Daniel Dantas (empresário): diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Gabriel Duartez (discussão | contribs)
Desfeita a edição 62669674 de Gabriel Duartez
MaxVidor (discussão | contribs)
Linha 21:
=== Origem ===
{{Sem-fontes|Esta secção|arte|br|data=abril de 2021}}
Daniel é membro de uma das mais tradicionais famílias da [[Bahia]], cujo patriarca foi o Barão de Jeremoabo, [[Cícero Dantas Martins]], que é [[Cícero Dantas|nome de município]] na Bahia. Cícero Dantas, filho do [[comendador]] João Dantas dos Reis, foi um poderoso [[latifundiário]] na região de [[Itapicuru]]Itapirucu, nordeste da Bahia, onde ficava a sede do latifúndio, que abrangia [[Jeremoabo]], [[Tucano (Bahia)|Tucano]], [[Olindina]], [[Antas (Bahia)|Antas]], [[Canudos]] e [[Alagoinhas]], dentre outros municípios. A sede da fazenda tem o nome de ''Camuciatá'' (palavra indígena que significa "pote d'água"), pois está às margens do [[rio Itapicuru]], e lá se encontra o casarão da família, uma espécie de museu particular dos Dantas, aberto a visitas com hora marcada. Além de latifundiário, Cícero Dantas foi também [[advogado]] e político dos mais influentesprestigiosos, usando sua influência para fazer com que o arraial de Canudos, fundado em suas terras por [[Antonio Conselheiro|Antônio Conselheiro]], fosse atacado e totalmente destruído por tropas federais, durante a [[Guerra de Canudos]].<ref>NOVAIS SAMPAIO, Consuelo (org). ''Canudos, Cartas para o Barão''. São Paulo: Edusp, 1999</ref> Foi deputado por vários mandatos, e senador. Sua maior obra foi a construção do Engenho Bom Sucesso, na cidade de [[Santo Amaro (Bahia)|Santo Amaro]], no [[Recôncavo]] baiano, juntamente com seu sogro, Antônio da Costa Pinto, e seu cunhado homônimo, Antônio da Costa Pinto. E foi com a boca adoçada que [[Dom Pedro II]], concedeu os títulos de barão, ao fazendeiro Dantas; de conde, ao Visconde Costa Pinto; e de Visconde, ao Barão Costa Pinto.
 
Daniel é filho da escritora e [[socialite]] Nicia Maria Valente e de Luís Raimundo ("Mundico") Tourinho Dantas,<ref>''Sociedade Bahiana'', Margarida Luz</ref> um empresário do setor têxtil. Desde cedo quis ter seus próprios negócios, e abriu, aos 17 anos, uma fábrica de sacolas de papel, em sociedade com dois amigos. O empreendimento foi muito bem sucedido e, após dois anos, ele o vendeu com lucro, abrindo então, com os mesmos sócios, um negócio de distribuição de cerveja.
 
=== Formação ===
Formou-se em [[engenharia]] pela [[Universidade Federal da Bahia]]. Realizou estudos de pós-graduação em [[economia]] na [[Fundação Getúlio Vargas|Fundação Getulio Vargas]], onde foi aluno do ex-[[ministro da Fazenda]] [[Mário Henrique Simonsen]]. Completou o mestrado e o doutorado em apenas dois anos, na própria [[FGV]], e obteve o seu doutorado em 1982.<ref>{{Citar web|url=http://www.race.nuca.ie.ufrj.br/teses/fgv/fgv-do.htm|título=RACE - Rede Acadêmica de Ciência Econômica|publicado=www.race.nuca.ie.ufrj.br|acessodata=30 de abril de 2012}}</ref><ref>{{citar web|url=https://piaui.folha.uol.com.br/materia/todos-contra-daniel-dantas/|titulo=Todos contra Daniel Dantas|data=01-06-2007|acessodata=04-02-2020|publicado=Revista Piauí|ultimo=|primeiro=}}</ref> Foi diretor-executivo da holding do Banco Icatu desde 1988 até a fundação do Opportunity, em 1994. Sua vasta experiência como administrador de recursos inclui posições executivas junto ao Bradesco Seguros S.A. (Vice-presidente de investimentos, 1985/86), às corretoras de valores Triplik (Diretor, 1983/85) e Prosper (Diretor, 1981), e à empresa de consultoria econômico-financeira Simposium (Diretor,1983), do Prof. Mário Henrique Simonsen. <ref>{{Citar web|url=https://www.opportunity.com.br/QuemSomos/QuemSomos|titulo=Opportunity {{!}} Quem Somos|acessodata=2018-06-28|obra=www.opportunity.com.br|ultimo=recursos|primeiro=Opportunity Asset Management - Excelência em gestão de}}</ref>
 
