Eu, Tituba: bruxa negra de Salem

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Eu, Tituba: bruxa negra de Salem (traduzido do título Moi, Tituba, sorcière… noire de Salem) é um romance em francês da escritora guadalupense Maryse Condé. Ganhou o Grande Prêmio da França de literatura feminina.

A primeira edição em inglês, de 1992, inclui um prefácio da ativista Angela Davis, que chama o livro de "romance histórico sobre a bruxa negra de Salém".[1] Embora relacionado aos julgamentos das bruxas de Salem, o romance de Maryse Conde é uma obra de ficção.

Trama

No romance Tituba é mestiça, nascida em Barbados, filha de uma jovem africana escravizada que foi estuprada por um marinheiro inglês. A mãe de Tituba foi enforcada após se defender do abuso sexual de um escravista branco. Tituba é expulsa da plantação e vira quilombola liberta, mas sem conseguir se conectar com a sociedade. Ela cresceu junto a uma velha herborista espiritual chamada Mama Yaya e aprendeu sobre métodos tradicionais de cura. Ela se apaixona e se casa com um homem escravizado mestiço, John Indian.

Tituba e John Indian são vendidos a Samuel Parris, clérigo puritano historicamente conhecido por realizar os Julgamentos das Bruxas de Salém. Parris leva Tituba e John Indian para Boston, depois para Salem Village, onde Tituba é acusada de bruxaria e presa. Tituba é jogada em uma cela com a grávida Hester Prynne, que é personagem de outro romance: A Letra Escarlate de Nathaniel Hawthorne.

Confessando-se, Tituba sobrevive aos julgamentos e depois é vendida a um comerciante judeu, Benjamin Cohen d'Azevedo, para cuidar de seus 9 filhos. Permanece aí até que puritanos ateam fogo na casa de Benjamin, matando todas as crianças. Ele, então, decide libertá-la e manda-a de volta para Barbados.

Inicialmente, Tituba junta-se a um grupo de quilombolas, relacionando-se com seu líder, Christopher, que sonha com a imortalidade. Posteriormente, ela volta para a cabana onde morava com Mama Yaya e passa a trabalhar como fitoterapeuta para os escravos da região. Estes trazem para ela um jovem, Iphigene, que eles pensaram que iria morrer, mas Tituba o cura. Iphigene planeja uma revolta contra os donos das plantações. Na noite anterior à revolta, o ele e Tituba são presos. Eles e seus seguidores são enforcados. Tituba e Iphigene se juntam, então, ao reino espiritual, incitando revoltas futuras sempre que possível.

Recepção

O romance ganhou Grande Prêmio da França de literatura feminina em 1986.

Quando foi publicado em inglês, recebeu excelentes críticas. O Boston Sunday Globe disse: "Impressionante. . . A subversão imaginativa de Maryse Conde dos registros históricos forma uma crítica da sociedade americana contemporânea e seu racismo e sexismo arraigados".[2]

A obra foi analisada por revistas acadêmicas literárias e frequentemente atribuída como leitura obrigatória nas aulas de inglês da faculdade.

Referências

 

  1. Condé, Maryse (1992). I, Tituba, Black Witch of Salem. New York: Caraf Books. pp. Forward: x. ISBN 0-345-38420-2 
  2. Review: 'I, Tituba, Black Witch of Salem' ", Boston Sunday Globe, at Goodreads, accessed 27 April 2016