Estrutura vestigial: diferenças entre revisões

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Secção específica sobre vestigialidade em fungos.
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As características vestigiais também podem surgir a nível molecular, e há uma no cromossomo 6 humano. É uma sequência de DNA que se assemelha ao gene codificador da enzima CMAH (hidroxilase do ácido CMP-N-acetilneuramínico), mas no humano essa sequência tem uma deleção de 92 pares de bases. A maioria dos [[mamíferos]], inclusive os [[primatas]], como o [[chimpanzé]], produzem essa enzima em abundância, que converte um açúcar ácido de uma forma para outra na superfície das células, por isso temos uma composição bioquímica diferente em nossas membranas celulares. Com isso, esse é um gene não funcional, e se torna difícil conciliar com a crença de que os humanos foram criados em sua forma atual ([[complexidade irredutível]]), sendo a presença desse cromossomo uma forte evidência de que os humanos descenderam com modificações de ancestrais que produziam a CMAH.<ref name="Freeman" />
 
=== Vestigialidade em Plantas e Fungosplantas ===
As plantas também têm partes vestigiais, incluindo [[Estípula|estípulas]] e [[Gineceu|carpelos]] sem função, redução de folhas em ''[[Equisetum]].'', [[Paráfise|parafises]] de [[Fungi|Fungos]].<ref name=":2">Knobloch, I. "Are There Vestigial Structures in Plants?" ''[[Science]]'' New Series, Vol. 113: 465. 1951.</ref> Exemplos bem conhecidos são as reduções na exibição floral, levando a [[flores]] menores e/ou mais pálidas, em plantas que se reproduzem sem [[reprodução sexuada]], por exemplo, por [[autofecundação]] ou [[clonagem]] obrigatória. <ref name=":0">Ornduff, R. Reproductive Biology in Relation to Systematics. '''Taxon 18:''' 121-133. 1969.</ref> <ref>Eckert, C. G.The loss of sex in clonal plants. '''Evolutionary Ecology''', 45: 501-520. 2002.</ref> As estruturas vestigiais em vegetais envolvem:
 
* Folhas sem função ou [[Efêmera|efêmeras]], como algumas orquídeas<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1108/ajb-10-2018-0058 |titulo=CEO power and corporate social responsibility |data=2019-07-15 |acessodata=2021-03-21 |jornal=American Journal of Business |número=2 |ultimo=Harper |primeiro=Joel |ultimo2=Sun |primeiro2=Li |paginas=93–115 |doi=10.1108/ajb-10-2018-0058 |issn=1935-5181}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://docplayer.net/48417645-Molecular-systematics-and-anatomy-of-vandeae-orchidaceae-the-evolution-of-monopodial-leaflessness.html |titulo=MOLECULAR SYSTEMATICS AND ANATOMY OF VANDEAE (ORCHIDACEAE): THE EVOLUTION OF MONOPODIAL LEAFLESSNESS - PDF Free Download |acessodata=2021-03-21 |website=docplayer.net}}</ref> e [[Cactaceae|cactos]].<ref>BOKE, Norman H .; ANDERSON, Edward F. Estrutura, desenvolvimento e taxonomia no gênero Lophophora. '''American Journal of Botany''' , v. 57, n. 5, pág. 569-578, 1970.</ref><ref>BOKE, Norman H. Caracteres endomórficos e ectomórficos em Pelecyphora e Encephalocarpus. '''American Journal of Botany''' , v. 46, n. 3, pág. 197-209,1959.</ref>
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==== Frutos sem sementes ====
Alguns grupos de plantas possuem [[Partenocárpico|frutos partenocárpicos]]. Por definição, frutos partenocárpicos são aqueles onde os rudimentos seminais não se transformam em [[Semente|sementes]] ou quando formam sementes, estas são estéreis<ref name=":1">FONT, Quer P. '''Diccionario de Botánica'''. 4a reimpressão. Editora Labor. Barcelona. 1973. p. 806.</ref>. Espécies brasileiras como a ''Lophogyne lacunosa'' são partenocárpicas: a ''L. lacunosa'' apresenta um fruto com 3,03 mm (± 0,43) X 1,5 mm (± 0,23) e seis costelas, porém, desprovido de sementes<ref name=":16">SILVA, Inara C; KOSCHNIZTKE, Cristiana; BOVE, Claudia P. [http://www.botanica.org.br/trabalhos-cientificos/64CNBot/resumo-ins19032-id5936.pdf?fbclid=IwAR3dqsqs2QqSWNNP0b33rJ5lLt0FbBioiwlqSX6vrZgOCb7SaSbZ7tJmJhM Frutos Partenocárpicos em Lophogyne lacunosa (Podostemaceae]). '''64º Congresso Nacional de Botânica'''. Belo Horizonte. 10-15 de Novembro de 2013.</ref>. Além do gênero ''[[Lophogyne]],'' frutos partenocárpicos ocorrem também nos gêneros ''[[Mourera]]'' e ''[[Podostemum]]''.<ref name=":16" />
 
