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|direção = [[John Cassavetes]]
|elenco = [[Ben Carruthers]]<br /> [[Lelia Goldoni]]<br /> [[Hugh Hurd]]<br /> [[Anthony Ray]]
|roteiro = [[John Cassavetes]]</br>Robert Alan Aurthur
|música = [[Charles Mingus]]<br /> [[Shafi Hadi]]
|diretor de fotografia = Erich Kollmar
|género = [[drama]]
|idioma = [[língua inglesa|inglês]]
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|código-IMDB = 0088763
|nome = Shadows
|edição = Len Appelson<br />Maurice McEndree<br />Wray Bevins
|produção = Maurice McEndree<br />Nikos Papatakis
|distribuição = British Lion
|imagem = John Cassavetes' Shadows - Now at Embassy Theater Broadway.jpg
|título-br = Sombras
|título-pt = Sombras
}}
'''''Shadows''''' (''Sombras'', 1958) é um filme norte-americano de drama, escrito e dirigido por John Cassavetes, sobre as relações interraciais durante a [[Geração Beat]] em [[Nova York]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=iuRjPZLdWGsC&pg=PA223&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Birth Of The Cool|ultimo=Macadams|primeiro=Lewis|data=2012-10-01|editora=Simon and Schuster|páginas=223-|lingua=en}}</ref> O elenco conta com [[Ben Carruthers]], [[Lelia Goldoni]], [[Hugh Hurd]], e [[Anthony Ray]]. Filmado inicialmente em 1957 e exibido em 1958, a má recepção levou Cassavetes a refazer parte dele em 1959.
Shadows é um filme de 1959 de improvisação sobre as relações inter-raciais durante a [[Geração Beat]] em [[Nova York]], sendo escrito e dirigido por [[John Cassavetes]]. O elenco conta com [[Ben Carruthers]], [[Lelia Goldoni]], [[Hugh Hurd]], e [[Anthony Ray]]. Shadows é considerado por muitos como um [[filme independente]], especialmente por se tratar de um estudo próprio da linguagem cinematográfica e da dinâmica da atuação/locação não-fixa. Em 1960 ganhou o Prêmio da Crítica no [[Festival de Veneza]].
 
Filmado em locações, com baixo orçamento e uma equipe e elenco de não profissionais, o filme é considerado um marco no nascimento do cinema independente americano<ref>{{Citar livro|url=http://archive.org/details/leonardmaltin00malt|título=Leonard Maltin's movie encyclopedia|ultimo=Maltin|primeiro=Leonard|ultimo2=Green|primeiro2=Spencer|ultimo3=Sader|primeiro3=Luke|data=1994|editora=New York, N.Y., U.S.A. : Dutton|outros=Internet Archive|página=137}}</ref>. O filme pode ser visto como um estudo próprio da linguagem cinematográfica com ênfase na atuação. Em 1960 ganhou o Prêmio da Crítica no [[Festival de Veneza]].
 
== Sinopse ==
O filme gira em torno de um romance na cidade de Nova York entre Lelia, uma mulher negra de pele clara, e Tony, um homem branco. O relacionamento fica em risco quando Tony conhece Hugh, o irmão mais velho e de pele mais escura de Lelia, e descobre que sua herança racial não é o que ele pensava.<ref>{{Citar web |url=https://www.criterion.com/films/500-shadows |titulo=Shadows |acessodata=2021-08-01 |website=The Criterion Collection |lingua=en}}</ref>
 
== Elenco ==
 
* [[Lelia Goldoni]] como Lelia
* [[Hugh Hurd]] como Hugh
* [[Ben Carruthers]] como Ben
* Rupert Crosse como Rupert
* [[Anthony Ray]] como Tony
* Dennis Sallas como Dennis
* Tom Allen como Tom
 
