Maria de Lurdes Braga de Sá Teixeira: diferenças entre revisões

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'''Maria de Lourdes Braga de Sá Teixeira,''' nascida em ([[19 de outubro]] de [[1907,]] — [[19 de julho]] de [[1984]]) foi uma [[Piloto (aviação)|aviadoraaviador]]a [[Portugal|portuguesa]], sendo a primeira mulher a obter o [[Brevê|brevete]] em [[Portugal]], no ano de 1928, aos vinte e um anos.<ref>{{citar web|URL=https://sol.sapo.pt/artigo/585932/mulheres-piloto-quando-voar-se-conjuga-no-feminino-|título=Mulheres piloto. Quando voar se conjuga no feminino |autor=Marta Cerqueira|data=24 de Outubro de 2017|publicado=Sol|acessodata=}}</ref> Com 76 anos, faleceu a 19 de julho de 1984.
 
== Biografia ==
Nascida numa família de média-alta burguesia, era filha de Afonso Henriques Botelho de Sá Teixeira, um coronel médico. Este opôs-se veramenteveemente contra os desejos de Milú (como era apelidada) em pilotar um avião. Perante o enfraquecimento do estado de saúde da filha devido à sua oposição, mudou de vontade e permitiu-lhe prosseguir com os seus desejos.<br>
 
Obteve o seu [[Brevê|brevete]] de pilotagem no dia 6 de dezembro de 1928, com um avião [[Caudron G.3|Caudron G3]], na [[Escola Militar de Aeronáutica]] (então a funcionar na [[Granja do Marquês]], em Sintra). O seu instrutor foi o então [[capitão]] [[Piloto (aviação)|piloto-aviador]] [[Francisco Craveiro Lopes|Craveiro Lopes]], que mais tarde seria [[Presidente da República Portuguesa|Presidente da República]].<ref>{{citar livro|título=A Mulher nos Céus de Portugal|último=Ferreira|primeiro=Joaquim|editora=Edição do Autor|ano=1986|local=Lisboa|página=30|acessodata=6 de dezembro de 2016}}</ref>
Desde a discussão que tivera com o pai que Milú não saía da cama, nem tinha vontade de comer. Implorou-lhe para que a deixasse tirar o brevete de piloto, mas ele recusou terminantemente. O cockpit de um avião não era lugar para uma rapariga com o seu estatuto social, dizia-lhe. O seu pai era médico militar e, ao vê-la naquele estado, sem qualquer vontade de viver, acabou por aceder ao seu pedido e permitiu que ela continuasse com seus planos e a partir desse momento deu-lhe todo o seu apoio. Em 1928, não existiam escolas de aviação civil, por isso foi necessário encontrar-lhe um instrutor no seio dos militares. Seu instrutor foi [[Francisco Craveiro Lopes]] , que se tornou o 12º Presidente da República Portuguesa entre 1951 e 1958. Conta-se que ficou impressionado com a determinação de Sá Teixeira.<br>
 
Concluída a formação, obteve a licença de piloto a 6 de Dezembro de 1928, pilotando um [[Caudron G.3]], na [[Escola Militar de Aeronáutica]] (então a funcionar na [[Granja do Marquês]], em Sintra). Para os exames finais voou na presença do pai e de Carlos Bleck que, três anos antes, tinha sido o primeiro piloto não militar a obter uma licença em Portugal. Bleck representava o Aero-Clube de Portugal, fundado em 1909. Estiveram também presentes o Governador Civil de Lisboa e vários oficiais da Aeronáutica.
 
Sá Teixeira foi formalmente distinguida com as asas na IX Reunião Anual do Aero-Clube de Portugal. A sua determinação em atingir o seu objetivo chamou-lhe a atenção do [[:en:Conselho_Nacional_das_Mulheres_Portuguesas|Conselho Nacional da Mulher Portuguesa]] (CNMP), que defendia a igualdade de direitos para as mulheres. Reconhecendo que Sá Teixeira, embora de família bastante abastada, não tinha recursos para adquirir um avião próprio, a fundadora e presidente do CNMP, Adelaide Cabete, formou uma comissão para organizar uma campanha de angariação de fundos para a compra de um avião de Havilland para Sá de Teixeira. Conseguiu-se grande publicidade para a empreitada, dentro e fora de Portugal e Sá Teixeira tornou-se uma referência do movimento das mulheres, uma prova viva da capacidade intelectual e física das mulheres para atingirem os mesmos feitos que os homens.
 
 
Como pioneira da aviação em Portugal, Sá Teixeira enfrentou muitos desafios e preconceitos em um mundo dominado por homens. Ela teve que lutar contra estereótipos de gênero e resistência para ser aceita e respeitada como uma piloto. Sá Teixeira também enfrentou muitas dificuldades financeiras para continuar a voar e manter seus aviões e enfrentou a ameaça de interrupção de sua carreira devido à falta de recursos financeiros. Apesar desses desafios, Sá Teixeira permaneceu determinada e perseverante em seus esforços para ser reconhecida e respeitada como uma piloto. Sua determinação e coragem inspiraram outras mulheres a seguir seus sonhos e a lutar por seus direitos e liberdades.Durante quase duas décadas, Sá Teixeira foi a única mulher em Portugal autorizada a pilotar um avião. Demorou mais 19 anos para Maria Ghira obter oficialmente as asas de um piloto civil. E apenas em 1994 Paula Costa se tornou a primeira mulher a voar para a Força Aérea Portuguesa.
 
Nas comemorações do 85.º aniversário da atribuição do brevete foi distinguida pela Comissão Municipal de [[Toponímia]] da [[Câmara Municipal de Lisboa]] tendo sido o seu nome dado a um jardim da freguesia dos [[Olivais (Lisboa)|Olivais]], nas imediações do [[Aeroporto Humberto Delgado]], recebendo o nome de "Jardim Maria de Lourdes Sá Teixeira".<ref>Ousar Voar! Maria de Lourdes Braga de Sá Teixeira: vencendo a força da gravidade combate estereótipos, Isabel Lousada, Revista Mais Alto, 2010, pp. 17-23.</ref><ref>Maria de Lourdes Braga de Sá Teixeira, Comissão Municipal de Toponímia, Câmara Municipal de Lisboa (Ed.), 2013.</ref>