Gambiarra evolutiva: diferenças entre revisões

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Ricardo L1ma (discussão | contribs)
→‎Seres vivos sem partes ou órgãos: Bananeira com cachos dentro do pseudocaule
Ricardo L1ma (discussão | contribs)
→‎Causam prejuízos aos próprios indivíduos: Flor do maracujá pode não ser fecundada.
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Segundo Wolf-Ekkehard Lönnig, o nervo maior chamado de [[nervo vago]] desce para enervar vários órgãos e que, na verdade, o [[Nervo laríngeo recorrente|nervo laríngeo]] não começa como um nervo separado que parte do [[cérebro]], mas como uma ramificação saindo do nervo vago. Ou seja, o nervo laríngeo se separa do nervo vago perto dos grandes vasos que saem do coração, dando um loop e voltando para a [[laringe]].<ref>''Lönnig, Wolf-Ekkehard. [http://www.weloennig.de/LaryngealNerve.pdf The Laryngeal Nerve of the Giraffe: Does it Prove Evolution?]''. 2010, p 4.</ref> No entanto, esta ramificação poderia partir do nervo vago logo no início do percurso, mas essa posição no local de ramificação está respeitando a [[História evolutiva dos mamíferos|história evolutiva]] herdada dos ancestrais dos [[tetrápodes]].<ref name=":8" />
 
==== Nervo de vôovoo dos gafanhotos africanos ====
No gafanhoto africano, embora as asas estejam no tórax, as [[Célula nervosa|células nervosas]] que se conectam às asas se originam no abdômen. Essa estranha "conexão" é o resultado dos nervos do abdômen sendo cooptados para uso durante o vôo. Esse monumento à ineficiência é explicável considerando um processo não-direcionado como a [[evolução]] e não por uma [[Causalidade|causa]] [[Inteligência|inteligente]], já que existem rotas alternativas pelas quais os nervos de vôo percorriam o cordão nervoso ventral, passando pelo alvo e voltando através do organismo até onde são necessários. Este longo caminho faz usar mais materiais do que o necessário.<ref>Colby, Chris; Loren Petrich. "[http://www.talkorigins.org/faqs/jury-rigged.html Evidence for Design Jury-Rigged in Nature]". [[TalkOrigins Archive|Talk Origins]]. United States of America. 1993.</ref>
 
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Pelo menos 12 espécies de [[Morcego|morcegos]] têm genitais espinhosos. Esses "espinhos" variam em tamanho, podendo atingir até 1cm no pênis dos morcegos da espécie ''[[Lasiurus cinereus]]''<ref name=":12">{{Citar web|titulo=Why some male bats have spines on their penises|url=http://www.bbc.com/earth/story/20150912-why-some-male-bats-have-spines-on-their-penises|obra=www.bbc.com|acessodata=2019-03-07|lingua=en|primeiro=Lesley Evans|ultimo=Ogden}}</ref>. Com base no que se sabe sobre outras espécies com pênis farpado, é possível formular diversas explicações. Para esses morcegos, há a possibilidade de que eles tenham evoluído o pênis farpado para danificar os órgãos genitais da fêmea, impedindo que ela acasale com outros machos<ref name=":12" />. Outra hipótese sugere que tais espinhos sejam ferramentas para remoção de espermatozoides de outros machos, já que essas espécies podem armazenar os espermatozoides<ref>{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=2012|titulo=Evidence of Late-Summer Mating Readiness and Early Sexual Maturation in Migratory Tree-Roosting Bats Found Dead at Wind Turbines|url=https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0047586|jornal=PLOS ONE|lingua=en|volume=7|numero=10|paginas=e47586|doi=10.1371/journal.pone.0047586|issn=1932-6203|acessodata=}}</ref>. Outra explicação pouco aceita é a de que os espinhos penianos possibilitem morcegos machos e fêmeas permaneçam acoplados - semelhante ao velcro - para poderem se acasalar no ar<ref name=":12" />.
 
