No Paiz das Amazonas: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1:
{{Candidato a bom}}
{{Info/Filme
|nome = No Paiz das Amazonas
Linha 11 ⟶ 12:
|produção_executiva = [[Joaquim Gonçalves Araújo]]
|gênero = [[documentário]]
|lançamento = 5 de dezembro de 1922<ref name="lança">{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=170054_01&pesq=%22paiz%20das%20amazonas%22&pasta=ano%20192&pagfis=30462 |título=Polytheama |jornal=[[Jornal do Commercio (Manaus)|Jornal do Commercio]] |data=5 de dezembro de 1922 |acessodata=2021-06-20 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil|Biblioteca Nacional]]}}</ref>
|lançamento = 5 de dezembro de 1922
|distribuição = J.G. Araújo Produções Cinematográficas<ref name="dic" />
|tipo = LD
Linha 19 ⟶ 20:
 
== Sinopse ==
''No Paiz das Amazonas'' conta com blocos temáticos dedicados à borracha, à pesca, às castanhas, às madeiras e ao gado, com detalhes do processo de extração e cultivo desses produtos. É dividido em dez partes, a maioria delas dedicada às mercadorias comercializadas na região da bacia amazônica e aos meios de produção empregados para prepará-las para venda. O objetivo principal do filme seria, por meio de discurso nacionalista, documentar o progresso do Brasil, em particular da Amazônia, que tem uma economia sustentada pela exploração de matéria-prima abundante.<ref name="ic" /> O filmedocumentário começa mostrando aspectos da cidade de [[Manaus]], depois exibindo os "grandes lagos" do Amazonas. Outras regiões exibidas são [[Porto Velho]], até a divisa com a Bolívia, e [[Rio Branco]]. O filme finaliza mostrando novamente Manaus, numa embarcação à vapor.<ref name="base" />
 
== Antecedentes e produção ==
O imigrante português [[Silvino Santos]] chegou ao Brasil em 1899, aos 13 anos. Segundo o mesmo, teve interesse no país, entre outros motivos, devido a livros e fotografias sobre o exotismo da natureza do Brasil e a lenda do [[Eldorado]]. Foi um dos primeiros cineastas a filmar a região amazônica, ao lado do major [[Luiz Thomaz Reis]] (1878-1940). Após atuar como cinegrafista e fotógrafo, Santos conheceu o comendador [[Joaquim Gonçalves Araújo]] em 1920, que trabalhava com borracha. Araújo contrata-o para fazer um documentário sobre o desenvolvimento econômico no norte do Brasil, tornando-se produtor executivo, com a expectativa de promover seus negócios com a exibição do filme na [[Exposição Internacional do Centenário da Independência]], realizada no [[Rio de Janeiro]] entre 1922 e 1923. Ele também financiafinanciou o filme. As filmagens se concentraram nos estados de [[Amazonas]], [[Acre]] e [[Rondônia]] apresentando "um inventário da natureza, da cultura e da economia do norte brasileiro." Os intertítulos são escritos pelo filho de Araújo, Agesilau, que, apesar de não assumir a função, aparece nos créditos como diretor.<ref name="ic">{{Citar web |url=http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra70176/no-paiz-das-amazonas |titulo=No Paiz das Amazonas |acessodata=2021-06-20 |website=Enciclopédia Itaú Cultural}}</ref>
 
== Recepção e legado ==
A estreia ocorreu em 15 de dezembro de 1922.<ref name="baselança" /> Em 1923, foi exibido em sessão especial para o então presidente [[Artur Bernardes]]. Lá, é premiado pelo júri da Exposição do Centenário com medalha de ouro,<ref name="ic" /><ref name="dic" /> o único a realizar tal feito.<ref name="dic">{{citar livro |título=Dicionário de filmes brasileiros |autor=Antônio Leão da Silva Neto |url=https://books.google.com.br/books/about/Dicion%C3%A1rio_de_filmes_brasileiros.html?id=P5kYAQAAIAAJ&redir_esc=y |ano=2002 |página=570 |isbn=9788590059523}}</ref> OInternacionalmente, documentáriofoi exibido em [[Lisboa]], [[Paris]], [[Estados Unidos]] e [[Londres]].<ref name="base" /> ''No Paiz das Amazonas'' se tornou popular várias capitais brasileiras, especialmente no [[Rio de Janeiro]], onde ficou em cartaz por cinco meses. Na imprensa, diversos elogiaram a qualidade do filme, com tom de patriotismo e demonstrando orgulho da Amazônia. Segundo o [[Itaú Cultural]], um comentário anônimo publicado no jornal ''[[O Estado de S. Paulo]]'', em 5 de agosto de 1923, sintetiza a recepção do filme: "Viva o Brasil! O prazer é completo: nenhum só drama idiota de amor, nem uma farsa sensaborosa, nada, enfim, desses episódios imbecis que constituem a trama ordinária dos filmes cinematográficos [...] Vão ver a fita. Quem tem gosto e ama o Brasil sairá do espetáculo com a alma satisfeita e o coração dilatado".<ref name="ic" />
 
