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O '''Caminho Neocatecumenal''' (ou '''Neocatecumenato''') é um itinerário de formação [[Cristianismocristianismo| cristã]], iniciado na [[Espanha]] em [[1964]], por iniciativa do pintor Francisco José Gómez Arguello ([[Kiko Argüello]]) e de [[Carmen Hernández]] (falecida em 2016, em processo de beatificação), como resposta às novas diretrizes trazidas pelo [[Concílio Vaticano II]], cujo objetivo consiste em abrir um caminho espiritual concreto de iniciação, renovação e valorização do [[Sacramento (cristianismo) |sacramento]] [[Batismo|batismal]], que permita ao ''"[[catecúmeno]]"'' descobrir o significado concreto de ser [[cristão]]. Mais tarde se uniria a eles o [[sacerdote]] Mario Pezzi. A [[Igreja Católica]] reconhece o Caminho neocatecumenal como "um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os dias de hoje" – nas palavras do papa São [[Papa João Paulo II|João Paulo II]] – que busca a redescoberta do batismo. Se encontra atualmente difundido em mais de 100 países, incluindo alguns que não são tradicionalmente cristãos como [[República Popular da China]], [[Egito]], [[Coreia do Sul]] e [[Japão]]. No Brasil, o Caminho Neocatecumenal iniciou-se na Diocese de Umuarama (Paraná).
 
== História do Caminho Neocatecumenal ==
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Assim, primeiras comunidades nasceram em paróquias espanholas de Zamora e Madrid, depois de [[1967]], eram dadas as primeiras catequeses iniciais na paróquia dos [[Nostra Signora del Santissimo Sacramento e Santi Martiri Canadesi|Santos Mártires Canadenses]] em [[Roma]], hoje, porém, o Caminho encontra-se presentes em cerca de 5 mil paróquias dos cinco continentes.
 
Segundo explicam seus iniciadores, o Caminho responde concretamente a muitas das intuições pastorais do Concílio Vaticano II, como o redescobrimento da [[Vigília Pascal]], a participação evangelizadora dos [[leigos]] ou a potenciação dos [[Seminário|semináriosseminário]]s diocesanos missionários, entre outras. Talvez a mais nova seja o envio de '''famílias em missão''', a pedido dos bispos locais, para promover, junto com um sacerdote, a ''implantatio ecclesiae'' naqueles lugares nos quais não existe a Igreja Católica.
 
Desde seus início do Caminho, as atitudes dos diferentes papas, desde [[Paulo VI]] até [[Papa Francisco | Francisco]], foram favoráveis para com o Caminho Neocatecumenal; especialmente [[João Paulo II]], cujo no longo pontificado este Caminho teve seus primeiros reconhecimentos oficiais.
 
O primeiro foi em [[1990]], em forma de carta de reconhecimento ao [[Pontifício Conselho para os Leigos]], no qual se definia como “''(…)um itinerário de formação católica válida para nossa sociedade e para o homem atual(…)''”.
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Em [[20 de janeiro]] de [[2012]], em um encontro com o Papa Bento XVI, o secretário do Conselho Pontifícios para os leigos, D. Josef Clemens, leu o decreto de aprovação às celebrações (não “estritamente litúrgicas”, segundo Bento XVI) que acompanham o percurso catequético dos neocatecumenais. Decisão esta que surge após 15 anos de estudo por parte da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, somando-se às anteriores aprovações dos Estatutos (2008) e dos 13 volumes do “Diretório Catequético” do Caminho Neocatecumenal (2011).
 
Neste encontro estiveram presentes também seis cardeais, mais de 30 bispos, centenas de padres e estudantes dos seminários ‘Redemptoris Mater’ e 1200 equipes de catequistas itinerantes.<ref>{{Citation |tipo= notícia | url = http://www.radiovaticana.org/por/articolo.asp?c=556259 |título= Audiência do Papa aos Neocatecumenais: “sois um dom do Espírito Santo para o nosso tempo" |publicado= Rádio vaticana}}</ref>.
 
Em fevereiro de 2014 o [[Papa Francisco]], em uma audiência privada com a presença de cerca de 8mil pessoas, enviou mais de 400 famílias em missão do Caminho Neocatecumenal e novas quarenta “missiones ad gentes” para as as áreas mais descristianizadas da Europa, das Américas e da Ásia<ref>{{Citation | url = http://www.zenit.org/pt/articles/missio-ad-gentes-dispostos-a-dar-a-vida-por-gratidao-a-cristo |título= Missio ad gentes: dispostos a dar a vida por gradidão a Cristo |publicado= Zenit}}.</ref>.
 