==== Palmas ''Opuntia littoralis''que perfuram seus próprios cladódios ====
As palmas ''[[Opuntia littoralis]]'' geralmente crescem em aglomerados densos que se espalham por vários metros de largura e até um metro e meio de altura. Os galhos são constituídos por cladódios planos ovais com até 22 centímetros de comprimento<ref name=":14">DALE, Nancy. '''''Flowering Plants of the Santa Monica Mountains'''''. 2nd Ed. California Native Plant Society. California. 2000. p.88.</ref>. Cada cladódio está coberto de aglomerados de espinhos amarelados de 2 a 4 centímetros de comprimento<ref name=":14" />. Conforme a planta cresce, os galhos engrossam e os espinhos vão penetrando nos galhos vizinhos, perfurando a planta, o que enfraquece o tronco do cacto<ref>{{Citar periódico|ultimo=Wright|primeiro=Cynthia R.|ultimo2=Setzer|primeiro2=William N.|data=2014-02-01|titulo=Chemical composition of volatiles from Opuntia littoralisOpuntia ficus-indica, and Opuntia prolifera growing on Catalina Island, California|url=https://doi.org/10.1080/14786419.2013.867345|jornal=Natural Product Research|volume=28|numero=3|paginas=208–211|doi=10.1080/14786419.2013.867345|issn=1478-6419|pmid=24354326}}</ref>.
 
==== Os kiwisKiwis colocam ovos desproporcionais ao tamanho do corpo ====
O [[Apteryx|kiwi]] (gênero ''[[Apteryx]]'') coloca ovos seis vezes maiores do que o comum para uma ave do seu porte — os ovos têm cerca de 180 mm de comprimento e 80 mm de diâmetro. O ovo dessa ave é tão grande que pode ter até 20% do peso do animal<ref>Lawrence, T. L. J.; Fowler, V.R.; Novakofski, JR. '''Growth of Farm Animals''', 3rd Edition. Publishing CABI. 2012. <nowiki>ISBN 9781845935580</nowiki>.</ref> e ocupar um espaço tão grande no corpo da fêmea, que ela é obrigada a [[Jejum|jejuar]] por falta de espaço para o alimento. Algumas hipóteses lançadas para explicar a ocorrência de um ovo tão grande, cuja expulsão é dolorosa, é de que com esse tamanho o ovo consiga ter 65% de [[gema]] enquanto os ovos das demais aves possuem possuem somente 35-40% de gema.
 
==== A falha reprodução do maracujá ====
Plantas [[Angiosperma|angiospermas]] como o [[maracujá]] dependem da [[reprodução sexuada]] por [[polinização]] para se replicar (o maracujazeiro nunca aceita o próprio pólen e, assim, não se autofecunda). No entanto, cada flor de maracujá dura apenas uma única tarde e se esse processo de polinização não for realizado com sucesso, a flor não-[[Fecundidade|fecundada]] se fecha no final da tarde, murcha e cai posteriormente. Para complicar ainda mais, a [[Polinização|polinização natural]] do maracujazeiro pode ser interrompida por dias nublados, com chuva ou frio, quando os seus [[Polinizador|polinizadores]] param as atividades. Ainda que a atividade dos polinizadores não fosse interrompida, a polinização não aconteceria porque o [[pólen]] molhado estoura.<ref>{{Citar web |ultimo=MELETTI |primeiro=Laura Maria Molina |url=http://www.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1689826-1489-11,00.html |titulo=GR responde (Globo Rural) |data=2015 |acessodata=2021-10-04 |website=Editora Globo S.A}}</ref><ref>MATHIAS, João. [https://revistagloborural.globo.com/vida-na-fazenda/gr-responde/noticia/2016/08/4-duvidas-sobre-o-plantio-de-maracuja.html 4 dúvidas sobre o plantio de maracujá]. [[Globo Rural]]. Rio de Janeiro. 2016.
 
</ref>
 
=== Causam a morte dos próprios indivíduos ===
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O sistema de defesa das [[abelhas]] com ferrão ativo torna sua defesa um ato suicida<ref name=":5">DAWKINS, R. O gene egoísta. São Paulo: EDUSP. (1979).</ref>. Quando a abelha ferroa, o ferrão desloca-se do abdômen e, na maioria das vezes, parte dos órgãos internos da abelha ficam na vítima e a abelha morre em seguida<ref name=":5" />. Isto acontece devido a estriações do ferrão que acabam fixando o ferrão no tecido picado<ref>WALKER, T. et al. Imaging diagnosis: acute lung injury following massive bee envenomation in a dog. Veterinary Radiology & Ultrasound, v.46, n.4, p.300-303, (2005).</ref>. A resposta evolutiva é que aparelho inoculador de veneno (ferrão) das abelhas e de outros indivíduos dessa [[ordem]] zoológica foi derivado de um ovopositor modificado, o qual possui glândulas veneníferas anexas<ref>FIGHERA R. A.; SOUZA, T. M.; BARROS, C. S. L.; Acidente provocado por picada de abelhas como causa de morte de cães. Ciência Rural, Santa Maria, v.37, n.2, p.590-593. ISSN 0103-8478 (2007).</ref>.
 
