Terror (Revolução Francesa): diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Octobre_1793,_supplice_de_9_émigrés.jpg|miniaturadaimagem|Execuções acontecendo durante o "Reinado de Terror"]]
 
Durante a [[Revolução Francesa]], o '''Período do Terror''', ou '''O Terror''', ou '''Reinado de Terror''', ou '''Reino de Terror''' ou '''Período dos Jacobinos''', foi um momento da [[história da França]] compreendido entre 5 de setembro de [[1793]] (queda dos [[girondino]]s) e [[27 de julho]] de [[1794]] (prisão de [[Maximilien de Robespierre]], ex-líder dos [[Jacobinismo|Jacobinos]] que foi um precursor da ideia de um [[Terrorismo de Estado]] nos séculos posteriores).<ref>[https://www.theguardian.com/commentisfree/2014/sep/09/isis-jihadi-shaped-by-modern-western-philosophy Isis jihadis aren’t medieval – they are shaped by modern western philosophy]</ref> Contudo, não há consenso entre os historiadores sobre o que foi o Terror em si nem sua duração. Já no século XVIII o termo era utilizado de formas variadas, podendo retratar uma emoção (pavor ou maravilhamento) ou uma ação (violência).<ref name="Não_nomeado-20230316164341">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.11606/t.8.2018.tde-12062018-135137 |titulo=O pensamento radical de Thomas Paine (1793-1797): artífice e obra da Revolução Francesa |acessodata=2022-10-03 |ultimo=Carvalho |primeiro=Daniel Gomes de}}</ref> A interpretação clássica do que foi e a duração do Terror possui um problema: generaliza um Terror único, como se fosse uma organização de Estado totalitário, mas sua prática perpassa os mais variados interesses tanto dentro da Convenção Nacional quanto entre outros atores na Revolução como sans-culottes e contrarrevolucionários,<ref name="Não_nomeado-20230316164341"/> e a complexidade dos seus usos e consequências fazem da periodização e da sistematização do terror uma tarefa sem possibilidade de consenso.<ref>{{citar livro|título=Terror: The French Revolution and its Demons|ultimo=BIARD|primeiro=Michel|ultimo2=LINTON|primeiro2=Marisa|editora=Polity Press|ano=2022|local=Cambridge|página=|páginas=1-8|isbn=978-1-5095-4835-4}}</ref> Entre junho de 1793 e julho de 1794, cerca de 16 594 pessoas foram executadas durante o Reinado de Terror na França, sendo 2 639 mortes só em [[Paris]].<ref name=Linton,port.ac>{{citar web|último =Linton|primeiro =Marisa|título=The Terror in the French Revolution|url=http://www.port.ac.uk/special/france1815to2003/chapter1/interviews/filetodownload,20545,en.pdf|publicado=Kingston University|acessodata=28 de fevereiro de 2019|urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120117152123/http://www.port.ac.uk/special/france1815to2003/chapter1/interviews/filetodownload%2C20545%2Cen.pdf|arquivodata=17 de janeiro de 2012}}</ref> Apesar disso, há um consenso de que o número é muito maior, com cerca de 10 mil mortes que ocorreram sem julgamentos ou em prisões.<ref name=":5">{{Citar web |url=https://www.britannica.com/event/Reign-of-Terror |titulo=Reign of Terror {{!}} History, Significance, & Facts |acessodata=2020-08-21 |website=Encyclopedia Britannica |lingua=en}}</ref> A Revolução Francesa, de acordo com o historiador francês [[François Furet]], teve mais de 100 mil pessoas mortas. No entanto, para o historiador francês [[Jean-Clément Martin|Jean Clément-Martin]], o número total de mortos chegou a 250 mil-300 mil, incluindo os que tombaram nos combates regulares, principalmente a partir da [[Guerra da Vendeia]].[https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-guerra-vendeia.phtml]
 
Inicialmente, o Terror, que era voltado principalmente aos realistas e aos [[girondinos]] tornou-se uma perseguição geral a todos os "inimigos" da Revolução, inclusive alguns elementos [[jacobinos]] e revolucionários, como [[Georges Jacques Danton|Danton]].<ref>Richard J. Evans, In Defence of History (Granta Books, 2000) p245</ref> O [[Comitê de Salvação Pública]] era o órgão que conduzia a política do terror; sua figura de maior destaque foi [[Robespierre]]. Após a instituição da [[Convenção (Revolução Francesa)|Convenção]], o governo, precisando do apoio das massas populares (os ''[[sans-culottes]]'') promulgou diversas leis que visavam consolidar a Revolução. Houve resistência interna contra essas leis, que se somava à pressão externa das potências europeias contra a [[França]].<ref name=":5" />