Satélite artificial: diferenças entre revisões

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{{Info/Genérico/Wikidata|imagem=Sputnik asm.jpg|legenda=Réplica do [[Sputnik-1]], o primeiro satélite artificial.<ref name="Lev Zelenyi, Olga Zakutnyaya">{{citar web|url=https://www.americanscientist.org/article/the-simplest-satellite-that-opened-up-the-universe|título=The “Simplest Satellite” That Opened Up the Universe|autor=Lev Zelenyi, Olga Zakutnyaya|data=setembro de 2017|publicado=[[American Scientist]] {{en}}|acessodata=16 de maio de 2022|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref>}}
[[Imagem:NASA Earth-observing Fleet June 2012.ogv|thumb|Vídeo mostrando alguns satélites da NASA orbitando a Terra]]
'''Satélite artificial''' é qualquer corpo feito pelo [[Homo sapiens|ser humano]] e colocado em [[órbita]] ao redor da [[Terra]] ou de qualquer outro [[corpo celeste]]. Até hoje já foram efetuados milhares de lançamentos desses corpos ao espaço, mas a maioria já está desativada. Quando ocorrem falhas no lançamento ou no próprio satélite, partes dos mesmos podem ficar orbitando o planeta por tempo indefinido, formando o [[detrito espacial|lixo espacial]]. Tecnicamente, esses objetos também são satélites, embora o termo por si só seja usado para se referir ao aparelho que foi colocado em órbita para exercer uma função específica.<ref>{{citar web |url=http://www.globalcomsatphone.com/hughesnet/satellite/|título=Aprenda mais sobre satélites e como eles funcionam|autor=Globalcom|língua=en|acessodata=5-12-2012}}</ref>
 
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Geralmente os foguetes possuem três estágios que vão se separando até que se chegue ao espaço. O primeiro estágio contém o combustível necessário para que o foguete e o satélite, que pesam centenas de toneladas, cheguem ao espaço. Quando essa primeira etapa é concluída, essa parte do foguete é desprendida e geralmente cai no oceano ou em um deserto, dependendo da área em que foi lançada. Imediatamente o segundo estágio, que é um foguete menor, começa a queimar seu combustível para que se chegue à órbita desejada em torno da Terra. Quando o combustível acaba, esta parte também é liberada e cai na Terra. Por fim o terceiro estágio contém uma espécie de cápsula onde está o satélite. Uma vez atingida a órbita necessária, essa cápsula libera o satélite que abre seus painéis solares e suas antenas e começa a executar a função para qual foi criado.<ref>{{citar web|url=http://transition.fcc.gov/cgb/kidszone/satellite/kidz/into_space.html|título=Como os satélites chegam ao espaço?|acessodata=1-12-2012|autor=FCC|língua=en}}</ref>
 
A localização do centro de lançamento é um fator essencial na escolha do local de lançamento. Quanto mais próximo o centro de lançamento estiver da [[linha do Equador]], maior será o "impulso" dado quando o foguete seguir no mesmo sentido da [[rotação da Terra|rotação do planeta]]. O movimento do planeta fornece aos foguetes uma velocidade adicional (que no Equador é de cerca de 1 660 quilômetros por hora), permitindo assim a economia de combustível. Por isso os países que vão construir tais centros procuram fazê-los nas menores [[latitude]]s possíveis, ou seja, mais próximo do Equador. O [[Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral|centro de lançamento de Cabo Canaveral]], por exemplo, fica no extremo sul dos Estados Unidos, enquanto o [[Centro Espacial de Kourou]], na [[Guiana Francesa]] ficae bemo próximo[[Centro de Lançamento de Alcântara]], no [[Brasil]], ficam mais próximos ao [[paralelo]]. Por motivos de segurança, os centros de lançamento devem estar localizados em áreas pouco habitadas, por causa da queda dos estágios do foguete que são liberados durante o lançamento, por isso, os locais mais utilizados para colocar satélites em órbita estão localizados próximo ao oceano ou em desertos pouco habitados.<ref>{{citar web|url=http://www.eumetsat.int/Home/Main/Satellites/SatelliteProgrammesOverview/SP_20100427133512861?l=en|título=Lançamento de satélites|acessodata=4-12-2012|autor=EUMETSAT|língua=en|data=9 de agosto de 2012}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.aerospaceweb.org/question/spacecraft/q0080.shtml|título=Lançamentos de foguetes próximo ao Equador|acessodata=4-12-2012|obra=Aerospaceweb|autor=Aaron Brown|língua=en|data=9-6-2002}}</ref>
 
