Invasões francesas no Brasil: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Duguay-Trouin Rio de Janeiro Navy Battle 1711.jpg|thumb|360px|direita|Esquadra [[Corsário|corsária]] de [[René Duguay-Trouin]] na [[baía de Guanabara]], em Setembro de 1711, durante a [[Batalha do Rio de Janeiro (1711)|Batalha do Rio de Janeiro]].]]
As '''invasões francesas ao Brasil''' registram-se desde os primeiros tempos da colonização [[Portugal|portuguesa]], chegando até ao ocaso do [[século XIX]].{{carece de fontes}}
'''Invasões francesas ao Brasil''' registram-se desde os primeiros tempos da [[colonização portuguesa]], chegando até ao ocaso do [[século XIX]].{{carece de fontes}}
 
Inicialmente dentro da contestação de [[Francisco I de França]] ao [[Tratado de Tordesilhas]], ao arguir o paradeiro do ''[[testamento de Adão]]'' e incentivar a prática do [[corso]] para o [[escambo]] do pau-brasil (''[[Caesalpinia echinata|Cæsalpinia echinata]]''), ainda no [[século XVI]] evoluiu para o apoio às tentativas de colonização no litoral do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] ([[1555]]) e na costa do [[Maranhão]] ([[1594]]). Até meados do fim do [[século XVI]] a posição de domínio dos franceses na costa setentrional (o que lhes garantia a entrada para a conquista da maior bacia hidrográfica que se conhece dentre todas as existentes) e do extremo leste do continente era muito sólida, com nativos aliados a si prestes a atacar a principal vila exportadora dos portugueses ([[Olinda]]). O jogo só começa a virar contra os franceses quando [[Portugal]] entra na [[União Ibérica]], e vencem decisivamente os [[bretões]] e [[normandos]] nas proximidades da zona potiguara, onde os avanços não param as custas das perdas francesas e nativas. Para se ter uma ideia a aliança franco-tupi era tão forte que foi muito mais fácil vencer os colonos franceses diretos na zona guarani costeira e na zona da reentrância maranhense.
 
== A França AntárticaHistória ==
{{Artigo principal|França Antártica}}
 
{{Principal|Colonização francesa da América}}
Em [[1555]], uma expedição com cerca de cem homens, distribuídos em dois navios, comandada por [[Nicolas Durand de Villegagnon]], dirigiu-se à [[baía de Guanabara]], visando a estabelecer um núcleo de colonização. Inicialmente, aportaram à [[ilha da Laje|Isle Rattier]] (atual [[Forte Tamandaré da Laje]]), tentando erguer uma bateria defensiva, sendo expulsos pela alta da [[maré]]. Dirigiram-se, em seguida, à ilha de Serigipe (atual [[ilha de Villegagnon]]), onde se estabeleceram definitivamente, erguendo o [[Forte Coligny]].
 
=== Relações com os indígenas ===
A denominada [[França Antártica]] abrigava colonos [[Protestantismo|protestantes]] [[Calvinismo|calvinistas]] e elementos [[Catolicismo|católicos]] que procuravam evitar [[Guerras religiosas europeias|as guerras religiosas que então dividiam a Europa]].
 
Antes da colonização de parte do território brasileiro pelos portugueses, os [[franceses]] já haviam estabelecido na costa do estado com vistas ao comércio do «pau-de-tinta», como era chamado o [[pau-brasil]].<ref name="Darcy R" >{{citar livro|autor=Darcy Ribeiro|título=O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil|editora=Companhia das Letras|ano=1995|páginas=470|isbn=: 9788571644519}}</ref> Uma das estratégias usadas para fazer amizades era o "cunhadismo", que se baseava em se unir a índias para formar laços familiares e de amizade sólidos.<ref name="Darcy R" /> [[Capistrano de Abreu]] relatou em suas [[crônica]]s que por muito tempo não se soube se o Brasil seria português ou francês, tal a força de sua presença e o poder de sua influência francesa junto aos índios.<ref name="Darcy R" />
Em [[1558]] Villegagnon retornou à França, após incidentes causados pela indisciplina de alguns colonos que procuravam as indígenas locais e pelas rixas entre católicos e protestantes. Condenou à morte e executou vários colonos, expulsando os calvinistas para as margens da baía. Ele voltou a Paris para tentar convencer casais franceses a embarcar para o Rio de Janeiro e formar uma cidade.
 
No livro «[[O Povo Brasileiro]]», o escritor Darcy Ribeiro ressalta:
{{Artigo principal|Confissão da Guanabara}}
 
{{Quote|O principal [''núcleo de mestiços [[caboclo]]s''] foi o que se implantou na [[Baía da Guanabara|Guanabara]], junto aos [[Tamoio]]s do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], gerando mais de mil mamelucos que viviam ao longo dos rios que deságuam na baía. Inclusive na [[ilha do Governador]], onde deveria se implantar a [[França Antártica]]. Outros mamelucos gerados pelos franceses foram com os [[Potiguara]]s, na Paraíba, e com os [[Caeté]]s, em [[Pernambuco]]. Alcançaram certa prosperidade pelas mercadorias que eles induziram os índios a produzir e carrear para numerosos navios. Sua mercadoria era, principalmente, o pau‐de‐tinta, mas também barganhavam a [[Capsicum frutescens|pimenta-da-terra]], o [[algodão]], além de curiosidades como os [[sagui|soíns]] e [[papagaio]]s.<ref name="Darcy R" />}}
=== A campanha portuguesa de 1560 ===
[[Imagem:Serigipe 1560 Forte Coligny.jpg|thumb|250px|esquerda|Esquema do ataque de Mem de Sá aos franceses na baía de Guanabara, em 1560. Autoria desconhecida, 1567]]
 