== Produção ==
Cassavetes rodou o filme duas vezes, uma em 1957 e outra posteriormente em 1959. A segunda versão é assumidamente a favorita do autor; apesar de ter rodado a primeira versão, acabou eventualmente perdendo sua cópia original, e por décadas acreditou-se que ela havia sido destruída. Nesta versão a música de [[Charles Mingus]] era para estar contida nela, mas Mingus falhou continuamente com os prazos dados por Cassavetes; as contribuições do saxofonista [[Shafi Hadi]], do grupo de Mingus, foi aceita pelo diretor para compor sua trilha sonora.
A ideia para o filme surge a partir de um exercício da oficina de teatro de Cassavetes, The Cassavetes-Lane Drama Workshop. Cassavetes fundara a escola junto com seu colega, o também ator [[Burt Lane]], realizando exercícios de [[Improvisação (teatro)|improvisação]], tentando afastar-se do [[Método de Interpretação para o Ator|Método de Interpretação de Atores]], muito popular na época.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nytimes.com/2006/01/14/books/review/cassavetes-indie-godfather-or-riotous-iconoclast.html |titulo=Cassavetes: Indie Godfather or Riotous Iconoclast? |data=2006-01-14 |acessodata=2021-08-01 |jornal=The New York Times |ultimo=Thomson |primeiro=David |lingua=en-US |issn=0362-4331}}</ref> Um exercício particular se destacou: uma mulher afro-americana de pele clara que namora um rapaz branco, mas ele sente repulsa quando descobre que ela tem um irmão negro. Cassavetes decide transformar a ideia do exercício em filme e busca formas de financiamento.<ref>{{citar web |ultimo=Cassavetes |primeiro=John |ultimo2=Carney |primeiro2=Ray |url=https://archive.org/details/cassavetesoncass00cass/page/63/mode/2up |titulo=Cassavetes on Cassavetes |pagina=54-55}}</ref>
 
Uma das formas que ele consegue para arrecadar dinheiro é indo numa estação de rádio de Nova York. Cassavetes, que era ator e no período estava filmando ''[[Edge of the City (1957)|Edge of the City]]'' [[Edge of the City (1957)|(1957)]], afirmou na rádio que conseguiria fazer um filme melhor que aquele. Ele apresenta a ideia de ''Shadows'' e pede recursos aos ouvintes, que para sua surpresa responderam.<ref>{{Citar web |url=https://www.popoptiq.com/a-look-back-at-john-cassavetes-shadows-a-pioneering-movie-in-the-history-of-american-independent-cinema/ |titulo=A Look Back At John Cassavetes 'Shadows' - a pioneering movie in the history of American independent cinema |data=2011-11-01 |acessodata=2021-08-01 |website=PopOptiq |lingua=en-US}}</ref> Cassavetes também conseguiu dinheiro de alguns de seus amigos, incluindo [[Hedda Hopper]], [[William Wyler]], e seu agente, [[Charles K. Feldman|Charlie Feldman]].<ref>{{citar livro|título=Naked Lens: Beat Cinema|ultimo=Watson|primeiro=Stephanie|editora=Creation Books}}</ref> Cassavetes contratou o alemão Erich Kollmar como [[diretor de fotografia]] do filme, o único membro da equipe além de Cassavetes com experiência prévia em sets de filmagem.<ref>{{citar web |ultimo=Charity |primeiro=Tom |ultimo2=Charlesworth |primeiro2=Chris |url=https://books.google.com.br/books?id=1jUDAwAAQBAJ&pg=PT45&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false |titulo=John Cassavetes: Lifeworks |data=2012 |pagina=45}}</ref>
[[Ficheiro:John Cassavetes Edge of the City trailer 1957.jpg|miniaturadaimagem|John Cassavetes no filme [[Edge of the City (1957)|''Edge of the City'' (1957)]].]]
Com atores da Cassavetes-Lane Drama Workshop, as filmagens começaram sem um roteiro estabelecido, seguindo o esquema de improvisação usado nos exercícios. Cassavetes e seu assistente de direção Maurice McEndree davam instruções básicas sobre do que se trataria e de quais movimentos seriam essenciais à cena. O material das primeiras semanas de filmagem foi descartado por problemas técnicos e insatisfação de Cassavetes com as falas dos atores.<ref>''Cassavetes on Cassavetes'', p. 63-68.</ref>
 
A partir de sua experiência como ator, Cassavetes propôs inverter a lógica do set de filmagem, que deveria se organizar em função dos atores e não o contrário, como acontecia em geral. Erich Kollmar, o diretor de fotografia, buscou formas de filmagem que pudessem se adaptar à essa proposta do filme. [[Shirley Clarke]], cineasta norte-americana, emprestou sua câmera de [[16 mm|16mm]], que permitia uma maior mobilidade nas filmagens, facilitando o movimento da câmera em torno do ator. Dado o grau de improvisação do filme, não foi possível usar luzes mais direcionadas aos atores, optando-se por uma iluminação mais geral.<ref>''Cassavetes on Cassavetes'', p. 71-75.</ref> Cassavetes conta que a escolha por filmagens na rua foi menos uma opção estética do que uma necessidade, já que não havia recursos para um estúdio. Como a equipe não possuía permissões para gravar nas ruas, as filmagens estavam sujeitas a serem interrompidas a qualquer momento.<ref name=":0">{{Citar web |url=http://stopsmilingonline.com/story_detail.php?id=994 |titulo=Out of the Shadows: John Cassavetes :: Stop Smiling Magazine |acessodata=2021-08-01 |website=stopsmilingonline.com}}</ref> Algumas cenas do filme foram gravadas no apartamento em que Cassavetes morava com sua esposa, [[Gena Rowlands]]. Outros filmes de Cassavetes também aproveitaram de residências pessoais como locação.
 
