ultimo6=Moreira|primeiro6=Heden Luiz Marques|ultimo7=Silveira|primeiro7=Isabella Dias Barbosa da|ultimo8=Tarouco|primeiro8=Adriana Kroef|data=2008-08-01|titulo=Temperamento e comportamento materno-filial de ovinos das raças Corriedale e Ideal e sua relação com a sobrevivência dos cordeiros|jornal=Ciência Rural|volume=38|numero=5|paginas=1388–1393|issn=0103-8478|doi=10.1590/S0103-84782008000500030|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-84782008000500030&lng=en&nrm=iso&tlng=pt}}</ref>.
 
==== ''Micromalthus debilis'': o besouro que devora a mãe viva ====
Alguns insetos desenvolveram métodos macabros de propagar a espécie, assim como o que acontece em besouros [[Micromalthus debilis|''Micromalthus debilis'']]. As fêmeas desta espécie, que são [[Partenogénese|parternogênicas]], geram suas larvas fêmeas descendentes de forma normal. Porém, o ''Micromalthus debilis'' o desenvolveu um sistema praticamente idêntico aos [[cecidomiídeos]], com uma variação macabra. As fêmeas paternogênicas produzem um único descendente [[macho]], e essa larva se prende à [[cutícula]] da mãe durante cerca de quatro ou cinco dias, em seguida insere a cabeça pela abertura [[genital]] dela e a devora. <ref name=":10">GOULD, Stephen Jay. Darwin e os Grandes Enigmas da Vida. São Paulo: Martins Fontes, 2º ed., 1999, 274p.</ref>.
 
==== O percevejo de instinto estuprador e homossexual ====
O '''''Xylocaris maculipennis''''' ou [[Cimex lectularius|''Cimex lectularius'']], desenvolveu um hábito reprodutivo curioso conhecido como “estupro perfurante homossexual”. Aparentemente, em algumas variedades deste inseto o macho fecha a fêmea com um tipo de "rolha" após fertilizá-la para evitar que os outros machos a fertilizem também. Então, certos percevejos adaptaram-se a esse problema perfurando a fêmea durante a relação de modo a evitar o caminho normal e contornar a rolha. Outros, desenvolveram algo ainda mais drástico: O macho perfura e insemina os outros machos à força de modo que, os seus [[genes]] sejam "carregados" para as fêmeas quando o macho estuprado acasalar com elas.<ref>Sommer, Volker & Paul L. Vasey (2006), Homosexual Behaviour in Animals, An Evolutionary Perspective. Cambridge. ISBN 0521864461</ref>.
 
==== Cuco: o pássaro que mata os irmãos adotivos ====