Com a conquista definitiva da costa do país no início do [[século XVII]], os franceses começaram a frequentar menos o [[litoral brasileiro]]. Contudo, os já estabelecidos continuaram a viver junto aos indígenas e seus filhos mestiços.
Esta tentativa de colonização foi erradicada militarmente por Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil, que, com informações sobre o forte fornecidas pelos dissidentes franceses [[Jean de Cointa]] e [[Jacques Le Balleur]], e reforços vindos da [[Capitania de São Vicente]], a [[15 de Março]] abriu fogo das naus contra as defesas da ilha. Em seguida, através de um estratagema, logrou o desembarque de homens e artilharia na ilha, conquistada no dia seguinte, sendo o forte arrasado. No dia 17 foi celebrada missa solene em ação de graças pela vitória.
 
=== ABrasil campanha de 1565-1567Colônia ===
[[Imagem:Nobrega1.jpg|thumb|250px|''Partida de [[Estácio de Sá]]'', quadro de [[Benedito Calixto]] ([[1853]]-[[1927]]) mostrando o padre [[Manuel da Nóbrega]] benzendo a [[esquadra]] que vai combater os [[França|franceses]].]]
 
==== Da Paraíba ao Ceará ====
Os remanescentes franceses que se refugiaram junto às tribos indígenas na região foram posteriormente liquidados por seu sobrinho, [[Estácio de Sá]] numa campanha que se estendeu de [[1565]] a [[1567]], quando foi fundada a cidade de [[Rio de Janeiro (cidade)|São Sebastião do Rio de Janeiro]] ([[1 de Março]] de 1565), no sopé do [[morro Cara de Cão]].
 
Foi na [[ilha de Santo Aleixo]] que se passou a primeira invasão francesa no Brasil, a qual durou de março a dezembro de 1531, tendo estes sido expulsos por militares [[portugueses]].<ref name="Brésil">{{citar web|URL= http://www.revues.msh-paris.fr/vernumpub/02-Mouette.pdf|título= Les balbutiements de la colonisation française au Brésil (1524-1531)|autor=Stéphane Mouette|data=1997|publicado= Cahiers du Brésil Contemporain, |acessodata=28/01/2014}}</ref> Quando da ocupação francesa, a ilha foi denominada «Île Saint-Alexis».<ref name="Brésil" />
Após a derrota dos franceses e seus aliados indígenas, nas batalhas da praia da Glória (hoje desaparecida) e da atual [[Ilha do Governador]] (1567), a cidade foi transferida para o alto do morro do Descanso, posteriormente denominado como ''Alto da Sé'', ''Alto de São Sebastião'', ''morro de São Januário'' e, finalmente, [[Morro do Castelo]], desmontado em [[1922]].
 
== Os franceses no Cabo Frio ==
{{Artigo principal|Feitoria Maison de Pierre}}
 
Mesmo diante do fracasso da tentativa de estabelecimento na baía de Guanabara, a presença francesa continuou expressiva em outros trechos do litoral, onde mantiveram [[feitoria]]s como por exemplo a ''[[Maison de Pierre]]'' no litoral de [[Cabo Frio]] e outras.
 
== Da Paraíba ao Ceará ==
Foi na [[ilha de Santo Aleixo]] que se passou a primeira [[Invasões francesas do Brasil|invasão francesa no Brasil]], a qual durou de março a dezembro de 1531, tendo estes sido expulsos por militares [[Portugal|portugueses]].<ref name="Brésil">{{citar web|URL= http://www.revues.msh-paris.fr/vernumpub/02-Mouette.pdf|título= Les balbutiements de la colonisation française au Brésil (1524-1531)|autor=Stéphane Mouette|data=1997|publicado= Cahiers du Brésil Contemporain, |acessodata=28/01/2014}}</ref> Quando da ocupação francesa, a ilha foi denominada «Île Saint-Alexis».<ref name="Brésil" />
 
[[Imagem:Derrubada do Pau Brasil.jpg|thumb|250px|Corte de pau-brasil ([[André Thevet]], 1575).]]
 
De acordo com as informações no mapa de [[Jacques de Vau de Claye]] ("''Le Brésil''", [[1579]]), a França acalentou um projeto para a conquista do litoral da [[região Nordeste do Brasil]] entre a foz do rio São Domingos (atual [[rio Paraíba]]) e o [[rio Acaraú]] (atual estado do Ceará). O mapa, onde figuram as armas de [[Filippo Strozzi]], apresenta diversas informações estratégicas, como a do auxílio de cerca de dez mil indígenas, inclusive [[Tapuias]] habitantes das ribeiras interioranas do Ceará e Rio Grande.
De acordo com as informações no mapa de [[Jacques de Vau de Claye]] ("''Le Brésil''", [[1579]]), a [[França]] acalentou um projeto para a conquista do litoral da [[região Nordeste do Brasil]] entre a foz do rio São Domingos (atual [[rio Paraíba]]) e o [[rio Acaraú]] (atual estado do [[Ceará]]). O mapa, onde figuram as armas de [[Filippo Strozzi]], apresenta diversas informações estratégicas, como a do auxílio de cerca de dez mil indígenas, inclusive [[Tapuias]] habitantes das ribeiras interioranas do Ceará e Rio Grande.
 