==== TartarugasJabutis podem não conseguemconseguir se desvirar ====
O casco dos [[Testudinata|testudines]] (tartaruga, cágado e jabuti) possui um formato geométrico que complica a vida desses animais; muitas vezes, se virados de costas para baixo, não conseguem se desvirar sozinhos<ref name=":9">{{Citar web|url=http://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/7228-maior-apreensao-dos-ultimos-anos-resgata-383-tartarugas-da-amazonia|titulo=Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Maior apreensão dos últimos anos resgata 383 tartarugas da Amazônia|acessodata=2017-04-26|obra=www.icmbio.gov.br|lingua=pt-br}}</ref> o que acarreta sofrimento, pois devido ao seu grande peso corporal e ausência de esqueleto interno, as [[Víscera|vísceras]], órgãos e músculos descolam-se para baixo, comprimindo assim o pulmão do animal e causando [[asfixia]], que muitas vezes leva esses indivíduos a óbito<ref name=":9" />, chegando a esse resultado lamentável lentamente, depois de cerca de 20 dias virado.
 
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</ref>. A função atual destes dentes é desconhecida. Eles são bastante frágeis, facilmente se quebram e são raramente usados em combate<ref>IRVEN, P. 1996. The Babirusa. Mainly About Animals 29, 5-7.
</ref>. Estudos subsequentes do comportamento, da fragilidade estrutural do dente canino superior e a relativa superficialidade destes, mostraram que os dentes caninos do macho adulto nunca foram usados diretamente em lutas. <ref name=":11" />[[Ficheiro:Megaloceros.jpg|thumb|259x259px|[[Alce-gigante|Megaloceros]] com os chifres.]]
==== Galhada do alce irlandês acarretoucausou sua extinção ====
A [[galhada]] de muitos animais possui entre uma de suas funções fundamentais um "símbolo visual de posição de domínio". Com 41 kg de chifre que possuía 3,65 metros de ponta a ponta, o [[Alce-gigante|''Megaloceros'']] (Alce irlandês) rearranjou seus chifres de forma que pudessem ser exibidos por completo quando o animal olhasse pra frente, pois manobrar os chifres como os animais modernos fazem não seria viável. Contudo, embora estivesse bem adaptado às campinas abertas e relvadas, com poucos bosques da época, aparentemente o Megaloceros não se adaptou de forma suficientemente rápida à [[tundra]] subártica ou ao denso florestamento ocorrido depois do último recuo da camada de gelo, sendo incapaz de fugir dos predadores pela densa floresta; provavelmente o animal foi vítima do seu sucesso evolutivo anterior. <ref name=":10" />
 
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Muitas [[Macrófita aquática|macrofitas]] aquáticas do gênero [[Elodea]] passam todo seu ciclo de vida submersas na água. Porém, para se [[Reprodução|reproduzir]], a planta precisa fazer um gasto energético para a produção de flores carpeladas à partir de [[Estolho|estolhos]] submersos de modo que as mesmas acabem emergindo para que haja a [[polinização]].<ref name=":20">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1093/oxfordjournals.aob.a085822 |titulo=Reproduction in Seagrasses: Nature of the Pollen and Receptive Surface of the Stigma in the Hydrocharitaceae |data=1980-03-01 |acessodata=2021-09-29 |jornal=Annals of Botany |número=3 |ultimo=PETTITT |primeiro=J. M. |paginas=257–271 |doi=10.1093/oxfordjournals.aob.a085822 |issn=0305-7364}}</ref> Como a [[reprodução sexuada]] por polinização é ineficaz, a propagação destas macrofitas se dá mais frequentemente pela fragmentação de rizomas, pois mesmo sem [[raíz]], as partes desenraizadas mantêm-se vivas por longo tempo, podendo enraizar [[Reprodução assexuada|reproduzindo assexuadamente]].<ref name=":20" />
 