Segundo o [[Itaú Cultural]], um comentário anônimo publicado no jornal ''[[O Estado de S. Paulo]]'', em 5 de agosto de 1923, sintetiza a recepção do filme: "Viva o Brasil! O prazer é completo: nenhum só drama idiota de amor, nem uma farsa sensaborosa, nada, enfim, desses episódios imbecis que constituem a trama ordinária dos filmes cinematográficos [...] Vão ver a fita. Quem tem gosto e ama o Brasil sairá do espetáculo com a alma satisfeita e o coração dilatado".<ref name="ic" /> O ''[[Jornal do Commercio (Manaus)|Jornal do Commercio]]'' elogiou o filme como impressionante, e comentou que é "nítido, tão inteligente e tão eloquente [...] Agora, em qualquer conversa, surge esta pergunta: 'Já viu a fita ''No Paiz das Amazonas''?{{'"}}.<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=170054_01&pesq=%22paiz%20das%20amazonas%22&pasta=ano%20192&pagfis=30998 |título=No paiz das Amazonas -- A mais bella mulher do Brasil |jornal=[[Jornal do Commercio (Manaus)|Jornal do Commercio]] |data=30 de abril de 1923 |acessodata=2021-06-20 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil|Biblioteca Nacional]]}}</ref> A ''[[Fon-Fon]]'' disse que sua nitidez e apresentação "é o que de melhor temos visto em trabalho nacional e estrangeiro".<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=170054_01&pesq=%22paiz%20das%20amazonas%22&pasta=ano%20192&pagfis=30998 |título=Notas Locaes |jornal=[[Fon-Fon]] |data=14 de abril de 1923 |acessodata=2021-06-20 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil|Biblioteca Nacional]]}}</ref> Um comentário ao ''Correio Paulistano'' descreveu o filme como "uma película interessante e de grande valor".<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=090972_07&pagfis=12432 |título=No Paiz das Amazonas |jornal=[[Correio Paulistano]] |data=5 de agosto de 1923 |acessodata=2021-06-20 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil|Biblioteca Nacional]]}}</ref>
''[[O Cineasta da Selva]]'' (1997), filme de [[Aurélio Michiles]] sobre a vida de Silvino Santos, mostra cenas do filme.<ref name="dic" /> Por iniciativa da Prefeitura de Manaus, uma versão restaurada foi lançada em 22 de outubro de 2014.<ref>{{Citar web |url=https://www.acritica.com/channels/entretenimento/news/classico-do-cinema-amazonense-versao-restaurada-de-no-paiz-das-amazonas-e-lancada-em-manaus |titulo=Clássico do cinema amazonense, versão restaurada de 'No Paiz das Amazonas' é lançada em Manaus |acessodata=2021-06-20 |website=A Crítica |lingua=en}}</ref> Em 15 de março de 2017, a [[Associação Brasileira de Críticos de Cinema]] elegeu ''No Paiz das Amazonas'' como o 71.º [[Lista dos 100 melhores documentários brasileiros segundo a ABRACCINE|melhor documentário brasileiro de todos os tempos]], sendo o mais antigo contido na lista.<ref>{{Citar web |url=https://abraccine.org/2017/03/15/abraccine-elege-cabra-marcado-para-morrer-como-o-melhor-documentario-do-cinema-nacional/ |titulo=ABRACCINE elege "Cabra Marcado para Morrer" como o melhor documentário do cinema nacional |data=2017-03-15 |acessodata=2021-06-12 |website=[[Associação Brasileira de Críticos de Cinema]]}}. A fonte afirma que o trabalho mais antigo contido é ''São Paulo: A Symphonia da Metropole'', de 1929, mas isto é um erro, já que ''No Paiz dos Amazonas'' é de 1923. Na verdade, ''São Paulo'' é o segundo trabalho mais antigo contido.</ref>
 
''[[O Cineasta da Selva]]'' (1997), filme de [[Aurélio Michiles]] sobre a vida de Silvino Santos, mostra cenas do filme.<ref name="dic" /> Por iniciativa da Prefeitura de Manaus, uma versão restaurada foi lançada em 22 de outubro de 2014.<ref>{{Citar web |url=https://www.acritica.com/channels/entretenimento/news/classico-do-cinema-amazonense-versao-restaurada-de-no-paiz-das-amazonas-e-lancada-em-manaus |titulo=Clássico do cinema amazonense, versão restaurada de 'No Paiz das Amazonas' é lançada em Manaus |acessodata=2021-06-20 |website=A Crítica |lingua=en}}</ref> Em 15 de março de 2017, a [[Associação Brasileira de Críticos de Cinema]] elegeu ''No Paiz das Amazonas'' como o 71.º [[Lista dos 100 melhores documentários brasileiros segundo a ABRACCINE|melhor documentário brasileiro de todos os tempos]], sendo o mais antigo contido na lista.<ref>{{Citar web |url=https://abraccine.org/2017/03/15/abraccine-elege-cabra-marcado-para-morrer-como-o-melhor-documentario-do-cinema-nacional/ |titulo=ABRACCINE elege "Cabra Marcado para Morrer" como o melhor documentário do cinema nacional |data=2017-03-15 |acessodata=2021-06-12 |website=[[Associação Brasileira de Críticos de Cinema]]}}. A fonte afirma que o trabalho mais antigo contido é ''São Paulo: A Symphonia da Metropole'', de 1929, mas isto é um erro, já que ''No Paiz dos Amazonas'' é de 1923. Na verdade, ''São Paulo'' é o segundo trabalho mais antigo contido.</ref>
 
{{Notas}}
 
{{Referências|col=2}}
 
[[Categoria:Filmes do Brasil de 1922]]