Com relação ao atual território da [[Paraíba]], indica-se a baía de São Domingos, de onde partia o caminho "''por onde os selvagens vão adquirir o pau-do-brasil e há quarenta léguas de caminho depois de São Domingos até a floresta''" e a chamada "''floresta onde se pega o brasil''", correspondente à primitiva formação vegetal que vicejava na bacia hidrográfica do rio Paraíba.
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* a enseada de Aratipicaba (baía Formosa), "''onde dos arrecifes para dentro entram naus francesas e fazem sua carga''".
 
Com relação ao litoral da atual [[Paraíba]], o cronista refere a [[baía da Traição]] ("''Nesta baía fazem cada ano os franceses muito pau de tinta e carregam dele muitas naus''"), o rio São Domingos (atual rio Paraíba), onde entravam anualmente "''a carregar o pau de tinta com que abatia o que ia para o Reino das mais capitanias[[capitania]]s por conta dos portugueses''" e a região entre os rios Ararama (atual [[rio Gramame]]) e Abionaviajá (atual [[rio Abiaí]]), onde "''ancoravam nos tempos passados naus francesas, e daqui entravam para dentro''".
 
Outros relatos coevos confirmam que o principal porto frequentado pelos franceses na Capitania do Rio Grande era o rio Potengi, onde também se detinham navios ingleses. Naquele ancoradouro se procediam aos reparos necessários nas embarcações e obtinham-se provisões frescas ("refrescos"). De acordo com [[Frei Vicente do Salvador]], no Rio Grande os "''franceses iam comerciar com os potiguares, e dali saíam também a roubar os navios que iam e vinham de Portugal, tomando-lhes não só as fazendas mas as pessoas, e vendendo-as aos gentios[[gentio]]s para que as comessem''".
 
O topônimo "Refoles" (outrora "nau de Refoles"), coincidente com o trecho do Potengi onde atualmente se ergue a [[Base Naval de Natal]], recorda a presença na região, do francês [[Jacques Riffault]]. No porto dos Búzios existia uma grande concentração de franceses, diversos deles unidos a mulheres [[Potiguares]]. No rio Potengi, a cerca de três quilômetros acima da sua barra, ainda existem ruínas de uma antiga edificação de pedra que possivelmente teriam se constituído numa [[feitoria]] ou casa-forte francesa.
 
A presença francesa na região cessou com a presença de tropas sob o comando do [[capitão-mor]] da [[capitania de Pernambuco]], [[Manuel Mascarenhas Homem]], capitão-mor de Pernambuco, que alcançaram a barra do Potengi em [[25 de dezembro]] de [[1597]], iniciando a construção da [[Fortaleza dos Reis Magos]] (Janeiro de [[1598]]), reforçadas pelas do capitão-mor da [[capitania da Paraíba]], [[Feliciano Coelho de Carvalho]] a partir de Abril de 1598.
 
==== A França EquinocialAntártica ====
{{Artigo principal|França Equinocial}}
 
{{Principal|França Antártica}}
Enquanto isso, uma segunda tentativa organizada de colonização francesa registrava-se na [[ilha de São Luís|ilha de Upaon-Açu (São Luís)]], no [[Maranhão]], a partir de [[1594]], tendo perdurado até à sua erradicação por tropas portuguesas e indígenas em [[1615]].
{{AP|vt=s|Confissão da Guanabara}}
 
Em [[1555]], uma expedição com cerca de cem homens, distribuídos em dois navios, comandada por [[Nicolas Durand de Villegagnon]], dirigiu-se à [[baía de Guanabara]], visando a estabelecer um núcleo de colonização. Inicialmente, aportaram à [[ilha da Laje|Isle Rattier]] (atual [[Forte Tamandaré da Laje]]), tentando erguer uma [[bateria (militar)|bateria]] defensiva, sendo expulsos pela alta da [[maré]]. Dirigiram-se, em seguida, à ilha de Serigipe (atual [[ilha de Villegagnon]]), onde se estabeleceram definitivamente, erguendo o [[Forte Coligny]].
== Relação com os indígenas ==
Antes da colonização de parte do território brasileiro pelos portugueses, os [[França|franceses]] já haviam estabelecido na costa do estado com vistas ao comércio do «pau-de-tinta», como era chamado o [[pau-brasil]].<ref name="Darcy R" >{{citar livro|autor=Darcy Ribeiro|título=O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil|editora=Companhia das Letras|ano=1995|páginas=470|isbn=: 9788571644519}}</ref> Uma das estratégias usadas para fazer amizades era o "cunhadismo", que se baseava em se unir a índias para formar laços familiares e de amizade sólidos.<ref name="Darcy R" /> [[Capistrano de Abreu]] relatou em suas [[crônica]]s que por muito tempo não se soube se o Brasil seria português ou francês, tal a força de sua presença e o poder de sua influência francesa junto aos índios.<ref name="Darcy R" />
 