== Etapas: O Itinerário Neocatecumenal ==
 
=== Do Pré-catecumenato ao Catecumenato ===
A primeira fase do Neocatecumenato é o Pré-catecumenato Pós-batismal, que é um tempo de kénosis (cfr. Flp 2,7) para aprender a caminhar na humildade. Esta fase se divide em duas etapas: 1ª. Na primeira etapa, que vai desde as Catequeses Iniciais até ao Catecumenato Pós-batismal, os neocatecúmenos aprendem a linguagem bíblica, celebrando semanalmente a Palavra de Deus. A Palavra de Deus, a Eucaristia e a Comunidade ajudam gradualmente os neocatecúmenos a esvaziar-se dos falsos conceitos de si e de Deus, e a descer à sua realidade de pecadores, necessitados de conversão, redescobrindo a gratuidade do amor de Cristo, que lhes perdoa e ama. Os neocatecúmenos pedem à Igreja que os ajude a amadurecer na fé para realizar as obras de vida eterna (cfr. 1 Jo 3,14-15; Ef 2
 
=== Do Catecumenato à Eleição ===
A segunda fase do Neocatecumenato é o Catecumenato Pós-batismal, que é um tempo (cfr RICA 20) de combate espiritual para adquirir a simplicidade interior do homem novo que ama a Deus . Sustentados pela Palavra de Deus, pela Eucaristia e pela Comunidade. A Igreja vem em ajuda as comunidades neocatecumenais, tendo a comunhão das palavras celebradas na missa dominical
 
(CIC 2725) que leva à intimidade com Deus. A Igreja realiza uma primeira iniciação dos neocatecúmenos à oração litúrgica e pessoal, também noturna, que culmina com as catequeses dos Evangelhos sobre a oração. Desde então, começam o dia com a oração individual das Laudes e do Ofício das Leituras. Com efeito, “a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo” (CIC 133). A Igreja realiza uma segunda iniciação dos neocatecúmenos à oração litúgica contemplativa, eles começam a celebrar comunitariamente na Paróquia, antes de ir ao trabalho, as Laudes e o Ofício das Leituras, com um tempo de oração contemplativa.
 
Os neocatecúmenos são iniciados a tornarem-se pequenos (cfr. Mt 18,4). Fazem uma peregrinação a um santuário mariano para acolher a Virgem Maria como Mãe (cfr. Jo 19,26-27).
 
=== Eleição ===
Neocatecumenato é o Redescobrimento, “eixo de todo o catecumenato” (RICA 23). É um tempo de iluminação no qual a Igreja ensina aos neocatecúmenos a caminhar “inundados pela luz da fé” (RICA 24), ou seja, a discernir e cumprir a vontade de Deus na história para fazer da própria vida uma liturgia de santidade.
 
Os neocatecúmenos renovam solenemente as promessas batismais na Vigília Pascal, presidida pelo Bispo. Depois, celebram cada dia a Eucaristia solenemente.
 
=== O Processo de Educação Permanente à Fé ===
A Comunidade Neocatecumenal, após cumprir o itinerário de redescobrimento da iniciação cristã, entra na celebração semanal da Palavra e da Eucaristia dominical e na comunhão fraterna, ativamente inseridos na pastoral da comunidade paroquial, (cfr. Jo 13,34-35)
 
“A educação permanente à fé - afirma o DGC, nº 70 - se dirige não apenas a cada cristão, para acompanhá-lo no seu caminho rumo à santidade, mas também à comunidade cristã enquanto tal, para que amadureça tanto na sua vida interior de amor a Deus e aos irmãos, quanto na sua abertura ao mundo como comunidade missionária. Aproximar-se, pouco a pouco, desse ideal, exige, na Comunidade, uma grande fidelidade à ação do Espírito Santo, um constante alimentar-se do Corpo e Sangue do Senhor e uma permanente educação à fé.
 
Deste modo, o Caminho Neocatecumenal contribui para a renovação paroquial desejada pelo Magistério da Igreja de promover “novos métodos e novas estruturas”.
 
== Carismas ==
Muitos foram os dons do Espírito que caracterizaram o desenvolvimento do Caminho, em particular os Catequistas Itinerantes, as Famílias em Missão e os Seminários "Redemptoris Mater".
 
=== Catequistas Itinerantes ===
Vários Bispos, preocupados com a situação de secularização presente em tantas Paróquias e vendo que naquelas onde tinha nascido o Caminho Neocatecumenal constituíam-se pequenas comunidades vivas, cheias de afastados, solicitaram a abertura do mesmo percurso de iniciação cristã, pedindo catequistas de outras cidades e nações. Isto deu lugar ao nascimento dos Catequistas Itinerantes. Nos encontros catequistas são expostos estes pedidos dos Bispos e pede-se que se apresentem livremente aqueles que se sentem chamados a partir para anunciar o Evangelho, tornando-se disponíveis para tal missão, tendo por base o mandato do próprio Batismo. Aparece, assim, de novo um modelo de Igreja Primitiva evangelizada pelos apóstolos e catequistas itinerantes, sem que estes formem algum grupo particular. Esses permanecem inseridos nas próprias comunidades e paróquias, das quais partem e às quais retornam periodicamente.
 
Assim, pouco a pouco, através da experiência e em tantas convivências de formação, foram constituídas equipes itinerantes de evangelização, formadas por mulheres e homens celibatários ou por um casal, e por um sacerdote que obtém a autorização de seu Bispo ou Superior religioso. Estas vão durante um tempo a uma outra Diocese, de acordo com o Bispo que os chama, para abrir o Caminho Neocatecumenal nas Paróquias. Tal estrutura de evangelização, como um andaime, é coordenada pela Equipe Responsável do Caminho Neocatecumenal, composta pelos iniciadores, Kiko e Carmen, e por um presbítero, Padre Mário Pezzi. Assim, ao longo destes anos, o Caminho se difundiu nos cinco continentes.
 
