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=== A violência de gênero no forró ===
O forró, um gênero musical que vem do nordeste do Brasil, tem sido uma grande parte da identidade cultural dos nordestinos. Recentemente, há um foco nas letras de forró que perpetuam um tipo de senso superior dos homens nordestinos contra as mulheres. Não somente as mulheres sofrem com os estereótipos criados nas letras de forró mas também, os da comunidade LGBT+, de acordo com pesquisadores da [[Universidade de Fortaleza]] e a [[:en:Universidade_Estadual_de_Campinas|UNICAMP]], “... o Nordeste é a região que concentra maior número de mortes homoafetivas, com 43% do total, demonstrando o [a falta de] reconhecimento das masculinidades alternativas.”<ref>{{Cite journal |url=http://www.scielo.br/j/icse/a/cbQqb3MFcsVW6dDxy3M3shC/?lang=pt |title=Construção do estereótipo do “macho nordestino” nas letras de forró no Nordeste brasileiro |date=2017-05-18 |last=Brilhante |first=Aline Veras Morais |last2=Silva |first2=Juliana Guimarães e |pages=13–28 |language=pt |doi=10.1590/1807-57622016.0286 |issn=1414-3283 |last3=Vieira |first3=Luiza Jane Eyre de Souza |last4=Barros |first4=Nelson Filice de |last5=Catrib |first5=Ana Maria Fontenelle |volume=22 |journal=Interface - Comunicação, Saúde, Educação}}</ref> Também, o forró é conhecido por sua sexualização do corpo feminino através das letras das canções. De acordo com um estudo da [[:en:Universidade_Federal_do_Piauí|Universidade Federal de Piauí]], as duas canções: “[[Gustavo Mioto|Hoje eu tô solteiro]]" e “[[Calcinha Preta|Banda Calcinha Preta]]”, ambos geram-se alguns sentidos de um sistema patriarcal e reforçam-se  “...a submissão feminina em relação ao homem<nowiki>''</nowiki>.<ref>{{Cite journal |url=https://www.revistas.usp.br/extraprensa/article/view/EPX14-PM3 |title=Representações simbólicas do corpo feminino no forró contemporâneo |date=2014-06-01 |issue=2 |last=Costa |first=Fábio Soares da |last2=Silva |first2=Francisca Islândia Cardoso da |pages=85–90 |language=pt |doi=10.11606/extraprensa2014.85155 |issn=2236-3467 |last3=Rodrigues |first3=Janete de Páscola |volume=7 |journal=Revista Extraprensa}}</ref> Todavia as mesmas constatações poderiam ser atribuídas, inclusive em grau muito maior de intensidade, à letras do [[funk carioca]].
 
Além da música, as letras machistas se manifestam em violência contra as mulheres nas festas de forró e pelo país inteiro.<ref>{{Cite book|title=A violência contra a mulher e o forró nosso de cada dia|last=Aline Veras Morais Brilhante|first=Ana Maria Fontenelle Catrib|publisher=Editora da Universidade Estadual do Ceará|isbn=978-85-7826-333-1|year=2016|location=Brazil|language=Portuguese}}</ref> Pesquisadoras da [[Universidade de Fortaleza]] concluíram que as letras moldam as opiniões dos homens em relação às mulheres de maneiras negativas. Os quatro sentimentos que eles identificam que os homens aprendem são: a desmoralização da vítima, a justificação do estupro pelo álcool, a desqualificação da negativa feminina e a banalização da violência contra a mulher.<ref>{{Cite journal |url=http://www.scielo.br/j/csp/a/ypxPgChvnBkxYby7KVbckCS/?lang=pt |title=“Taca cachaça que ela libera”: violência de gênero nas letras e festas de forró no Nordeste do Brasil |date=2018-03-08 |last=Brilhante |first=Aline Veras Morais |last2=Nations |first2=Marilyn Kay |language=pt |doi=10.1590/0102-311X00009317 |issn=0102-311X |last3=Catrib |first3=Ana Maria Fontenelle |volume=34 |journal=Cadernos de Saúde Pública}}</ref> Pesquisadores argumentam que o resultado desses sentimentos é violência de gênero em todo o país, onde 43% das mulheres sofreram violência sexual ao longo da vida.<ref>Venturi G, Recamân M, Oliveira S. A mulher brasileira nos espaços público e privado. São Paulo: Fundação Perseu Abramo; 2004.</ref> Os problemas têm persistido nos últimos tempos.