Carlos Luz: diferenças entre revisões
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{{minidesambiguação|judoca brasileiro naturalizado português|Carlos Luz (judoca)}}
{{Info/Político/Presidente
|nome =Carlos Luz
|imagem =Carlos Luz Oficial.jpg
|imagem-tamanho =
|legenda =Foto oficial de Carlos Luz.
|preposição =do
|país =Brasil
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|morte_local =[[Rio de Janeiro]], [[Guanabara]]
|nacionalidade ={{BRAn|o}}
|partido =Partido Progressista<br/>[[Partido Social Democrático (1945
|alma_mater =[[Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais|Faculdade de Direito da UFMG]]
|cônjuge =Maria José Dantas <small><br>({{tooltip|c.|casamento}} 1920; {{tooltip|v.|viúvo}} 1924)</small><br>[[Graciema da Luz|Graciema Junqueira]] <small><br>({{tooltip|c.|casamento}} 1927; {{tooltip|m.|morte}} 1961)</small>
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|assinatura =Carlos Luz presidente do Brasil signature.jpg
}}
'''Carlos Coimbra da Luz''' ([[Três Corações]], {{dtlink|4|8|1894}} — [[Rio de Janeiro]], {{dtlink|9|2|1961}}) foi um [[advogado]], [[professor]], [[jornalista]] e [[político]] [[brasil]]eiro
Luz se formou em meados de 1915 em Direito, sendo nomeado mais tarde delegado de polícia e, oito anos depois, vereador da cidade de [[Leopoldina (Minas Gerais)|Leopoldina]]. Em 1934, elegeu-se [[deputado federal]] pelo [[Partido Progressista de Minas Gerais|Partido Progressista]] (PP), e foi mais tarde nomeado para o conselho administrativo da [[Caixa Econômica Federal]] por [[Getúlio Vargas]]. Eventualmente, tornou-se vice-presidente e depois presidente da instituição.
[[File:Carlos Coimbra da Luz, presidente da República, discursa por meio da A Hora do Brasil..tif|thumb|left|Carlos Coimbra da Luz, presidente da República, discursa por meio de ''A Hora do Brasil'']]▼
Foi empossado como [[Ministério da Justiça|ministro da Justiça]] em janeiro de 1946 por [[Eurico Gaspar Dutra]]. Em 1947, Carlos Luz foi o único candidato eleito para a [[Câmara dos Deputados]], pelo [[Partido Social Democrático (1945)|Partido Social Democrático]] (PSD). Tornou-se no mesmo ano diretor-presidente do [[Banco Ribeiro Junqueira]]. Em fevereiro de 1955, Carlos Luz foi eleito presidente da Câmara dos Deputados.
Em novembro de 1955, o presidente [[Café Filho]] ficou inativo por motivo de doença. Assim, Carlos Luz, como presidente da Câmara dos Deputados, seria seu sucessor legal, e foi empossado em 8 de novembro. Entretanto, após de acusações de conspiração contra a posse do eleito [[Juscelino Kubitschek]], [[Impeachment de Carlos Luz|sofreu um ''impeachment'']] três dias depois. Após isso, Luz teve baixa participação na política. Morreu no [[Rio de Janeiro]] em 9 de fevereiro de 1961.
== Início de vida e presidência da Câmara Municipal e da Caixa ==
Carlos Coimbra da Luz nasceu em [[Três Corações]], [[Minas Gerais]], no dia 4 de agosto de 1894. Foi filho do desembargador [[Alberto Gomes Ribeiro da Luz]] e de Augusta Coimbra da Luz. Seus estudos preparatórios foram realizados no Ginásio de Lavras.<ref name=estadaoacervo>{{Citar web |url=http://acervo.estadao.com.br/noticias/personalidades,carlos-luz,561,0.htm |titulo=Carlos Luz - Acervo |acessodata=2021-02-16 |website=[[O Estado de S. Paulo|Estadão]]}}</ref> Formou-se na [[Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais]] em 1915,<ref name=bio/> sendo nomeado pouco depois delegado de [[polícia]] da cidade de [[Leopoldina (Minas Gerais)|Leopoldina]], bem como e [[professor]] de geografia, corografia e cosmografia da Escola Normal da cidade. Passou a dedicar-se à advocacia e ao jornalismo em 1920.<ref name=cpdoc/>
Em 1923, Carlos Luz foi eleito [[vereador]] em Leopoldina. Logo após, assumiu a presidência da [[Câmara municipal (Brasil)|Câmara Municipal]] e, depois, a prefeitura da cidade,<ref name=cpdoc /> até 1932, mas foi afastado por um curto período devido à [[Revolução de 1930]].<ref name=bio/> Em setembro do mesmo ano, foi nomeado secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas de Minas Gerais. No dia 15 de dezembro assumiu o cargo de secretário do Interior. Em outubro de 1934, elegeu-se [[deputado federal]] de Minas Gerais, pelo [[Partido Progressista de Minas Gerais|Partido Progressista]] (PP). Deixou seu cargo no governo do estado em janeiro de 1935, iniciando seu mandato em maio.<ref name=cpdoc />