A denominada [[França Antártica]] abrigava colonos [[Protestantismo|protestantes]] [[Calvinismo|calvinistas]] e elementos [[Catolicismo|católicos]] que procuravam evitar [[Guerras religiosas europeias|as guerras religiosas que então dividiam a Europa]].
No livro «[[O Povo Brasileiro]]», o escritor Darcy Ribeiro ressalta:
 
Em [[1558]] Villegagnon retornou à França, após incidentes causados pela indisciplina de alguns colonos que procuravam as indígenas locais e pelas rixas entre católicos e protestantes. Condenou à morte e executou vários colonos, expulsando os calvinistas para as margens da baía. Ele voltou a [[Paris]] para tentar convencer casais franceses a embarcar para o Rio de Janeiro e formar uma cidade.
{{Quote|O principal [''núcleo de mestiços [[caboclo]]s''] foi o que se implantou na [[Baía da Guanabara|Guanabara]], junto aos [[Tamoio]]s do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], gerando mais de mil mamelucos que viviam ao longo dos rios que deságuam na baía. Inclusive na [[ilha do Governador]], onde deveria se implantar a [[França Antártica]]. Outros mamelucos gerados pelos franceses foram com os [[Potiguara]]s, na Paraíba, e com os [[Caeté]]s, em [[Pernambuco]]. Alcançaram certa prosperidade pelas mercadorias que eles induziram os índios a produzir e carrear para numerosos navios. Sua mercadoria era, principalmente, o pau‐de‐tinta, mas também barganhavam a [[Capsicum frutescens|pimenta-da-terra]], o algodão, além de curiosidades como os [[sagui|soíns]] e papagaios.<ref name="Darcy R" />}}
 
===== A campanha portuguesa de 1560 =====
Com a conquista definitiva da costa do país no início do [[século XVII]], os franceses começaram a frequentar menos o litoral brasileiro. Contudo, os já estabelecidos continuaram a viver junto aos indígenas e seus filhos mestiços.
 
[[Imagem:Serigipe 1560 Forte Coligny.jpg|thumb|250px|esquerda|Esquema do ataque de Mem de Sá aos franceses na baía de Guanabara, em 1560. Autoria desconhecida, 1567]]
== Os corsários ==
Até o [[século XVIII]], era comum [[pirata]]s e [[corsário]]s de diversas nacionalidades pilharem povoados e engenhos no litoral brasileiro. A descoberta de [[ouro]] no sertão das [[Minas Gerais]] reacendeu a cobiça desses elementos, atraindo-os para o litoral da região Sudeste. Entre os assaltos mais famosos, se registram, em agosto de [[1710]], o do corsário [[Jean-François Duclerc]] (1671-1711), e, em setembro de [[1711]], o de [[René Duguay-Trouin]], ambos à cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].
 
Esta tentativa de colonização foi erradicada militarmente por [[Estácio de Sá]], sobrinho de [[Mem de Sá]], terceiro [[governador-geral do Brasil]], que, com informações sobre o forte fornecidas pelos dissidentes franceses [[Jean de Cointa]] e [[Jacques Le Balleur]], e reforços vindos da [[Capitania de São Vicente]], a [[15 de Março]] abriu fogo das naus contra as defesas da ilha. Em seguida, através de um estratagema, logrou o desembarque de homens e [[artilharia]] na ilha, conquistada no dia seguinte, sendo o forte arrasado. No dia 17 foi celebrada missa solene em ação de graças pela vitória.
=== A invasão de Duclerc (1710) ===
No contexto de hostilidades entre a [[França]] e a [[Inglaterra]], o rei [[Luís XIV de França]] autorizou o corso aos domínios ultramarinos de [[Portugal]], tradicional aliado dos britânicos. O rei incentivou a atividade corsária, permitindo que particulares armassem seus navios e oferecendo-lhes autorização (cartas de corso), mediante partilha de lucros, para que atacassem embarcações e possessões de potências estrangeiras inimigas, entre as quais, Portugal.<ref>{{citar livro|título=Piratas no Brasil: As incríveis histórias dos ladrões dos mares que pilharam nosso litoral|ultimo=França & Hue|primeiro=Jean & Sheila|editora=Globo Livros|ano=2014|local=São Paulo|página=91|páginas=}}</ref> Por essa razão, em meados de Agosto de [[1710]], Jean-François Duclerc, no comando de seis navios e cerca de 1&nbsp;200 homens, surgiu na barra da [[baía de Guanabara]] hasteando pavilhões ingleses como disfarce. As autoridades no Rio de Janeiro, alertadas pela Metrópole, já aguardavam a vinda do corsário francês, razão pela qual o fogo combinado da [[Fortaleza de Santa Cruz da Barra]] e da [[Fortaleza de São João]] repeliu a frota que tentava forçar a barra ([[16 de agosto]]).
 
