Itajubá M954 Mosquetão: diferenças entre revisões

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| calibre = [[.30-06|.30-06 Springfield]] (7.62x63mm)
| açao = por gás
| cadencia = semi-automaticosemiautomático
| velocidade_saida =
| alcance =
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| mira = alça e massa
}}
O '''Itajubá M954 Mosquetão''' é um fuzil de combate produzido pela [[Indústria de Material Bélico do Brasil|IMBEL]] entre 1954 e 1964. A arma é um derivado do [[Gewehr 43]], calibrado em [[.30-06]]. Foram fabricados 300 fuzis.
 
== História ==
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Quando a [[FEB]] chegou à Itália, o armamento que seus efetivos receberam era padronizado com o dos norte-americanos, de modo que a arma distribuída aos pracinhas foi o [[M1903 Springfield]], uma versão americana do Mauser em calibre .30-06 (7,62X63 mm). Isso teve conseqüências duradouras: depois da guerra, boa parte do armamento de infantaria disponível para o [[Exército Brasileiro]] usava calibres norte-americanos. A [[Browning Automatic Rifle|BAR]], o [[M1903 Springfield]], [[M1 Garand]] e a [[Browning M1919]], foram adotados pelo exército, eram todos em calibre [[.30-06]], já a pistola [[Colt M1911]] e a submetralhadora [[Thompson (submetralhadora)|M1 Thompson]] usavam calibre [[.45 ACP]]. Essa munição passou a ser fabricada no país nos anos 50.
 
Em função dessa disponibilidade de armamento norte-americano, no final dos anos 40 houve uma tentativa de tornar o calibre [[.30-06]] padrão das forças militares brasileiras. O resultado foi o [[Itajubá M1949]], uma carabina baseada no M1908/34, porém em calibre .30-06, o M1949 foi distribuído em algumas unidades do exército, porém, o projeto não vingou. Nessa época, já era evidente a tendência mundial para a adoção de armas automáticas e semi-automáticassemiautomáticas. O acaso então entrou no jogo – só não se pode dizer se contra ou a favor do Brasil.
 
Por sinal, o acaso começou a conspirar no segundo semestre de [[1945]], quando a [[FEB]] voltou ao Brasil. Embora a tropa brasileira tenha deixado para trás todo seu equipamento, pôde conservar certa quantidade de armamento alemão e italiano de diversos tipos, várias peças de equipamento de campanha de nossos adversários, os arquivos da [[FEB]] e alguns documentos alemães e italianos. O item mais numeroso trazido para o Brasil eram armas portáteis capturadas aos alemães e seus aliados. Não se sabe exatamente quantas vieram, mas calcula-se um número de alguns milhares. Muitos desses itens eram exemplares do que a [[Wehrmacht]] tinham de mais moderno, inclusive os submetralhadoras [[MP40]], fuzis automaticos [[Sturmgewehr 44|StG44]], metralhadoras [[MG42]] (conhecida pelos pracinhas como ''Lurdinha'') e fuzis semi-automaticossemiautomáticos [[Gewehr 43]] (tanto o modelo da Mauser quanto o da Walther).
 
=== O equivoco ===
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Não se sabe exatamente porque as autoridades locais resolveram que copiar o Gewehr 43(M) era uma boa ideia. Alguns pesquisadores especializados acreditam que dois fatores tenham se combinado para gerar o equívoco: a existência, em Itajubá, de máquinas-ferramentas de origem alemã, adquiridas em 1934, para a fabricação do M1908/34, um, e dois, o fato de que a patente do Gewehr 43 tinha perdido a validade, por ser este uma arma militar – as de armas civis e de polícia continuaram valendo. Outro fato relevante é que, embora faltasse [[M1 Garand]], em função dessa arma ser utilizada pelos militares americanos na Guerra da Coréia, outras armas utilizadas na segunda guerra mundial, em calibre .30 foram generosamente distribuídas (devido a haver uma excessiva reserva na US Army): o [[Browning Automatic Rifle|BAR]], a [[Browning M1919]] e boa quantidade de fuzis [[M1903 Springfield]]. Assim, era natural que a tentativa de uma arma nacional visasse o cartucho [[.30-06]] (cuja patente fora cedida ao Exército), e que essa arma tentasse adaptar um Mauser, com o qual os militares brasileiros tinham intimidade de mais de 40 anos.
 
O [[Exército Brasileiro]] chegou a adquirir um pequeno lote de fuzis (pouco mais de 300 armas), porém, após serem feitos os testes, a arma se mostrou problemática, temperamental e difícil de operar. O exército não adquiriu outro lote, visando o substituir em pouco tempo por fuzis [[SAFN-49]], de fabricação belga (em calibre .30-06), porem, na época, as armas semi-automatícassemiautomáticas já estavam sendo suplantadas por fuzis automáticos, então, em 1956, o exército escolheu o [[FN FAL]], que foi posto em serviço em 1964, dando fim a curta carreira do M954 "Mosquetão" no exército.
 
== Características ==