Devido à dissolução da Câmara<ref name=estadaoacervo /> com o golpe que implantou o [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]], em 1937, Carlos Luz foi nomeado por [[Getúlio Vargas]] para o conselho administrativo da [[Caixa Econômica Federal]]. Em dezembro do ano seguinte, foi eleito vice-presidente da instituição, e mais tarde presidente, em julho de 1939. Ele também se tornou membro do conselho e diretor da [[Companhia de Seguros Minas-Brasil]]. Após se tornar presidente da instituição, passou a integrar o Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais. Foi reeleito para o cargo em novembro de 1942, permanecendo até fevereiro de 1946.<ref name=cpdoc />
== Câmara dos Deputados e presidência do Brasil ==
▲[[File:Carlos Coimbra da Luz, presidente da República, discursa por meio da A Hora do Brasil..tif|thumb|left|Carlos
Com o fim do Estado Novo, [[Eurico Gaspar Dutra]] o convidou para ocupar a pasta da Justiça do novo governo, empossado em janeiro de 1946. Mais tarde, nas eleições suplementares para a [[Câmara dos Deputados]] realizadas em 1947, Carlos Luz foi o único candidato eleito, pelo [[Partido Social Democrático (1945)|Partido Social Democrático]] (PSD). Tornou-se no mesmo ano diretor-presidente do [[Banco Ribeiro Junqueira]]. Foi reeleito para dois mandatos sucessivos na Câmara dos Deputados, em 1950 e 1954. Em seu segundo mandato, empossado em fevereiro de 1955, Carlos Luz foi eleito presidente da Câmara dos Deputados.<ref name=cpdoc />
O governador de Minas Gerais na época, [[Juscelino Kubitschek]], teve sua candidatura a presidência homologada em fevereiro de 1955, após convenção nacional do PSD. Seções estaduais de [[Pernambuco]], [[Santa Catarina]] e [[Rio Grande do Sul]], bem como representantes da [[Bahia]] e do [[Distrito Federal]], recusaram-se a apoiar a candidatura [[ratificação|ratificada]], e formaram uma [[dissidência]] que propôs ao partido, como alternativa a Juscelino, os nomes de [[Etelvino Lins]], [[Nereu Ramos]] e [[Lucas Lopes]], além de Carlos Luz.<ref name=cpdoc />
Juscelino e [[João Goulart]] foram eleitos com 35,6% e 44,3% dos votos como presidente e vice-presidente, respectivamente. Após a divulgação dos resultados, a [[União Democrática Nacional]] (UDN) realizou uma campanha liderada pelo deputado [[Aliomar Baleeiro]] contra a posse dos eleitos, alegando que eles não haviam obtido a maioria absoluta dos [[sufrágio]]s. [[Henrique Teixeira Lott]], [[Ministério da Guerra (Brasil)|ministro da Guerra]], reiterou sua posição favorável à posse dos eleitos, mas a crise não foi solucionada.<ref name=cpdoc />
No dia 5 de novembro, Carlos Luz visitou o Ministério da Guerra para se informar da situação do Exército. Três dias depois, soube-se que [[Café Filho]], que havia assumido a presidência após o suicídio de Getúlio Vargas, ficaria inativo por alguns dias por motivo de doença. Assim, como presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz seria seu sucessor legal, sendo, na tarde do mesmo dia, empossado. No dia seguinte, reuniu o gabinete comunicando aos ministros de Café Filho sua intenção de mantê-los nos cargos. Henrique Lott colocou a pasta da Guerra à disposição de Luz;<ref name=cpdoc /> Lott pediu demissão porque Luz não havia punido o coronel Jurandir Mamede, que criticou abertamente Juscelino e Goulart e pronunciou-se contra a posse dos eleitos na cerimônia do enterro do general [[Canrobert Pereira da Costa]], em 1 de novembro.<ref name=onze /> Luz aceitou o pedido, nomeando o general Álvaro Fiúza de Castro como o novo titular do ministério.<ref name=cpdoc />
[[Imagem:Enterro de Carlos Luz. Na foto vê-se Afonso Arinos.tif|miniatura|Enterro de Carlos Luz|279x279px]]▼
{{AP|Impeachment de Carlos Luz|Movimento de 11 de Novembro}}
