Populismo: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
USPiano (discussão | contribs)
Pequenas correções gramaticais.
m
Linha 32:
 
===Antipopulismo dos intelectuais===
Para além das disputas políticas, diversos autores têm apontado o papel de intelectuais na estigmatização do populismo. Ao longo dos anos 1950, diversos sociólogos americanos passaram a utilizar a noção de populismo para estudar o fenômeno do [[macarthismo]].<ref name="Shils" /><ref name="Hofstadter" /> Essa associação, vista por muitos como espúria,<ref name="Stavrakakis 2017" /><ref name="Stavrakakis and Jäger">{{Citar periódico|titulo = Accomplishments and limitations of the ‘new’ mainstream in contemporary populism studies|url = http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1368431017723337|jornal = European Journal of Social Theory |issn = |paginas =547–565 |volume =21 |numero = 4 |ano=2017 |doi =10.1177/1368431017723337|primeiro = Yannis|ultimo = Stavrakakis|ultimo2=Jäger|primeiro2=Anton}}</ref><ref name="Tarragoni">{{Harvnb|Tarragoni|pp=26–30}}</ref> teria sido importante para reforçar a conexão entre populismo e ameaças à democracia liberal. Pesquisadores também têm apontado que, notadamente após a [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016|eleição de Donald Trump]] nos Estados Unidos em 2016 e a vitória do [[Brexit]] referendo pela [[saída do Reino Unido da União Europeia]], teria havido um aumento vertiginoso publicações nem sempre rigorosas sobre o tema a partir dessa perspectiva, no que foi batizado de "estardalhaço populista" (''populist hype'').<ref name="Populist Hype">{{Citar livro|capitulo=The Political Logic of Populist Hype: The Case of Right-wing Populism’s ‘Meteoric Rise’ and Its Relation to the Status Quo|url =https://dx.doi.org/10.4324%2F9781351205474-6 |doi=10.4324/9781351205474-6|titulo =Populism and Passions: Democratic Legitimacy after Austerity |paginas =82-102 |ano=2019|local=New York|editora=Routledge|isbn =9781351205474|primeiro1 =Jason |ultimo1 =Glynos |primeiro2 =Aurelien |ultimo2 =Mondon |editor-nome1=Paolo|editor-sobrenome1=Cossarini|editor-nome2=Fernando (Eds.)|editor-sobrenome2=Vallespín}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Schargel|primeiro=Sergio|url=https://aterraeredonda.com.br/a-ascensao-global-da-extrema-direita/|titulo=A ascensão global da extrema direita|data=2023-12-15|acessodata=2024-01-20|website=A Terra é Redonda|lingua=pt-BR}}</ref> Autores dessa tradição costumam acusar o populismo de estabelecer um vínculo emocional, e portanto não-racional, com o [[povo]], aliciando e manipulando eleitores vulneráveis.<ref name="Eklundh">{{Citar periódico|titulo = Excluding Emotions: The Performative Function of Populism|url = http://siba-ese.unisalento.it/index.php/paco/article/view/21982|jornal = Partecipazione & Conflitto|issn = |pagina = 108 |volume =13 |numero = 1 |ano=2020 |doi =10.1285/i20356609v13i1p107|primeiro = Emmy|ultimo = Eklundh|coautores =}}</ref> Alegadamente, esse vínculo também seria "direto", sem a intermediação de [[Partido político|partidos]] ou corporações, e atentaria contra os princípios da [[democracia representativa]], do [[democracia liberal|liberalismo político]] e da [[separação de poderes]].<ref>{{Citar livro |autor=Müller, Jan-Werner |coautor= |título=What Is Populism? |subtítulo= |url= |língua= |formato= |edição= |local=New York |editora=Penguin |ano=2017 |página= |páginas= |isbn=9780141987378 |acessodata= }}</ref><ref>{{Citar livro |autor=Mounk, Yascha |coautor= |título= The People vs. Democracy: Why Our Freedom Is in Danger and How to Save It|subtítulo= |url= |língua= |formato= |edição= |local=Cambridge, MA|editora=Harvard University Press |ano=2018 |página= |páginas= |isbn=9780674976825 |acessodata= }}</ref><ref>{{Citar livro |autor=Urbinati, Nadia |coautor= |título= Me The People: How Populism Transforms Democracy |subtítulo= |url= |língua= |formato= |edição= |local=Cambridge, MA|editora=Harvard University Press|ano=2019 |página= |páginas= |isbn=9780674240889 |acessodata= }}</ref><ref>{{Citar livro |autor=Rosanvallon, Pierre |autorlink1=Pierre Rosanvallon|coautor= |título= Le siècle du populisme|subtítulo= |url= |língua= |formato= |edição= |local=Paris|editora=Seuil |ano=2020 |página= |páginas= |isbn=9782021401929 |acessodata= }}</ref><ref name="Weyland 2021">{{Citar periódico|titulo = Populism as a Political Strategy: An Approach’s Enduring — and Increasing — Advantages|url =https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/00323217211002669|jornal = Political Studies|issn = |paginas =1-5 |volume =69 |numero =2 |ano=2021 |doi =10.1177/00323217211002669|primeiro = Kurt|ultimo = Weyland|coautores =}}</ref> Segundo alguns pesquisadores, apesar de atribuir um sentido pejorativo à palavra "populismo", o "estadalhaço populista" na academia reforçaria a normalização da extrema-direita, pois o termo "populismo" serviria como um [[eufemismo]] para [[racismo]] e [[supremacia branca]].<ref name="Mondon">{{Citar periódico|titulo =Epistemologies of ignorance in far right studies: the invisibilisation of racism and whiteness in times of populist hype |url = |jornal = Acta Politica|issn = |paginas = |volume = |numero = |ano=2022 |doi =10.1057/s41269-022-00271-6 |primeiro = Aurelien|ultimo = Mondon|coautores =}}</ref>
 
===Antipopulismo dos marxistas===