===== A campanha de 1565-1567 =====
Os franceses navegaram pelo litoral para Sudoeste, rumo à baía da [[Ilha Grande (Rio de Janeiro)|Ilha Grande]], saqueando fazendas e engenhos. Lá, aportaram à barra de [[Guaratiba]], onde desembarcaram, marchando por terra para a cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]. No percurso passaram pelo [[Camorim]], por [[Jacarepaguá]], pelo [[Engenho Novo]] e pelo [[Engenho Velho (Tijuca)|Engenho Velho]] dos Padres da [[Companhia de Jesus]], descansando neste último. No dia seguinte prosseguiram pela região do Mangue, alcançando a falda do [[morro de Santa Teresa]] (depois rua de Mata-Cavalos, atual rua do Riachuelo), até ao morro de Santo Antônio, que contornaram até à Lagoa do Boqueirão. Pela rua da Ajuda (atual Melvin Jones) e de São José, alcançaram o Largo do Carmo (atual Praça XV de Novembro), onde encontraram a resistência dos habitantes em armas, tendo se destacado a ação dos estudantes do Colégio dos Jesuítas, liderados pelo [[Bento do Amaral Coutinho|Capitão Bento do Amaral Coutinho]], que desceram o morro do Castelo. Nesta escaramuça, afirma-se que os franceses perderam 400 homens. Duclerc, que os comandava, foi detido em prisão domiciliar à atual rua da Quitanda, vindo a ser assassinado em condições misteriosas por um grupo de encapuzados, alguns meses mais tarde, a [[18 de março]] de [[1711]], alguns autores supondo que por questões passionais.
 
[[Imagem:Nobrega1.jpg|thumb|250px|''Partida de Estácio de Sá'', quadro de [[Benedito Calixto]] ([[1853]]-[[1927]]) mostrando o padre [[Manuel da Nóbrega]] benzendo a [[esquadra]] que vai combater os [[França|franceses]].]]
 
Os remanescentes franceses que se refugiaram junto às tribos indígenas na região foram posteriormente liquidados por seu sobrinho, [[Estácio de Sá]] numa campanha que se estendeu de [[1565]] a [[1567]], quando foi fundada a cidade de [[Rio de Janeiro (cidade)|São Sebastião do Rio de Janeiro]] ([[1 de Março]] de 1565), no sopé do [[morro Cara de Cão]].
 
Após a derrota dos franceses e seus aliados indígenas, nas batalhas da praia da Glória (hoje desaparecida) e da atual [[Ilha do Governador]] (1567), a cidade foi transferida para o alto do morro do Descanso, posteriormente denominado como ''Alto da Sé'', ''Alto de São Sebastião'', ''morro de São Januário'' e, finalmente, [[Morro do Castelo]], desmontado em [[1922]].
 
==== Os franceses no Cabo Frio ====
 
{{Principal|Feitoria Maison de Pierre}}
 
Mesmo diante do fracasso da tentativa de estabelecimento na baía de Guanabara, a presença francesa continuou expressiva em outros trechos do litoral, onde mantiveram [[feitoria]]s como por exemplo a ''[[Maison de Pierre]]'' no litoral de [[Cabo Frio]] e outras.
 
==== A França Equinocial ====
 
{{Principal|França Equinocial}}
 
Enquanto isso, uma segunda tentativa organizada de colonização francesa registrava-se na [[ilha de São Luís|ilha de Upaon-Açu (São Luís)]], no [[Maranhão]], a partir de [[1594]]. Em 8 de Setembro de 1612, comandados por [[Daniel de La Touche]], os franceses fundaram a cidade de [[São Luís (Maranhão)|São Luís]].[https://www.bahia.ws/historia-fundacao-sao-luis-do-maranhao/ aaa] [https://www.facem.edu.br/instituto/historia.asp aaa] Após a [[Batalha de Guaxenduba]] (Novembro de 1614) a presença francesa na região perdurou até à sua erradicação por tropas portuguesas e indígenas em [[1615]].
 
==== Os corsários ====
 
Até o [[século XVIII]], era comum [[pirata]]s e [[corsário]]s de diversas nacionalidades pilharem povoados e [[engenho]]s no litoral brasileiro. A descoberta de [[ouro]] no sertão das [[Minas Gerais]] reacendeu a cobiça desses elementos, atraindo-os para o litoral da [[Região Sudeste do Brasil|região Sudeste]]. Entre os assaltos mais famosos, se registram, em agosto de [[1710]], o do corsário [[Jean-François Duclerc]] (1671-1711), e, em setembro de [[1711]], o de [[René Duguay-Trouin]], ambos à cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].
 
===== A invasão de Duclerc (1710) =====
 
No contexto de hostilidades entre a [[França]] e a [[Inglaterra]], o rei [[Luís XIV de França]] autorizou o corso aos domínios ultramarinos de [[Portugal]], tradicional aliado dos britânicos. O rei incentivou a atividade corsária, permitindo que particulares armassem seus navios e oferecendo-lhes autorização ([[Carta de corso|cartas de corso]]), mediante partilha de [[lucro]]s, para que atacassem embarcações e possessões de potências estrangeiras inimigas, entre as quais, Portugal.<ref>{{citar livro|título=Piratas no Brasil: As incríveis histórias dos ladrões dos mares que pilharam nosso litoral|ultimo=França & Hue|primeiro=Jean & Sheila|editora=Globo Livros|ano=2014|local=São Paulo|página=91|páginas=}}</ref> Por essa razão, em meados de Agosto de [[1710]], Jean-François Duclerc, no comando de seis navios e cerca de 1&nbsp;200 homens, surgiu na barra da [[baía de Guanabara]] hasteando pavilhões ingleses como disfarce. As autoridades no Rio de Janeiro, alertadas pela Metrópole, já aguardavam a vinda do corsário francês, razão pela qual o fogo combinado da [[Fortaleza de Santa Cruz da Barra]] e da [[Fortaleza de São João]] repeliu a frota que tentava forçar a barra ([[16 de agosto]]).
 
