Shindo Renmei: diferenças entre revisões
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Os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em [[1908]]. A grande maioria dos imigrantes japoneses pretendia fazer fortuna para depois retornar ao [[Japão]].
Os recém-chegados depararam-se com uma terra completamente diferente de sua pátria: língua, costumes, religião, alimentação, clima, enfim, tudo era diferente daquilo a que eles estavam acostumados.<ref name="Katsuo Higuchi">{{citar web|url=http://www.discovernikkei.org/pt/journal/2018/11/7/shindo-renmei/|titulo=SHINDO RENMEI, uma página sombria da imigração japonesa no Brasil|data=7 de novembro de 2018|acessodata=27 de agosto de 2019|publicado=Discovernikkei.org|ultimo=Higuchi|primeiro=Katsuo}}</ref>
A política de imigração da [[República Velha]] pretendia "branquear" o Brasil. Imigrantes japoneses só foram aceitos pois diminuía muito o fluxo de [[Imigração italiana no Brasil|imigrantes italianos]].
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Segundo o pesquisador Rogério Dezem, alguns católicos japoneses ([[Keizo Ishihara]], [[Margarida Watanabe]] e [[Massaru Takahashi]]) criaram, com a aprovação da [[Igreja Católica]] e das autoridades do governo, uma caixa beneficente, chamada simplificadamente de "Pia", com o objetivo de prestar ajuda aos membros pobres da colônia.
Um ex-[[coronel]] do exército japonês, [[Junji Kikawa]], participou das atividades da "Pia". Em Agosto de [[1942]], após um violento confronto envolvendo brasileiros e japoneses na cidade de [[Marília]],
A Shindo Renmei tinha sede na rua ''Paracatu'', nº 96, bairro da Saúde, na [[São Paulo (cidade)|cidade de São Paulo]]. Chegou a possuir 64 filiais nos estados de [[São Paulo (estado)|São Paulo]] e [[Paraná]]. Mantinha-se com doações de seus filiados.
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Os assassinos da Shindo Renmei, chamados de ''tokkotai'', sempre eram pessoas jovens. Primeiro, entregavam ou enviavam cartas solicitando o [[seppuku]] (suicídio ritual) dos ''makegumi'' que deveriam morrer, pois assim eles poderiam "recuperar a honra perdida". Deveriam suicidar-se cortando o próprio ventre, onde depois, seria colocada uma [[bandeira do Japão]]. As cartas começavam dizendo:
{{Cquote|''Você tem o coração sujo, então deve ter a garganta lavada.'' <small>(isto é, deverá ter a garganta cortada por uma espada [[katana]]).</small><ref name="morais"/>}}
Os que se recusavam a cometer suicídio eram executados com armas de fogo e, às vezes, com espadas [[katana]]. Os crimes ocorreram muitas vezes na presença de familiares dos assassinados. Nenhum dos ''makegumi'' que recebeu a carta aceitou suicidar-se. O primeiro ''makegumi'' assassinado foi [[Ikuta Mizobe]], no dia 7 de Março de 1946, em [[Bastos]] (SP).<ref name="Katsuo Higuchi"/> Décadas depois, sua filha, [[Aiko Higuchi]], revelou detalhes sobre o crime e suas consequências.{{nota de rodapé|[
De janeiro de [[1946]]
Os ''tokkotai'', frequentemente, entregavam-se às autoridades logo após as execuções. Sempre explicavam que nada tinham contra o Brasil ou contra os brasileiros, e que não eram criminosos comuns, pois matavam no estrito cumprimento do dever.<ref name="morais"/>
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Cerca de 155 imigrantes japoneses tiveram sua expulsão do território nacional decretada em [[1946]], porém esta nunca ocorreu e o caso acabou por prescrever. Quatorze ''tokkotais'' cumpriram penas por assassinato.
Passadas várias décadas, muitos membros da comunidade nipo-brasileira ainda consideram a Shindo Renmei um assunto que não deve ser comentado.<ref name="Katsuo Higuchi"/> Em [[2000]], [[Fernando Morais]] lançou ''[[Corações Sujos]]'', um livro contando a história da organização. Em 2006, Jorge
==Ver também==
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