=== Famílias em Missão ===
Diante da situação do Norte da Europa, onde a secularização já está presente há muitos anos, onde a Igreja é minoritária e se encontra em uma situação de debilidade extrema -, inspirados pelas palavras do Santo Padre, Kiko e Carmen viram a necessidade de enviar famílias em missão, seja para fundar a Igreja em algumas regiões de "terra nullius", como uma "implantatio Ecclesiae", seja para ajudar a reforçar as comunidades existentes com famílias que mostrem a face de uma “família cristã”.
 
Também na América do Sul, em função da enorme emigração do campo rumo às periferias das grandes cidades e da escassez de clero para abrir novas Paróquias, estes enormes aglomerados urbanos são presas das seitas. Os Bispos, tendo em vista a força de evangelização que tem o Caminho, pediram o envio de famílias para estes centros periféricos, frequentemente bairros imensos compostos de barracos, para formar núcleos de evangelização que possam conter as seitas, formando pequenas comunidades, à espera de poder enviar um presbítero e fundar novas Paróquias.
 
Tudo isto fez com que o Santo Padre [[João Paulo II]] no ano de 1988 enviasse, para diversos lugares, as primeiras cem famílias solicitadas pelos Bispos.
 
Estas famílias, que permanecem unidas à própria Comunidade Neocatecumenal, inserida na Paróquia, são sustentadas pela comunidade e pela paróquia naquilo que faz referência às despesas com viagens, aluguel de casa, construção de novas igrejas apoio moral, cartas, orações, etc. Nasce, assim, uma profícua colaboração entre comunidade, paróquia e missão.
 
=== Seminários Redemptoris Mater ===
Da obra de evangelização, iniciada pelas famílias em diversas regiões, rapidamente surgiu a necessidade de presbíteros que sustentassem as novas comunidades apenas formadas e com os quais se pudessem constituir, eventualmente, novas Paróquias.
 
Neste contexto, nasceram os Seminários "Redemptoris Mater": graças à visão profética dos iniciadores do Caminho, à coragem do Papa João Paulo II e ao impulso missionário das Famílias em Missão, quase todas com muitos filhos, cujo testemunho de fé foi fundamental para a re-evangelização e formação de novas Paróquias.
 
Estes Seminários são diocesanos, erigidos pelos Bispos, de acordo com a Equipe Responsável Internacional do Caminho, e se regem segundo as normas vigentes para a formação e incardinação dos clérigos diocesanos; são missionários: os presbíteros que neles são formados são disponíveis para serem enviados pelo Bispo a qualquer parte do mundo; são internacionais: os seminaristas provêm de países e continentes diversos, seja como sinal concreto da catolicidade, seja como sinal de disponibilidade para serem enviados onde quer que seja.
 
Mas, o dado mais significativo destes Seminários é que eles, de uma parte, são um dom que ajuda as Dioceses a abrirem-se à dimensão missionária, a irem por todo o mundo, e de outra, encontram no Caminho Neocatecumenal, um sustento que acompanha os seminaristas durante o tempo de sua preparação e, uma vez presbíteros, continua a sustentá-los na formação permanente.
 
No Brasil, até o momento, foram instituídos 04 Seminários Redemptoris Mater, sendo que o primeiro foi erigido na Arquidiocese de Brasília em 1990 e já formou mais de 100 presbíteros. Recentemente foram abertos novos seminários nas arquidioceses de São Paulo (2010), Rio de Janeiro (2013) e Belém (2014), a pedido dos respectivos arcebispos.
 
== Reconhecimento do Caminho Neocatecumenal ==
O cardeal Stanislaw Rylko, o atual presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, entregou do dia 13 de Junho de 2008 aos Iniciadores do Caminho Neocatecumenal, Kiko Arguello e Carmen Hernández, o decreto de aprovação definitiva dos estatutos dessa realidade eclesial.
 
O ato aconteceu às 11h na Sala Magna do Conselho Pontifício para os Leigos. O cardeal Rylko lhes entregou o decreto de aprovação, junto com o texto final dos estatutos. Depois, os membros da equipe apresentaram publicamente o texto, em uma coletiva de imprensa que aconteceu às 16h, na sede do Caminho Neocatecumenal em Roma.
 
== O Caminho em Números ==
 
* Países: 134
* Comunidades: mais de 21.300
* Paróquias: mais de 6 mil
* Seminários: 130 seminários diocesanos missionários Redemptoris Mater.
* Seminários no Brasil: 4 (Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belém).
* Seminários em Portugal: 4 (Lisboa, Porto, Évora e Beja).
* Seminaristas: mais de 2000
* Presbíteros ordenados: mais de 3.000
* Pessoas que seguem: mais de 1,5 milhão de pessoas
 
{{Referências}}