Apesar de mais de quarenta países possuírem satélites em órbita, somente nove deles possuem capacidade de lançamento. São estes [[Rússia]], [[Estados Unidos]], [[China]], [[França]], [[Índia]], [[Japão]], [[Coreia do Norte]], [[Israel]] e [[Irã|Irão]], por serem os únicos com tecnologia próprias para colocar satélites em órbita. Os principais motivos disso são as dificuldades técnicas e financeiras. Outros países como Coreia do Sul possuem projetos avançados para lançar seus próprios satélites, mas ainda não o fizeram ou tiveram problemas em tentativas. A colocação de satélites em órbita também tem uma importância comercial, enquanto países como China e Índia concorrem com os Estados Unidos com lançamentos mais baratos e tecnologia avançada, procurando se tornarem novas superpotências espaciais.<ref>{{citar web|url=http://www.thespacereview.com/article/1596/1#1|título=Responsible launching: space security, technology, and emerging space states|acessodata=6-12-2012|obra=The space review|autor=Ben Basely - Walker|língua=en|data=29 de março de 2002}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.isn.ethz.ch/isn/Security-Watch/Articles/Detail/?lng=en&id=53898|título=A new space order|acessodata=6-12-2012|obra=[[Instituto Federal de Tecnologia de Zurique]]|autor=Nicola Casarini|língua=en|data=}}</ref><ref>{{citar web |url=https://www.space.com/31860-north-korea-satellite-launch.html |titulo=Coreia do Norte lança, com sucesso, satélite ao espaço}}</ref>
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=== Em órbita ===
[[Imagem:Newton Cannon.svg|thumb|Experimento mental de Newton ,onde o canhão lança vários projéteis com velocidades diferentes. (em A e B, o objeto cai na superfície, em C ele descreve uma órbita circular, em D ele descreve uma órbita elíptica e em E ele escapa da influência gravitacional da Terra.]]
 
{{Artigo principal|Lei da gravitação universal|Leis de Kepler|Velocidade orbital|Período orbital}}
 
[[Imagem:Newton Cannon.svg|thumb|Experimento mental de Newton ,onde o canhão lança vários projéteis com velocidades diferentes. (em A e B, o objeto cai na superfície, em C ele descreve uma órbita circular, em D ele descreve uma órbita elíptica e em E ele escapa da influência gravitacional da Terra.]]
[[Imagem:NASA Earth-observing Fleet June 2012.ogv|thumb|Vídeo mostrando alguns satélites da NASA orbitando a Terra]]
 
Para explicar o movimento dos satélites é preciso fazer o [[experimento mental]] que [[Isaac Newton]] fez no {{séc|XVIII}}. Newton imaginou um canhão no topo de uma montanha apontado na direção paralela à superfície da Terra. Ignorando-se o efeito da atmosfera, o projétil iria até uma certa distância e depois cairia na Terra. Lançando-se o mesmo projétil com velocidade maior, ele cairia a uma distância maior. Aumentando-se cada vez mais a velocidade do projétil, chegaria um ponto em que o projétil já não mais atingiria a superfície do planeta, e descreveria uma órbita circular. Mas isso não significa que a gravidade não está agindo, pois é ela que faz a trajetória ser curva (diz-se que o projétil está em contínua queda livre). Em outras palavras, a gravidade da Terra faz com que a trajetória seja curva e, se a velocidade for suficiente, esta curva nunca atinge a superfície do planeta. Se a velocidade do projétil for ainda maior, ele passará a descrever uma [[Elipse|órbita elíptica]] e, se a velocidade for ainda maior, o projétil escapa da influência da gravidade do planeta.<ref name="basics">{{Citar livro|url=http://books.google.com.br/books?id=8boMthqMAUMC&dq=satellite+newton+cannonball&hl=pt-BR&source=gbs_navlinks_s|autor=C Robert Welti Phd, C. Robert Welti, PhD|título=Satellite Basics for Everyone|subtítulo=An Illustrated Guide to Satellites for Non-Technical and Technical People|idioma=Inglês|editora=iUniverse|ano=2012|páginas=148|página=63|acessodata=2012-11-25}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.physicsclassroom.com/mmedia/vectors/sat.cfm|título=Movimento dos satélites|acessodata=25 de novembro de 2012|autor=The physics classroom|língua=en}}</ref>
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===Órbita terrestre média===
[[Imagem:NASA molniya oblique.png|thumb|Uma órbita Molniya]]
Como estão mais próximos da Terra, levam menos de 24 horas para completar seus períodos orbitais. Existem dois tipos de órbitas notáveis nessa altitude. A primeira é a [[órbita semissíncrona]], uma órbita praticamente circular a uma altitude de 20 200 quilômetros da superfície na qual o satélite leva doze horas para completar uma revolução. Por isso, a cada 24 horas o satélite passa sobre o mesmo ponto no Equador duas vezes. As órbitas dos satélites dos [[Sistema de navegação por satélite|sistemas de navegação por satélite]] do [[Sistema de Posicionamento Global]] (GPS, EUA), [[GLONASS]] ([[Rússia]]), [[BeiDou]] ([[China]]) e [[Galileo]] ([[União Europeia]]), são desse tipo. O segundo tipo de órbita importante é a [[órbita Molniya]], que foi criada pelos russos e é utilizada para observação das altas latitudes. As órbitas geoestacionárias estão localizadas sobre o Equador e por isso as latitudes altas tanto do hemisfério norte quanto do hemisfério sul ficam em desvantagem. Por isso a órbita Molniya é melhor para transpor esse obstáculo. Esse tipo de órbita é altamente excêntrico e quando passa muito perto da Terra sua velocidade é relativamente alta. Quando ele vai se afastando, a velocidade diminui até que ele atinge o ponto mais distante da Terra. Nessa órbita os satélites levam doze horas para dar uma volta completa ao redor da Terra, mas mais de dois terços desse tempo ele passa sobre um mesmo hemisfério, sendo, por isso utilizada nas comunicações entre localidades muito ao norte e muito ao sul.<ref name="leo" />
 
