Manuel Alfredo Tito de Morais: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Eduardo Augusto (discussão | contribs)
m
Eduardo Augusto (discussão | contribs)
m Verificou as fontes antes de alterar o sobrenome? Tenho certeza de que não!
Linha 25:
Em 1951, partiu para o exílio em Luanda, onde viveu até 1961 e trabalhou como diretor do Departamento de Eletricidade da Luso Dana, uma subsidiária da [[Siemens]], além de ter sido presidente da direção da Sociedade Cultural de Angola. Em 1958, participa em Luanda na campanha de [[Humberto Delgado]] às eleições presidenciais desse ano, tendo vencido o candidato do regime, [[Américo Tomás]], graças a fraude eleitoral, mas não impedindo a vitória de Humberto Delgado no território de Angola. Em 1961, depois de a segunda mulher, Maria Emília, ter regressado a Lisboa com os filhos do casal, Tito de Morais acabou por ser preso pela PIDE, onde é sujeito a tortura, tendo sido enviado de regresso a Lisboa, onde foi libertado no aeroporto, mas com a obrigação de permanecer na sua residência. Viveu também em França e na Alemanha Ocidental. Entre 1961 e 1963, viveu em São Paulo, Brasil, onde trabalhou como engenheiro na Siderurgia COSIPA e onde foi membro fundador do movimento Unidade Democrática Portuguesa, uma ramificação do MUD no Brasil. Em 1963, partiu para a Argélia, como membro da Junta Revolucionária Portuguesa da Frente Patriótica de Libertação Nacional, dirigida por [[Humberto Delgado]], onde representava a Resistência Republicana e Socialista. Na Argélia, foi diretor dos Serviços Técnicos dos Hospitais Reunidos de Argel, locutor da rádio ''A Voz da Liberdade'' e dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional.<ref name="Arquivo"/><ref name="AR"/>
 
Em [[Genebra]] foi um dos fundadores da [[Acção Socialista Portuguesa]] (ASP), em 1964, juntamente com [[Mário Soares]] e [[Francisco Ramos da Costa]], no âmbito de uma transformação que a Resistência Republicana e Socialista, agora transformada em ASP, considerava necessária para enfraquecer internacionalmente o regime do Estado Novo, através de uma estreita ligação com os democratas residentes em Portugal. A ASP daria origem ao [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]], em 1973, tendo Tito de Morais sido o seu primeiro secretário nacional, entre 1973 e 1974, ainda na clandestinidade. Em 1966, Tito de Morais parte para Roma, onde foi representante da ASP na [[Internacional Socialista]], tendo contactado com personalidades socialistas como [[Willy Brandt]], [[Olof Palme]] e [[François Mitterrand]]. Em 1967, foi cofundador do ''Portugal Socialista'', depois jornal oficial do [[Partido Socialista (Portugal)|PS]], e foi também correspondente do jornal República, dirigido por [[Raul Rego]]. Tito de Morais estava proibido de entrar em França no âmbito de um acordo entre [[Charles de Gaulle]] e Salazar, tendo de Gaulle aceitado impedir a entrada de Tito de Morais em França, contra a extradição, ordenada por Salazar, de Georges BidaultBideau, um dirigente da OAS na Argélia. Contudo, deslocava-se clandestinamente a Paris, para reunir com Mário Soares e Ramos da Costa.<ref name="Arquivo"/>
 
Na sequência da Revolução dos Cravos, momento no qual se encontrava em Bona, na Alemanha Ocidental, com Mário Soares e Ramos da Costa, para uma reunião com o ministro da Defesa da Alemanha Ocidental, que os informou da revolução, Tito de Morais regressou a Portugal no Comboio da Liberdade, com Mário Soares e Ramos da Costa, a 27 de abril de 1974, e foi eleito [[deputado]] à [[Assembleia Constituinte (Portugal)|Assembleia Constituinte]], em 1975, e à [[Assembleia da República]], no ano seguinte, pelo círculo de Viana do Castelo. Foi Secretário de Estado do Emprego do [[VI Governo Provisório de Portugal|VI Governo Provisório]] (1975-76) Secretário de Estado da População e Emprego do [[I Governo Constitucional de Portugal|I Governo Constitucional]] (1976-78). Como governantes, promoveu a proteção social dos desalojados, no contexto da crise habitacional provocada pelo regresso dos portugueses residentes nas antigas colónias; a criação do subsídio de desemprego para os Homens da Rua, que eram trabalhadores dos portos sem proteção social; a formação de diversos organismos públicos na área da formação profissional, que viriam a estar na génese da fundação do Instituto do Emprego e Formação Profissional; a obrigatoriedade de publicitação de novos postos de trabalho nos centros de emprego; o alargamento da concessão do subsídio de desemprego; e a concessão de prémios pela criação de novos postos de trabalho, em articulação com as pequenas e médias empresas, que empregavam 60% da população ativa em Portugal. Recusou integrar o [[II Governo Constitucional de Portugal|II Governo Constitucional]], em 1978, por discordar de uma coligação entre o PS e o CDS, tendo reassumido o mandato de deputado à Assembleia da República. Entre Maio de 1979 e Abril de 1980 foi vice-presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, ocupando depois a vice-presidência da [[Assembleia da República]], em 1977, sendo eleito [[Presidente da Assembleia da República]], em 1983, no qual desenvolveu atividade diplomática relevante e promoveu a construção do novo edifício da Assembleia, bem como a saída do espólio da Torre do Tombo, que ocupava parte significativa do Palácio de São Bento. Ocupou o cargo até 1984, no âmbito do acordo de rotatividade do Bloco Central (PS/PSD), que previam a eleição de um membro do PSD - foi eleito Fernando do Amaral - para a presidência da Assembleia da República durante a segunda metade da legislatura. Renunciou ao mandato de deputado em 1984. Voltou a ser eleito deputado em 1985, mantendo-se até 1989, também eleito pelo círculo de Lisboa. A 24 de Agosto de 1985 foi agraciado com a Grã-Cruz da [[Ordem Militar de Cristo]] e a 1 de Outubto de 1985 foi agraciado com a Grã-Cruz da [[Ordem da Liberdade]].<ref name="OHn"/> Em 1974, no I Congresso do PS, foi eleito secretário nacional do PS com a pasta das Relações Internacionais, tendo sido sempre eleito membro da Comissão Nacional e da Comissão Política nos congressos seguintes até 1984. Foi presidente do [[Partido Socialista (Portugal)|PS]], entre 1986 e 1988, eleito no VI Congresso, tendo sido eleito presidente honorário do PS no VII Congresso, em 1989, desempenhando funções até 1999.<ref name="AR"/><ref name="Arquivo"/>