Gambiarra evolutiva: diferenças entre revisões

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Kiwi põe ovos 6x maiores que o comum.
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==== A bolsa do coala abre-se para baixo ====
O [[coala]] é um [[marsupial]] arborícola noturno, com até 85 cm de comprimento, que passa seus dias agarrado a troncos de árvores e que possui o [[marsúpio]] que se abre para baixo, em vez de para cima, como a dos [[Canguru|cangurus]]. A razão isso é um legado da história. Os coalas descendem de um ancestral parecido com o [[vombate]]<ref name=":8">DAWKINS, R. The greatest show on Earth: The evidence for Evolution. New York, NY: Free press, 2009.</ref>. Segundo Williams (2006), os coalas evoluíram de marsupiais escavadores como o vombate, que escavavam ninhos subterrâneos, a bolsa de seus ancestrais abrem-se para trás como resultado de proteção dos filhotes durante a escavação<ref>WILLIAMS, Robyn. Unintelligent design: why God isn’t as smart as she thinks she is. National Library of Australia. Ed. Allen & Unwin, <nowiki>ISBN 978 1 74114 923 4</nowiki>. (2006).
</ref>. A medida que os atuais coalas evoluíram, essa característica manteve-se como [[estrutura vestigial]].[[Ficheiro:GiraffaRecurrEn.svg|thumb|440x440px|Percurso do [[Nervo laríngeo recorrente|Nervo Laríngeo Recorrente]] nas [[Girafa|girafas]].]]
 
==== Nervo laríngeo da girafa gasta 4,5 metros ====
O [[Nervo laríngeo recorrente|nervo laríngeo]] da [[girafa]] é um nervo craniano que parte diretamente do seu cérebro, onde um de seus ramos parte de cada lado do pescoço e se dirige à [[laringe]]. Uma parte chega à laringe diretamente, mas outra parte chega a ela por um caminho bem longo, ele se dirige para “baixo”, para dentro do tórax, caminha até o coração, dá a volta em uma de suas [[artérias]] e volta para cima, até atingir a laringe. O nervo laríngeo é um exemplo bizarro, pois como a [[aorta]] da girafa se encontra no tórax, e o tórax encontra-se muito distante do crânio, o nervo laríngeo “caminha” 4,5 metros em uma girafa adulta, quatro metros e meio, para chegar a uma posição a centímetros da origem do nervo<ref name=":8" />. Segundo Wolf-Ekkehard Lönnig, no entanto, o nervo também inerva esôfago e traqueia, além de "dá vários filamentos cardíacos para a parte profunda do plexo cardíaco".<ref>''Lönnig, Wolf-Ekkehard. [http://www.weloennig.de/LaryngealNerve.pdf The Laryngeal Nerve of the Giraffe: Does it Prove Evolution?]''. 2010, p 4.</ref>
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Os [[Canino (dente)|dentes caninos]] da mandíbula do [[Babirussa|babirusa]] macho crescem por sobre a face, e os caninos superiores emergem na vertical dos [[Alvéolo dentário|alvéolos]] do maxilar e penetram pela pele do nariz, então saem em curva para cima e na frente da face<ref>GROVES, C. P. Systematics of Babyrousa, Zoologische Mededelingen.</ref> <ref name=":11">MACDONALD, A.; LEUS, K & HOARE, H.; 'Maxillary canine tooth growth in babirusa (genus Babyrousa)' Journal of Zoo and Aquarium Research, vol 4, no. 1.(2016)</ref>. Os dentes caninos crescem curvados e em direção à cabeça, onde acabam, muitas vezes, perfurando o crânio do animal e atingindo o cérebro<ref>GBIF Secretariat: GBIF Backbone Taxonomy. doi:10.15468/39omei Acessado via <<nowiki>http://www.gbif.org/species/2441208</nowiki>> Em 2016-10-23</ref><ref>WESSON, Robert G. Beyond Natural Selection. Cambridge, Mass.: MIT Press, 1991.
</ref>. A função atual destes dentes é desconhecida. Eles são bastante frágeis, facilmente se quebram e são raramente usados em combate<ref>IRVEN, P. 1996. The Babirusa. Mainly About Animals 29, 5-7.
</ref>. Estudos subsequentes do comportamento, da fragilidade estrutural do dente canino superior e a relativa superficialidade destes, mostraram que os dentes caninos do macho adulto nunca foram usados diretamente em lutas. <ref name=":11" />[[Ficheiro:Megaloceros.jpg|thumb|259x259px|[[Alce-gigante|Megaloceros]] com os chifres.]]
 
==== Galhada do alce irlandês acarretou sua extinção ====
A [[galhada]] de muitos animais possui entre uma de suas funções fundamentais um "símbolo visual de posição de domínio". Com 41 kg de chifre que possuía 3,65 metros de ponta a ponta, o [[Alce-gigante|''Megaloceros'']] (Alce irlandês) rearranjou seus chifres de forma que pudessem ser exibidos por completo quando o animal olhasse pra frente, pois manobrar os chifres como os animais modernos fazem não seria viável. Contudo, embora estivesse bem adaptado às campinas abertas e relvadas, com poucos bosques da época, aparentemente o Megaloceros não se adaptou de forma suficientemente rápida à [[tundra]] subártica ou ao denso florestamento ocorrido depois do último recuo da camada de gelo, sendo incapaz de fugir dos predadores pela densa floresta; provavelmente o animal foi vítima do seu sucesso evolutivo anterior. <ref name=":10" />