Bernardo Pereira de Vasconcelos: diferenças entre revisões

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Votaram-se as leis do Conselho de Estado e a da reforma do Código de Processo (lei de 3 de dezembro de 1841) com grande participação de Paulino de Sousa e Vasconcelos. Aos dois se deve a orientação, a doutrina, a legislação da política conservadora do Império. A grita que a lei de 3 de dezembro provocou foi imensa entre os liberais, e no restabelecimento do Conselho de Estado se quis ver a origem da revolução de 1842 (Vasconcelos, aliás, foi o homem mais visado por este movimento, acusado de obra retrógrada e funesta). Abrindo-se as Câmaras em 1843, foi escolhido para as da Fazenda e de Constituição e Diplomacia, como antes, mas já estava perto do fim: desde o início começou a defender a dissolução da Câmara eleita em 1840, a atacar a revolução de 1842, a fazer picuinhas a Feijó. Já quase hemiplégico, tornara-se o companheiro assíduo de um homem em ascensão, [[Honório Hermeto Carneiro Leão]]. Lutava sobretudo com Holanda Cavalcanti e [[Manuel Alves Branco|Alves Branco]]. Cada vez mais escravocrata, cada vez mais partidário do tráfico africano, levava o espírito conservador a extremos, pelo gosto da contradição.
 
Sua vida parlamentar continuava. Por essa época, também tornou-se, comjunto de seus discípulos saquaremas, defensorum dos maiores defensores do protecionismo alfandegário em favor da industrialização brasileira, aproveitando a ocasião da expiração dos tratados comerciais que, por várias décadas, haviam subtraído do governo imperial a sua liberdade para estabelecer uma política alfandegária segundo os seus próprios interesses. Vasconcelos, inspirado pelas ideias de [[Edward Gibbon Wakefield]], o administrador colonial britânico que também influenciouinspirara aspectos do projeto de [[Lei de Terras]], atribuía ao desenvolvimento da indústria manufatureira a capacidade de atenuar as consequências socioeconômicas catastróficas esperadas do fim do tráfico de escravos africanos e da própria escravidão. Por esse motivo, foi um crítico contundente das tarifas alfandegárias estabelecidas pelo seu rival [[Manuel Alves Branco|Alves Branco]], então Ministro da Fazenda, em 1844, por considerá-las insuficientemente protetoras da indústria nacional nascente e contraditória com o discurso do próprio ministro e com as diretrizes protecionistas que vinham sendo seguidas pelo gabinete conservador em 1843, até ser apeado do poder<ref>{{Citar periódico |url=https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-19012023-201332/ |título=O debate sobre as tarifas alfandegárias no parlamento brasileiro na década de 1840: origens do protecionismo no Brasil |data=2022-10-11 |acessodata=2023-01-25 |ultimo=Carvalho |primeiro=Ricardo da Silva |lingua=pt-br}}</ref>.
 
Excluído das comissões em 1845, só compareceu ao Senado em fins de abril. Declarava que ia ao Senado distrair-se de suas dores. Mesmo assim era considerado chefe da oposição aos liberais, cujo predomínio se aproximava do fim. Em 1849 tinha 54 anos, vinte anos de sofrimentos e má saúde, mas seria tratado sempre com dureza e crueldade, pois ele próprio nada tinha de ameno, de suave. Era conselheiro de Estado, senador do Império, grã-cruz da Legião de Honra, morava em palacete próprio à rua do Areal, perto do Senado, com carruagem, louça de fina porcelana com suas iniciais, fugia de vez em quando para sua chácara do Macaco. Fez seu testamento em 1847 mas morreu só em 1º de maio de 1850, vítima de uma epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro. A mesma que ele dizia não haver no Rio de Janeiro, ser invenção dos médicos. Não houve discurso algum no Senado, nem palavras de pesar. Na Câmara as manifestações foram menos frias, nomeando-se uma comissão de cinco membros para assistir ao funeral no cemitério do [[Catumbi (bairro do Rio de Janeiro)|Catumbi]].