Os franceses navegaram pelo litoral para Sudoeste, rumo à baía da [[Ilha Grande (Rio de Janeiro)|Ilha Grande]], saqueando fazendas e engenhos. Lá, aportaram à barra de [[Guaratiba]], onde desembarcaram, marchando por terra para a cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]. No percurso passaram pelo [[Camorim]], por [[Jacarepaguá]], pelo [[Engenho Novo]] e pelo [[Engenho Velho (Tijuca)|Engenho Velho]] dos Padres da [[Companhia de Jesus]], descansando neste último. No dia seguinte prosseguiram pela região do Mangue, alcançando a falda do [[morro de Santa Teresa]] (depois rua de Mata-Cavalos, atual [[rua do Riachuelo]]), até ao morro de Santo Antônio, que contornaram até à Lagoa do Boqueirão. Pela rua da Ajuda (atual Melvin Jones) e de São José, alcançaram o Largo do Carmo (atual [[Praça XV (Rio de Janeiro)|Praça XV de Novembro]]), onde encontraram a resistência dos habitantes em armas, tendo se destacado a ação dos estudantes do Colégio dos Jesuítas, liderados pelo [[Bento do Amaral Coutinho|Capitão Bento do Amaral Coutinho]], que desceram o [[morro do Castelo]]. Nesta escaramuça, afirma-se que os franceses perderam 400 homens. Duclerc, que os comandava, foi detido em prisão domiciliar à atual [[rua da Quitanda (Rio de Janeiro)|rua da Quitanda]], vindo a ser assassinado em condições misteriosas por um grupo de encapuzados, alguns meses mais tarde, a [[18 de março]] de [[1711]], alguns autores supondo que por questões passionais.
 
A população da cidade festejou entusiasticamente a vitória durante vários dias. Infelizmente, as autoridades coloniais superestimaram a capacidade do sistema defensivo da barra, difundindo-se a crença generalizada de que, após tamanha derrota, [[corsário]] algum voltaria tentar forçá-la, o que se mostrou dramaticamente incorreto.
 
===== A invasão de Duguay-Trouin (1711) =====
 
[[Imagem:Duguay-Trouin 1711.jpg|thumb|250px|Esquadra de Duguay-Trouin.]]
[[Imagem:René Duguay-Trouin PGAVBT0.jpg|thumb|250px|René Duguay-Trouin.]]
 
À iniciativa de Duclerc, seguiu-se outra, maior e mais bem equipada, no ano seguinte.
 
Em [[12 de setembro]] de [[1711]], a coberto pela bruma da manhã, aproveitando um vento favorável, uma esquadra de 17 ou 18 navios, artilhada com 740 [[Peça de artilharia|peças]] e 10 [[morteiro]]s, com um efetivo de 5&nbsp;764 homens, sob o comando do corsário francês [[René Duguay-Trouin]] ousadamente entrou em linha pela barra da baía de Guanabara, furtando-se ao fogo das fortalezas, desguarnecidas três dias antes, graças a uma notícia recebida pelo então Governador da [[Capitania do Rio de Janeiro]], [[Francisco de Castro Morais]] (1699-1702), que dava como falsa a notícia da chegada desta esquadra francesa.
 
Duguay-Trouin enfrentou apenas a resistência de três habitantes inconformados com as decisões do governador Francisco de Castro Morais, apelidado de "o Vaca": o [[Normandia|normando]] naturalizado português, Gil du Bocage, o [[Bento do Amaral Coutinho|Mestre de Campo Bento do Amaral Coutinho]], e seu companheiro frei [[Francisco de Menezes]], ao lado dos alunos dos frades beneditinos, filhos de [[Domingos Leitão]], de [[Rodrigo de Freitas]], de [[Gurgel do Amaral]], Teles de Menezes, Martim Clemente e Aires Maldonado.
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O sucesso do corsário custou caro à cidade, que necessitou pagar valioso resgate pela liberdade (novembro de 1711): 610.000 [[Cruzado (moeda portuguesa)|cruzados]] em moeda, 100 caixas de [[açúcar]] e 200 cabeças de [[gado bovino]].
 
==== A invasão de Fernando de Noronha ====
{{Artigo principal|Fortificações na Ilha de Fernando de Noronha#A invasão francesa da ilha|A invasão francesa de Fernando de Noronha}}
 
{{Principal|Fortificações na Ilha de Fernando de Noronha#A invasão francesa da ilha|A invasão francesa de Fernando de Noronha}}
== A Questão do Amapá e outros conflitos==
{{Artigo principal|Intrusão Francesa no Amapá|Guerra da Lagosta}}
 
