Séneca: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Inclusão de bibliografia
m Desfeita a edição 64915893 de Taynambueno retirando spam
Etiqueta: Desfazer
Linha 26:
Logo após a morte de Cláudio, ocorrida em [[54]], o escritor vingou-se com um escrito que foi considerado [[obra-prima]] das [[sátira]]s romanas, ''[[Apocolocyntosis|Apocolocyntosis divi Claudii]]'' ("Transformação em [[abóbora]] do divino Cláudio").<ref name="cassio.dio.60.35.3">[[Dião Cássio]], ''História de Roma'', Livro LX, 35.3</ref> Nessa obra, Séneca critica o [[autoritarismo]] do imperador e narra como ele é recusado pelos deuses. Seu irmão, [[Lúcio Júnio Gálio]],<ref name="cassio.dio.60.35.2">[[Dião Cássio]], ''História de Roma'', Livro LX, 35.2</ref> também ridicularizou Cláudio, fazendo uma analogia com as pessoas executadas, que eram levadas ao [[Fórum Romano]] puxadas por ganchos: ele disse que Cláudio havia sido elevado aos céus puxado por um gancho.<ref name="cassio.dio.60.35.4">[[Dião Cássio]], ''História de Roma'', Livro LX, 35.4</ref>
 
Quando Nero, aos dezessete anos, tornou-se imperador, Séneca continuou a seu lado, porém não mais como pedagogo e sim como seu principal conselheiro (ajudado por [[Afrânio Burro]], prefeito do [[Pretório]]). Sêneca procurou orientar para uma política justa e [[Filantropia|humanitária, com grande influência da filosofia estoica<ref>{{Citar periódico |url=https://periodicos.ufpe.br/revistas/perspectivafilosofica/article/view/248344 |título=Manutenção e Legitimação do Poder em Sêneca: A Clemência como Atributo do Bom Governante |data=2020-09-23 |acessodata=2022-12-16 |periódico=Perspectiva Filosófica |número=1 |ultimo=Bueno |primeiro=Taynam Santos Luz |ano=2020 |doi=10.51359/2357-9986.2020.248344 |issn=2357-9986 |id=https://periodicos.ufpe.br/revistas/perspectivafilosofica/article/download/248344/36723}}</ref>]]. Se, durante os primeiros sete anos, o governo de [[Nero]] lembra o de [[Augusto]], o mérito exclusivo é desses dois homens que, na realidade, governaram ao lado do jovem príncipe. A índole de Nero foi mitigada, corrigida, freada. Mais tarde, porém, a malvadez de Nero teve o predomínio. Séneca, durante algum tempo, exerceu influência benéfica sobre o jovem, mas, aos poucos, foi forçado a adotar atitudes de complacência. Chegou mesmo a redigir uma carta ao senado na qual se alega que tentou justificar a execução de [[Agripina, a Jovem|Agripina]] em 59. Séneca sabia que a maior culpa por sua morte havia sido da própria Agripina, que pretendia imperar e que se tornara hostil por ambição, capricho e corrupção; sua raiva crescente só fez aumentar a vingança matricida de Nero, que não deu mais ouvidos às palavras severas de seus dois conselheiros. Séneca foi, então, muito criticado pela fraca oposição à tirania e à acumulação de riquezas de Nero, incompatíveis com as concepções estoicas. Conforme concluiu o emérito professor Giulio Davide Leoni, o destino foi, em parte, malvado para com Séneca, fazendo chegar até nós as acusações e perdendo as defesas. Da leitura atenta de suas páginas, do modo como aceitou e caminhou para a morte, como [[Sócrates]], surge um juízo sincero que as reticências dos historiadores e estudiosos, muitas vezes, acabam por ofuscar.{{Carece de fontes|arte=sim|biografia=sim|data=agosto de 2020}}
 
Em ''De Beneficiis'' (II,18), Séneca lembra que "às vezes, mesmo contra a nossa vontade, devemos aceitar um benefício, quando é dado por um tirano cruel e iracundo, que reputaria injúria que tu desdenhasses seu presente. Não deverei aceitar?" Assim, mais importante do que saber que Séneca era rico, é saber se ele era ávido de riquezas, se viveu no fausto e na opulência.{{Carece de fontes|arte=sim|biografia=sim|data=agosto de 2020}}