Eugênio Gudin: diferenças entre revisões

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Em 1944 o então ministro da Educação, [[Gustavo Capanema]], designou Gudin para redigir o [[Projeto de lei|Projeto de Lei]] que institucionalizou o curso de economia no [[Brasil]]. Nesse mesmo ano foi escolhido delegado brasileiro na [[Acordos de Bretton Woods|Conferência Monetária Internacional]], em [[Bretton Woods]], nos [[Estados Unidos]], que decidiu pela criação do [[Fundo Monetário Internacional|Fundo Monetário Internacional (FMI)]] e do [[Banco Mundial|Banco Mundial (Bird)]].
 
Durante os sete meses em que foi ministro da Fazenda (1954-1955), promoveu uma política de estabilização econômica baseada no corte das [[Despesa pública|despesas públicas]] e na contenção da expansão monetária e do crédito, o que provocou crise de setores da indústria. Sua passagem pela pasta foi marcada, ainda, pelo decreto da Instrução 113, da [[Superintendência da Moeda e do Crédito|Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc)]], que facilitava os investimentos estrangeiros no país, e que seria largamente utilizado no governo de [[Juscelino Kubitschek]]. Foi por determinação sua também que o [[imposto de renda]] sobre os salários passou a ser descontado na fonte.
 
Até a aposentadoria em 1957, foi professor na [[Universidade do Brasil]]. Foi, ainda, [[vice-presidente]] da [[Fundação Getúlio Vargas]] entre 1960 e 1976, instituição com a qual mantinha vínculos desde a década de 1940. Foi um dos responsáveis pela implantação, na FGV, do [[Instituto Brasileiro de Economia|Instituto Brasileiro de Economia (IBRE)]] e da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE), dos quais tornou-se diretor.
 
== Ministro da Fazenda ==
Em 24 de agosto de 1954, com o suicídio de [[Getúlio Vargas]], [[Café Filho]] tomou posse como presidente e formou um governo que privilegiava os setores políticos e militares antigetulistas. Gudin foi nomeado para o [[Ministério da Fazenda (Brasil)|ministério da Fazenda]], tendo indicado [[Otávio Gouveia de Bulhões]] para a direção da [[Superintendência da Moeda e do Crédito|Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc)]] e [[Clemente Mariani]] para a presidência do [[Banco do Brasil|Banco do Brasil.]] Com a ajuda de Bulhões e Mariani, promoveu uma política de de estabilização ortodoxa, por meio do corte de despesas públicas e contenção da expansão monetária e creditícia, visando combater a inflação, reequilibrara as contas externas e garantir o apoio de entidades financeiras internacionais.
 
Para superar a crise cambial, em setembro de 1954 Gudin viajou para [[Washington, D.C.|Washington]] a fim de participar da conferência anual do [[Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento|BIRD]] e do [[Fundo Monetário Internacional|FMI]], sendo substituído interinamente por Bulhões. Nos Estados Unidos, procurou se aproximar de bancos privados americanos, conseguindo obter duzentos milhões de dólares de um consórcio de 19 instituições financeiras, tendo que oferecer, contudo, os trezentos milhões em reservas estrangeiras que o Brasil tinha como garantia.
 
Para conter a expansão monetária, Gudin determinou, por meio da Instrução nº 108 da Sumoc, o aumento do salário mínimo exigido aos bancos comerciais e estabeleceu que metade de todos os depósitos neles efetuados deveria ser recolhido à Sumoc. A consequente crise de liquidez levou à elevação do número de falências e concordatas e significativa queda na formação bruta de capital fixo.
 
Por meio da Instrução 113 da Sumoc, autorizou a [[Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil|Carteira de Comércio Exterior]] a emitir licenças de importações sem cobertura cambial para equipamentos de produção, com o objetivo de remover obstáculos à livre entrada de capital estrangeiro. Embora fora muito criticada por setores nacionalistas, o [[governo Juscelino Kubitschek]] viria a utilizá-la amplamente. Também estabeleceu que o imposto de renda sobre salários passaria a ser descontado na fonte.
 
Devido a diversas pressões sobre a política econômica, com destaque a um acordo entre [[Café Filho]] e [[Jânio Quadros]] e ao descontentamento do café com o câmbio, Gudin renunciou ao seu cargo de ministro em 3 de abril de 1955 e foi substituído por [[José Maria Whitaker]].
 
== Homenagens ==