Em 16 de Janeiro de 1504, o Rei [[Manuel I de Portugal]] doou o arquipélago a [[Fernão de Noronha]] pelo sistema de [[capitania hereditária]] mas, este e seus descendentes, não se interessaram em colonizá-lo.<ref name="Exército Brasileiro">{{citar web|url=http://www.eb.mil.br/exercito-brasileiro?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_returnToFullPageURL=%2F&_101_assetEntryId=1556257&_101_type=content&_101_urlTitle=retomada-e-defesa-de-fernando-de-noronha&_101_redirect=http%3A%2F%2Fwww.eb.mil.br%2Fexercito-brasileiro%3Fp_p_id%3D3%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dmaximized%26p_p_mode%3Dview%26_3_redirect%3D%252F%26_3_keywords%3Dcampo%2Bgrande%26_3_advancedSearch%3Dfalse%26_3_groupId%3D0%26_3_delta%3D20%26_3_assetTagNames%3Dcolonia2%26_3_resetCur%3Dfalse%26_3_andOperator%3Dtrue%26_3_struts_action%3D%252Fsearch%252Fsearch&inheritRedirect=true|título=RETOMADA E DEFESA DE FERNANDO DE NORONHA|autor=Exército Brasileiro|data=|publicado=|acessodata=9 de dezembro de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref>
Posteriormente, outros conflitos teriam lugar, tais como a [[Intrusão Francesa no Amapá]], em 1895, que envolveu a [[Questão do Amapá]], uma disputa territorial acerca dos limites entre a [[Guiana Francesa]] e o Brasil.
 
As ilhas foram visitadas por alemães (1534), ingleses (1577) e franceses (1556, 1558).<ref name="IBGE">{{citar web|url=https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pe/fernando-de-noronha/historico|título=Fernando de Noronha Pernambuco - PE|autor=IBGE|data=|publicado=|acessodata=9 de dezembro de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref> Em 1612, a caminho do [[Maranhão]], [[Daniel de La Touche]] ali esteve por quinze dias.<ref name="Exército Brasileiro"/> Os holandeses ocuparam as ilhas de 1629 a 1654 <ref name="IBGE"/> (''ver: [[Invasões holandesas no Brasil]]'').
Também aconteceu o episódio da [[Guerra da Lagosta]], entre 1961 e 1963, que girou em torno da captura ilegal de [[lagosta]]s, por parte de embarcações de [[pesca]] francesas, em [[Mar territorial|águas territoriais]] no litoral da região [[Nordeste do Brasil]].
 
Em 1736, a [[Companhia Francesa das Índias Orientais]] enviou uma expedição, sob comando do capitão Lesquelin.<ref name="Exército Brasileiro"/> [[Fernando de Noronha]] foi ocupado e colonizado. Ao ser informado, o [[vice-rei do Brasil]], [[André de Melo e Castro]], 4° [[Conde das Galveias]], enviou observadores para o arquipélago em 28 de Setembro de 1736, incumbidos de confirmarem a invasão. O Rei [[João V de Portugal]] determinou a expulsão dos invasores, expedindo em 26 de Maio de 1737 uma [[Carta Régia]] ao Governador de Pernambuco, Henrique Luís Freire de Andrade, para cumprir a ordem.<ref name="Exército Brasileiro"/> O vice-rei organizou uma expedição de 250 homens, sob comando do coronel João Lobo de Lacerda. Partindo de Pernambuco a 6 de Outubro de 1737, esta força expulsou os invasores franceses regressando a Recife a 11 de Julho de 1738.<ref name="Exército Brasileiro"/>
 
=== Brasil Império ===
 
==== Cabanagem ====
 
{{Principal|Cabanagem}}
 
A Cabanagem (1835-1840) foi uma revolta popular, focada em [[Belém (Pará)]], estendendo-se para [[Amazonas]], [[Roraima]] e [[Amapá]].<ref name="PSF">{{citar web|url=https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/cabanagem|título=Cabanagem|autor=Portal São Francisco|data=|publicado=|acessodata=9 de dezembro de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref> O [[Período regencial (Brasil)|regente]] [[Diogo Antônio Feijó]] solicitou ajuda (que foi negada) a portugueses, britânicos e franceses para conter a revolta.<ref>{{citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1310199912.htm|título=País pediu apoio externo contra revolta|autor=Indriunas, Luís|data=13 de outubro de 1999|publicado=[[Folha de S. Paulo]]|acessodata=9 de dezembro de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref> A França, que reclamava a posse de territórios da [[Amazônia brasileira]], via com interesse uma possível [[secessão]] daquela região.<ref>{{citar web|url=http://www.eb.mil.br/exercito-brasileiro?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=1541263&_101_type=content&_101_urlTitle=cabanagem&_101_redirect=http%3A%2F%2Fwww.eb.mil.br%2Fexercito-brasileiro%3Fp_p_id%3D3%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dmaximized%26p_p_mode%3Dview%26_3_keywords%3Dcampo%2Bgrande%26_3_advancedSearch%3Dfalse%26_3_groupId%3D0%26_3_delta%3D20%26_3_assetTagNames%3Dreinounido%26_3_resetCur%3Dfalse%26_3_andOperator%3Dtrue%26_3_struts_action%3D%252Fsearch%252Fsearch&inheritRedirect=true|título=CABANAGEM|autor=Exército Brasileiro|data=|publicado=|acessodata=9 de dezembro de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref> No Amapá, apoio de franceses ao movimento chegou a ameaçar a integridade territorial brasileira.<ref name="PSF"/>
 
=== Brasil República ===
 
==== Intrusão Francesa no Amapá ====
 
{{Principal|Intrusão Francesa no Amapá}}
{{AP|vt=s|Questão do Amapá}}
 
A descoberta de ouro na região, em fins do século XIX, reacendeu o interesse de brasileiros e franceses pela região.<ref name="ahimtb.org">{{citar web|url=http://www.ahimtb.org.br/DISPUTA%20PELO%20AMAPA%20ENTRE%20FRAN%C3%87A%20E%20BRASIL%20E%20MASSACRE%20DA%20VILA%20AMAP%C3%81.pdf|título=A INTRUSÃO FRANCESA NO AMAPÁ EM 1895- E O MASSACRE DA VILA AMAPÁ|autor=Cel. Cláudio Moreira Bento|data=|publicado=[[Academia de História Militar Terrestre do Brasil]]|acessodata=9 de dezembro de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref>
 