A [[montagem]] do filme foi difícil na medida em que não foram feitas notas sobre a ordem de filmagem e pelo fato de o som não ser sincronizado à imagem. Os editores Len Appelson, Maurice McEndree e Wray Bevins começaram a montar o filme enquanto a filmagem ocorria. A fotografia principal terminou em maio de 1957, mas a edição levou mais de um ano. Cassavetes, embora tenha participado da produção do filme, devido sua agenda como ator, não participou da montagem de Shadows. Além da ausência do diretor, a montagem foi dificultada pela existência de muitas versões do mesmo plano, filmadas a partir de ângulos diferentes, para na montagem decidir qual seria a melhor forma de decupar a cena.<ref>''Cassavetes on Cassavetes'', p. 76.</ref>
 
[[Charles Mingus]] compôs uma série de canções que funcionavam individualmente em vez de músicas que seguissem a história do filme. A primeira versão de Shadows usou boa parte das cerca de três horas de material de Mingus e sua banda.<ref>{{Citar periódico |url=https://journal.equinoxpub.com/JFM/article/view/4074 |titulo=Mingus, Cassavetes, and the Birth of a Jazz Cinema |data=2009 |acessodata=2021-08-01 |jornal=Journal of Film Music |número=2-4 |ultimo=Lipman |primeiro=Ross |paginas=145–164 |lingua=en |doi=10.1558/jfm.v2i2-4.145 |issn=1758-860X}}</ref>
 
== Versão de 1958 ==
O filme foi exibido pela primeira vez no [[Paris Theater]] em [[Nova Iorque|Nova York]] em 1958. Cassavetes, que prometera fazer um filme “sobre pessoas”, realizou uma série de exibições iniciais gratuitas, anunciadas na mesma rádio onde ele havia pedido por doações para o filme. Embora Cassavetes diga que as sessões foram lotadas, relatos afirmam que cerca de 100 pessoas apareceram para cada uma das sessões. Segundo relatos, a maioria do público, que incluía amigos de Cassavetes, não gostou do filme, com pessoas saindo no meio da sessão,<ref name=":1">{{citar web |ultimo=Eagan |primeiro=Daniel |url=https://books.google.com.br/books?id=deq3xI8OmCkC&pg=PA558&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false |titulo=America's Film Legacy: The Authoritative Guide to the Landmark Movies in the National Film Registry |data=2010 |pagina=558}}</ref> incluindo Burt Lane, sócio de Cassavetes na oficina de atuação e que havia dado aulas aos atores que estavam no filme<ref>''Cassavetes on Cassavetes'', p. 79-80.</ref>. Cassavetes, insatisfeito, considerou que o filme era muito “intelectual”, algo que buscava evitar desde o começo.<ref>Charity, Charlesworth 2012, pp. 47–48.</ref> Dada a má recepção, ele decide que o filme deve ser retrabalhado.<ref>{{Citar web |ultimo=Carney |primeiro=Ray |url=http://www.theguardian.com/books/2004/feb/21/featuresreviews.guardianreview10 |titulo=Ray Carney's search for a missing American classic |data=2004-02-21 |acessodata=2021-08-01 |website=the Guardian |lingua=en}}</ref>
 
Uma das poucas críticas positivas veio do então crítico de cinema [[Jonas Mekas]], que, escrevendo em 1959 para sua revista [[Film Culture]], exaltou a improvisação do filme e a forma como ele se distanciava de um modelo de estúdio que convencionou-se no cinema norte-americano. A revista, fundada por Mekas e seu irmão, deu a ''Shadows'', o primeiro “Independent Film Award”.<ref>Charity, Charlesworth 2012, pp. 49–50.</ref>
 
== Versão de 1959 ==
Cassavetes gravou novas cenas para o filme em 1959, dessa vez usando um roteiro que escreveu junto com Robert Alan Aurthur. O tema do preconceito racial foi reduzido, dando uma maior atenção para os três irmãos e a complexidade deles.<ref>{{Citar web |url=https://web.archive.org/web/20120803084024/http://old.bfi.org.uk/sightandsound/feature/75 |titulo=BFI {{!}} Sight & Sound {{!}} Open Ear Open Eye |data=2012-08-03 |acessodata=2021-08-01 |website=web.archive.org}}</ref> Com financiamento de Nikos Papatakis e outros, Cassavetes reconstruiu o filme, descartando mais da metade da versão original do filme.<ref name=":1" />
 
