Neville d'Almeida: diferenças entre revisões

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Em meados dos anos 1970, interessou-se em adaptar [[A Dama do Lotação|''A Dama do Lotação'']], conto de [[Nelson Rodrigues]] escrito para sua célebre coluna de jornal ''[[A Vida como Ela É...|A Vida como Ela É]]''. Com o objetivo de adquirir os direitos da obra, foi à redação do jornal [[O Globo]], no Rio de Janeiro, e pediu para falar com Nelson. Nessa conversa, explicou que era um cineasta iniciante e que todos os seus filmes até então haviam sido interditados e censurados, e que não tinha dinheiro para comprar os direitos do conto, pedindo, assim, para que seu autor os guardasse, reservados, até que o dinheiro para adquiri-los fosse levantado. Nelson aceitou o pedido, e alguns anos depois, D'Almeida de fato conseguiu adquirir os direitos da obra e fazer o filme, contratando Nelson para escrever o argumento e os diálogos da produção, expandindo o conceito de seu conto original. [[Regina Duarte]] fora originalmente sondada para estrelar o filme, mas recusara, e assim Neville optou por [[Sônia Braga]].
 
[[A Dama do Lotação (filme)|''A Dama do Lotação'']], chegou aos cinemas de todo odo Brasil em estreia simultânea (algo até então considerado raro para filmes nacionais) em todo o país no ano [[1978]], e atingiu estrondoso sucesso de bilheteria, atingindo o topo da lista de maiores bilheterias do cinema brasileiro. Tamanho o sucesso de ''A Dama do Lotação'', o filme só foi perder o primeiro lugar na lista de bilheterias brasileiras em [[2010]].<ref name=":0" /> Foi o primeiro filme de Neville produzido comercialmente por uma produtora estruturada, a estatal [[Embrafilme]], em co-produção com a Regina Filmes de Nelson Pereira dos Santos. Considerado mais palatável ao público de massas e, portanto, mais comercial, ''A Dama do Lotação'' inaugurou uma nova etapa na carreira de D'Almeida, fazendo com que ele deixasse de ser um cineasta ''[[Cultura underground|underground]]'' com filmes herméticos e pouco vistos e passasse a ser o responsável pelo filme brasileiro mais assistido da história até então.
 
Após o sucesso de ''A Dama do Lotação'', D'Almeida filmou outra adaptação de Nelson Rodrigues, dessa vez não de um conto, mas de uma peça. ''[[Os 7 Gatinhos|Os Sete Gatinhos]]'', que foi lançado em [[1980]], teve suas filmagens supervisionadas por Nelson (que também havia visitado os sets de ''A Dama do Lotação'') já no fim de sua vida, em condições enfraquecidas de saúde. O filme teve boas bilheterias, marcando outro sucesso na parceria entre Neville e a Embrafilme.
 
Em 1982 foi lançado [[Rio Babilônia|''Rio Babilônia.'']] Com história escrita propor Neville e pelo produtor musical [[Ezequiel Neves]], o filme, uma espécie de [[A Doce Vida|''La Dolce Vita'']] brasileiro, foi mais um sucesso comercial de sua carreira, e é até hoje um de seus filmes mais lembrados e emblemático, mantendo o recorde de filme brasileiro mais exibido pelas redes nacionais de TV aberta e fechada.
 
=== Pós-Embrafilme e retomada ===
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Em 2015, lança ''[[A Frente Fria Que a Chuva Traz|A Frente Fria que a Chuva Traz]]'', adaptado da peça de teatro homônima de [[Mário Bortolotto]]. Foi seu primeiro filme lançado em circuito comercial no século XXI.
 
Em setembro de [[2017]], participou como artista convidado, da exposição '''Hélio Oiticica—To Organize a Delirium''', no [[Whitney Museum of American Art]] em Nova York.
 
No ano de [[2018]], foi lançado o documentário ''Neville D'Almeida, Cronista da Beleza e do Caos'', dirigido pelo crítico de cinema e cineasta Mário Abbade. O filme documenta a trajetória de Neville no cinema, de ''Jardim de Guerra'' até ''A Frente Fria que a Chuva Traz'', e conta com uma série de entrevistas feitas com atores e técnicos que trabalharam em todos os filmes da carreira de D'Almeida, para além, claro, de entrevistas extensas com o próprio. O filme foi selecionado para o [[Roterdão|Festival de Rotterdam]] daquele ano. Em 2018 e 2019, D'Almeida participou de uma série de sessões com debate de ''Cronista da Beleza e do Caos'' enquanto este esteve em cartaz no circuito de exibição comercial.