Bomba Patch: diferenças entre revisões

série de modificações de Pro Evolution Soccer
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Revisão das 15h37min de 2 de junho de 2021

Bomba Patch é uma série de modificações (mods) dos jogos eletrônicos de futebol de Pro Evolution Soccer (também conhecido como Winning Eleven), criada pelo brasileiro Allan Jefferson.

Origem

Allan Jefferson, dono de uma locadora em Mogi Mirim,[1] já trabalhava atualizando as primeiras versões de Winning Eleven, de PlayStation 1, mudando o nome dos jogadores para a língua portuguesa.[2] Em 2007, com o crescimento da popularidade das lan houses com torneios de Counter-Strike, Allan decidiu "combater" realizando campeonatos de Pro Evolution Soccer 6 (ou Winning Eleven 10), [1] de PlayStation 2, com a modificação (mod) Brazucas.[3] Com a demora na atualização desse mod, Allan decidiu fazer sua própria versão,[3] trocando, inicialmente, times estrangeiros por brasileiros; por exemplo Barcelona se tornava no São Paulo, e o Real Madrid se tornava no Corinthians. No entanto, o uniforme e o escudo ainda eram os os mesmos, já que essas modificações foram feitas por Allan pelo próprio menu de edição contido em Winning Eleven. Esses itens só puderam ser trocados quando ele percebeu que poderia utilizar o computador para as modificações,[2] colocando clubes das séries A e B do Brasileirão.[1]

O primeiro campeonato não teria premiação. No entanto, quando os participantes perguntaram por ela, Allan decidiu entregar algumas bombas de chocolate, que eram vendidas por sua mãe. Daí, surgiu o nome "Copa Bomba" para o campeonato. Allan relata que, mesmo na segunda competição, com prêmios como Discmans e aparelhos de DVD, os participantes ainda preferiam bombas de chocolate.[1][2] Eventualmente, o mod, inspirado no nome da competição, foi chamado de "Bomba Patch".[2][3] O mod era atualizado semanalmente, disponibilizados na locadora.[3] Sua popularidade foi aumentando no bairro e na cidade,[1][3] eventualmente chegando nos que nem participavam do campeonato.[3] Pouco tempo depois, passou aparecer em camelôs, lojas de jogos e sites para download.[3] Na época, Allan também criou um grupo para ensinar outras pessoas a editar e modificar Winning Eleven.[1]

Pausa para universidade e retorno

Em 2008, quando o Bomba Patch estava na versão 4.5, as atualizações foram interrompidas, já que "Cada um foi para um local diferente para fazer universidade". Allan foi cursar Ciências da Computação, passando um ano "isolado do mundo dos games" na cidade de Mulungu, na Paraíba.[3] Lá, ele morava no sítio da família, com pouco acesso à Internet.[1] Allan só percebeu a grande popularidade do mod quando foi para o centro de uma cidade vizinha,[1] Guarabira, e encontrou o mesmo em uma loja de jogos da região.[2][3] Em entrevista, ele disse: "Não acreditava que nosso jogo tinha chegado tão longe".[3] O lojista declarou que o mod era o jogo mais vendido do local[3] e falou para Allan: "você tem que continuar fazendo isso. Todo dia vem gente aqui atrás da atualização do Bomba Patch, o pessoal gosta demais", e prometeu: "Eu banco seus estudos para você se dedicar ao Bomba Patch".[2]

Allan recebeu a proposta de entregar o Bomba Patch em primeira mão para a loja,[1] que iria patrocinar o mesmo.[2][3] Ele aceitou, mas devido à falta de Internet no local onde morava, se mudou para o centro de Mulungu com o primo, que era vereador da cidade, e conversou com o provedor de Internet do local. O sinal só era enviado via ondas de rádio, então, o técnico informou que uma antena receptora em um local alto era necessária, a sugestão sendo a torre da igreja do local. Allan explicou como foi o processo de instalação, em entrevista:[1]

Dessa maneira, o mod voltou a ser atualizado, começando com a versão 4.6. A loja ganhou publicidades dentro do jogo, alegadamente levando alguns a acharem que a loja era a criadora do mesmo.[3] Allan decidiu criar uma música tema para o mesmo, e se lembrou da canção que o padre da cidade havia colocado no carro de som: "100% segura, já podem voltar, vamos orar a Deus, que ele vai nos abençoar". O resultado foi um funk com a letra "100% atualizado, é ruim de aturar, Bomba Patch virou moda, todo mundo quer jogar".[1] Sem sua equipe original, Allan continuou ensinando pessoas a editar Winning Eleven, ajudando na profusão de versões do jogo, assinadas por diversas equipes, e criando uma comunidade de editores de Bomba Patch.[3]

Anos recentes

O Bomba Patch passou a reduzir em popularidade com o lançamento de consoles de novas gerações. Vendo isso, Allan decidiu criar redes sociais para o mod, com humor e atualizações sobre o futebol, "[voltando] à realidade do brasileiro", segundo o Globo Esporte.[1]

Legado

Allan acredita que o Bomba Patch ajudou na popularização de Pro Evolution Soccer no Brasil.[1] Segundo o The Enemy, "No Brasil é praticamente impossível contar a história do PlayStation 2 sem lembrar do Bomba Patch[, que] ganhou o país com suas atualizações frequentes, uniformes idênticos aos da vida real e a clássica música tema".[2] O Globo Esporte declarou: "Lançado numa época em que o futebol nacional ainda não recebia tanta atenção dos jogos, o Bomba Patch se tornou o símbolo da paixão pelo esporte e pelo video game de uma parte da população brasleira".[1] Segundo a Vice, "O mod [...] conseguiu juntar a paixão pelo esporte com os games do jeito mais brasileiro possível." e alegou que "Pela própria questão da pirataria, é difícil quantificar em números o sucesso do patch, mas não é uma estimativa irreal dizer que é o jogo não-oficial brasileiro mais bem sucedido."[3]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n PH Nascimento (17 de setembro de 2020). «100% atualizado: a história do lendário mod Bomba Patch». Globo Esporte. Consultado em 2 de junho de 2021 
  2. a b c d e f g h Deolindo, Breno (27 de fevereiro de 2020). «Bomba Patch: A história de um mod que marcou geração». The Enemy. Consultado em 2 de junho de 2021 
  3. a b c d e f g h i j k l m n o Fernandes, Matheus (3 de julho de 2018). «Como o Bomba Patch formou uma geração que consome futebol pelo videogame». Vice. Consultado em 2 de junho de 2021