Enquanto a segunda versão dá um maior destaque a personagem de Lelia, na versão de 1958 a personagem surge no filme mais tarde, possui menos falas e não dorme com Tony (que a leva para casa quando ela pede).<ref name=":2">{{Citar web |url=https://jonathanrosenbaum.net/2020/03/the-shadow-of-shadows-first-thoughts-on-the-first-version-tk/ |titulo=The Shadow of SHADOWS: First Thoughts on the First Version {{!}} Jonathan Rosenbaum |acessodata=2021-08-01 |website=jonathanrosenbaum.net}}</ref> A primeira versão também possui mais imagens de Benny e seus amigos em andanças por Nova York. Sobre o personagem de Benny, outra diferença está no fato de a afirmação dele “Eu aprendi uma lição” vir ao final do filme na segunda versão, mostrando que Ben pretende mudar seus modos após ser espancado, dando uma espécie de moral para sua estória. Na primeira versão, a briga e a fala de Ben ocorriam na metade do filme, e cenas subsequentes o mostravam repetindo os mesmos atos, falhando em cumprir sua palavra, e retratando-o como incapaz de mudar.<ref name=":2" />
 
Outras cenas adicionadas na segunda versão incluem a cena no [[Museu de Arte Moderna (Nova Iorque)|MoMA]], as cenas antes e depois das relações entre Lelia e Tony e a cena com Lelia e seus irmãos após Tony se mostrar preconceituoso. A participação de Tony também foi reduzida na segunda versão.<ref name=":2" />
 
Quanto a trilha do filme, as composições de Mingus foram descartadas na segunda versão. Devido a indisponibilidade de Mingus para refazer a trilha, Cassavetes decide chamar o saxofonista [[Shafi Hadi|Shafi Hadi,]] do grupo de Mingus, para compor a trilha da versão de 1959.<ref name=":0" />
 
== Lançamento e Recepção ==
A chamada “segunda versão” de ''Shadows'' foi alugada por [[Amos Vogel]] e exibida em 11 de novembro de 1959, em um programa intitulado “O Cinema de Improvisação” da sua sociedade de cinema de vanguarda, Cinema 16, no Fashion Industries Auditorium.<ref name=":4">''Cassavetes on Cassavetes'', p. 82</ref>
 
O filme foi ovacionado por uma plateia formada por críticos e artistas. No entanto, Jonas Mekas, que havia elogiado a primeira versão, acusou Cassavetes de se vender.<ref name=":4" /> Em sua coluna no [[The Village Voice]], o crítico afirmou que a “segunda versão comercializada [de Shadows] é apenas mais um filme de Hollywood”. Uma “‘versão melhorada’ com o mesmo título, mas com cenas diferentes, cortes, história, atitude, personagens, estilo diferentes, com tudo o que eu estava elogiando completamente destruído".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=iuRjPZLdWGsC&pg=PA223&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Birth Of The Cool|ultimo=Macadams|primeiro=Lewis|data=2012-10-01|editora=Simon and Schuster|páginas=232-233|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Mekas |primeiro=Jonas |url=http://www.revistacinetica.com.br/shadowsmekas.htm |titulo="Duas versões de Shadows" |data=27/01/1960 |acessodata=18/07/2021}}</ref>
 
Com a ajuda Jo Lusting, um agente que viria a representar Cassavetes pelas próximas duas décadas em [[Londres]], e do amigo Seymour Cassel, ''Shadows'' foi exibido em 25 de agosto de 1960 no [[Festival de Veneza]], sem legenda e fora da competição, na Seção de Informações. No entanto, para surpresa do cineasta, o filme recebeu uma resposta extremamente positiva do público, o que levaria a acordos de [[Distribuidora de filmes|distribuição]] na [[Grã Bretanha]] e na [[Escandinávia]]. Graças a esses acordos de distribuição, o diretor recuperou mais da metade dos custos do filme apenas nos primeiros meses de exibição.<ref>''Cassavetes on Cassavetes'', p. 95.</ref>
 
O filme foi exibido no [[Festival de Cinema de Londres]] no começo de outubro daquele ano e lançado comercialmente em 14 de outubro de 1960, na Academy Cinema de West End, em Londres. ''Shadows'' obteve críticas positivas na imprensa britânica e foi um sucesso de bilheteria, arrecadando US$ 11.000,00 na primeira semana e permanecendo em exibição por mais de seis meses.<ref>''Cassavetes on Cassavetes'', p. 95-96.</ref>
 