=== Vestigialidade em fungos ===
Encontrar estruturas vestigiais sempre fornece muitos insights evolutivos sobre os seres vivos. Porém, encontrar exemplos no grupo dos [[Fungi|fungos]] não é uma tarefa fácil. Casos mais comuns documentados na literatura envolvem [[Paráfise|parafises]] estéreis de [[Fungi|fungos]].<ref name=":2" /> Alguns casos claros de vestigialidade são pouco mencionados, mas evolvem a modificação do corpo de frutificação.[[Imagem:Clavogaster virescens.jpg|thumb|O cogumelo ''Clavogaster virescens'' assumiu uma forma gasteróide e suas lamelas estão formadas internamente.]]
==== Lamelas vestigiais em cogumelos ====
Cogumelos da espécie ''[[:en:Clavogaster|Clavogaster virescens]]'' oferecem uma boa oportunidade de verificar a ocorrência de estruturas vestigiais em fungos. O [[esporocarpo]] desse [[cogumelo]] nunca se abre para formar o chapéu ([[Píleo (micologia)|píleo]]), mas se aberto ao meio é possível verificar vestígios de [[Lamela (micologia)|lamelas]] em forma de [[Favo|favo de mel]] que certamente foram funcionais em seus ancestrais. <ref name=":3">Pinzone, Philipp. ''Fungi Friday; Clavogaster Virescens''. [https://www.forestfloornarrative.com/ Forest Floor Narrative]. Bufallo, New York. 2018.</ref> Nos cogumelos convencionais, essas [[Lamela (micologia)|lamelas]] são utilizadas como meio de dispersão de [[Esporo|esporos]].<ref>{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1080/15572536.2006.11832623 |titulo=The cantharelloid clade: dealing with incongruent gene trees and phylogenetic reconstruction methods |data=2006-11-01 |acessodata=2021-03-28 |jornal=Mycologia |número=6 |ultimo=Moncalvo |primeiro=Jean-Marc |ultimo2=Nilsson |primeiro2=R. Henrik |paginas=937–948 |doi=10.1080/15572536.2006.11832623 |issn=0027-5514 |ultimo3=Koster |primeiro3=Brenda |ultimo4=Dunham |primeiro4=Susie M. |ultimo5=Bernauer |primeiro5=Torsten |ultimo6=Matheny |primeiro6=P. Brandon |ultimo7=Porter |primeiro7=Teresita M. |ultimo8=Margaritescu |primeiro8=Simona |ultimo9=Weiß |primeiro9=Michael}}</ref> No ''Clavogaster virescens'' que assumiu uma forma gasteróide ao evoluir e nunca abre sua capa, as lamelas se mantiveram dentro do [[Esporocarpo|corpo de frutificação]] de maneira vestigial que revela uma ancestralidade guelada.<ref name=":3" />
 
== Ver também ==