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[[File:Calliope-nest edit.jpg|thumb|Fêmea de [[Selasphorus calliope|colibri calíope]] a alimentar as crias, já plenamente desenvolvidas.]]
 
No momento da [[eclosão]] dos ovos, dependendo da espécie, as crias apresentam vários estádios de desenvolvimento, desde completamente indefesas até perfeitamente independentes. As crias indefesas são denominadas [[Altricial|altriciais]] e tendem a nascer pequenas, [[Cegueira|cegas]], imóveis e ainda sem penas. As crias que nascem já com autonomia, mobilidade e penas são denominadas [[Precocial|precociais]] ou nidífugas. As crias altriciais necessitam de ajuda para regular a temperatura do corpo e são cuidadas durante mais tempo do que as precociais. As crias que não se enquadram nestes extremos podem ser semi-precociaissemiprecociais ou semi-altriciaissemialtriciais.<ref>{{Citar web |url=https://web.stanford.edu/group/stanfordbirds/text/essays/Precocial_and_Altricial.html |título=Precocial and Altricial Young |último=Ehrlich |primeiro=Paul R. |coautor= Dobkin, David S.; Wheye, Darryl |publicado=Stanford.edu |acessodata=25 de fevereiro de 2016}}</ref>
 
A natureza e duração dos cuidados parentais variam significativamente entre as diferentes ordens e espécies. Num dos extremos, os cuidados parentais nos [[megápode]]s terminam no momento da eclosão. As crias saem do ovo e escavam sozinhas o caminho para fora do montículo que serve de ninho, começando imediatamente a alimentar-se por si mesmas.<ref>{{Citar livro |último=Elliot |primeiro=A |ano=1994 |capítulo=Family Megapodiidae (Megapodes) |título=Handbook of the Birds of the World |volume=2; New World Vultures to Guineafowl |editores=del Hoyo J, Elliott A, Sargatal J |editora=Lynx Edicions |local=Barcelona |isbn=84-87334-15-6}}</ref> No outro extremo, muitas aves marinhas prestam cuidados parentais ao longo de um grande período de tempo. O mais longo é o da [[Fregata minor|fragata-grande]], cujas crias levam seis meses até estarem prontas a voar e são alimentadas pelos progenitores ainda por mais 14 meses.<ref>{{Citar livro |último=Metz |primeiro=VG |coautor=Schreiber, EA |ano=2002 |capítulo=Great Frigatebird (''Fregata minor'') |título=The Birds of North America, No 681 |editor=Poole, A.; Gill, F. |editora=The Birds of North America Inc |local=Philadelphia}}</ref> O período de guarda é o período imediatamente a seguir à eclosão, em que um dos adultos está permanentemente presente no ninho. O propósito principal deste período é ajudar as crias a regular a temperatura e protegê-las dos predadores.<ref>{{Citar livro |último=Young |primeiro=Euan |título=Skua and Penguin. Predator and Prey |editora=Cambridge University Press |ano=1994 |página=453}}</ref>
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A primeira grande e diversificada linhagem de avianos de cauda curta a evoluir foram os ''[[enantiornithes]]'', ou "opostos às aves", assim designados porque a construção dos ossos dos ombros se apresenta invertida em relação às aves modernas. Os ''enantiornithes'' ocupavam um vasto conjunto de [[Nicho ecológico|nichos ecológicos]], desde os que vasculhavam as areias nas zonas costeiras, passando pelos que se alimentavam de peixe, até aos que viviam nas árvores e se alimentavam de sementes. Embora tenham sido o grupo dominante dentro dos avianos durante o período Cretácico, os enantiornithes extinguiram-se no fim do [[Mesozoico]], a par de muitos outros grupos de dinossauros.<ref name="chiappe2007"/>
 
A segunda grande linhagem aviana a desenvolver-se foram os ''[[Euornithes]]'', ou "aves verdadeiras", assim designados porque incluem os ancestrais das aves modernas. Muitas das espécies deste grupo eram semi-aquáticassemiaquáticas e especializadas na captura de peixe e outros organismos marinhos. Ao contrário dos ''enantiornithes'', que dominavam os ''habitats'' terrestres e arbustivos, à maior parte dos primeiros ''euornithes'' faltavam adaptações que lhes permitissem empoleirar, pelo que neste grupo se observam sobretudo espécies adaptadas às regiões costeiras ou capazes de nadar e mergulhar. Entre as que possuíam esta última característica estão os [[hesperornithiformes]], que se tornaram de tal forma especializados na pesca de peixe em ambientes marinhos que perderam a capacidade de voar e se tornaram aquáticos.<ref name="chiappe2007"/> Os primeiros ''euornithes'' também assistiram ao desenvolvimento de várias características associadas às aves modernas, como osso esterno com [[Quilha (aves)|quilha]], ausência de dentes e partes da mandíbula em forma de bico. No entanto, a maior parte dos ''euornithes'' manteve dentes noutras partes da mandíbula.<ref name=louchart2011>{{Citar periódico | último = Louchart | primeiro = A. | último2 = Viriot | primeiro2 = L. | ano = 2011 | título = From snout to beak: the loss of teeth in birds | url = http://198.81.200.84/trends/ecology-evolution/abstract/S0169-5347%2811%2900264-3?switch=standard | jornal = Trends In Ecology & Evolution | volume = 26 | número = 12 | páginas = 663–673 | doi = 10.1016/j.tree.2011.09.004 | acessodata = 2016-02-22 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20140728053547/http://198.81.200.84/trends/ecology-evolution/abstract/S0169-5347%2811%2900264-3?switch=standard | arquivodata = 2014-07-28 | urlmorta = sim }}</ref> O grupo dos ''euornithes'' também inclui os primeiros avianos a desenvolver um verdadeiro [[pigóstilo]] e um conjunto completo de penas de cauda,<ref name=yixianornis>{{Citar periódico | último = Clarke | primeiro = J. A. | último2 = Zhou | primeiro2 = Z. | último3 = Zhang | primeiro3 = F. | ano= 2006 | título = Insight into the evolution of avian flight from a new clade of Early Cretaceous ornithurines from China and the morphology of ''Yixianornis grabaui'' | jornal = Journal of Anatomy | volume = 208 | número = 3| páginas = 287–308 | doi=10.1111/j.1469-7580.2006.00534.x | pmid=16533313 | pmc=2100246}}</ref> o qual pode ter substituído as asas posteriores como principal meio de manobrabilidade e desaceleração em voo.<ref name=zhengetal2013/>
 
===Diversificação das aves modernas===