Fez pós-doutorado no [[Instituto Tecnológico de Massachusetts]], indicado por [[Franco Modigliani]], prêmio Nobel de Economia de 1985, o qual Dantas ciceroneou durante um congresso de economia da [[Fundação Getúlio Vargas]].<ref name="Epoca" />
Linha 32:
=== Negócios ===
{{Sem-fontes|Esta secção|arte|br|data=abril de 2021}}
Em 1986, Dantas associou-se aos irmãos Kati e Luis Antônio, filhos de Antônio Carlos Almeida Braga, o "Braguinha", controlador da seguradora Atlântica Boavista, que havia sido incorporada pelo [[Banco Bradesco]]. Nessa ocasião, adquiriu a fama de "mago das finanças". Sua saída do Bradesco ocorreu junto com Braguinha, considerado o seu "mestre no mundo das finanças".
 
No [[Banco Icatu]], Dantas notabilizou-se por realizar investimentos que davam resultados extraordinários. Como, por exemplo, investir em mercadorias como café, laranja e cacau pouco antes da edição do Plano Collor, em março de 1990. Este plano viria a confiscar todos os ativos financeiros bancários. Dessa forma, Dantas pôde exportar as mercadorias que adquirira, obtendo assim recursos para atravessar a crise de liquidez que afetava os demais empresários e banqueiros.
 
Esse seu sucesso gerou boatos que alegavam que o Banco Icatu só não fora afetado pelo confisco porque Dantas teria recebido informações privilegiadas sobre o [[Plano Collor]] e que, antes do congelamento, ele havia sacado uma grande importância em dinheiro vivo do banco. Entretanto [[Gustavo Loyola]], então diretor do [[Banco Central]], declarou que não houve movimentação anormal de recursos no Banco Icatu às vésperas da decretação do Plano Collor.
 
Tornou-se amigo de [[Luis Eduardo Magalhães]] e, a partir dai, consolidou estreita relação com Antônio Carlos Magalhães, tornando-se seu afilhado político e principal conselheiro financeiro. Foi encarregado por ACM de negociar uma solução para o [[Banco Econômico]] com [[Pedro Malan]] e Gustavo Loyola, então presidente do Banco Central. A partir de sua ligação com ACM, criou laços com o [[PFL]].
 
Dantas antecipara que a onda de [[privatização no Brasil|privatizações]] acabaria por chegar ao Brasil e seria uma das políticas a serem adotadas pelo governo do então recém-eleito presidente [[Fernando Henrique Cardoso]]: '' “Temos uma mentalidade colonizada, e sempre acabamos imitando o que se faz lá fora” (…)"''. Com base nessa previsão, Dantas determinou ao Banco Icatu que investisse em ações de [[empresa estatal|empresas estatais]] em vias de serem privatizadas, especialmente [[Telecomunicações Brasileiras S.A.|Telebrás]], o que viria a trazer lucros extraordinários àquele banco.
 
Daniel Dantas deixou o Banco Icatu em 1993 e em 1994 se uniu a Dorio Ferman criando o Opportunity, uma das primeiras empresas de gestão independentes do Brasil, com um patrimônio sob gestão de 70 milhões de dólares sob gestão. Dorio Ferman, controlador do Banco Lógica conheceu Daniel Dantas na FGV-RJ. O Banco Lógica, de Dorio Ferman, passou a se chamar Banco Opportunity.
 
=== Banco Opportunity ===