Massiafe: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Funcionalidade de sugestões de hiperligações: 2 hiperligações adicionadas. Etiquetas: Editor Visual Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel Tarefa para recém-chegados Sugerida: adicionar hiperligações |
Update Etiquetas: Editor Visual Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel |
||
Linha 25:
|população_est_em = 2004
}}
'''Massiafe''', '''Massiate''' ou '''Massiade''' ({{langx|ar|مصياف||''Miṣyāf''}}) é uma cidade no noroeste da [[Síria]], na [[Subdivisões da Síria|província]] de [[Hama (distrito)|Hama]]. Segundo o
Em meados da década de 1940, seus habitantes eram predominantemente ismaelitas.{{sfn|name=Di349|Divisão|1987|p=349}} Atualmente, é uma cidade religiosamente mista com predominantes ismaelistas e alauitas.{{sfn|Heras|2013|p=25}} A cidade é notável por seu grande [[Castelo de Massiafe|castelo medieval]]. Foi utilizado pelos ismaelitas [[nizaris]] e sua unidade de [[Ordem dos Assassinos|assassinos de elite]] (haxaxins) como centro de seu território na cordilheira de {{ilc|Jabal Ançariá||Jabal Ansariya|Djebel Ansariyeh}} (''Ansariyah'').
Linha 31:
== Etimologia ==
Por toda a história islâmica até a atualidade, o nome árabe da cidade foi variadamente pronunciado pelos habitantes da região como Massiafe (''Maṣyaf''), Massiate (''Maṣyat'') e Massiade (''Maṣyad'').{{sfn|Lipinsky|2000|p=306}} seu nome é uma evolução do nome [[Língua acádia|assírio]] Mansuate. O "nṣw" em Mansuate associa-se com o "nss" árabe, que significa "organizar", segundo o estudioso orientalista
Além disso, Lipinsky sugere que o nome assírio foi provavelmente uma configuração da palavra assíria ''manṣuwatu'' que correlaciona-se com a palavra árabe ''minaṣṣatu(n)'', ambas traduzíveis como "plataforma elevada". Essa tradução indica o promontório que a fortaleza de Massiafe ocupou e que vigiou o resto da cidade e a área circundante.{{sfn|Lipinsky|2000|p=309}}
Linha 45:
Massiafe e sua fortaleza foram mencionadas pela primeira vez pelos cronistas cruzados em 1099.{{sfn|name=Ho789|Honigman|1989|p=789}}{{sfn|name=Da115|Daftary|2011|p=115}} Apesar disso, é provável que uma fortificação dos [[hamadânidas]] de [[Alepo]] já existisse antes de {{séc|XI}}, pois devido sua posição seria capaz de vigiar as rotas montanhosas.<ref name=Ha7 /> Naquele tempo o forte fez parte do [[Junde de Quinacerim]] (província de [[Cálcis da Celessíria]]) do [[Califado Fatímida]]. No outono de 999, o [[imperador bizantino]] {{lknb|Basílio|II Bulgaróctono}} {{nwrap|r.|976|1025}} destruiu as fortificações em Massiafe como parte de sua campanha para ganhar controle de [[Antioquia]] e seus arredores dos muçulmanos.<ref name=Ho789 />
A área mais tarde permaneceria sob controle [[Império Seljúcida|seljúcida]], mas em 1099, os cruzados tentaram tomar controle de Massiafe (e a mais estrategicamente importante
=== Período nizarita ===
Linha 51:
[[Imagem:Masyaf - Gesamtansicht.jpg|thumb|upright=1.05|[[Castelo de Massiafe]]]]
Em 1140, Massiafe foi capturada pelos ismaelitas nizaritas, uma seita de muçulmanos ismaelitas xiitas que havia sido exilada de sua base em [[Castelo de Alamute|Alamute]], no atual [[Irã]]. A fortaleza foi defendida por um [[mamelucos|mameluco]] (guerreiro escravo) Banu Munquide chamado Suncur, que a força ismaelita conseguiu emboscar e matar.<ref name=Ho789 /> Os ismaelitas escolheram a [[Bilade Xame|Síria]] como sua nova residência e sucessivamente se assentaram nas cidades de Alepo e [[Damasco]] e a fortaleza de [[Banias]], sendo sucessivamente perseguidos e massacrados pelas autoridades ou multidões de residentes locais incitadas por clérigos que acusavam os ismaelitas de serem heréticos ou causarem problemas. Consequentemente, os líderes ismaelistas sobreviventes decidiram que estabeleceriam bases nas cidades sírias e contar com a boa vontade dos vários umara (príncipes) seria, assim, insustentável. Em vez disso, escolheram se assentar em