==== Mariposas ''A. luna''que não possuem boca para se alimentar ====
As mariposas-da-lua adultas (''[[Actias luna]]'') não possuem boca e vivem apenas cerca de sete dias<ref name=":13">KEDDY, Paul A. [https://books.google.com.br/books?id=ncloDgAAQBAJ&pg=PA229&dq=actias+luna+does+not+have+a+mouth&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjxn961x-7aAhWCE5AKHWiKDnUQ6AEIMjAB&fbclid=IwAR0mCztGI4ZM-DjXUbWDC5Mqi9WAnBXSX5pChK-dXAURinPRtB6msUa-SlY#v=onepage&q=actias%20luna%20does%20not%20have%20a%20mouth&f=false Plant Ecology: origins, processes, consequences]. 2° Edition. Cambridge University Press. New York. 2017. ISBN 978-1-107-11423-4</ref>. Essas mariposas não se alimentam em sua fase adulta, porém, uma única fêmea pode produzir várias centenas de ovos durante os sete dias antes de morrer de fome<ref>LOGSDON, Gene. [https://books.google.com.br/books?id=pMdfZ-jl5Z8C&pg=PA84&dq=moth+actias+luna+dies+without+eating&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiA0J-sy-7aAhULHZAKHe-zC_cQ6AEIKDAA&fbclid=IwAR29NHN5OHY_A3wrzOfbv7-wYN0tMvddwGSPjLoH3r1eVvL6EPY19iUprfE#v=onepage&q=moth%20actias%20luna%20dies%20without%20eating&f=false Wildlife in the Garden: How to Live in Harmony with Deer, Raccoons, Rabbits, Crowns and Other Pesky Creatures]. 4° Edition. Indiana University Press. United States of America. 1999. <nowiki>ISBN 0-253-33562-0</nowiki>.</ref><ref>DK Publishing. [https://books.google.com.br/books?id=TQjLDAAAQBAJ&pg=PA40&dq=moth+actias+luna+dies+eat&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjOg5OizO7aAhUBHJAKHVMnBeAQ6AEIODAC&fbclid=IwAR1nijmHTWYqahoibTT9LaobC2lCODtBwGDR2Jpa-sktFetMiRhrfolxl0c#v=onepage&q=moth%20actias%20luna%20dies%20eat&f=false Animal!:The Animal Kingdom as you've never seen it before]. Pinguim. 2016. ISBN: 9781465459008.</ref>. Para resistir tal tempo se alimentação, as mariposas usam das reservas que acumularam enquanto eram lagartas<ref name=":13" />. Muitas não conseguem se reproduzir antes de morrerem de fome.[[Ficheiro:D. hominis adult female.png|thumb|253px|Macho de ''Mosca-varejeira'' sem peças bucais.]]
 
==== Moscas ''D. hominis''que não possuem boca para se alimentar ====
A '''[[Dermatobia hominis|''Dermatobia hominis''''']] é uma [[Brachycera|mosca]] da família [[Cuterebridae]] popularmente conhecida no [[Brasil]] como ''mosca-berneira.'' Essa espécie não possui peças bucais (assim como também é o caso de outras moscas estroides). Por conta de seu aparelho bucal atrofiado e não funcional, as moscas adultas não se alimentam<ref name=":19">NEVES. David Pereira. '''Parasitologia Humana'''. 10.ed. São Paulo: Atheneu, 2000.</ref> e, durante essa fase que dura 7 dias, asos ''D.indívíduos homins''de utilizam suas reservas para reprodução e depois morrem de fome.<ref name=":19" /> e depois morrem de fome.
==== Ácaros ''Demodex''que não possuem ânus para defecar ====
Ácaros do gênero ''Demodex'' como o ''[[Demodex folliculorum|D. folliculorum]]'' são adaptados para viverem dentro dos [[Folículo piloso|folículos capilares]] e, portanto, são finos e semelhante a um verme, com pernas curtas<ref>Prundeanu Croitoru, Anca G.; Chen, Helen M.; Ramos-e-Silva, Marcia; Busam, Klaus J. (2010). "Chapter 3. Infectious diseases of the skin. Demodicosis". In Busam, Klaus J. ''Dermatopathology''. Saunders. p. 171. <nowiki>ISBN 978-0443066542</nowiki>.</ref>. Todo o ciclo de vida da espécie ''D.  folliculorum'' leva de 14 a 16 dias, sendo sete dias para a larva se desenvolver em um adulto maduro<ref>Viswanath, V.; Gopalani, V.; Jambhore, M. (2015). "Chapter 16. Infestations. Demodicosis". In Singal, Archana; Grover, Chander. ''Comprehensive Approach to Infections in Dermatology''. JP Medical Ltd. pp. 442–447. <nowiki>ISBN 9789351527480</nowiki>.</ref>, com dois estágios de ninfas intervenientes<ref>{{Citar periódico|ultimo=Burns|primeiro=D. A.|data=1992|titulo=Follicle mites and their role in disease|url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1365-2230.1992.tb00192.x|jornal=Clinical and Experimental Dermatology|lingua=en|volume=17|numero=3|paginas=152–155|doi=10.1111/j.1365-2230.1992.tb00192.x|issn=1365-2230}}</ref>, e 4 a 6 dias de vida na fase adulta<ref>Meinking, Terri; Taplin, David; Vicaria, Maureen (2011). Schachner, Lawrence A.; Hansen, Ronald C., eds. ''Pediatric Dermatology''. Elsevier. p. 1575. <nowiki>ISBN 9780723435402</nowiki>.</ref>. Apesar de ''D.  folliculorum'' possuírem um [[intestino]] rudimentar, eles não possuem ânus<ref>{{Citar periódico|ultimo=Powell|primeiro=Frank C.|ultimo2=Raghallaigh|primeiro2=Síona Ní|ultimo3=Lacey|primeiro3=Noreen|data=2011|titulo=Demodex Mites – Commensals, Parasites or Mutualistic Organisms|url=https://www.karger.com/Article/FullText/323009|jornal=Dermatology|lingua=english|volume=222|numero=2|paginas=128–130|doi=10.1159/000323009|issn=1018-8665|pmid=21228556}}</ref>. Sem o ânus, esses ácaros não defecam e acabam acumulando escórias dentro do seu corpo até explodirem.
 