Em Maio de 1895, o governador da [[Guiana Francesa]] (sem autorização do governo francês) enviou ao [[Amapá (município)|município Amapá]] a [[canhoneira]] ''Bengali.''<ref name="ahimtb.org"/> Um grupo de 60 soldados sob comando do capitão Lunier desembarcou com a missão de libertar o colaboracionista [[Trajano Benitez]], que dirigia a [[República de Cunani]] dentro da [[esfera de influência]] da França.<ref name="senado.leg.br">{{citar web|url=https://www25.senado.leg.br/web/atividade/pronunciamentos/-/p/pronunciamento/313352|título=Pronunciamento de José Sarney em 12/12/2000.|autor=|data=12 de dezembro de 2000|publicado=Senado do Brasil|acessodata=9 de dezembro de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref> [[Francisco Xavier da Veiga Cabral]] comandou a reação dos brasileiros contra a intrusão, causando a morte de Lunier e outros militares franceses.<ref name="senado.leg.br"/> A força francesa massacrou a população civil <ref name="ahimtb.org"/> mas, a ação de Cabral barrou a invasão da França e, este tornou-se herói nacional.<ref name="senado.leg.br"/> Brasileiros e franceses apelaram para um arbitramento internacional, executado por [[Walter Hauser]], presidente da [[Suíça]], que decidiu de forma totalmente favorável ao Brasil em 1º de Dezembro de 1900.<ref>{{citar web|url=https://www.diariodoamapa.com.br/blogs/paulo-silva/laudo-suico-faz-118-anos/|título=Laudo Suíço faz 118 anos|autor=Silva, Paulo|data=2 de dezembro de 2018|publicado=[[Diário do Amapá]]|acessodata=9 de dezembro de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref>
==== Guerra da Lagosta ====
 
{{Principal|Guerra da Lagosta}}
 
[[Imagem:Brazilian cruiser Tamandaré (C12) underway with destroyers during the 1961 Lobster War.jpg|thumb|250px|direita|[[Cruzador]] [[C Tamandaré (C-12)|C Tamandaré]] (centro) escoltado pelos [[contratorpedeiro]]s de classe Fletcher Pará (D-27), Paraíba (D-28), Paraná (D-29) e Pernambuco (D-30) em 1961, durante a Guerra da Lagosta.]]
 
Também aconteceu o episódio da [[Guerra da Lagosta]], entre 1961 e 1963, que girou em torno da captura ilegal de [[lagosta]]s, por parte de embarcações de [[pesca]] francesas, em [[Mar territorial|águas territoriais]] no litoral da região [[Nordeste do Brasil]].
 
Em 1961, pescadores de Pernambuco alertaram as autoridades sobre a presença de pesqueiros franceses na costa brasileira.<ref>{{citar web|url=https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/como-lagostas-quase-mergulharam-america-do-sul-no-maior-conflito-desde-guerra-do-paraguai.phtml|título=COMO UM CRUSTÁCEO QUASE MERGULHOU A AMÉRICA DO SUL NO MAIOR CONFLITO DESDE A GUERRA DO PARAGUAI|autor=Lobato, Ricardo|data=1 de janeiro de 2021|publicado=Aventuras na História - UOL|acessodata=9 de dezembro de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref> A marinha e a força aérea brasileiras passaram a policiar a área, levando a França a mobilizar sua força aeronaval. <ref name="gazetadopovo.com">{{citar web|url=https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/a-lagosta-e-nossa-24v9shy09i5lw3gg583pln8em/|título=A lagosta é nossa|autor=Antonelli, Diego|data=28 de março de 2014|publicado=[[Gazeta do Povo]]|acessodata=9 de dezembro de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref> Enquanto o Brasil preparou um plano para ocupar a [[Guiana Francesa]], a [[Operação Cabralzinho]]. Apesar das tensões geradas, uma guerra real foi evitada.<ref name="gazetadopovo.com"/>{{clr}}
 
== Ver também ==
 
* [[Festa brasileira de Rouen em 1550]]
* [[História militar do Brasil]]
* [[Jean Ango]]
* [[Mapas de Dieppe]]
* [[Francisco Xavier da Veiga Cabral]]
*[[Festa brasileira de Rouen em 1550]]
 
{{Referências}}
 
== Bibliografia ==
 
* GAFFAREL, Paul Louis Jacques. ''Histoire du Bresil français au seizième siècle''. Paris: Maison Neuve, 1878.
 
== Ligações externas ==
 
* [http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=156 Frei Vicente do Salvador, ''História do Brasil''] Descarga de texto digital, consultado em 2017-10-24.
* [https://archive.org/details/vicente-salvador Frei Vicente do Salvador, ''História do Brasil''] Descarga de texto fac-similar, consultado em 2017-10-24.
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{{Rebeliões do Brasil Colônia}}
{{Portal3|Brasil|França|História|MaranhãoPolítica|RioRelações de Janeirointernacionais}}
 
[[Categoria:Colonização do Brasil]]