Após sua captura, Massiafe serviu como a principal fortaleza para o [[da'i]] ismaelita. Junto com outras fortalezas adquiridas por volta da mesma época, incluindo {{ilc|Cafe|Castelo de Cafe|Castelo de al-Kahf|Castelo de Kahf}}, {{ilc|Cauabi||Khawabi}}, {{ilc|Cadmus|Cadmus (Síria)|Qadmus}} e [[Rusafa (Síria)|Rusafa]], os ismaelistas foram capazes de estabelecer um território autônomo em meio aos [[Estados cruzados]] e dinastias muçulmanas hostis nominalmente afiliadas com o [[Califado Abássida]].{{sfn|Willey|2005|p=44}} Massiafe serviu como a base do ismaelita da'i {{ilc|Raxidadim Sinã||Rashid ad-Din Sinan}} e sua unidade de elite de fida'is que tornar-se-iam conhecidas como Haxaxins ("[[Ordem dos Assassinos|Assassinos]]").{{sfn|Willey|2005|p=44–46}}
Linha 65:
Em 1262, os governantes de Massiafe receberam ordens para pagar tributos ao sultão mameluco [[Baibars]] {{nwrap|r.|1260|1277}} e algum tempo depois, o sultão substituiu o emir Najemadim Ismail por Sarinadim Mubaraque. Mubaraque foi mais tarde preso no [[Cairo]] por Baibars e Najemadim foi brevemente restaurado como emir após Massiafe ser complemente incorporada no [[Sultanato Mameluco do Cairo|sultanato]] em 1270.<ref name=Ho790 /> Os ismaelitas continuaram habitando-a por todo o período mameluco.<ref name=Da115 /> Rumo ao fim do século, Massiafe tornar-se-ia um importante ponto de paragem na rota postal mameluca e foi controlada por um comandante que respondeu diretamente ao sultão devido a seu papel estratégico como fortaleza fronteiriça.{{sfn|name=Ho791|Honigman|1989|p=791}}
Em 1320, o historiador e emir aiúbida de Hama, [[Abulfeda]], notou que Massiafe era um "cento da doutrina ismailita" e que foi "bela" com jardins e uma fonte da qual nascia um pequeno córrego.{{sfn|Le Strange|1890|p=507}} Segundo [[ibne Batuta]], que passou pela cidade em 1355, Massiafe foi o centro do distrito pertencente à província de [[Trípoli (Líbano)|Trípoli]] e englobava as vilas fortaleza de Rusafa, Cafe, Cadmus, {{ilc|Ulaica||Castelo de Ulaica|Castelo de Aleika}} e
=== Período otomano ===
Linha 71:
[[Imagem:PAB Massyaf Chateau de Vieux de la Montagne.jpg|thumb|esquerda|Massiafe em 1935]]
Massiafe, junto com o resto da Síria, foi incorporada ao [[Império Otomano]] em 1516-1517 após a vitória otomana sobre os mamelucos na [[Batalha de Marje Dabique]]. Massiafe tornar-se-ia parte do [[sanjaco]] (distrito) de
Em 1703, o clã Raslane, uma tribo [[alauitas|alauita]], tomou Massiafe e controlou-a por aproximados oito anos até o restauro dos ismaelitas devido a intervenção das autoridades otomanas.{{sfn|Mirza|1997|p=128}} Em 1788, o emir de Massiafe, Mustafá ibne Idris, construiu um sabil (fonte para [[abdesto]]) e uma casa que seria utilizada por ele e os sucessivos emires ismaelitas.<ref name=Ho791 />
Em 1808, o clã Raslane liderado pelo Xeique Mamude Raslane atacou Massiafe, matando seu chefe ismaelita, Mustafá Milhim, e seu filho, e capturou a fortaleza.{{sfn|name=Da489|Daftary|2007|p=489}} Aproximadamente 300 dos ismaelitas residentes na cidade também foram mortos,<ref name=Ho791 /> enquanto muitos outros, incluindo o da'i (chefe religioso) de Massiafe, fugiram para Homs, Hama e outras áreas na Síria central, assentando nestes locais temporariamente.<ref name=Da489 /> Os ismaelitas já estavam gradualmente sendo repelidos do Jabal Ançariá pelos clãs alauitas.{{sfn|Balanche|2006|p=69–70}} O
Dois anos depois da restauração, [[Johann Ludwig Burckhardt]] registrou uma população estimada de 280 famílias, muitas das quais eram ismaelitas e 30 eram [[cristianismo|cristãs]]. Burckhardt notou que a cidadela da cidade, muitas casas, a mesquita e muitos outros edifícios estavam severamente danificados ou destruídos devido as lutas anteriores. Por todo o resto do {{séc|XIX}}, a população de Massiafe continuou a regredir.<ref name=Ho791 />
|