==== Cavalos não possuem o centro de vomitovômito ====
O [[cavalo]] não possui o centro de vomitovômito localizado na formação reticular da [[medula]] onde localiza-se os [[Vômito|comandos do vômito]]. Sem esse centro de vômito, o [[cárdia]] que controla os alimentos que passam para a entrada do [[estômago]] não abre para que ocorra a regurgitação do alimento. Por conta dessa questão fisiológica, o cavalo não consegue vomitar<ref>{{Citar periódico|ultimo=Albuquerque|primeiro=Ludimilla Costa de|data=2017-08-16|titulo=Manejo zootécnico e comportamento de equinos da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso|url=http://bdm.ufmt.br/handle/1/109}}</ref>, necessitando de lavagens estomacais e intestinais para a cólica<ref>LEWIS, L. D. '''Nutrição clínica eqüina''': alimentação e cuidados. São Paulo: Roca, 2000. p. 710.</ref><ref>PESCONI, I.P. '''Síndrome cólica''': incidência e causas em eqüinos de tração em Uberlândia, MG. 2000. 33 f. Trabalho de conclusão de curso (Medicina Veterinária) – Instituto de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2000.</ref><ref>GUIA RURAL Cavalos. A boa saúde: Cólica. São Paulo, edição especial, p. 40, out. 1991.</ref>. Nessa circunstância, os cavalos podem morrer caso não haja o esvaziamento do estômago, pois a cólica é a doença que mais mata cavalos e deve ser tratada com rapidez.<ref>De Oliveira, L. M.; Marques, R. L.; Nunes, C. H.; de Oliveira Cunha, A. M. Carroceiros e equídeos de tração/; um problema sócio-ambiental. '''Caminhos de Geografia''', v. 8, n. 24, 2007.</ref>.
 
==== Plantas que colocam frutos sem sementes ====
Alguns grupos de plantas possuem [[Partenocárpico|frutos partenocárpicos]]. Por definição, frutos partenocárpicos são aqueles onde os rudimentos seminais não se transformam em [[Semente|sementes]] ou quando formam sementes, estas são estéreis<ref>FONT, Quer P. '''Diccionario de Botánica'''. 4a reimpressão. Editora Labor. Barcelona. 1973. p. 806.</ref>. Espécies brasileiras como a ''Lophogyne lacunosa'' são partenocárpicas: a ''L. lacunosa'' apresenta um fruto com 3,03 mm (± 0,43) X 1,5 mm (± 0,23) e seis costelas, porém, desprovido de sementes<ref name=":16">SILVA, Inara C; KOSCHNIZTKE, Cristiana; BOVE, Claudia P. [http://www.botanica.org.br/trabalhos-cientificos/64CNBot/resumo-ins19032-id5936.pdf?fbclid=IwAR3dqsqs2QqSWNNP0b33rJ5lLt0FbBioiwlqSX6vrZgOCb7SaSbZ7tJmJhM Frutos Partenocárpicos em Lophogyne lacunosa (Podostemaceae]). '''64º Congresso Nacional de Botânica'''. Belo Horizonte. 10-15 de Novembro de 2013.</ref>. Além do gênero ''[[Lophogyne]],'' frutos partenocárpicos ocorrem também nos gêneros ''[[Mourera]]'' e ''[[Podostemum]]''.<ref name=":16" />
 