A notícia da demissão de Lott provocou intensa atividade nos círculos políticos e militares ligados a Juscelino.<ref name=cpdoc /> Após uma reunião entre militares, passaram a ocupar pontos-chave da capital para forçar o governo a respeitar a disciplina militar, no dia 10. Na madrugada do dia 11, tropas interditaram o acesso ao [[Palácio do Catete]], ocuparam os quartéis de polícia e a sede da companhia telefônica, bem como passaram a controlar as operações de telégrafo. Isto culminou no [[Movimento de 11 de Novembro]], chefiado por Lott, que tinha como objetivo barrar a conspiração tramada pelo governo de impedir a posse de Juscelino e Goulart.<ref name=onze>{{Citar web |ultimo=Lamarão |primeiro=Sérgio |url=https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/JkRumoPresidencia/11Novembro |titulo=O Governo de Juscelino Kubitschek: Movimento de 11 de novembro |publicado=[[Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil]]}}</ref> Na manhã do dia 11, o Almirantado decidiu acatar a decisão que o [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] viesse a tomar quanto ao problema presidencial, sendo revelada a existência de divisão no interior da [[Marinha do Brasil|Marinha]].<ref name=cpdoc />
▲[[Imagem:Enterro de Carlos Luz. Na foto vê-se Afonso Arinos.tif|miniatura|direita|Enterro de Carlos Luz
Carlos Luz, alguns ministros, [[Carlos Lacerda]], Mamede e outros tentaram se refugiar no [[C Tamandaré (C-12)|cruzador Tamandaré]], saindo às 9h00min, com rumo a [[Santos]]. Isso fazia parte de um plano para organizar a resistência em [[São Paulo]], ideia que não funcionou, pois o general [[Olympio Falconière da Cunha]], partiu de carro para São Paulo a fim de garantir o sucesso do Movimento.<ref name=onze /> No mesmo dia, Carlos Luz foi deposto, pois, conforme alegações, estaria ligado a conspiradores que queriam impedir a posse de Juscelino.<ref name=bio>{{Citar web |url=http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/presidencia/ex-presidentes/carlos-luz/biografia |titulo=Biografia de Carlos Luz |acessodata=2021-02-16 |website=www.biblioteca.presidencia.gov.br}}</ref> Às 18h30min, Lott empossou Nereu Ramos, presidente do [[Senado Federal do Brasil|Senado Federal]],<ref name=bio /> na presidência da República até a saída de Café Filho do hospital, reconduzindo Lott à pasta da Guerra.<ref name=cpdoc /> O Tamandaré voltou ao [[Rio de Janeiro]]<ref name=onze /> no dia 13, as 10h35min, junto com o [[C Barroso (C-11)|cruzador Barroso]]. No dia seguinte, entrou na Câmara dos Deputados e discursou, sendo recebido com alguns aplausos e vaias.<ref>{{citar periódico |url=https://acervo.estadao.com.br/pagina/personalidade/561/#!/19551115-24702-nac-0044-999-44-not/busca/Carlos+Luz |título=O sr. Carlos Luz apresente sua renuncia à Camara |jornal=[[O Estado de S. Paulo]] |data=15 de novembro de 1955 |acessodata=2021-02-17}}</ref> Em 31 de janeiro, Nereu Ramos passou o governo a Juscelino Kubitschek.<ref name=cpdoc />
{{wikiquote|Carlos Luz}}▼
Depois de seu ''impeachment'', Carlos Luz teve uma atuação política ofuscada. Em 3 de outubro de 1958, foi mais uma vez eleito para a Câmara dos Deputados. Entre 1951 e 1957, integrou a diretoria da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Casou-se com Maria José Dantas Luz, de quem ficou viúvo e com quem teve dois filhos e, depois, com [[Graciema da Luz|Graciema Junqueira da Luz]], com quem também teve dois filhos.<ref name=cpdoc /> Morreu no [[Rio de Janeiro]] em 9 de fevereiro de 1961.<ref name=bio />
==Ver também==
*{{commons em linha|Category:Carlos Luz|Carlos Luz}}
▲*{{wikiquote em linha|Carlos Luz}}
*[[:Categoria:Ministros do Governo Carlos Luz|Ministros do Governo Carlos Luz]]
▲*[[Impeachment de Carlos Luz]]
{{Referências}}▼
<ref name=cpdoc>{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/biografias/carlos_luz |título=O Governo de Juscelino Kubitschek: Carlos Luz |publicado=[[Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil]] |acessodata=2021-02-16 |wayb=20210110002627}}</ref>
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