== Recepção ==
Entretanto, apesar da repercussão do filme fora dos EUA, nenhum distribuidor norte-americano se interessou por ele. Sem outras opções, o cineasta assinou um acordo de distribuição doméstica com a inglesa British Lion, a mesma responsável pela distribuição do filme na Grã Bretanha, no primeiro acordo do tipo feito nos Estados Unidos.<ref name=":3">''Cassavetes on Cassavetes'', p. 98.</ref>
Quase despercebido pelo cinema norte-americano, o filme não passou incólume pela Europa desde sua estréia. O crítico de filmes [[Leonard Maltin]] disse que a segunda versão de Shadows é "um divisor de águas no nascimento do cinema independente americano". O filme foi rodado com uma câmera de mão 16mm nas ruas de Nova York. Muitos dos diálogos eram improvisados, e a equipe era composta por colegas de classe ou voluntários. O jazz permeia a discussão sobre alienação e emoções da [[Geração Beat]]. Seu enredo se concentra numa relação inter-racial, na qual era um tabu para a época. Em Portugal, quando o filme entrou em circulação pela Europa, a Inspecção dos Espectáculos, entidade censória do Estado Novo, proibiu a estreia do filme, por causa do tema do racismo, e já Portugal enfrentava graves problemas de racismo com a Guerra do Ultramar. Em 1993, Shadows foi selecionado no Registro Nacional de Filmes do Estados Unidos pela [[Biblioteca do Congresso]] como sendo "cultural, histórico, ou esteticamente significante".
 
== Ligações externas ==
O lançamento norte-americano, no entanto, foi um desastre. A inépcia da empresa britânica quanto aos canais de distribuição norte-americanos e as resenhas negativas da imprensa especializada, que sob o domínio dos valores de produção hollywoodianos, focavam sua análise no baixo orçamento e nos problemas técnicos, minaram o filme, de forma que, ao final do ciclo de dois anos de distribuição, Cassavetes mal havia recuperado o seu investimento na obra.<ref name=":3" />
 
* «Criterion Collection essay by Gary Giddins» (em inglês)
== Premiações ==
* «Nick Schager Review of Shadows» (em inglês)
{| class="wikitable"
* «The quest for the first version of Shadows» (em inglês)
|+
* «1961 N.Y. Times review» (em inglês)
|'''Prêmio'''
|'''Categoria'''
|'''Nomeado(as)'''
|'''Resultado'''
|-
|[[Festival Internacional de Cinema de Veneza|Festival de Veneza]] -  1960
|Melhor filme das Seções Paralelas – Prêmio Pasinetti
|John Cassavetes
|{{Venceu}}
|-
| rowspan="4" |[[British Academy of Film and Television Arts|BAFTA (Prêmio da Academia Britânica de Cinema e Televisão)]] - 1961
|Melhor filme
|John Cassavetes
|{{Indicado}}
|-
|Melhor revelação em papel principal
|Lelia Goldoni
|{{Indicado}}
|-
|Melhor revelação em papel principal
|Anthony Ray
|{{Indicado}}
|-
|Prêmio das Nações Unidas - para o melhor filme que incorpora um ou mais dos princípios da Carta das Nações Unidas
|John Cassavetes
|{{Indicado}}
|-
|Sindicato Italiano de Jornalistas de Cinema - 1963
|Melhor diretor estrangeiro
|John Cassavetes
|{{Indicado}}
|}
Em 1993, ''Shadows'' foi incluído no [[National Film Registry|Registro Nacional de Filmes]] dos Estados Unidos pela [[Biblioteca do Congresso]] por ser "cultural, histórica, ou esteticamente significante".<ref>{{Citar web |url=https://www.loc.gov/programs/national-film-preservation-board/film-registry/complete-national-film-registry-listing/ |titulo=Complete National Film Registry Listing {{!}} Film Registry {{!}} National Film Preservation Board {{!}} Programs {{!}} Library of Congress |acessodata=2021-08-01 |website=Library of Congress, Washington, D.C. 20540 USA}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.loc.gov/loc/lcib/94/9405/film.html |titulo=Librarian Announces National Film Registry Selections (March 7, 1994) - Library of Congress Information Bulletin |acessodata=2021-08-01 |website=www.loc.gov}}</ref>
 
== Referências ==
<references />
== Ligações externas ==
* {{Link|en|2=http://www.criterion.com/asp/release.asp?id=251&eid=375&section=essay |3=Criterion Collection essay by Gary Giddins}}