===Órbita terrestre baixa===
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===Os primeiros satélites===
[[Imagem:Sputnik asmRR5111-0162R.jpggif|thumb|[[Moeda comemorativa]] russa, de 2007, pelos 50 anos do lançamento do Sputnik 1, o primeiro satélite artificial.<ref name="Lev Zelenyi, Olga Zakutnyaya"/>]]
A história do primeiro satélite começou em 1952 quando o Conselho Internacional de Uniões Científicas estabeleceu que entre julho de 1957 e dezembro de 1958 seria o [[Ano Internacional da Geofísica]] no qual os cientistas queriam lançar satélites para mapear a superfície terrestre. Em 1955, o governo americano tinha planos para lançar um satélite e solicitou a institutos de pesquisa para colaborar no desenvolvimento do projeto. Em 4 de outubro de 1957, entretanto, foi colocado em órbita, pela União Soviética, o primeiro satélite artificial, o {{lknb|Sputnik|1}}, que tinha 58 centímetros de diâmetro e pesava 83,6 quilos e que levou 98 minutos para ser colocado em uma órbita elíptica ao redor da Terra. Esse fato marcou o início da [[corrida espacial]] entre a [[União Soviética]] e os [[Estados Unidos]]. Como um impressionante feito científico, o fato chamou a atenção do mundo todo, principalmente dos Estados Unidos, onde temia-se a capacidade dos soviéticos de lançarem também mísseis balísticos. No dia 3 de novembro os soviéticos surpreenderam mais uma vez, com o lançamento do [[Sputnik 2]], desta vez com o primeiro ser vivo a orbitar a Terra, a [[Laika|cadela Laika]].<ref name=sputnik>{{citar web|url=http://www.hq.nasa.gov/office/pao/History/sputnik/index.html|título=Sputnik e a alvorada da era espacial|acessodata=26 de novembro de 2012|autor=NASA|data=10-10-2007|língua=en}}</ref>
 
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== Tipos de satélites ==
[[Imagem:GPS-constellation-3D-NOAAGalileo satellites configuration.jpg|thumb|[[Constelação de satélites]] do [[sistema de navegação por satélite]] [[Galileo]].]]
Os '''[[satélites de comunicação]]''' são utilizados para a transmissão do sinal de [[Rádio (telecomunicações)|rádio]], [[televisão]] e [[telefone]], além da comunicação entre [[Avião|aviões]] e [[navio]]s por todo o mundo. Como as [[ondas eletromagnéticas]] viajam em linha reta, a curvatura da Terra não permite que duas regiões distantes do globo se comuniquem diretamente. Por isso, o sinal é transmitido para o satélite que o redireciona para outras regiões, permitindo, assim, a comunicação global. Geralmente esse tipo de satélite se encontra em órbita geoestacionária, a uma altitude de 35 700 quilômetros, o que permite que um mesmo satélite fique sobre uma mesma região durante o dia todo.<ref>{{citar web|url=http://www.satellites.spacesim.org/english/function/communic/index.html|título=Communication Satellites|acessodata=30 de novembro de 2012}}</ref> Para fazer a cobertura simultânea de praticamente todos os pontos do globo foi criado o conceito de "constelação de satélites", que formam uma espécie de rede que envolve todo o mundo. Existem basicamente dos tipos de constelação que fazem a transmissão da comunicação por voz (um exemplo é a empresa [[Iridium]], que tem 66 satélites em órbita) e de dados (como a [[Teledesic]], que possui 840 satélites operacionais).<ref>{{citar web|url=http://www.cs.wustl.edu/~jain/cis788-97/ftp/satellite_nets.pdf|título=Comunicação via satélite|acessodata=30 de novembro de 2012|autor=David Hart|ano=1997|língua=en}}</ref>
 
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* [[Colisão entre satélites de 2009]]
 
{{Referências|col=3}}
 
== Ligações externas ==