==== Cavalos possuem somente um dedo em cada pata ====
Cavalos primitivos como o ''[[Eohippus]]'' possuíam '''quatro dedos''' nas patas dianteiras e três em cada pata traseira. Ao longo dos anos, os animais descendentes deram origem à cavalos de um dedo só (como o ''Pliohippus''), que eram animais adaptados para desenvolver maior velocidade em descampados para fugir dos predadores<ref>B.K. McHorse, A. A. Biewener and S.E. Pierce Mechanics of evolutionary digit reduction in fossil horses (Equidae) DOI: 10.1098/rspb.2017.1174 (2017).</ref>. Esses espécimes monodáctilos deram origem ao ''[[Equus]]'' moderno, cuja estrutura de pata é formada pelos ossos do dedo central e cuja unha forma o casco. O problema é que ao pisar sobre um único dedo, cavalos podem desenvolver [[laminite]] com facilidade<ref>Thomassian, A., de Mello Nicoletti, J. L., Hussni, C. A., & Alves, A. L. G. (2000). [https://www.revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/3335 Patofisiologia e tratamento da pododermatite asséptica difusa nos eqüinos-(Laminite eqüina)]. ''Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP'', ''3''(2), 16-29.</ref>, sem ter outro dedo para pisar, o cavalo adoece e morre.
 
==== Besouros que não possuemsem a abertura nos élitros ====
Muitas espécies de besouros não voam (como os gorgulhos do gênero ''[[Lucanidae]]'' e o ''[[Apterocyclus honolulensis]]'') — eles retêm asas perfeitamente formadas, alojadas sob os [[Élitro|élitros]]. Contudo, essas tampas das asas estão fundidas, fazendo com que esses seres não consigam abrir os élitros para colocar as asas pra fora e voar.<ref>{{Citar web|titulo=29+ Evidences for Macroevolution: Part 2|url=http://www.talkorigins.org/faqs/comdesc/section2.html?fbclid=IwAR1mobPbv_tE1nsbMEU2J7TF6QPHK5MrbfyvJ8G8T_vCRlJ27TPNs07nOOI#vestiges|obra=www.talkorigins.org|acessodata=2020-02-11|data=1999-2004|publicado=|ultimo=Theobald|primeiro=Douglas}}</ref> Assim, os besouros possuem asas completas e funcionais, mas por não possuírem a abertura para liberar esses apêndices nunca poderão usa-los para voo. Todos os exemplos desse tipo podem ser explicados em termos de perda de funções que estavam presentes nos ancestrais, conduzindo à [[Estrutura vestigial|vestigialidade]]. <ref>{{Citar periódico|ultimo=van Noordwijk|primeiro=Arie J.|data=1988-01|titulo=Futuyma, D. J. 1986. Evolutionary Biology 2nd edition, Sinauer Associates Inc. Sunderland, Mass.|url=http://dx.doi.org/10.1046/j.1420-9101.1988.1010089.x|jornal=Journal of Evolutionary Biology|volume=1|numero=1|paginas=89–90|doi=10.1046/j.1420-9101.1988.1010089.x|issn=1010-061X}}</ref>
 
==== Cacho da bananeira surge dentro da planta ====
A [[bananeira]] é uma planta composta por um [[caule]] que é subterrâneo e modificado ([[rizoma]]). O que fica acima do solo é, na verdade, um falso [[Tronco (órgão vegetal)|tronco]] formado pela junção dos [[Pecíolo (botânica)|pecíolos]] das folhas (bainhas das folhas superpostas). Somente quando a planta está pronta para florescer é que uma extensão do verdadeiro caule, com uma [[espiga]] terminal na ponta, cresce por dentro da bainha do [[pseudocaule]] até sair e continua crescendo para baixo onde surgem as bananas.<ref>The Editors of Encyclopaedia Britannica. '''Banana'''. Encyclopædia Britannica, Encyclopædia Britannica, Inc., 22 Aug. 2019.</ref> Acontece que, muitas vezes esse caule não cresce até sair de dentro da planta, as bananas surgem ainda dentro do falso tronco e não são expulsas.<ref>Globo Rural. [https://globoplay.globo.com/v/7609578/ Cacho de banana que nasce no lugar errado. Por que isso acontece?]. [[Globo Rural]]. 2019.</ref>
=== Relações familiares macabras ===